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quinta-feira, março 31, 2011

1º de abril: Dia da Verdade

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Grande passeata por políticas públicas para o setor cultutal - atividade inicial que precede várias ações dos trabalhadores da cultura em Goiás (início no dia 1º de abril e encerramento no dia 19 de junho no FICA - Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental, na Cidade de Goyaz).


Horário: A partir das 14 horas.
Concentração: Praça do Trabalhador
Percurso do cortejo: Avenida Goiás
Chegada: Palácio Pedro Ludovico Teixeira (Centro Administrativo)




O manifesto defende 11 pontos fundamentais para que a cultura seja realmente prioridade e o artista respeitado como trabalhador.

1) POR MAIS VERBAS PRA CULTURA; AUMENTO DO FUNDO DE CULTURA PARA 5% DO ORÇAMENTO NOS PODERES MUNICIPAL, ESTADUAL E FEDERAL;

2) PELO FIM DO ABANDONO E URGENTE REVITALIZAÇÃO E OCUPAÇÃO PLENA DOS ESPAÇOS PÚBLICOS DESTINADOS A ATIVIDADES CULTURAIS E ARTÍSTICAS COM AÇÕES FINANCIADAS PELOS PODERES PÚBLICOS E OFERTADAS À SOCIEDADE;

3) PELA UNIVERSALIZAÇÃO E INTERIORIZAÇÃO DA CULTURA COMO FORMA DE PROMOVER O ACESSO AO CONHECIMENTO E GARANTIR O DIREITO A MANIFESTAÇÕES ARTÍSTICAS EM BAIRROS E ORGANIZAÇÕES COMUNITÁRIAS URBANAS E RURAIS, OBJETIVANDO GARANTIR A PRESENÇA DA ARTE COMO FATOR DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL NO COTIDIANO DAS FAMÍLIAS CARENTES DAS METROPOLIS E DE TODAS AS CIDADES DO INTERIOR DO NOSSO ESTADO E DO NOSSO PAÍS;

4) PELA REALIZAÇÃO DE CONCURSO PÚBLICO PARA OCUPAÇÃO DAS VAGAS DA CULTURA POR PROFISSIONAIS QUALIFICADOS;

5) PELA REESTRUTURAÇÃO DA AGEPEL E DA SECULT PARA FAZER FRENTE ÀS REAIS NECESSIDADES DE POLÍTICAS PÚBLICAS PARA A CULTURA EM GOIÃNIA E EM GOIÁS;

6) TRANSFORMAR POLÍTICAS DE GOVERNO EM POLÍTICAS DE ESTADO, PARA GARANTIR DIREITOS DA SOCIEDADE E DOS TRABALHADORES DA ARTE;

7) PELA REGULAMENTAÇÃO DO FUNDO ESTADUAL DE CULTURA EM GOIÁS;

8) PELA ADEQUAÇÃO DO ESTADO DE GOIÁS AO SISTEMA NACIONAL DE CULTURA;

9) LEVAR PARA AS PERIFERIAS DA CAPITAL E PARA O INTERIOR DO ESTADO OS EQUIPAMENTOS DE CULTURA;

10) EXIGIR DO PODER PÚBLICO GOIANO O MAPEAMENTO DAS ATIVIDADES DE CULTURA E DAS VOCAÇÕES ARTÍSTICAS DE TODO O ESTADO;

11) REVER AS POLÍTICAS DE MEGA EVENTOS ESTATAIS E PLANEJAR O INVESTIMENTO NUMA NOVA LÓGICA QUE PRIORIZE FORMAÇÃO, FOMENTO E TEMPORADAS POPULARES E PEDAGÓGICAS, DE FORMA QUE O PODER PÚBLICO REMUNERE A PERFORMANCE DO TRABALHADOR DA ARTE PARA REALIZAR SEU TRABALHO, E AINDA, PROMOVA A PRESENÇA DA ARTE NOS AMBIENTES PÚBLICOS, CASAS DE ESPETÁCULOS, DEMAIS ESPAÇOS DE ARTE PÚBLICOS E PRIVADOS E ESPAÇOS DESTINADOS À EDUCAÇÃO E À SAÚDE.


Além do manifesto, os artistas apresentarão também outras pautas urgentes ao governo do Estado:

Realização da 1ª Conferência Estadual de Cultura, onde serão escolhidos os representantes da sociedade junto ao Conselho Estadual de Cultura;

Devolução imediata dos 50% que foram cortados da Lei Goyazes para o ano fiscal de 2011;

Aumento de 5 para 10 milhões dos recursos para a Lei Goyazes para os anos de 2012, 2013 e 2014 (como prometido em campanha);

Fim das interferências da Secretaria de Finanças sobre os projetos aprovados pela Lei Goyazes.


Participe!




quarta-feira, março 30, 2011

Os pingos nos is

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Acho que esbarrei com o show do Gloom duas ou três vezes na vida, há muito tempo, e em nenhuma das ocasiões a coisa bateu. Os vocais desafinados, o instrumental ingênuo e limitado e o sotaque ska meio canastrão depunham contra em músicas que até insinuavam certa esperteza melódica (mas que, enterrada no pastiche, não era o bastante pra salvar a receita). Isso foi o suficiente para me manter distante desde então. E este foi o meu erro.


O primeiro disco do quinteto, uma prova tocante de evolução musical, foi lançado no fim do ano passado pela Monstro Discos e veio para corrigir a má-impressão. E se a vocalista Niela afinou mesmo sua voz num registro suave e firme, e o se apoio instrumental se desenvolveu a ponto de quase apagar as lembranças ruins que eu mantinha a respeito do conjunto, não dá pra negar o mérito e deixar de apontar o grupo como uma das melhores surpresas do rock/pop goiano recente. A polifonia ondulada dos metais, os cortes precisos de baixo e bateria e a elegância das guitarras surpreendem aquele que, isolado por opção, não acompanhou o passo-a-passo do progresso artístico da banda, que se ainda não abandonou por completo a sombra do Móveis Coloniais de Acaju (a participação de André Gonzales – vocalista da big band candanga – não ajuda na dissociação), ganha pontos preciosos na qualidade da performance.

"Tic Tac" - Teaser


A lista do disco se divide entre o ska de batidas country-rock (“Tic Tac” e “Bill on Monday”), a herança aberta do MCA (“Parafina”, “Menina”, “Discurso” e “Terceira Idade”), o flerte com regionalismos nacionais (“Balão” e “Vem Você”), o pop de guitarras (“Dois Acordes”, “For a Long Time” e “Keep Away”) e a pérola “Você Percebeu??”*, onde Niela reparte os vocais com André Gonzales e Fabrício Nobre (MqN – que assina a versão letra da música e também a produção do disco, ao lado de Gustavo Vasquez), no melhor momento de um disco cheio de bons momentos.


Agora espero ansioso pelo próximo show do Gloom, para completar o comparativo, atualizar as coisas e colocá-las em seu devido lugar.




Update - * "Você Percebeu??" é uma versão de "Do You Realise??", do Flaming Lips.





RIP Lula Côrtes

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Estou pra postar isso aqui dede o fim de semana, mas acabou passando. No último sábado, em Recife, morreu Lula Côrtes, o mítico parceiro do Zé Ramalho no cultuado Paêbirú: A Caminho da Montanha do Sol (1975), o disco mais radical das carreiras dos dois músicos nordestinos. Cantor, compositor, poeta e artista plástico, Lula Côrtes faleceu em decorrência de um câncer na garganta aos 61 anos.

O último registro em vídeo de Lula



Lançado como vinil duplo, Paebirú talvez seja, ainda hoje, o mais raro álbum do cancioneiro psicodélico nacional – culpa da destruição quase completa de sua única prensagem, causada por uma enchente que atingiu a sede da gravadora Rozemblit, em Recife (PE). Consta que, desde então, apenas 300 cópias do disco circulam mundo afora, atualmente negociadas em sites e sebos por valores que rodeiam os 5 mil reais. As histórias que cercam o título raro são exumadas no documentário Nas Paredes da Pedra Encantada – dirigido por Cristiano Bastos e Leonardo Bonfim, cujo lançamento está marcado para o dia 30 de abril (e conta com participação do próprio Lula):

Nas Paredes da Pedra Encantada - Teaser



Mas além da parceria lisérgica com Zé Ramalho, Lula também assinou outra pérola do psicodelismo nordestino pós-tropicalista, o obscuro Satwa, álbum lançado em sociedade com o cartunista Laílson em 1972 e que enfileira músicas como “Alegro Piradíssimo”, “Valsa dos Cogumelos” e “Blue do Cachorro Muito Louco”. Satwa e Paêbiru foram relançados nos Estados Unidos, em 2008, pela gravadora independente Time-Lag Records (a reedição nacional de Paêbirú, em CD, também estava nos planos do músico).

Lula Côrtes e Zé Ramalho - "NasParedes da Pedra Encantada"



Que Lula descanse em paz (seja lá o que isso signifique).





terça-feira, março 29, 2011

Beastie Boys versão 2011

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Desde Mix Up (2007) sem lançar nada, o Bestie Boys subiu pra web um trechinho de “Make Some Noise”, teaser do prometido Hot Sauce Committee Part Two – a metade dedicada ao instrumental de grooves envenenados típico do trio (tão típico quanto os raps marrentos que compõe a primeira parte da duologia, com lançamento curiosamente agendado para depois da parte 2).




A inversão da ordem dos fatores foi causada pelo câncer de Adam Yauch, que parou as rotativas do projeto (cujo lançamento da parte 1 estava prevista para setembro de 2009) e foi tratar a doença na glândula parótida. Com tudo resolvido em 2010, a trinca segue de trás pra frente e começa a botar o bloco na rua mais uma vez. Sente só:

“Make Some Noise” - Beastie Boys











Sympathy For The Devil

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"Deus salva...


... o rock alivia."




segunda-feira, março 28, 2011

A nova do Justice

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Não sei aí, mas aqui nos meus fones de ouvido “Civilization” o novo single do Justice – vazado para a web ontem, depois de todo o falatório sobre a nova campanha da Adidas, está longe de fazer frente a qualquer um dos hits de Cross, álbum de estréia da dupla francesa.




Não dá nem pra saída, se comparado com “D.A.N.C.E.” – o blockbuster onipresente desde 2007; e mesmo com “New Jack” ou “Phantom” a confrontação é desfavorável. Para ouvir clique play aí embaixo. O disco cheio, o duo promete para o próximo dia 4.








sexta-feira, março 25, 2011

Do it yourself

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"We are all on drugs yeah! Never getting enough (never get enough)...




...We are all on drugs yeah. Give me some of that stuff (WOO)!"




Esticando a Tropicália

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O que Beck, Dirty Projectors, Madib, of Montreal, Beirut, St. Vincent, Neon Indian, Devendra Banhart, José González e John Legend têm em comum? A admiração pela música brasileira.


Beck + Caetano Veloso – “Maria Bethânia”



Of Montreal – “Bat Macumba”



E capitalizando o crescente interesse estrangeiro pela versão nacional do psicodelismo sessentista, a organização Red Hot – entidade que levanta fundos para o combate à Aids – promete para o dia 28 de junho o lançamento do volume 2 da compilação Red Hot + Rio, que enfileira, entre outros, a turma descrita ali em cima interpretando versões particulares de standards da tropicália (na primeira edição da coletânea, que trazia nomes como Stereolab, David Byrne e Everything But the Girl, a homenageada foi a bossa nova).


Madlib - Flight to Brazil part 1



Cibele feat. Devendra Banhart – “London London”



E o Beitut interpretando “Leãozinho” (Caetano Veloso), o Devendra – de carona com a Cibele, cantando “London London” (também do Caetano), o Of Montreal mandando ver em “Bat Macumba” (d’Os Mutantes), e o Beck (acompanhado pelo próprio Caetano) interpretando “Maria Bethânia”, além de Flight to Brazil - a mixtape tupiniquim do Madlib, são sinais conhecidos de que a música brasileira é pauta também do pop atual.


Beirut – “Leãozinho”




Mas, apesar da evidente boa intenção, o Red Hot + Rio 2 peca por esticar a Tropicália e alcançar o primeiro disco dos Novos Baianos (Acabou Chorare, de 1972), e por incluir "Leãozinho" (do álbum Bicho, de 1977), num movimento que historicamente ficou circunscrito ao fim dos anos 60.











quarta-feira, março 23, 2011

TV on the Radio versão 2011

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Dear Science talvez tenha sido o melhor disco de 2008. E é por isso que Nine Types of Light é um dos títulos mais esperados de 2011.





Nesses três anos de intervalo, além do EP de remixes Read Silence, o TV on the Radio não lançou nada de novo, a não ser algumas poucas faixas inéditas ao vivo (catadas em vídeos do Youtube). Mas com lançamento de Nine Types... marcado para o dia 12 de abril, o primeiro single "Will Do" já ganhou até vídeo clipe.





E se Dear Science é um elegante debate contemporâneo entre o soul e o rock, costurado com intenções contraditórias que interpõem sonoridade pop e atmosfera vanguardista, o que esperar de seu irmão mais novo? A média de "Will Do", "Repetition" e “Caffeinated Consciousness” ainda é um esboço opaco que sinaliza opostos. Mas, no caso do TVotR, isso só pode ser bom sinal.

“Caffeinated Consciousness”






Rock na Veia (II)

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"I'm sitting in my room...


... with a needle in my hand."




Friendly Fires versão 2011

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Friendly Fires é o trio dance-rock inglês que, em 2008, estreou com o disco autointitulado que trazia as irresistíveis "In The Hospital" e "Skeleton Boy", além dos singles "Paris", "Ex-Lover" e "Jump in the Pool". Nunca teve uma repercussão, por assim dizer, estrondosa no Brasil, mas quem mantém as antenas em alerta não deixou a então novidade passar em branco (a banda teve até uma passagem discreta por palcos nacionais, em 2009)




Sem lançar nada desde então, o grupo volta à baila com “Live Those Days Tonite”, primeiro single de Pala, o 2º álbum cujo lançamento tem data marcada para dia 16 de maio. Disponibilizado ontem no fim da tarde no site da banda, “Live Those Days Tonite” investe na atmosfera eletrônica, deixando de lado a ingenuidade premeditada dos tchururús, palminhas e baixo marcadão de outrora.

“Live Those Days Tonite”


O disco tem produção de Paul Epworth (que, além do próprio FF, já trabalhou com Cee-lo Green, Kate Nash e Adele), e participações de Alex Frankel - metade do Holy Ghost (em “True Love”), e do Harlem Gospel Choir (em “Hurting”).


Pala - 2011

“Live Those Days Tonight”
“Blue Cassette”
“Running Away”
“Hawaiian Air”
“Hurting”
“Pala”
“Show Me Lights”
“True Love”
“Pull Me Back to Earth”
“Chimes”
“Helpless”





terça-feira, março 22, 2011

Nada ficou no lugar

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"Eu quero entregar suas mentiras...




... Eu quero roubar no seu jogo (...) Queria falar sua língua..."




segunda-feira, março 21, 2011

Lei pela metade

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Quem vive a (ou de) cultura em Goiás, está duplamente eriçado nos últimos tempos. Não bastasse a política de antiquário da nova gestão do MinC – agora sob o comando da Ministra Ana de Hollanda, monolito buarquiano da velha cultura que, não querendo largar o osso, teme que a nova realidade os desaloje de seu olimpo –, o governador reeleito Marconi Perillo inverteu a matemática e cortou pela metade um orçamento que, em campanha, havia assumido o compromisso de dobrar.




Golpeados dupla e simultaneamente, não restou aos atingidos outra opção senão a mobilização (respaldada por várias siglas da sociedade civil) nascida da indignação contra a senilidade cultural do MinC e da repulsa ao coronelismo estadual de sempre, que pretende modelar o investimento estatal em cultura de acordo com conveniências nebulosas e não-culturais.


Engendrado em campo virtual, na lista de e-mails que ferve sob o nome de Fórum Permanente de Cultura, o movimento escapuliu para a vida real na última sexta feira, quando aconteceu a primeira reunião sobre as ações de confrontação, ali na sede do Centro Cultural Cara Vídeo. A ação pública inaugural, decidida na assembléia, é a manifestação que culminará em frente ao palácio Pedro Ludovico Teixeira (Centro Administrativo), marcada para o próximo 1º de Abril – dia da Mentira, e que pretende não só acusar o descumprimento do compromisso assumido pelo governador (e ignorado assim que viu garantido seu terceiro mandato), mas também oficializar um pedido de audiência com o próprio, numa tentativa de restabelecer o diálogo interrompido de forma unilateral.




O movimento, espontâneo e apartidário, se diz receptivo a todos e qualquer um que, a despeito de simpatias e colorações políticas, enxergue nas posturas Estadual e Federal uma curva para trás, e distinga o retrocesso cultural que elas representam: de um lado a União sinaliza contra o Creative Commons enquanto financia vacas sagradas da MPB – simbolicamente representadas pelo escândalo do blog milionário da Maria Bethânia; de outro, o governo estadual alivia sua responsabilidade cultural pela metade, deixando sem explicação todo um setor da sociedade que, antes das eleições, acolheu como compromisso sério um ato de franca politicagem. E tudo isso enquanto a própria Agepel, com a administração engessada pelo corte de recursos e pessoal, é ela própria um sintoma da falta de atenção governamental.


E mesmo que o goiânia rock news entenda que qualquer produção cultural genuína não possa jamais depender exclusivamente do patrocínio estatal - sob risco de acomodação e consequente dessubstanciação, entende também que o governo foi eleito para honrar suas responsabilidades no fomento e aporte das vocações culturais do Estado. E é por isso que este blog tem acompanhado as discussões do Fórum Permanente de Cultura, endossa as pautas atuais do movimento e confirma presença na manifestação do dia 1º.


Vejo você lá?



sexta-feira, março 18, 2011

Diversões Eletrônicas

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Clara Crocodilo, o disco de estréia do Arrigo Barnabé – lançado em 1980, foi a pedra fundamental do que viria a ser conhecido como vanguarda paulista, apelido dado pela mesma imprensa musical que embutiu no movimento a pecha de terceira revolução da MPB (antecedido pela bossa nova e tropicália), e que reuniria alguns dos nomes mais instigantes do horizonte musical de então, como Itamar Assumpção, Língua de Trapo e Premeditando o Breque, entre outros.





E pra quem gosta de descobrir conexões possíveis, Clara Crocodilo também é um dos primeiros discos independentes lançados em território brasileiro, numa época em que nem o exercício de futurologia mais otimista poderia prever que, rompido o novo milênio, o destino da música nacional passaria ao largo das grandes gravadoras (ainda que, na época, a independência de CC não tenha sido exatamente uma opção). Mas isso todo mundo já sabe.


Talvez você já saiba também como a história da concepção, composição e gravação da bolacha se desenrolou, já que, uma vez relegada ao underground, a peça ganhou status de item cult e, assim, foi exumada várias vezes, tanto física quanto virtualmente. Mas ver e ouvir essa história narrada pela voz de seu protagonista (num bate-papo com a Ksnirbaks – namorada do Diego de Moares - durante a última visita do músico à Goiânia), é outra coisa.




Augustas

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Rimando sobre a Rua Augusta, no novo vídeo o Emicida eviscera a faceta menos glamourosa do logradouro mais famoso do rock brasileiro.





Hip hop, em geral, nunca foi a minha, mas o Emicida, em particular, é gênio da raça.










quinta-feira, março 17, 2011

365 Poemas a um real

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Bethânia, Andrucha e MinC, lei de mercado é lei de mercado. De 1,3 milhão por ano pra R$ 1,00 por dia, eu fico com o a pechincha (que, além de tudo, é da iniciativa privada e não faz questão de apontar para o passado).





mandei
on monday
morning

alice morder
as hélices
do meu teco-teco

ela sorriu estilhaçada
de frio e vento
batendo na cara

mas preferiu aterrissar girando a saia
mostrando a calcinha
pros passantes.





Takara Non Stop

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Maurício Takara talvez seja o músico com a produção mais interessante do mercado independente brasileiro atual. Lançou, ano passado, o essencial Sobre Todas e Qualquer Coisa - seu quinto disco solo, além de acumular a função de baterista nas bandas Hurtmold, São Paulo Underground, Exploding Star Orchestra e Assembléia Rítmica de Pinheiros.




Mas apesar da aparente sobrecarga, Takara parece ter ainda muitas balas na agulha, e o indício evidente é a divulgação de "Bença do Batuque", recente fruto de sua parceria com MC R.Brandão (do Mamelo Sound System e Zulu Nation Brasil), que, originalmente lançada na Inglaterra - na coletânea Oi! A Nova Música Brasileira, ganhou a web e anuncia um álbum cheio da dupla para breve.


M.Takara & R.Brandão - "Bença do Batuque
"



Quem garante, é o próprio MC, em declaração para a Mtv:

A gente está com o material composto que preenche um disco, e em breve vamos entrar em estúdio pra registrar isso. A "Bença...' foi escolhida pra abrir os caminhos porque passa bem o espírito desse encontro, que tem formato de rap, identidade brasileira e um espírito punk que surgiu naturalmente.






Pronunciamento Oficial

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O que o Capitão Presença acha do Marijuana Man, o super herói maconheiro criado pelo Ziggy Marley?



Lembra dele?



Esse, eu roubei da fonte.




quarta-feira, março 16, 2011

Minimal Futurama

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Na tonga da mironga do kabuletê

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Porra, Maria Bethânia! Porra Ministério da Cultura...



... 1,3 milhão de reais pra fazer um blog?! Tão achando que todo mundo é otário?



Citando o Brunaite (que parafraseou o Alessandragem no FB): isso é o que eu chamo de cultura com CU maiúsculo.

Depois dessa, dá vontade de sair xingando em nagô.





terça-feira, março 15, 2011

Quem sabe?

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Look at the Fucking Hipsters*

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Apesar do hype discreto entre os hipsters da cidade, descobri que o Folk Heart é até legal.



Song by Folk Heart (@WeareFolkHeart)
Written and produced by Davi Sabbag
Video by director Mateus Carrilho



E quase me arrependi de ter perdido isso no último Goiânia Noise.



Quase.



* Look at the Fucking Hipster







segunda-feira, março 14, 2011

Camelo divulga capa de 'Toque Dela'

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Foi divulgada hoje a capa de Toque Dela, segundo disco solo de Marcelo Camelo. No último dia 3, o primeiro single do álbum foi disponibilizado pelo cantor, via You Tube.




A pintura é de autoria do artista paulista Biel Carpenter, que Camelo diz ter conhecido através do blog Ka-Kaos, editado pela jornalista Kátia Lessa. "Coloquei a imagem no meu computador e ela foi ganhando força e significado na medida em que aprontava o disco. Depois o chamei para cuidar de toda parte gráfica do CD", diz o músico em nota oficial.

Toque Dela tem lançamento agendado para dia 5 de abril próximo.




Violins entra em estúdio

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Mantendo o ritmo de (quase) um disco por ano, o Violins entra hoje em estúdio para a gravação de seu sétimo álbum, intitulado O Direito de Ser Nada.


Foto: Thiago Ricco


Sucessor de Greve das Navalhas – divulgado em março de 2010, O Direito de Ser Nada será o primeiro título da discografia do grupo a não ter lançamento físico, como assegurou o vocalista/guitarrista Beto Cupertino na comunidade da banda:


Algumas coisas serão diferentes com relação ao lançamento desse disco. Talvez a mais importante seja a provável inexistência de uma versão física. Não será também no modo 'pinga pinga', uma música por dia. O disco será disponibilizado na íntegra, através de um sistema de venda online, a um preço bem em conta. E vamos liberar também algumas músicas gratuitamente.





Dias atrás, o conjunto divulgou, a título de teaser, o vídeo de um trecho dos ensaios para o disco novo, o que serviu menos para revelar algo que para atiçar a curiosidade dos fãs, dada a precariedade do áudio. Com lançamento programado para abril próximo, o álbum já vem carregado com a responsabilidade de superar todos os seus antecessores, pois Cupertino garante ainda que: “sinceramente acho que dificilmente faremos coisa melhor como banda do que essas músicas que vamos gravar para o Direito de Ser Nada".



É pagar pra ver.











sábado, março 12, 2011

Julie, Agosto, Setembro (teaser)

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Julie é uma suíça que acabou de se mudar para Goiânia. Pouco a pouco, ela tenta entender a cidade. Até se transformar em uma parte dela.





deus odeia samba rock

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E é justo que seja assim.






quinta-feira, março 10, 2011

The true Mustache Men

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"With the mustache man on the carpet of his van...


... you can feel your fatty tissues giving way to sweaty hands."




Próximo!

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Depoi da Blubell, é a vez de Showroom of Compassion - o novo do Cake, protagonizar aqui na vitrola.



E "Moustache Man" (aí em cima numa versão ao vivo pr'uma radio da Califórnia), dá o exemplo da renovada e habilidosa excentricidade pop de John McCrea.





Diva é a mãe!

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Quem antipatizou por antecipação com Eu Sou do Tempo em que a Gente se Telefonava por causa do hit “Chalala” – trilha sonora da minissérie global Aline, tem duas opções: ou vai ouvir o disco desarmado de ideologias, ou continua investindo no ranço e perde um dos melhores álbuns lançados nesses primeiros meses de 2011.




Espécie de segunda estréia da cantora Blubell, Eu sou do tempo... é um disco de jazz que, conduzido por uma voz meiga, se desenvolve em sintonia pop. E segunda estréia porque seu primeiro álbum – Slow Motion Ballet, a cantora relega a condição de "café-com-leite" (apesar do elogios de, por exemplo, Marisa Monte e Mallu Magalhães), justificando a exclusão por ter sido “um disco onde eu não pude ter muita voz ativa. Era aceitar aquilo ou nada”.

Se antes Blubell se apresentou atrás de guitarras, colocando-se num comparativo possível com Alanis Morrisete, agora as analogias só vão fazer sentido se expandidas para um campo tão mais largo quanto... adulto.

"Chalala" - Clipe Oficial


“Música” abre a lista em compasso discreto estabelecendo a atmosfera de cabaré, seguida pela charmosa “Chalala”, que desvenda suas intenções jazzísticas enquanto a voz açucarada e a letra esperta se encarregam do apelo pop. Já em “Triz”, Blubell se acompanha de Bruno Morais; em “1,2,3,5” divide os vocais com Baby do Brasil; e em “Good Hearted Woman” e “Pessoa Normal” partilha as atenções com Tulipa Ruiz.

“Estrangeira” – a melhor faixa do pacote, curiosamente não é de autoria da cantora, que travestida de intérprete dá vida e brilho à música escrita por Luiz Venâncio e Rui Barossi, este último baixista do quarteto À Deriva - conjunto responsável pela elegância dos arranjos e eficiência nos climas -, que dá o tom exato da sofisticação ausente na première renunciada.





quarta-feira, março 09, 2011

Light Metal (Black Sabbath for Women)

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"People think I'm insane...



... because I am frowning all the time."


Black Sabbath cover by:

Ilirjana Alushaj
Elizabeth Harper
Jane Herships
Busy Gangnes
Sophia Knapp
Caroline Polachek
Molly Shea
Erika Spring
Linnea Vedder

Filmed by Bek Andersen, sound & synch by Caroline Polachek




Vi no Trabalho Sujo.





Love, love me do

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"Nothing you can say...


... but you can learn how to play the game. It's easy."






sexta-feira, março 04, 2011

O vídeo novo do Strokes

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Com previsão de lançamento de Angles para o dia 22 próximo, o Strokes divulgou ontem o clipe de "Undercover of Darkness", primeiro single do disco novo.



Disponível desde fevereiro (junto com "You're So Right"), "Undercover of Darkness" - a música, reza a cartilha padrão do grupo, que, se ainda está longe de ser a salvação do rock, continua fazendo boas canções.












Life is Peachy (II)

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Não sei você...


... mas eu assino embaixo. De novo.






quinta-feira, março 03, 2011

A nova do Camelo

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Marcelo Camelo subiu para o Youtube, agora há pouco, o primeiro single de Toque Dela, seu segundo disco solo, sucessor de Sou, de 2008.

Marcelo Camelo - "Ô ô"


"Ô ô" não foge muito das melodias de tonalidade melancólica de Sou, ainda que o compositor tenha garantido, em comunicado oficial, que "É um álbum mais extrovertido, pulsante, com uma música que vai em direção ao próximo".






Goiânia Rock City - Origens

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Esbarrei ontem, no Facebook, com o melhor álbum de fotos dos últimos tempos, que emoldurou parte do passado sem glamour do rock goiano, e transformou as caixas de comentários dos retratos num verdadeiro chat da terceira idade do underground local.


Restos da Cultura Proibida


Quem reuniu as fotografias e compilou as pérolas numa só pasta foi o Cláudio Melo, diretor da Studio K – tradicional empresa de sonorização e iluminação de eventos de Goiânia, ele mesmo um dos atores deste pretérito imperfeito.

De lá, dos comentários, foi um clique para chegar ao endereço do e-book Das Cores ao Século XXI, um relato pessoal sobre o que seu autor – Jadson Júnior, chama de “Uma História do Movimento Pós Punk em Goiânia nos Anos 1980”.


Língua Solta no Jornal


Ainda não avancei muitas páginas adentro, mas apesar da carência de uma revisão cuidadosa, já deu pra pescar passagens divertidas, como a que conta que a chegada do guitarrista Eládio Garcia Telles, vindo de Santos –SP, causou burburinho na “cena” local em 1982, já que era a primeira vez que os roqueiros de 16 anos da cidade finalmente iriam conhecer um punk de carne e osso (pra situar as gerações mais novas, já nos anos 00 Eládio foi guitarrista da primeira formação da Cine Capri, banda que gozou de um meteórico hype local por volta de 2005, e que ainda hoje está na ativa).


Profissom
Sonorizou quase tudo nos anos 80 e 90



Eu, como era uma criança feliz nos anos 80 – consumidora de discos do Balão Mágico e Michael Jackson, comprados na Discatel da avenida Anhanguera, não tive participação no período registrado na maioria das fotos. A exceção se dá pelo retrato do Marcão Adrenalina que, se estivesse vivo, nunca se lembraria de mim, aquele garotinho de 13 anos que, no começo dos anos 90, perambulava bêbado na porta do Honky Tonky, sua casa noturna mais famosa em Goiânia.



Moka

Projeto 6 e 1/2

Markan Camaralina - o hippie rico

17º Sexo faltou

Quarto Mundo

1985

Paulera e Giovani (Thara e Mortuário)

Metallize
1ª loja underground de Goiânia

Marcão Adrenalina

Rock Tock Festival

Mandatory Suicide - 1989

17º Sexo

Overdose em Goiânia - 1987

Marca Registrada

Das Cores ao Século XXI

Os 5 Enigmas de Uma Mulher Chamada Carlão
(Eládio Garcia é o figura pendurado na grade)

Mortuário

Língua Solta (com Léo Jaime) - anos 70

Martim Cererê - 1989

Departamento de Testes

Mephisto - 1989

Asgard

1988

Língua Solta - anos 70


Ingresso de show