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sexta-feira, agosto 31, 2007

É, o nome é péssimo.




De Cuiabá.


# Começou hoje o Vaca Amarela, festival que inaugura o calendário desse segundo semestre de festivais independentes em Goiânia. Porém o blogueiro não está na cidade.


# # Este blog desembarcou em Cuiabá no começo quente dessa sexta-feira que termina daqui a pouquinho. Escrevo este post direto da arena onde acontecem os shows da edição 2007 do festival Calango. Neste momento a paraense Cravo Carbono ocupa as atenções do público, que começa a crescer nesse oitava apresentação da noite. O bróder conterrâneeo Pedro Reator, comandante e editor do Reator, programa de rádio veiculado no site da rádio Mídia, instalou sua parafernália no backstage e promete transmitir o festival ao vivo pela net a partir de amanhã.


# # # Dando uma volta na cidade hoje, depois do almoço, esbarrei com um desses relógios de praça, que também medem a temperatura, e vi escrito o calor que assava minha carne: 37 graus! E o motorista da van me garantiu que já viu os termômetros da cidade marcarem inacreditáveis 46 graus (!!). Alguém dos Camundogs, banda lá do Acre, riu das nossas reclamações quanto ao calor e assegurou que já viu o asfalto de uma pista de pouso derreter e colar no solado de seu tênis, lá pros lados sulfurosos da floresta amazônica. Exageros à parte, ar-condicionado por aqui é definitivamente artigo de primeira necessidade.


# # # # Amanhã ou depois, conforme as coisas andarem, eu corro aqui e digito umas linhas sobre o festival. Por enquanto dá pra dizer que o show do conterrânea Unchronics (é, o nome é péssimo!) surpreendeu positivamente, num êmulo do lado mais soundgarden do grunge, e que a mineira Carolina Diz encheu a arena com as melodias sobregarregadas do lado mais triste dos anos noventa.


Mas o festival mal começou. Hoje ainda quero ver o Debate, banda que conheci no último Goiânia Noise e que, ao lado da Patife Band, vai ganhar o título de banda mais estranha do independente nacional. Vou ali pegar mais uma cerveja, por que começou uma coletiva de imprensa aqui do aldo, e a confusão do barulho dos palcos, com o papo ininteligível da entrevista estão me deixando louco. Por que bêbado, eu já estou quase.




Nos próximos posts vou tentar me lembrar de falar sobre os debates do Vaca Amarela, ocorridos no Centro de Convenções de Goiânia na semana passada.



Pegar uma cerveja e voltar ao trabalho ali.



hehehe

segunda-feira, agosto 27, 2007

Ou te bato, ou eu fujo!

Pato Fu


Se no disco anterior, Toda Cura Para Todo Mal, o Pato Fu fechou sua obra mais bem acabada – de uma agudeza poética empolgante e um detalhamento instrumental que beira a perfeição –, o novo Daqui pro Futuro aponta alguns novos caminhos. É o disco mais triste da carreira dos mineiros, que souberam cantar a mágoa sem perder a esperteza lírica, nem abandonar aquele vistoso verniz pop que os acompanha desce o começo.

30.000 Pés abre o disco com a voz virginal de Fernanda Takai numa balada saborosa e intimista, enquanto Mamã Papá explicita o amor à maternidade, num dos melhores momentos do álbum. Espero aprofunda, entre arranjos sorumbáticos, a tristeza apenas sugerida nas duas faixas anteriores:

Espero/ Já vai longe o tempo, mas te espero/

Um dia, pode ser, talvez eu volte a ver/

Todas as cores que fugiram junto com você

Homenageiam a paisagem cinzenta dos pós-punk numa versão para Cities in the Dust, do Siouxsie and the Banshees (bônus da versão em cd de Tinderbox (1986)), e assumem um suíngue melancólico e negativo em Tudo Vai Ficar Bem, numa parceria vocal entre Takai e Andréa, da latiníssima Aterciopelados. A Hora da Estrela ensaia uma reação lírica à tristeza reinante, mas a compassividade reprimida da melodia não deixa.

Já em Woo, os riffs de guitarra, beats e texturas eletrônicas tentam levantar o astral, mas A Verdade Sobre o Tempo retoma o céu nublado e os olhos marejados, flertando com o country em cenários psicodélicos delicadamente sessentistas. Quem Não Sou experimenta sons sintéticos num clima futurístico: Quem escreve meu destino não sou eu/ Quem acorda todo dia não sou eu.

Vagalume exibe um pouco da porção Nara Leão de Fernanda Takai, que se acompanha do Violão para emocionar com a simplicidade tocante que a meiguice da combinação indica, antes da adoravelmente radiofônica Nada Original sentenciar com voz doce:



Ou me mato

Ou me mudo

Sem te avisar


Ou te bato

Ou eu fujo

Ou escapo desse mundo


Pra outro lugar.


1000 Guilhotinas encerra o álbum com a solenidade mortificada dos arranjos de cordas e metais, escondidos num panorama beligerante que conjuga o caos sanguinário da letra com a sonoridade asséptica das discretas filigranas eletrônicas.

O Pato Fu pode não ter se superado (Toda Cura para Todo Mal é mesmo a obra-prima da carreira dos mineiros), mas em Daqui pro Futuro, segue sem deixar lacunas na respeitável regularidade artística de sua discografia.

*

# Só agora estou me acostumando à grandiloqüência sentimental do Release the Stars, disco que o Rufus Wainwright lançou há alguns meses. Depois de duas semanas, a intrincada fórmula que, incrivelmente, centrifuga na mesma receita o íntimo e o épico, está fazendo beeem mais sentido. Vou ouvindo aqui.



Dj Karla, do Karajazz


Goiânia Rock News Utilidade Pública:

O Karajazz, um dos coletivos musicais mais charmosos da cidade, está abrindo novas turmas de seu curso intensivo para djs. São dez horas-aula, em cinco encontros, onde a música eletrônica será esmiuçada, seja na história de sua trajetória ou em audições orientadas, além de exercícios de percussão e percepção musical. Familiarização com os equipamentos (mixer, cdj, pick up, fones, amplificação e caixas de som) e mixagem : bpms, sincronização de batidas, equalização/volume, efeitos básicos, construção e gravação do set.

As aulas dessa turma começam agora dia trinta de agosto, e a Karla diz que dá pra dividir o pagamento em duas parcelas. Liga lá e troca uma idéia com ela: 3207 3789 ou 9992 4879, ou ainda em republicalivre@gmail.com

Tchau


terça-feira, agosto 21, 2007

O Oco Perfurado



# A banda mineira Cumbaquê protagoniza a mais nova edição do Compacto ReC, projeto que integra os canais da mídia Fora-do-Eixo, espalhados pela fatia musical mais interessante da blogosfera brasileira.

# # O Cumbaquê, que estreou em disco há pouco com O Ar que Movimenta no Oco Perfurado, milita no front do pop-nacionalizado-que-cheira-à-Lenine, mas não despede a guitarra do rock inglês triste e moderninho (ainda que o suíngue disfarce a coisa). No intuito de mostrar credenciais de profissionalismo e correção, o grupo faz questão de informar que os timbres e perfumarias que adornam seu debut – das quais as canções abaixo foram retiradas –, ficaram a cargo do produtor Jongui, que já trabalhou com Lobão em Noite (98) e A Vida é Doce (99), e com Zeca Baleiro, em Pet Shop Mundo Cão (02)


# # # Sendo assim, é só o amigo leitor clicar onde está didaticamente indicado, e adquirir o produto completo: fonogramas, letras, encarte com fotos, e , o mais importante, uma opinião.


Fx. 01

Fecho os Olhos

Fx. 02

Hoje e dia

Fx. 03

Vire o Disco


Encarte

Foto 01

Foto 02

Letras


Cumbaquê ponto com





Vou ali escutar mais um pouco dos novos do Pato Fu e do Velvet Revolver antes de mergulhar de novo nas maravilhas setentistas do Tim Maia. Fui

sábado, agosto 18, 2007

Sigmund Falou: a Mandioca é Braba!



# Na segunda e terça-feira dessa semana que está acabando aconteceram as Noites Brasil Central Music, que selecionaram grupos e artistas de Goiânia e Brasília para a apreciação ao vivo de compradores de música vindos da Europa e Estados Unidos. Gente como o simpático Jordy, da poderosa Orchard, mega-distribuidora digital de música, sediada em Nova Yorque e que tem em seu cast nomes como Gal Costa, Bloc Party, Curtis Mayfield, Archie Sheep, Coldplay, Death Cab for Cutie, The Donnas, Frank Sinatra, Me'shell N'degeocello e Soundgarden (entre uns 14 mil outros). A gigante dos vídeo-games EA Sports também mandou gente para descobrir possíveis trilhas-sonoras para seus jogos, além de uma meia dúzia de jornalistas europeus tingidos de rosa pelo sol dos trópicos.

# # Na segunda-feira, o Martim Cererê foi tomado pelos baladeiros de plantão, que enxergaram no evento uma ótima desculpa pra encher a cara como se fosse sábado. A abertura ficou por conta da viola silenciosa e contida caipirice-erudita de Roberto Corrêa, que disputou a atenção do mesmo público que se espremeu no fim da noite na previsível e barulhenta catarse coletiva comandada pela também brasiliense Móveis Coloniais de Acaju.

# # # Entre os extremos, o Violins fez um show simples e eficiente para um teatro lotado, logo depois de o Juraildes da Cruz exibir novos arranjos para seus clássicos locais, e provar que sua brejeirice emepebê ainda funciona.

# # # # Nessa mesma noite também se apresentaram a Yglo (que mereceu comentários nada simpáticos de jornalistas paulistanos presentes), o Barfly – que, segundo consta, agradou parte da comitiva estrangeira –, e a Ctrl Z, mas gastei o tempo dessas três apresentações jogando conversa fora com os amigos, no meio do mar de indies desocupados.


# Na terça-feira a festa era só para convidados, aconteceu nas dependências do Bolshoi Pub e começou com o rythm n’ blues clássico e sofisticado do Abluesados, lamentando em azul enquanto a portaria da casa enxergava uma fila quilométrica.

# # Os Sapatos Bicolores, de Brasília, pegaram a pista lotada e uma platéia acesa, mas o som dava sinais claros de má equalização, confundindo guitarras e vocais, situação que acompanhou o resto das apresentações da noite. O espaço para fumantes, a reduzida área externa, não comportava a massa de viciados e permanecia ininterruptamente estufada de gente, mesmo com os shows acontecendo lá dentro.

# # # O Johnny Suxxx e seus Fucking Boys eu não vi por medo de perder meu tão invejado lugar na melhor das mesas ao ar-livre, que reunia uma dúzia de amigos e amigas, fumadores e semi-embriagados. Já o MqN não tomou conhecimento do som ruim e tampouco economizou na altura dos riffs, dos berros esgoelados do Fabrício Nobre e nem na cerveja derramada fartamente no público, nos quarenta minutos mais insolentes da noite.


# # # # Em papo com o Fabrício Nobre pelo msn, na manhã desta última quinta-feira, o vocalista sócio da Monstro Discos deixou escapar que Jordy – o nova-iorquino viciado em stickers da Orchard – se encantou com o selo goiano, além de ter se divertido muito na cidade. Nas entrelinhas desse papo virtual com o empolgado Nobre, dá pra ler uma forte possibilidade de o catálogo da Monstro/Alvo passar a ser distribuído mundialmente pela Orchard. Mais um passo na marcha rumo à dominação mundial.



# Pensado e executado por dois dos melhores músicos da cidade, o guitarrista Front Jr. e o baterista Fred Valle, o projeto The Colagens disponibilizou no Myspace as quatro primeiras peças resultantes da parceria. Sigmund Falou, O Pulso, Colagem Sintética e Mandioca Braba arquitetam uma fantasia jazzy repleta de filigranas psicodélicas, atmosferas etéreas e intenções instrumentais sutilmente venenosas. Na página do Myspace a dupla cita Miles Davis, Jorge Ben, Kraftwerk, e James Brown como influência, mas a mistura ainda vende um Medeski Martin Wood e até um Ed Motta, diluídos no caldo. Clique aqui e confira você mesmo.



# Como você já deve estar sabendo, a mega-visitada página da Trama Virtual deu start ao projeto de downloads remunerados, que continuam gratuitos para os internautas. A Trama, que numa parceria com a Kildare paga às bandas por MP3 baixado, já tem alguns ótimos discos inteiros disponíveis, é só se cadastrar e adquirir, por exemplo, A Amarga Sinfonia do Superstar, o novo do Superguidis.


# No fim de agosto eu e este blog vamos fechar nossas mochilas e desembarcar em Cuiabá, para acompanhar mais uma edição do bombado festival Calango, um dos mais importantes do calendário independente nacional. Quero rever o Móveis Coloniais de Acaju (os últimos shows que vi não foram lá essas coisas), a Maldita, o Debate, a Pública, o grande Macaco Bong e a lendária Patife Band, além de estar curioso para ver as apresentações do Manacá, do Quarto das Cinzas, e do Terminal Guadalupe (não gostei do disco, mas quero ver como é ao vivo). E, por que não ser otimista?, adoraria ser surpreendido pelo Vanguart, que a despeito do grande burburinho de parte da crítica, nunca comoveu de fato esse par de ouvidos que adorna minha cabeça.



# Estou em fase intensa de audição de dois lançamentos saídos do forno há pouco: o Daqui pro Futuro do grande Patu Fu, e o Libertad, segundo disco do Velvet Revolver, o super-grupo do Slash. Daqui pro Futuro, já deu pra sentir, revela o lado mais triste do Pato Fu, mas com o mesmo brilho pop de sempre. Não ultrapassa a genialidade do anterior Toda Cura Para Todo Mal, mas tem me dado momentos divertidos, isolado do resto do mundo pelos fones de ouvido.

# # Libertad é menos duro, menos sisudo e bem mais relaxado que a estréia do Velvet Revolver. Se em Contraband o V.V. emoldurava suas músicas em paredes de guitarra, criando uma densidade sensorial que remetia aos tempos mais hard do Guns n’ Roses, em Libertad o super-grupo parece ter mesmo se libertado do estigma de a-banda-dos-ex-Guns (ajudado, é claro, pelo fracasso artístico desse frankenstein que o Axl insiste em chamar pelo nome de sua antiga banda) e apresenta um caleidoscópio rock empolgante, onde a regra é seguir a poderosa guitarra de Slash.

# # # Como disse ali em cima, comecei a ouvi-los dia desses e agora é que estou começando a entendê-los. Mais pra frente boto aqui uma opinião mais elaborada sobre os dois.



Vou ali tentar terminar de ler um livro do John Burdett que não acaba nunca! Prometo tentar não me demorar pra voltar aqui dessa vez. Tchau!

quinta-feira, agosto 09, 2007

Vícios Imorais

Se eu tivesse, se eu tivesse muitos vícios/ O Meu nome, o meu nome era Vinícius
Se esses vícios fossem muito imorais/ O meu nome era Vinícius de Moraes

# O Violins antecipou uma versão caseira de Manobrista de Homens, canção que fará parte do track list de A Redenção dos Porcos, o prometido próximo álbum dos goianos. O registro é somente ao piano e segue na trilha cínica de Grandes Infiéis e Tribunal Surdo. Vai lá no site do Violins e consiga sua opinião.


# Comecei a ouvir dia desses o disco novo do Los Porongas, lançado já há uns meses. Não gosto do primeiro disco dos acreanos (segundo os próprios, uma demo de “luxo”), mas o show do quarteto é impressionante, e a isso devia minha enorme curiosidade. Ainda não tenho uma opinião, hãn, definitiva, mas já deu pra perceber que não agradou em cheio, apesar das muitas ótimas idéias. O mistifório que cozinha as guitarras radioheadianas com sotaque emepebê, até rende umas boas músicas, mas não chega a empolgar como obra fechada. Se o Los Porongas tivessem um show pior do que tem, talvez esse disco soasse melhor. Se é que você me entende.


# Vi Vínícius, o filme, ontem na tevê, e me deixei impressionar de novo pela poesia poderosamente trivial do carioca diplomata e bebedor de uísque. Desde moleque gostava demais de uns discos do Vinícius de Moraes, teve uma época até, ali logo depois dos vinte anos, que eu só comprava discos dele, e nisso acumulei bem uns dez vinis, entre coletâneas póstumas e álbuns de carreira.

# # Tudo na Mais Santa Paz, um samba doído, uma antecipação involuntária da dor, era trilha sonora obrigatória em qualquer reunião de amigos, e Formosa era hino no clube do Bolinha da turma:

Formosa não faz assim/Carinho não é ruim
Mulher que nega, não sabe não/ Tem uma coisa de menos no seu coração
(...)
A gente nasce, a gente cresce, a gente quer amar / Mulher que nega, nega o que não é para negar


# # # Desde aquela época já tinha decretado pra mim mesmo que Vinícius era muito mais foda que o Chico (tá, confesso que também tenho quilos de vinis dele), apesar de a totalidade das senhoras de meia-idade que acham inteligente gostar de Chico Buarque discordar de mim.

# # # # O Vinícius tinha uma verve mais prosaica, instintivamente banal, como se a vida valesse a pena apenas por causa das coisas bobas e da eterna procura do amor ( a mais boba delas), dispensava a aura frugal e espartana que sempre acompanhou o Chico.

# # # # # Enfim, Vinícius sempre foi mais rock que o Chico! Discorda?



# O Bruno Abnner, da Anti Records manda avisar que domingão agora, é agacê:

O convidado desta vez é o Aditive. Banda Paulista que desde 1997 está na estrada, lançando o terceiro CD. De fato é um dos nomes cogitados quando o assunto é HC Melódico.De Goiânia os nomes são: Critical Strike, Duup, Futura, Gap in Evolution, Somma e Slot1. O Local é a Ziggy Box. O dia é domingo, convenhamos, desde que inventaram o tal de domingo rock, os domingos de Goiânia têm sido outros.

Cola lá!



Vou ali.


sexta-feira, agosto 03, 2007

Por isso eu acredito nos riffs...

Bang Bang Babies


# A Bang Bang Babies é a banda escolhida para a segunda edição do Compacto ReC, projeto dos blogs e sites que compõe a rede de comunicação da Fora do Eixo, o coletivo que vem se entranhando na nova música independente brasileira em várias frentes.

# # O BBB gosta de rezar na cartilha do rock de guitarras sujas, jaquetas de couro e alcoolismo inconseqüente, e em Look Out, From My Backyard e Going Down, se revela discípulo de Stooges, MqN e Libertines.

# # # Você, amigo leitor, pode tirar suas próprias conclusões adquirindo também a segunda edição do Compacto ReC, clicando aí embaixo. Boa audição:


LookOut - Bang Bang Babies

From My Backyard - Bang Bang Babies

Going Down - Bang Bang Babies

Foto 1 BBB

Foto 2 BBB



# Para gorar um anunciado segundo semestre promissor em matéria de shows roqueiros internacionais em Goiânia, as Donnas resolveram cancelar sua passagem pela cidade. Alegando receio quanto ao caos aéreo que infla os aeroportos do Brasil e telejornais do planeta com imagens de passageiros dos mais desgostosos com os atrasos, cancelamentos e imprevistos de toda sorte, as mocinhas também devem estar bem assustadas com o absurdo acidente do avião da TAM em Congonhas.

# # Segue o texto do mail enviado pelo Renato Martins, promoter da mini-turnê brasileira das Donnas, ao Fabrício Nobre, produtor do que seria o show delas em Goiânia:

Oi Fabricio

Eu gosto de ser direto e honesto nas coisas que eu faço.

Ontem o manager das Donnas me ligou e pediu encarecidamente que eles não querem tocar antes do show de São Paulo. Ele tem um amigo que mora em Floripa e passou pra ele sobre o caos aéreo que esta rolando no Brasil. (Ele viu as imagens do acidente de Congonhas pela CNN). Eu expliquei que a gente não vai voar por Congonhas, mas mesmo assim ele alegou que não quer que as meninas toquem 1 dia antes de SP.


Ele alegou que o vôo é cansativo e que tem conexão, que pode atrasar etc. A gente saindo de Curitiba pra Goiânia não tem vôo direto e necessariamente tem que trocar de aeronave. Eu não quero de maneira nenhuma agüentar o cara surtando e falando merda pra mim.

Isso me prejudica tb, visto que eu já estava contando com a grana do show de Goiânia. Eu insisti com o cara dizendo que eu precisava desse show pros meus custos, mas ele foi irredutível.

Eu sei que isso pode prejudicar vcs ai, mas melhor agora que não vendeu ingresso ainda do que em cima da hora. Fique ciente que não foi uma decisão minha, e que isso ta me prejudicando tb, mas eu fico a disposição pra repor isso de alguma maneira, ajudando no que eu puder.

Espero que entendam a minha posição.
Abrs
Renato Martins
www.ataquefrontal.com


# Já voa pela internet a tão falada música do Devendra Banhart em parceria com o Rodrigo Amarante, ex(ex?)-Los Hermanos, batizada brejeiramente de Rosa. Não ouvi muitas vezes, mas por enquanto não me pareceu lá grande coisa. Procura você aí, nos P2P da vida, fácil de achar.





A Amarga Sinfonia do Superstar é o nome do segundo disco do Superguidis, que volta à cena com um álbum bem melhor resolvido que seu debut, (apesar das boas canções, o disco pecava pela gravação). Em Amarga Sinfonia... o quarteto teve assessoria de estúdio de Philipe Seabra, e canta suas crônicas nerd – sobrecarregadas daquela urgência descobridora do começo da vida adulta –, em cima de timbres bem escolhidos e riffs inspirados no melhor dos anos noventa.

O conjunto gaúcho se mantém associado a um dos selos mais decentes do país, o Senhor F Discos, e se confirma no pódio dos maiores melodistas indie em atuação no Brasil.

Abrindo o disco, Por Entre as Mãos divaga espontânea, lamentando a efemeridade da vida, enquanto Mais do Que Isso levanta guitarras Pumpkianas para confessar: “Eu quero fazer todo que você faz/ Mais do que isso eu sei que não sou capaz”. A Exclamação, dilapida distorção shoegazer em melodias rasgadas, antes de Parte Boa dançar no diálogo das guitarras e, no jogo com as vozes, recordar os Smiths.

Mais Um Dia de Cão quase explica o porquê de letras tão bobas fazerem tanto sentido, seguida de perto pelo romantismo nonsense de O Cheiro de Óleo, que calmamente se desespera:

Todo mundo cai/ Todo mundo escorrega

E todo mundo sabe que isso é normal/ Menos eu e você

Mas pouco me importa/ Agora eu só quero sentir

Esse teu cheiro de óleo

Ainda Sem Nome garante que “Besteira é coisa séria”, e Os Erros Que Ainda Irei Cometer denuncia uma angústia precoce, consumida no medo de perder o que ainda não se tem e na lembrança daquilo que já se foi. Nunca Vou Saber carrega com guitarras o frágil lirismo adolescente que reclama: “Já sou velho demais/ Mas não tão esperto quanto queria ser/ Aí vem você e confunde tudo ainda mais”. Apenas Leia, explode em simplicidade poética e melódica, e 6 Anos se despede com a comiseração exagerada dos corações sensíveis.


Depois do fim, a ghost track Riffs encerra, de fato, o disco, e numa espécie de resumo, considera: “Por isso eu acredito nos riffs/ Eles me farão mais feliz!”