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quarta-feira, junho 10, 2009

On the Road!

Viajo amanhã. Vou até Palmas acompanhar a quinta edição do PMW Rock Festival (uma espécie de Goiânia Noise tocantinense), atendendo ao gentil convite que o Gustavo Andrade, um dos produtores da festa, novamente fez ao Goiânia Rock News. Ano passado estive lá e, como já disse setecentas vezes, não gostei de muita coisa do que ouvi. Se a escalação das bandas locais do festival representava o melhor do pop feito no Tocantins, então o estado ainda precisaria de muita paciência e milhares de horas de ensaio para revelar pelo menos um grupo decente. Os nomes locais do line up de 2008 não passavam de imitações baratas e desconexas e/ou eram bandas de fim de semana, mais interessadas em “barulho e diversão” do que em música. E olha que eu até sou bem chegado num barulho, mas gosto dele bem feito.





É claro que também teve coisas legais. Me reconciliei com os Móveis Coloniais de Acaju, que até então estavam encostados num canto escuro do meu interesse – culpa da pouca inspiração (deles e minha) dos seus, então, últimos shows ; soube reconhecer que a insuspeita popularidade do Cachorro Grande é produto do pé-no-freio na porra-louquice acelerada que fez a fama de seus shows do início de carreira e que, “incrivelmente”, isso fez bem à música deles; me diverti com o desbunde bêbado e psicodélico do Zefirina Bomba e presenciei, talvez, o primeiro mal-estar entre os integrantes da mais nova promessa do rock goiano: depois de um show decepcionante, tive que sair de fininho do camarim do Mugo, debaixo de um clima tão tenso quanto pode ter uma discussão, entre músicos, que envolve acusações de imperícia e descompromisso.


Esse ano vou lá ver duas das minhas bandas nacionais prediletas: Pato Fu e Ratos de Porão. É claro que também tem o Mundo Livre S/A – a minha formação favorita daquilo que ainda chamamos de Mangue Beat (gosto dos shows da Nação Zumbi, mas não tenho paciência para ouvir seus discos mais de uma vez) e o BNegão & Seletores de Frequência, já que, por um motivo ou outro, dispensei cada um dos duzentos shows que fizeram em Goiânia nos últimos meses. Além disso, tem também o Nevílton, trio paranaense dono de um show quase tão divertido quanto seu hit em potencial “A Máscara”, musiquinha esperta que é velha conhecida dos meus fones de ouvido. E de Goiânia vai o Mechanics, mais uma legenda do rock goiano que nunca teve lugar nas minhas preferências.


Gosto do PMW, ao contrário do que podem pensar alguns dos leitores disso aqui. Acho mesmo que é a grande vitrine da música independente de lá, e que assim que surgir um produto pop tocantinense à altura de dialogar de igual para igual com o super-nutrido indie nacional, o festival será apontado como um dos culpados. Quando voltar de lá te digo se foi dessa vez.





• Como deixo Goiânia amanhã, vou perder mais uma vez um dos shows que mais estou curioso pra ver. Desde que o Terra Celta fez sua primeira apresentação na cidade, que quase todo mundo que eu conheço (e que esteve presente num de seus shows, óbvio) tece comentários empolgados sobre a banda. Ouvindo no My Space a banda soa das mais simpáticas, mas acho que só quando assistir ao show do que muita gente chamou de Móveis–Coloniais–irlandês é que vou entender – ou não – tamanho entusiasmo. Um dia eu descubro.




Monuments And Melodies


# O Incubus, uma das melhores bandas do rock afastado do hype, lança disco novo, oficialmente, na semana que vem. Trata-se de Monuments And Melodies – o primeiro Greatest Hits do conjunto de Brandon Boyd. Obviamente o precioso conteúdo do disco-duplo já bóia fartamente pela web, e além dos hits dos seis álbuns de estúdio, o pacote também traz alguns b-sides, a regravação de “Let’s Go Crazy”, do Prince, e duas músicas inéditas – “Black Heart Inertia”, primeiro single do álbum, e “Midnight Swin”. A turnê do disco começa no dia 9 de julho em San Diego, mas ainda não há nenhum indício de que passará pelo Brasil.


“Black Heart Inertia”



Sempre gostei muito de Incubus. O ápice criativo da banda foi em A Crow Left Of The Murder, disco que entra fácil no futuro top 10 de melhores discos da década que termina ano que vem, mas acho que, em maior ou menos grau, gosto de quase tudo que o grupo lançou desde sua estréia em 1995, com Fungus Amungus. Mesmo que nesses primeiros anos o grupo ainda fizesse tanta questão de provar que era fã de Faith No More.





Na volta te digo como fui capaz de deixar passar, ano passado, o Distance and Comfort, discão solo do Ben Kenney – o baixista do Incubus, que agora ribomba sem parar nos fones do amigo aqui.


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2 comentários:

Bruna Cruz disse...

Menino, há um tempo não vejo sua acidez fluir tão vigorosamente! PMW que se segure, rs.
Pena mesmo é que tu não virás até aqui em RO pra tecer suas audazes opiniões.

enfim,

boa viajem

Giuliano Cabral disse...

E aí Meninigor, tá escrevendo pra caralho hein meu velho! Gostei da parte "tensa" do Mugo. Abração meu velho! Dr. Gori