Justin Vernon
Tudo bem, isso tudo escrito aqui na tela do blog não traduz (e nem poderia) o assombroso efeito dramático que essa série de eventos causou, à época, nos espectadores costumeiros da trama, mas quem sabe do que falo, sei que já conhece. House, me perdoem o lugar comum, é a melhor série em exibição do momento. E até sua mãe, a empregada da sua casa ou aquele cara de cabelo engraçado que subiu junto com você no elevador, sabe disso. É, virou carne-de-vaca, mas ao contrário de você, eu não me importo com o sucesso. Portanto “apesar” da super-popularidade, House não deixou de ser a melhor (e olha que eu acompanho bem uma meia-dúzia de outras séries)
Mas não comecei este texto para falar o óbvio. O que me pegou dessa vez foi a, sempre ótima, trilha sonora do seriado. Depois de confirmada a morte iminente de Amber, abalados pela notícia, seus ex-colegas de estetoscópio resolvem se despedir, e para jogar a dramaticidade da cena nas alturas, Katie Jacobs (diretora do episódio) não poderia ter escolhido música melhor.
Em 2006/2007 a vida de Justin Vernon não deve ter sido das mais divertidas. Despedido de sua banda e abandonado pela mulher, o músico se impôs um auto-exílio criativo e isolou-se em uma cabana de caça no interior do Wisconsin. Sozinho e cercado por toneladas de neve, Justin caçava sua própria comida enquanto assobiava canções tristes. Nesse cenário primitivo e inóspito, entre o corte da lenha e a nevasca do dia, Vernon assumiu o pseudônimo de Bon Iver (corruptela derivada do francês bon hiver. Em português claro, bom inverno) e compôs For Emma, Forever Ago.
Tudo bem, isso tudo escrito aqui na tela do blog não traduz (e nem poderia) o assombroso efeito dramático que essa série de eventos causou, à época, nos espectadores costumeiros da trama, mas quem sabe do que falo, sei que já conhece. House, me perdoem o lugar comum, é a melhor série em exibição do momento. E até sua mãe, a empregada da sua casa ou aquele cara de cabelo engraçado que subiu junto com você no elevador, sabe disso. É, virou carne-de-vaca, mas ao contrário de você, eu não me importo com o sucesso. Portanto “apesar” da super-popularidade, House não deixou de ser a melhor (e olha que eu acompanho bem uma meia-dúzia de outras séries)
Mas não comecei este texto para falar o óbvio. O que me pegou dessa vez foi a, sempre ótima, trilha sonora do seriado. Depois de confirmada a morte iminente de Amber, abalados pela notícia, seus ex-colegas de estetoscópio resolvem se despedir, e para jogar a dramaticidade da cena nas alturas, Katie Jacobs (diretora do episódio) não poderia ter escolhido música melhor.
Em 2006/2007 a vida de Justin Vernon não deve ter sido das mais divertidas. Despedido de sua banda e abandonado pela mulher, o músico se impôs um auto-exílio criativo e isolou-se em uma cabana de caça no interior do Wisconsin. Sozinho e cercado por toneladas de neve, Justin caçava sua própria comida enquanto assobiava canções tristes. Nesse cenário primitivo e inóspito, entre o corte da lenha e a nevasca do dia, Vernon assumiu o pseudônimo de Bon Iver (corruptela derivada do francês bon hiver. Em português claro, bom inverno) e compôs For Emma, Forever Ago.
Amber e Wilson
Como escrevi aqui nesta mesma tela em outubro do ano passado (quando descobri o disco), For Emma... é praticamente só violão e voz, e tem 9 canções tão simples quanto intensas. É caprichoso nos silêncios, gelado nos climas e poderosamente intimista nos modos.
As melodias, magoadas e esvoaçantes, ficam a cargo dos vocais (quase sempre dobrados), enquanto os violões repetem acordes singelos como num mantra sentimentalista. E se a delicadeza rústica de “Flume” te embargar a voz, não estranhe se tudo piorar no country-gospel, moroso e dolorido, “The Wolves (Act I and II)” , nem se uma desesperança opaca acenar por entre o dedilhado mortiço de “Skinny Love” ou “Re: Stacks”, emprestando alguma dignidade à idéia de suicídio.
Além de Bon Iver e fora o Massive Atack da música-tema, as cinco temporadas de House foram sempre cheias de pop de primeira. Já passaram por lá notáveis como David Bowie, Rolling Stones, The Who, Frank Sinatra, Dave Matthews, Ryan Adams, Al Green, Solomon Burke, Hot Hot Heat, Alanis Morissette, White Stripes, Roy Hargrove, The Verve, Gorillaz, Ella Fitzgerald, Louis Armstrong, Zero 7, Curtis Mayfield, Wolfmother, AC/DC, Marvin Gaye, Sly & the Family Stone, Diana Ross & the Supremes, Beta Band e Iron & Wine, entre tantos outros. Além, é claro, dos improvisos ao piano/violão/guitarra que Hugh Laurie (o próprio Dr. House) “inventa” vez ou outra – até uma parceria musical do ator com o Dave Matthews, no episódio 15 da terceira temporada, já serviu de pano de fundo para a história.
Ao colocar “Re: Stacks” (que também já apareceu em Grey’s Anatomy) como trilha sonora para a despedida de Amber da vida, Katie Jacobs não poderia ter sido mais feliz. A cadência dolente e desesperadamente sensível da canção emprestou ao drama o genuíno nó-na-garganta de que precisava para atingir um impacto cênico tão dilacerante. E se você ainda não chegou até aqui, sinto dizer, está mais de uma temporada atrasado. A sexta temporada de House MD, provavelmente, vai acenar de trás do vidro do aquário qualquer dia desses. Não sei você, mas eu estou ansioso.
Como escrevi aqui nesta mesma tela em outubro do ano passado (quando descobri o disco), For Emma... é praticamente só violão e voz, e tem 9 canções tão simples quanto intensas. É caprichoso nos silêncios, gelado nos climas e poderosamente intimista nos modos.
As melodias, magoadas e esvoaçantes, ficam a cargo dos vocais (quase sempre dobrados), enquanto os violões repetem acordes singelos como num mantra sentimentalista. E se a delicadeza rústica de “Flume” te embargar a voz, não estranhe se tudo piorar no country-gospel, moroso e dolorido, “The Wolves (Act I and II)” , nem se uma desesperança opaca acenar por entre o dedilhado mortiço de “Skinny Love” ou “Re: Stacks”, emprestando alguma dignidade à idéia de suicídio.
Além de Bon Iver e fora o Massive Atack da música-tema, as cinco temporadas de House foram sempre cheias de pop de primeira. Já passaram por lá notáveis como David Bowie, Rolling Stones, The Who, Frank Sinatra, Dave Matthews, Ryan Adams, Al Green, Solomon Burke, Hot Hot Heat, Alanis Morissette, White Stripes, Roy Hargrove, The Verve, Gorillaz, Ella Fitzgerald, Louis Armstrong, Zero 7, Curtis Mayfield, Wolfmother, AC/DC, Marvin Gaye, Sly & the Family Stone, Diana Ross & the Supremes, Beta Band e Iron & Wine, entre tantos outros. Além, é claro, dos improvisos ao piano/violão/guitarra que Hugh Laurie (o próprio Dr. House) “inventa” vez ou outra – até uma parceria musical do ator com o Dave Matthews, no episódio 15 da terceira temporada, já serviu de pano de fundo para a história.
Ao colocar “Re: Stacks” (que também já apareceu em Grey’s Anatomy) como trilha sonora para a despedida de Amber da vida, Katie Jacobs não poderia ter sido mais feliz. A cadência dolente e desesperadamente sensível da canção emprestou ao drama o genuíno nó-na-garganta de que precisava para atingir um impacto cênico tão dilacerante. E se você ainda não chegou até aqui, sinto dizer, está mais de uma temporada atrasado. A sexta temporada de House MD, provavelmente, vai acenar de trás do vidro do aquário qualquer dia desses. Não sei você, mas eu estou ansioso.
Um comentário:
eu também estou ansiosa para a sexta temporada!!!!
HOOOUUUUSE!!!
bjm!
da ju!
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