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quarta-feira, julho 23, 2008

Starbucks

# Dos discípulos britânicos do Radiohead, o Coldplay foi o único que manteve a dignidade depois que o talento perturbado de Thom Yorke tornou sua música inimitável.




O Coldplay nasceu vestido num uniforme de marinheiro, branco e imaculado, tentou se sujar com respingos da lama repugnante que sempre salgou grandes momentos do pop inglês, recente ou não, mas o que o longilíneo vocalista de olhos azuis sabe mesmo fazer é parir melodias bonitas, quase tão assépticas quanto sua reputação de bom-moço. O Coldplay não tem por que se gabar de seu limitado raio de ação criativa, mas dentro daquele universo que nos acostumaram e esperar deles, são os melhores.



Viva La Vida Or Death and All His Friends, quarto disco de estudio do Coldplay, não traz nenhuma surpresa, e se isso te dá certeza de que o quarteto continua no caminho certo, sinto prazer em concordar. As únicas “novidades” de Viva La Vida, foram um flerte discreto com a música celta aqui ( Cemeteries of London ), um namoro com um sexy e delicado minimalismo sinfônico ali (Lost!), ou um coito brilhante e grandiloqüente cheio de arranjos de cordas e vocalizes solenes (Viva La Vida), por que de resto toda aquela potência pop das grandes canções de três minutos e pouco cumprem tabela exemplarmente, seja no precioso e comovente primeiro single Violet Hill, ou no shoegazer mofado Chinese Sleep Chant, que remexe nos ossos e ecos nublados do lado mais My Bloody Valentine dos anos oitenta. O Coldplay não é o Radiohead, com isso eles aparentemente estão aprendendo a conviver, mas em 42 ainda se arriscam a imitá-lo tão bem quanto o Muse de outros tempos.



A fórmula doce e introspectiva que Chris Martin e Jon Buckland mastigam desde o fim dos anos noventa ainda faz sentido mais de dez anos depois. Numa época de re-re-redescoberta do rock barulhento e do resgate daquele orgulho tipicamente britânico, se as elucubrações pop do Coldplay não são sofisticadas demais nem para fãs de Arctic Monkeys e Babyshambles da vida, é sinal de que o mundo ainda tem jeito.





Casa Bizantina preparando disco novo
Foto: Pedro Ceciliano


# A Casa Bizantina , apesar da irregularidade bissexta com que movimenta sua carreira, é dona de dois dos melhores discos da discografia do rock goiano, mas longe dos palcos tem conseguido equilibrar sua relevância musical em pernas-de-pau. Sem grandes novidades desde o lançamento do ótimo Estado Natural, em dois mil e seis, a Casa finalmente deu sinais de ainda se importar com sua, ultimamente, maltratada biografia.



Na última edição do FICA (Festival Internacional de Cinema Ambiental), na cidade de Goiás, a banda fez sua já tradicional apresentação anual, e dia desses finalmente mostrou a cara de duas novas canções, disponibilizadas na página do grupo no Myspace. São elas Um Beijo pra Matar o Tempo – pop retrô de guitarras distorcidas e letra reflexiva, e Helio Vai – uma balada tão despretensiosa quanto bonita.



Fabiano Olinto, o vocalista/guitarrista e principal compositor do conjunto, garante que a Casa Bizantina ainda tem um lugar seguro na realidade, que várias novas canções vêm sendo trabalhadas em estúdio, e que o quarto disco da banda pode nascer ainda esse ano. Além de Um Beijo pra Matar o Tempo e Helio Vai, outra canção nova deve aparecer no myspace em breve. Já quanto aos shows...





# A Fora da Lei, produtora áudio-visual das mais ativas do underground goiano, foi responsável pelo filme que registrou os shows, público e bastidores da última edição do Goiânia Noise Festival, você sabe. Eu, que já pertenci aos quadros da produtora como repórter, roteirista e pesquisador (do extinto programa de rádio Espírito da Música), fui o encarregado das entrevistas do documentário, que foi lançado em dvd, pela Monstro Discos, numa festa lá no piano-bar do Centro Cultural Goiânia Ouro, em maio.



Porém, obedecendo a critérios diversos, o vídeo conta apenas vinte e dois minutos de duração e, assim, uma enorme quantidade de material inédito gravado durante o festival encontra-se arquivado nas gavetas da produtora, e não teria mesmo outro destino senão o de navegar à deriva pela web.



De modo que Sérgio Valério, o diretor-presidente do coletivo indie-punk, ressuscita as sessões do Arquivo Fora da Lei ao mesmo tempo em que re-inaugura o blog da produtora – que havia sido misteriosamente abduzido pelo Google. Takes inéditos de shows e entrevistas, colhidos durante os três dias de festival, vão aparecer aqui na tela do Goiânia Rock News na proporção em que forem postados no youtube, (e na tela do blog Fora da Lei).



Para a estréia das sessões, alguns minutos da apresentação do Diego de Moraes e O Sindicato no palco dois do festival. Essa apresentação rendeu comentários elogiosos de nomes importantes do rock brasileiro. Além dos confetes que o Fabrício Nobre, linha de frente da Monstro Discos e vocalista do MqN, se acostumou a jogar no rapaz, o Miranda (o produtor e jurado mais famoso do Ídolos/Astros – SBT) me garantiu, frente às câmeras, que a performance pós-tropicalista do rapaz foi, segundo sua opinião pessoal, uma das melhores do Goiânia Noise. Assista você também, e me diga se o Miranda exagerou:

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# O Porcas Borboletas, grupo mineiro que desenterrou o lado mais estranho da emepebê e, disfarçado de banda-de-rock, recriou a Vanguarda Paulista no interior de Minas Gerais, estreou no último fim de semana o vídeo-clipe de Nome Próprio, música que serve de trilha sonora para o filme homônimo, dirigido por Murilo Salles, protagonizado pela atriz Leandra Leal e baseado em textos da blogueira Gaúcha Clarah Averbuck.



Nome Próprio, o filme, já está em cartaz nos cinemas do Brasil. Em Goiânia, somente o shopping Bougauville oferece a fita em tela grande, sempre às 17h15, 19h20 ou 21h30. Já o vídeo-clipe de Nome Próprio, a música, você pode assistir ao apertar o play aí embaixo.

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Na volta me lembra de te dizer por que o Max Cavalera deveria abrir uma franquia da Starbucks e abandonar o metal. Aproveito e te digo por que Donkey, o segundo disco do Cansei de Ser Sexy, merece tudo o que andam dizendo dele por aí; explico também o que faz de Beatiful Future, o novo do Primal Scream, o segundo lançamento mais chato do mês.




Tchau

Um comentário:

Anônimo disse...

Coldplay é lindo, peguei esse link e baxei o disco novo. lindoooooo di+.

dá vontade de chorar.

ai ai ai