# Como você deve ter percebido, o último
post, que quase dava um veredicto final sobre o último (e ótimo) disco do
TV On The Radio –
Dear Science, simplesmente sumiu, foi desavergonhadamente engolido por um buraco negro qualquer do Blogspot. Também fiquei surpreso, e ia postar novamente o texto, mas devo tê-lo apagado, sabe se lá por que, já que a pasta que lhe servia de casa no meu
agá-dê, estava inacreditavelmente vazia. Conspiração ultra-virtual contra o disco novo do TVotR? Depois tento fazer um resumo do que eu dizia lá, vamos ver se some de novo.
# Começou ontem mais uma
Trash – Mostra Goiana de Filmes Independentes, realizada pela Monstro Discos lá no Centro Cultural Goiânia Ouro. Nessa quarta edição, a prometida grande atração é o duelo de titãs do cinema trash, entre o famoso, e novamente aclamado,
Zé do Caixão e Ivan Cardoso, cineasta que iniciou sua
filmografia em 1970 com
Nosferatu in Brazil, e chegou ao novo milênio sem nunca parar de produzir. Seu último trabalho,
A Marca do Terrir, é uma colagem de imagens de 25 filmes rodados em
Super 8 no fim dos anos setenta, que resultam numa espécie de auto-cinebiografia. Já o comentadíssimo
A Encarnação do Demônio, último filme de Zé do Caixão (que encerra uma trilogia iniciada há décadas), tem rodado festivais de cinema mundo afora e inaugurou oficialmente a sala de exibições da Mostra, na noite de ontem.
O sábado da mostra começou cedo, e desde a manhã, em sessões quase ininterruptas, o projetor do Goiânia Ouro tem despejado toneladas de vídeo-cultura trash, telão abaixo.
O derramamento de sangue de groselha invade a tarde e se estica noite adentro. Aí embaixo você pode conferir a agenda noturna do festival, que começa com o prometido “duelo”, e segue em intermináveis horas de pânico em baixo orçamento. Confere aí:
19:00 - ENCONTRO DOS TITÃS DO TERROR NACIONAL:
DEBATE COM IVAN CARDOSO E JOSÉ MOJICA MARINS20:30 - SESSÃO IVAMPIRO: Uma mostra especial de Ivan Cardoso, o Mestre do Terrir*A hora do terrir - Eduardo Calvet, 2007, doc, 28 min - RJ
*Carícia fatal - Ivan Cardoso, 2007, fic, 8 min - RJ / Lisboa
*Sexo, drogas e rock'n'roll - Ivan Cardoso, 1999, doc, 8 min - RJ
*ABC do amor - Ivan Cardoso, 1993/2006, doc, 24 min - RJ
*HOT SHOTS de Ivan Cardoso:
Não abra o congelador,
Hot Shot e
O dossiê Chatô - Ivan Cardoso, 2006, fic, 9 min - RJ
*Uma estrela pra Ioiô - Bruno Safadi, 2004, fic, 15 min - RJ
*O lago maldito - Ivan Cardoso, 1977/79, fic, 60 min - RJ
*O fim da picada - Christian Saghaard, 2008, fic, 80 min - SP
00:30 - SESSÃO BARULHO: O futuro dos musicais cinematográficos
*Nas duas almas - Vebis Jr, 2008, fic, 20 min - SP
*Baixa freqüência - Diego Akel e Framcimone, 2007, ani, 2 min - CE
*Me boline - Gurcius Gewdner, 2008, videoclipe, 3 min - SC
*Monster bus, um heavy metal sobre o eixão - Waller Chaves e Ivanoel Mendes, 2008, videoclipe, 5 min - GO
*Grilowsky - um emorock pra voxê - Telephone Colorido, 2007, videoclipe, 3 min - PE
*Clip Pyter Radikal - Saba B. Calypspo, 2008, fic, 4 min - AM
*Helado de limón - Rodrigo Sarti Werthein, 2008, videocipe, 4 min – SP
01:20 - SESSÃO PROBIDÃO: Sexo e sangue absolutamente proibido para menores de 18 anos – Parte II*Filthy - Coletivo Queer Fiction, 2007, exp, 17min - RS
*Vadias do sexo sangrento - Petter Baiestorf, 2008, fic, 30 min - SC
*Mamilos em chamas - Gurcius Gewdner, 2008, ani, 55 min – SC
Show no Bolshoi Pub com a banda da Monstro Discos THE DEAD ROCKS
# Hoje de manhã a cidade (pelo menos no centro/setor sul) estava das mais animadinhas. Nas avenida Araguaia/Paranaíba a turma colorida e saltitante do movimento gay ocupava uma das pistas para protestar contra as Forças Armadas (aquela história dos militares que saíram do armário e se assumiram um casal, o que rendeu uma cana da braba para um deles), e convidar a “comunidade” para a Parada Gay de Goiânia, que acontece no domingo. Engraçado ver a cara dos motoristas tiozões, que não se conformavam em dividir espaço com as frangas (e “frangos”, é claro), e ainda esperar o cortejo homo-panfletário seguir seu curso pacificamente.
Minutos depois, saindo da praça Cívica e descendo a avenida Universitária, em frente à Catedral Metropolitana trombei outra turma fazendo barulho. Uns neo-hippies de ocasião batucando e chacoalhando um baticum qualquer, num tal bloco Boca do Lixo (pelo menos é o que dizia um estandarte que seguia à frente), além de malabaristas e um palhaço (é, daqueles assumidos, de maquiagem e tudo) de pernas-de-pau. Desconfio que seja uma espécie de divulgação “
roots” do tal II Encontro Goiano de Malabares e Circo, que acontece lá na praça Universitária, a partir de hoje. Mas só desconfio.
# O
Macaco Bong, que você provavelmente já conhece bem – ou pelo menos deveria, depois de rodar (em sentido horário e anti-horário) o circuito brasileiro de festivais independentes, de dobrar, no braço, a parcela mais ranzinza e desinformada da crítica musical paulistana, de impressionar multidões, e de ser convidada para o festival canadense Pop Montreal, foi descoberta também pelos editores de imagem da rede Globo (assim como já aconteceu com a Pata de Elefante). Ontem esbarrei, na Globo News, com a nova propaganda da Liga Mundial de Futsal (cujos jogos serão transmitidos pelo Sportv), e a trilha sonora para os dribles
ishhpertos da seleção canarinho na quadra, vinha do primeiro disco do trio cuiabano,
Artista Igual Pedreiro, gravado aqui em Goiânia e lançado no começo do ano. Esses três moleques (todos os três tem pouco mais de vinte anos de idade) ainda vão dominar o mundo.
# O Goiânia Noise, o festival mais charmoso do circuito brasileiro, exportou sua marca para Florianópolis, e agora no final de setembro acontece na ilha a primeira edição do Floripa Noise, pelas mãos do Ameixa e do Zimmer, ambos d’
Os Ambervisions (e ambos ótimos comediantes de botequim, apesar do Zimmer não beber nada alcoólico e do Ameixa não comer carne). O festival está marcado para os dias 26 e 27 de setembro, e o
line up é composto pelas paranaenses
Sick Sick Sinners,
O Lendário Chucrobillyman e Cassim & Bárbara, e pelos locais
Kratera,
Cochabambas e Gizmo (dia 26), além de
Daniel Belleza e Os Corações em Fúria (SP),
Dimitri Pellz (MS), Os Ambervivions (PQP), e Euthanasia, Stuart e
Parachamas – os três de SC (dia 27). Se você quer muito antecipar o Noise na sua agenda pessoal, pode arranjar mais informações lá no site da
Insecta, a produtora dos barrigas-verde.
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Já volto aqui, e tento reescrever o post abduzido. Enquanto isso vai escutando o Dear Science você também, depois me conta.
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A última, só a última - Na verdade são duas.
Death Magnetic, o novo do Metallica, só por agora foi resgatado de um fundo escuro do meu agá-dê, e essas primeiras ouvidas não me animaram muito não. Tudo bem que foram audições desatenciosas, em frente ao PC e tal, mas mesmo assim... E olha que eu sou um dos poucos humanos que acha
St Anger, o derradeiro disco de estúdio dos "rapazes", um discaço como há muito tempo a banda não conseguia lançar. Mas não dá pra opinar a sério ainda, vou tirar um tempo pra atravessar o
track list do álbum, e depois te digo.
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Minutos antes de fechar esse post, o Xidan (guitarrista do Goldfish Memories) me alertou, numa janela do msn, sobre uma música nova do grupo mais Queens of Stone Age do Brasil (e isso é um elogio).
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White Lady On Blood, assim como a também recente e ótima
Think A Little, foi gravada no
RockLab Studio, sob tutela técnica do mestre Gustavo Vasques (baixista do MqN), disponibilizada na página do
grupo no Myspace, e é cheia de guitarras cortantes, vocais melodicamente precisos e andamento nervoso. Mais uma música que deve entrar na estréia em disco-cheio do Goldfish Memories, que até hoje só entregou ao mercado um EP com quatro músicas (que também pode ceder algumas faixas para a
premiére)
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Agora é sério, tchau!