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quarta-feira, março 13, 2013

Soem as trombetas, Paul McCartney em Goiânia



Ano passado fui pro Recife ver o Antibalas no Abril Pro Rock, mas no mesmo fim de semana do festival haveria 2 shows do Paul McCartney na cidade. Com 10 dias de antecedência comecei a tentar reservar hotel, mas não consegui nem em Recife, nem em Olinda. Acabamos, eu e minha mulher, hospedados na casa do chapa Alan Oliveira (diretor de Di Melo, O Imorrível – documentário sobre o cultuado soul singer pernambucano).




Não fui ver o Paul, fiquei com o Otto, mas naquele final de semana o ex-beatle transformou Recife no epicentro cultural de todo o nordeste e o êxodo de alagoanos, cearenses, paraibanos, piauienses, baianos, etc., encheu as ruas da cidade. Arranjar táxi ou mesa em restaurante era um exercício de paciência.

Com o anúncio da vinda de McCartney para Goiânia vislumbrei novamente a romaria pop que, dessa vez, vai acochar todos os estratos sociais do centro-oeste dentro do Serra Dourada numa noite ˜mágica˜. Do hippie encardido ao latifundiário, todos disputarão um lugar no show de Paul McCartney em Goiânia, porque, muito além da música, sua apresentação envolve uma mistura de status e bom-gostismo. E é claro que fazendeiro não disputa com rastafári, um cobiça o desfile de celebridades da área vip, enquanto outro se contenta em simplesmente estar lá. Porque, no fim das contas, não é isso que importa?

Não importa que o show seja um truque do governador para aumentar sua popularidade, jogada Cachoeira abaixo. Não importa que a maioria esmagadora da multidão que vai se espremer no Serra conheça, de raspão, somente o Paul de “Hey Jude”. E importa menos ainda se o preço dos ingressos for extorsivo. Nada disso importa, um ex-beatle vai pisar em solo goiano, soem as trombetas. 


2 comentários:

Anônimo disse...

não importa? sério mesmo?

Anônimo disse...

Importa sim, bagarái!
Na falta do pão, tome o maior circo possível.