Não fui ver o Paul, fiquei com o Otto, mas naquele final de
semana o ex-beatle transformou Recife no epicentro cultural de todo o nordeste e
o êxodo de alagoanos, cearenses, paraibanos, piauienses, baianos, etc., encheu
as ruas da cidade. Arranjar táxi ou mesa em restaurante era um exercício de
paciência.
Com o anúncio da vinda de McCartney para Goiânia vislumbrei
novamente a romaria pop que, dessa vez, vai acochar todos os estratos sociais
do centro-oeste dentro do Serra Dourada numa noite ˜mágica˜. Do hippie
encardido ao latifundiário, todos disputarão um lugar no show de Paul McCartney
em Goiânia, porque, muito além da música, sua apresentação envolve uma mistura
de status e bom-gostismo. E é claro que fazendeiro não disputa com rastafári, um cobiça o desfile de celebridades da área
vip, enquanto outro se contenta em simplesmente estar lá. Porque, no fim das
contas, não é isso que importa?
Não importa que o show seja um truque do governador para
aumentar sua popularidade, jogada Cachoeira abaixo. Não importa que a maioria
esmagadora da multidão que vai se espremer no Serra conheça, de raspão, somente
o Paul de “Hey Jude”. E importa menos ainda se o preço dos ingressos for
extorsivo. Nada disso importa, um ex-beatle vai pisar em solo goiano, soem as
trombetas.
2 comentários:
não importa? sério mesmo?
Importa sim, bagarái!
Na falta do pão, tome o maior circo possível.
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