Mugo: A Gravação do Vídeo-Clipe

Uma espécie de meia-lua formada por amigos e fãs - a princípio um tanto tímidos com as câmeras apontadas em sua direção, envolvia a banda que já dava pistas de cansaço depois de um dia inteiro (e boa parte da noite) de gravação. A pequena multidão de figurantes, ainda disfarçando a timidez com os braços cruzados ou as mãos nos bolsos, ouvia atentamente as palavras do assistente de produção, que quase implorava por interação quando o som fosse libertado das caixas de som: “Gente, se ninguém pular não vai ficar bom. Por favor, vamos agitar essa pôrra!”

Foto: Alessandro Ferro

Confesso que quando vi aquelas dezenas de pessoas acabrunhadas ao redor do grupo, duvidei que a produção conseguisse arrancar delas a empolgação desejada para emprestar ao filminho o efeito de Mugo-crew, mas eu não poderia estar mais enganado. Depois do grito de “Câmera, som, ação!”, a timidez mão-no-bolso da maioria não resistiu ao primeiro riff dobrado, e quando o vocalista P.P., acompanhando o playblack, esgoelou o refrão pela primeira vez, a massa compacta se deixou levar alegremente pelos pulos didáticos e incentivadores que a equipe de produção, dissimulada entre a figuração, se incumbira de dar. Assim que acabou a música, banda e “público” já ostentavam a mesmíssima sintonia, e o mar de braços levantando punhos cerrados (ou os tradicionais chifrinhos – indicador e mindinho levantados), acompanhados por um urro coletivo de satisfação, dava provas de que a segunda tomada seria ainda melhor.

Foto: Alessandro Ferro

E a segunda tomada foi tão melhor que, além da pulsação frenética dos pulos coletivos, socos no ar e cabeleiras esvoaçantes, até uma sequência de saltos-mortais (de costas!) venceu o acanhamento inicial e ganhou lugar no roteiro “improvisado”.


O trabalho ainda seguiu noite e madrugada adentro, com mais uma ou duas tomadas nesse mesmo lugar – o espaçoso pátio do Centro Cultural Oscar Niemeyer, e depois se deslocou para outra locação no subsolo, onde a gravação seguiu até quase o raiar do dia, entre cactos, sofás e microfones dependurados no teto. O resultado final deve chegar à superfície em breve, e o mais provável é que, se você perder a festa do lançamento oficial do clipe, uma janelinha do Youtube vai te avisar.





Update urgente - O Violins voltou? O baixista do extinto (?) grupo, Thiago Ricco, soltou essa bomba no Twitter, e parece que a re-união foi arquitetada lá no C.C. Oscar Niemeyer, durante as gravações do clipe do Mugo.

Vou ali checar essa história e já volto.