Analytics:

terça-feira, novembro 27, 2007

Fúria Pop


Oi.

# Acabou-se o Goiânia Noise. Ontem, segunda-feira, dormi o dia inteiro pra recuperar as forças perdidas na maratona de três dias de shows, entrevistas e intermináveis subidas e descidas naquela rampa imensa que separava o palco um do dois.


Já no primeiro show, do Mugo, o festival começou bonito, com a banda nova do ex-Violins, Léo Alcanfor. Fúria pop de alta qualidade. Teve também o Dave Crider, líder dos DT’s, tirando sarro com a repórter da tevê Anhangüera durante uma entrevista, chuva torrencial relâmpago durante o show do Motosierra, comoção coletiva no do Móveis Coloniais de Acaju e muita surpresa pra quem viu Macaco Bong e Pata de Elefante pela primeira vez.


# # O Miranda (é, esse mesmo, o jurado menos polido do Ídolos), que já “descobriu” e produziu, entre tantos outros, Mundo Livre S/A e Raimundos – lá em meados dos anos noventa –, me disse que chegou mais cedo na sexta feira só pra conferir a apresentação do Diego de Moraes, e que gostou muito do que viu. Já a Fernanda Takai, em simpática entrevista a este blogueiro, garantiu que tocar no Goiânia Noise era uma vontade antiga do Pato Fu, e que estavam muito felizes por fechar a primeira noite.


# # # O Seven fez um dos grandes shows da sexta-feira, num momento que confundiu as referências da platéia, fazendo voltas na cronologia do psicodelismo. Já o Superguidis fez um show que deixou Fernando Rosa - o Senhor F, irado com o som do palco um, que, a exemplo do ano passado, deu problema durante o festival inteiro. Pelo “jeito”, a acústica do Palácio da Música não é lá muito fidalga, como sugere sua aparente opulência.


# # # # No mais, todos eram elogios rasgados ao Goiânia Noise. O Leandro Carbonato, da Trama Virtual e que nunca tinha vindo ao Noise, dava beijos estalados na testa do Fabrício Nobre depois que o festival acabou, num sincero, deslumbrado e embriagado agradecimento pela festa, e até o Jan Keymis, do Pukkelpop festival – Bélgica, se confessou impressionado. Aliás, depois do show do MqN, a equipe da Trama – que veio em peso, com dez pessoas –, fez a entrevista mais alcoólica do festival com o grupo, que derramava cerveja e uísque na cabeça uns dos outros.

Além disso, o Cordel do Fogo Encantado fez um senhor espetáculo, o Pato Fu me comoveu com a meiguice do show novo, e o Sepultura me fez perder mais da metade do show do Battles, por causa da hora que escolheu para dar entrevista. Já a entrevista com o Battles me fez perder o show do Mundo Livre S/A. Naõ se pode ganhar todas.


# # # # # Mas os DT’s fizeram história, a Pelvs fez um show morno, porém bonito, os Mechanics emprestaram o choque estético do Grupo Empreza, e o Korzus fechou seu set com Reign in Blood, do Slayer, para delírio da horda de camisetas pretas.


Daqui a pouco eu conto a história toda, na matéria larga e detalhada sobre os três dias de festival. Passei agora só pra dar um oi mesmo.


* ** *


# O Macaco Bong, banda que impressionou dez entre dez humanos no Goiânia Noise, vai esticar sua estada da cidade por uns bons dez dias. É que o trio grava aqui seu primeiro disco cheio, lá no Rock Lab Studio, laboratório sonoro do Gustavo Vasquez, coffee master e baixista do MqN. É claro que Goiânia Rock News não poderia ficar de fora dessa e vai cobrir in loco os bastidores da gravação do que, já dá pra antecipar, será um dos melhores discos de rock de dois mil e oito. Duvida?


# # É só acompanhar as novas do trio instrumental mais cool do meio-oeste aqui na tela deste blog que você ora lê. Daqui a pouco o blogueiro já vai descer para o estúdio, e junto com o colega cuiabano Ahmad, do Espaço Cubo, começa a espiar, filmar e piratear (hehehe) as gravações da estréia do grupo em disco cheio. Logo, logo aparecem aqui umas notícias e uns filminhos das sessions que rolarem por lá, eu prometo.


* ** *


# Lá no Noise minha mochila se enchia todos os dias, com o tanto de lançamentos legais que circulavam nas mãos das bandas, produtores e jornalistas. Já comecei a escutar a pilha de cedês recém chegados, e o SoFun Hits, disquinho do coletivo de design e rock n’ roll que compila uma porção de coisas legais e outras nem tanto, abriu a fila.


# # Tem também o novo do Madame Saatan – lançado pelo Espaço Cubo em parceria com a Fósforo Records, o novo do Revoltz, os disquinhos do Pop Montreal – que é tipo o Goiânia Noise dos canadenses, e o do Abril pro Rock 2007; a estréia do Balck Drawing Chalks, o do The Name, e uma porção de outros. Conforme forem girando na vitrola do blog, te falo como está essa última leva do independente nacional (e internacional).





Vou lá bisbilhotar a gravação do Macaco Bong. Tchau procê.






Ah, os ganhadores do promoção do Vanguart, Super Hi-Fi e revista Outracoisa são:


· Cindy Bell – revista Outracoisa

· Juliana Jordão – cedê Vanguart

· Carlos Diogo – cedê Super Hi-Fi


Os ganhadores já receberam um e-mail indicando como resgatar seus respectivos prêmios. Depois tem mais.

sexta-feira, novembro 23, 2007

A música além do jabá!



Na última terça-feira o décimo terceiro Goiânia Noise nasceu. Foi lá no piano bar do Centro Cultural Goiânia Ouro, onde, durante três dias, jornalistas, radialistas, advogados, artistas, produtores e ativistas culturais em geral, debateram temas relacionados ao universo musical e independente, brasileiro e estrangeiro.


Ana Maria Bahiana, um dos maiores nomes da nossa crítica musical, que dirigiu recentemente a comédia romântica pop 1972, liderou a mesa Origem, história e desenvolvimento da imprensa musical nacional, num bate-papo descontraído e informal que percorreu quase duas horas da programação já atrasada.

Depois, na discussão Os veículos públicos e a música além do jabá”, Kiko Ferreira - da Assossiação de Rádios Públicas do Brasil, Marcos Pinheiro - da Rádio Cultura do Dê-Efe, Israel do Vale - da Rede Minas, e o Márcio Júnior - da Monstro Discos, ocuparam se da hora e meia seguinte, numa reflexão sobre alternativas viáveis para a nova música brasileira, dentro da rádio pública.

Antes, no começo da tarde, o Terence Machado - do programa Alto Falante/Rede Minas, o Marcos Bragatto - editor da revista Outracoisa, e a Sonoe Ono Fonseca - do Itaú Cultural, não sentiram muita falta do Lúcio Ribeiro, editor do blog Popload e que não apareceu no debate “A cena independente e as novas alternativas de divulgação”.

A quarta e a quinta também foram recheadas de conferências, com presença de personalidades gringas do circuitos de festivais; Jan Keymis (Pukkelpop - Belgica), Brent Grulke (South By Southwest – USA), Nicolás Wainszelbaum (BAFIM – Argentina), e Daniel Seligman (Pop Montreal – Canadá), e também representantes de selos clássicos, como o Dave Crider, da estadunidense Estrus Records, David McLoughlim da BM&A / The Orchard, o Eduardo Ramos, da “nossa ” Slag Records, Sylvie Piccolotto do argentino Scatter Records, e Edgar Raposo da Groovie Records, de Portugal.


Hoje, daqui a pouco (escrevo às 10:47 da manhã), começam as coletivas de imprensa, já nas dependências superlativas do Centro Cultural Oscar Niemeyer, pouco antes de o Mugo plugar e rugir suas guitarras, dando início de fato ao décimo terceiro Goiânia Noise. Te vejo lá?

* ** *


Lá no Goiânia Ouro, na quarta feira, esbarrei com o Babidu e o Keith Richards (esse, não aquele), que integram o Grupo Empreza (coletivo moderninho formado lá na faculdade de artes visuais da UFG), que se dedica à performances bizarras, chocantes e, por vezes, nauseabundas.


Me lembro de um certo congresso da SBPC, realizado lá no campus 2 da UFG, e que ganhou a concorrência do Cabaret Voltaire, um espaço cultural muito sui generis organizado por universitários loucos de ácido, e que abrigou festas muito estranhas, com gente mais do que esquisita.

Numa dessas noites, o Babidu resolveu se “apresentar”. Tirou a roupa, arranjou um cinto e colou uma plaquinha na parede, onde se podia ler algo como “chibatada: R$ 1,99”. Pouco depois apareceu o primeiro cliente, que sacou dez reais e adquiriu o direito de malhar o lombo do “artista” cinco vezes (sem direito aos cinco centavos de troco).


Já vi uns vídeos onde ele engole uns vinte centímetros do cabelo de um colega, e um outro onde ele e um "interlocutor" trocam tapas na cara, sentados um em frente ao outro, separados apenas por um timer de xadrez.

Bem, lembrei disso tudo por que, agora de manhã, sentei para escrever esse post e, como de costume, liguei o msn, e percebi que o Márcio Jr., vocalista dos Mechanics, ostentava um nick que entregou tudo. Amanhã, sábado, o freak-show dos Mechanics vai dialogar com uma das performances polêmicas e “contemporâneas” da dupla do Grupo Empreza.


Bem que tinha achado estranho o Babidu numa conferência sobre rock independente. Apesar da cabeleira, acho que ele parou, mais ou menos, nos Beatles.


* ** *

E segue a promoção.

Quer ganhar um cedê do Vanguart, ou um do Super Hi-Fi? Ou acha melhor levar pra casa a nova edição da revista Outracoisa, com o disco oficial do Goiânia Noise encartado?

Conta pra mim o que prefere lá nos comentários, bota seu nome, um e-mail e me diz quais os melhores discos de dois mil e sete, na sua opinião.



Os resultados saem depois que o Noise se calar.



Boa sorte procê.



P.S.: Parece que o Valentina acabou né? Pois é...

terça-feira, novembro 20, 2007

Melhores discos do ano?

Mais uma da série Filipetas clássicas do rock goiano



# Si No, o novo do Café Tacvba (lembra deles?) está se experimentando na vitrola aqui do pecê, e até agora, nas primeiras orelhadas, tem se saído bem. Tem até algumas, El Outsider, Volver a Comenzar , De Acuerdo, e Vamonos (dona de tchuru-rus e tudo mais) que já grudaram e vez ou outra me pego cantarolando despreocupado, por aí.


# # O Café Tacvba, grupo que nasceu no México, ficou relativamente conhecido no Brasil em meados dos anos noventa, quando foi abraçado pela Mtv daqui e ensaiou um intercâmbio com grupos brasileiros, que não deu lá grandes frutos. Muito eclético ou regionalista demais para uns, o Café Tacvba é uma parabólica de sons, que mixa de tudo em sua receita caleidoscópica, sempre cantando em castelhano e atribuindo às suas raízes a mesma importância de tantas outras quaisquer. Si No flerta com a disco-music, se utiliza do vigor testosterônico do rock de guitarras, brinca de ser indie, e numa alquimia pop de fino trato, transmuta tudo em idioma musical agradavelmente assobiável e dançante.



# A Black Drawing Chalks disponibilizou duas novas canções para o download dos internautas interessados em rock grave, rápido e esgoelado. Trata-se de Leaving Home e Magic Travel, que você leitor amigo, pode adquirir com dois ou três cliques. Já vi alguns shows bem divertidos do BDC, mas também já presenciei uns bem chatos (me lembro em especial de um na extinta Ziggy Box club, em que esperava pela apresentação dos argentinos do Vudú, e amaldiçoei o show horrivelmente azucrinante que o quarteto conduzia de cima do palco). O negócio é que a moçada tava precisando aprender a respirar, o frenetismo insistente e ininterrupto não funciona o tempo inteiro.


# # Mas o road-rock estradeiro Leavig Home revela uma atenção ao fato, já que a cadência sensual das guitarras até faz curvas rápidas, mas não perde aquele pulso voluptuoso do hard rock, enquanto a celeridade dominada de Magic Travel não se desespera em meio à tanta velocidade. A músicas foram registradas lá no Rock Lab, estúdio de propriedade do Gustavo Vasquez, baixista do MqN e produtor musical. Ouça você aí também, depois em diga o que achou.




* ** *** ** *



Em dois mil e um, a sétima edição do Goiânia Noise - realizada pela primeira vez lá no Martim Cererê -, trouxe, também pela primeira vez, uma atração estrangeira ao festival. O nome gringo era o do Nebula, que também se esmerava em emprestar gravidade e peso metaleiro ao rock. Mas dessa edição, minhas melhores memórias vem mesmo da apresentação exagerada de um João Gordo no auge de sua imensidão obesa e doente, mas não menos colérico e poderoso no comando da massa devota, à frente do Ratos de Porão. Foi um dos shows mais incríveis da história do festival (que depois voltaria a ser visitado pelos ratos), numa combinação histórica de vontade e empolgação, num espaço quente como o inferno, mas que acolheu perfeitamente aquele momento de explosão hardcore.


Foi lá também que, pela primeira vez, chapei minhas quatro rodas com o show fustigante e provocador do Hurtmold, que se diferenciava da maioria dos colegas de line up pela pouca ortodoxia musical e ânsia experimental aguçada. Espiei sem muito interesse os rodopios acelerados dos paulistas da Prole, e também não me deixei levar pelos beats cheios de sotaque carregado dos Sonic Júnior. Lembro que uma multidão de gorilas mal-encarados se deixou seduzir pelas provocações de Bianca Jhordão, “vocalista-gatinha” do Leela, que garantia querer ser o prato principal da moçada que babava litros na sua frente.


Os baianos do Dead Billies, grupo que dominou a pauta dos comentários pós festival, ganharam um séqüito de admiradores em Goiânia, com decibéis de surf rock inquieto e festivo, ainda que os trejeitos argentinos da paulista Detetives também tenham arregimentado seguidores para seu rock básico, instintivo e espontâneo.


Foi nessa edição que o pessoal da então recentemente extinta Loki, reconfigurado e fundido sob a nova alcunha de Crackdown, ressurgia com uma cara mais moderninha, admitindo influências da música brasileira e com cover do Balão Mágico no repertório. A gritaria desesperada, misturada aos momentos de breve melancolia, garantiu shows divertidos e bem freqüentados ainda por uns dois anos, antes do conjunto se dissolver.


Lembro pouco dos shows derretidos e morgantes do Momento 68 e dos Dharma Lovers (sempre achei DL meio chatola), e na apresentação do Devotos de Nª Sra Aparecida, do Thunderbird, me dignei a espiar de fora, por que nem tudo é perfeito.




E daqui a dez anos, quais serão as lembranças desse festival de agora?



Atenção, a temporada Goiânia Rock News de papai-noel está só começando. Agora o blog mais rock do meio oeste nacional vai presentear seus leitores com uma edição da revista Outracoisa (com os goianos na capa, encartada com o álbum que celebra e compila o décimo terceiro Goiânia Noise). e mais dois discos de estréia, da cuiabana Vanguart, e do carioca Super Hi-Fi.


Para correr o risco de ganhar, é só fazer como combinado. Vai ali na caixa de comentários e deixa anotado o seu nome, um e-mail válido, qual dos presentes prefere ganhar, e me diga também quais são os melhores discos de dois mil e sete, na sua opinião (o seu top five). Vai lá, diz pra mim o que agradou seus ouvidos nesse ano que termina, e de quebra leve pra casa um dos mimos.


Vou lá no Goiânia Ouro, dar uma olhada nas Music Conferences do Goiânia Noise.

domingo, novembro 18, 2007

Noise é noise!




Passei aqui com o pé no acelerador, só pra dizer quem foram os felizes ganhadores da promoção Goiânia Rock News/Goiânia Noise Festival. Vocês, Leonardo, Anayara, Luiza (garota persistente) e Túlio Moreira, estão de parabéns.

A lista dos premiados é essa aí embaixo, cada um deles recebeu um e-mail de confirmação do sorteio e poderá resgatar seus respectivos presentes na sede da Monstro Discos, ali no shopping 1000 (Av. Circular, 1192, setor Pedro Ludovico), nesta segunda feira em horário comercial.


Ingresso pra Sexta-Feira – Leonardo Curcino (leonardocurcino@gmail.com)

Ingresso para Sábado – Anayara Fraga (anayarafmp@hotmail.com )

Ingresso para Domingo – Luiza Borges (luborges19@hotmail.com)

Compilação Goiânia Rock City - Túlio Moreira (tulio_moreira@yahoo.com.br )

Seu nome não está na lista aí em cima? Não fique triste, os prêmios ainda não acabaram. Goiânia Rock News, no próximo post, vai levar a sorteio dois recentes lançamentos do independente nacional. A coisa vai funcionar da mesma maneira, e o resultado sai depois que o Goiânia Noise se calar. Passa aqui amanhã ou depois e dá uma conferida no que te espera.



Vou ali ver o jogo.

terça-feira, novembro 13, 2007

"E vou com ou sem você..."

Da série: filipetas clássicas do rock goiano


Mil novecentos e noventa e oito foi o ano da quarta edição do Goiânia Noise Festival, que ficou celebrizada pelo inusitado de ter sido realizada nas instalações do tradicional cine Santa Maria, ali na rua vinte e quatro, quase em frente ao também tradicional Old Studio, no centrão da cidade.

A sala de cinema era/é um clássico templo do sexo explícito, tanto ao vivo quanto em tela grande, mas por três dias (vinte, vinte e um, e vinte e dois de novembro) abrigou a fauna underground daquela Goiânia do fim dos anos noventa. Foi lá que, como já disse antes em algum lugar, vi o MagüeRbes pela primeira vez em cima de um palco, inspirando tanta violência e energia concentradas, que roubou a cena de bandas mais, hãn, famosas, como a Jason, do então vj da Mtv, Rafael Ramos – hoje no comando da “poderosa” e “independente” Deckdisk.


Depois do show do Jason, várias das ninfetas coloridas que desfilavam pelo cinema pornô, se aglomeraram eriçadas em volta do então baterista-celebridade, que pôde escolher qual das lolitas conheceria seu quarto de hotel.

Os retardados do Zumbi do Mato fizeram a trilha sonora para um malho adolescente que eu aplicava em uma amiguinha ruiva e de aparelho nos dentes ( que retalhou meus lábios), nas sombras da platéia superior. Mas, depois, a apresentação de seus quase charás do Zumbis do Espaço não me convenceu a voltar lá pra dentro, ocupado que estava em assistir à confusão que se instalara na porta do cine, com ameaças de revólver em punho.


A extinta e saudosa Loki, banda que ensaiava o namoro do metal malvado do início da década com a modernidade-sobe-desce das afinações baixas do fim dela, fez um show que envergonhou seus integrantes, e no fim da noite expurgaram suas frustrações artísticas lá na praça do Sol, devorando furiosamente um xis-tudo, num raro momento de auto-crítica metaleira.


Não me lembro bem do show da Punch, que, antes de emigrar para os Estados Unidos, impressionava a cidade com apresentaçõess quase que semanais sempre com uma boa audiência.


O hoje internacional Wry, nessa época se apresentava com o figurino do Smashing Pumpkins, e não despertou meu interesse. Embora hoje eu seja fã de Flames in the Head, discaço do grupo que atualmente percorre o sub-solo da noite londrina, dividindo palcos – como garante sua comunidade no Orkut - com nomes grandes do indie britânico, como Bloc Party, Rakes e e Subways. Lançaram recentemente Whales and Sharks, primeira gravação oficial desde F.i.t.H. (mais sobre isso lá embaixo).




E o gran finale dessa edição da mais charmosa festa do rock independente brasileiro, foi a histórica apresentação do MqN, fechando a noite de domingo, e tocando pra (quase) ninguém, pouco tempo antes de o Fabrício Nobre fechar as portas da Me and My Monkey Records e se associar à Monstro Discos. Fora eu, somente o pessoal do Relespública e umas amigas da banda, num total de seis ou sete humanos exaustos, prestigiávamos os primeiros insultos do Fabrício e cia num Goiânia Noise festival.

Pra você ver como são as coisas...


*


# Como vinha dizendo lá em cima, Whales and Sharks é o mais novo disco do Wry, um epê com quatro canções bem menos festivas e chapadas que as do anterior Flames in the Head. Ao contrário, Whales and Sharks revela um Wry modificado, mergulhado em ambiências, mais contemplativo e profundo, aparentemente aderindo e se misturando ao que costumamos apelidar de post rock. Takk, do Sigur Rós, consta há algum tempo no top five do vocalista Mário Bross (mais uma vez segundo a comunidade), e isso pode explicar, pelo menos em parte, o recurvo introspectivo dos sorocabanos. Eu acho que gostei, não sei ainda...

*

# A Olhodepeixe gravou, dia desses, a trilha-sonora de Neville e o Lobisomem de Goiânia, filme com roteiro de José fernandes da Cunha e direção de Marcio Venício. A música foi registrada e produzida lá no Rock Lab, estúdio do Gustavo Vasquez, baixista do MqN e produtor musical.


Mundão é pesada, elétrica e sobrecarregada de guitarras e climas tensos. Assim que chegar a versão pronta e acabada da canção na caixa de e-mails do Goiânia Rock News, o blogueiro aqui arranja um link para você ouvir também.

*

# Daniel Peixoto, a metade afeminada do Montage, foi barrado em Londres, onde tentava entrar para uma série de shows pela Europa. É o que noticia o Ilustrada no Pop, em texto publicado no blog editado pelo Tiago Ney e Marco Aurélio Canônico na Folhaonline:

Ao chegar na imigração inglesa, Daniel teria sido abordado por uma agente, que teria perguntado se Daniel iria "encontrar o namorado", se ele era "casado" com Leco Jucá. O vocalista teve sua bagagem revistada e foi levado a uma sala do aeroporto, em que estavam outras cerca de 20 pessoas de países como Iraque e Irã, que também não conseguiram entrar no país.

Segundo Lisbôa, Daniel e Leco estavam com visto de turista (e não de trabalho), mas Leco não teve problema nenhum para passar pela imigração. "E eles não precisavam de visto de trabalho, pois iriam tocar de graça, sem receber cachê", diz o empresário. Entre os shows do Montage em Londres, estava um em uma festa da revista "Jungle Drums", dedicada a brasileiros que vivem na Inglaterra.

Na segunda e nesta terça, promotores dos shows londrinos entraram em contato com a imigração, mostraram documentos referentes aos shows, mas Daniel não foi autorizado a entrar no país. Ele embarcará daqui a pouco de Londres e chega em Cumbica nesta quarta.

*

# E as novas? Estou aqui me deixando impressionar com o Echoes, Silence, Patience and Grace, novo do Foo Fighters, e não gostando muito do Our Earthly Pleasures, último do Maximo Park, apesar dele me lembrar alguma coisa que eu devo gostar, mas que não consegui identificar até agora.

Echoes... é poderoso, exato e incisivo, sem demitir a sensibilidade. É capaz de misturar bem, explosões de guitarra-baixo-bateria (The Pretender) com dedilhados delicados, numa surpreendente e involuntária aproximação com a viola caipira (The Ballad of Beaconsfield)


Bem, o “involuntária” aí em cima é por minha conta, vai que Dave Ghrol andou mesmo interessado na música tradicional do interior do Brasil. Popstar não adora um exotismo?


# # Mais ou menos novo e bem divertido (pelo menos pra quem não espera nada demais) é o 9 Beats, um dos discos de dois mil e seis do Ratatat (o outro é o Classics), e que traz uma fila de electros calminhos e melodiosos, daqueles ótimos para festinhas morgadas e macias, na casa daquele seu casal de amigos eletrônicos e naturebas, sabe como é?

# # # Já das coisas mais velhas, o Primal Scream tem girado frenético e assiduamente nas caixas de som do lar do blog. O pulso cardíaco alucinado de XTRMNTR (das coringas-de-pista Kill All Hippies e Exterminator), é o símbolo chave da eletrônica com conceito rock (ou do rock com conceito eletrônico, escolha). Batidas primitivas sintetizadas num diálogo direto com o corpo, sem intermediários intelectuais e com um cinismo afiado. O Bob Gillespie de Swastika Eyes e Blood Money é um artista muito maior, mais ousado e perigoso do que aquele baterista nerd da época de Darklands, do Jesus & Mary Chain.


# # # # Não dá pra discordar, dá?





"É bonita, é bonita e é bonita..."


# Cat Power, a semi-deusa indie que tanto encantou o ocidente com o cândido e afetuoso The Greatest, de dois mil e seis, ensaia outro álbum de homenagens, nos moldes de The Covers Record, do ano dois mil. Jukebox tem James Brown, Billie Holiday, Hank Williams e até Frank Sinatra, mas a cantora também afina sua voz íntima e angélica para quase sussurrar Song To Bobby, canção autoral, dolorosamente linda e dedicada à Bob Dylan. Song To Bobby já se encontra boiando, perdida e achada, pelo mar infinito da web. Escuta aí e depois me diz o que você achou.

# # Eu achei bonita demais!


# # # Segue o provável track list do disco:

Theme from New York, New York - versão Frank Sinatra
Metal Heart - Cat Power
Ramblin' (Wo)man - Hank Williams
Song To Bobby - Cat Power
Aretha, Sing One for Me - versão George Jackson
Lost Someone - James Brown
I Believe in You - Bob Dylan
Fortunate Son - Creedence Clearwater Revival
Silver Stallion - Lee Clayton
Dark End Of The Street - versão James Carr
Don't Explain - Billie Holiday
Woman Left Lonely - versão Janis Joplin

*

# A Trama Virtual divulgou o resultado das seletivas do Goiânia Noise, que completa o line up do festival indicando como vencedoras da votação do público, o Diego de Moraes, a Stuart – de Blumenau/SC, e The Name – de Sorocaba/SP.


# # # Fiquei surpreso. Queria ver o show do Mopho mais uma vez, mas já tinham assoprado no meu ouvido que os alagoanos haviam desistido da disputa antes mesmo do resultado (por isso não fizeram campanha), e nem se ganhassem uma da vagas, viriam. Também torci pro Tolerância Zero, numa tentativa de oferecer uma segunda chance aos paulistas, já que mesmo com um disco bom (Ninguém Presta, de 2004), fizeram um show bem mais ou menos da primeira vez que estiveram em Goiânia.

*

E a Promoção do Goiânia Noise ainda está de pé. São três ingressos para o festival, mais uma compilação oficial Goiânia Rock City, oferecimento da Monstro Discos. Para concorrer, deixe anotado aí na caixa de comentários, qual o dia do ingresso pretendido e me diga, na sua opinião, qual é a melhor atração da programação do GNF dois mil e sete. O resultado do sorteio sai nesse fim-de-semana. Aumente suas chances, peça quantas vezes quiser!

*


Vou ali apertar uns botões de controle remoto até cair no sono. Boa noite procê

quinta-feira, novembro 08, 2007

Fuck Up Beats

Os Goianos Bem-na-Foto



# O Terminal Guadalupe, grupo liderado pelo simpático Dary Jr., lançou meses atrás A Marcha dos Invisíveis, que mergulhou o conjunto em distorção e lirismo contemporâneos, ao mesmo tempo em que os afastou dos clichês anos oitenta, flertou com cordas acústicas e estabeleceu um diálogo anacrônico com as guitarras do power-pop dos noventa.


# # Pois bem, na esteira da divulgação desse terceiro álbum, os paranaenses inauguram o projeto TG Apresenta, que promete levar à Curitiba, uma vez por mês, nomes de expressão do novo rock brasileiro. Para a noite de inauguração da festa mensal, que acontece amanhã – dia nove de novembro, Dary Jr. chamou uma das mais substanciosas bandas do rock goiano, que também divulga seu terceiro álbum, intitulado Tribunal Surdo, e promete um outro – A Redenção dos Porcos para breve.


# # # Trata-se, como você já deve ter adivinhado, do nosso patrício Violins, que freqüenta involuntariamente, já há algum tempo, o repertório dos shows da Terminal Guadalupe, numa versão dos sulistas para Grupo de Extermínio de Aberrações, canção constante nesse último álbum do grupo goianiense, e que já ganhou até uma burlesca denúncia no Ministério Público, motivada por uma suposta apologia ao preconceito.


# # # # Além do esperado duelo de palco entre as duas bandas, a Narciso Nada foi convocada para os trabalhos de abertura do festim, e para comandar a pista de dança, o titular do Calmantes com Champagne e editor do Scream & Yell, Marcelo Costa, assume o papel de dj convidado.



# Cumprindo uma pauta para a revista Decibélica fui, dia desses, entrevistar o TNY, grupo outrora conhecido como The Not Yet Famous Blues Band, e que muito surpreendeu seus fãs mais ortodoxos com Sete, sétimo disco da carreira e que marca uma mudança estética, se não radical, no mínimo brusca.


# # Afamado Brasil afora pelo blues lamuriante e virtuoso que garantiu ao grupo até um convite para se apresentar numa das festas do Grammy Latino, em Los Angeles, André Mols gasta seu discurso assegurando ao repórter que a mudança não foi repentina e nem é tão grande como pode parecer, afiançando que desde o quarto disco essa transformação já se anunciava.

# # # O fato é que quem foi atrás de Sete esperando mais daqueles lamentos cadentes e lacrimosos, que numa espécie de meta-linguagem narcísica exortavam a si mesmos, deu com os burros n’água e deparou-se com um disco de pop juvenil, executado por músicos experientes, mas que já passaram, há muito, da adolescência.

# # # # Eles garantem , e me pareceu sincero, que essa guinada não foi motivada por questões puramente mercadológicas, e que o fator determinante para a curva de noventa graus, foi mesmo a limitaçlão artística que tinham como banda de blues. Aliás, quem é que consegue tocar blues a vida inteira? O negócio é que o resultado não convence nem o garotão interessado em NX Zero e Fresno, e ainda decepciona os tiozões adoradores de uísque, que viam no grupo uma ótima oportunidade para encher a lata e posar de boêmio intelectual.

Nem sempre se ganha, afinal.



# Cuiabá, em breve, vai ganhar uma compilação que reunirá os nomes mais representativos de sua produção pop-roqueira. Batizada Hell City, a bolachinha foi pensada por muita gente (Espaço Cubo, Volume, Editora Cativa, Espaço Atômico, Mandala, Casa Fora do Eixo, Nitro Rock, Estúdio Riff, Padam) e deve vir recheada com o melhor (e o pior?) do rock cuiabano.


# # Constam no track list do album, a lascívia instrumental pesada do Macaco Bong, a virtuose jazzy do Ebinho Cardoso Trio, a falsificação folk do Vanguart, o rock grave do Fuzzly, e o espalhafato constrangedor do Lord Crossroads, além de Chilli Mostarda, The Melt, Branco ou Tinto, Snorks, A Maldicão de Sara em Noite de Lua Cheia, Anhangá, Zortin, Pleyades, Boneca Inflável, Venial, Lopez, Hellzen, Cachorro Doido, Mandala Soul, Tocandira, Rhox, Caximir, Partenza, Big Trip, Skarros, Aoxin e Manoel Isidoro Trio.




# Retirado do blog dp Espaço Cubo:

O Compacto.Rec apresenta mais uma banda selecionada para ser lançada nesse que é o primeiro projeto de distribuição do Circuito Fora do Eixo. A quarta banda escolhida foi o Laranja Mekanica, de São Paulo. Ao longo de 12 anos o Laranja Mekanica já se apresentou com bandas como Velhas Virgens, Inocentes, Thunderbird e os Devotos de Nossa Senhora Aparecida, já estreou clipe no extinto “Central MTV”, e foi notícia em sites como Rock Press, Dynamite, Rock Brigade, Folhateen (Folha de S. Paulo).


A seguir as canções, para vosso download:


* Bico.Mp3


* Na Noite Passada.Mp3


A idéia do Compacto.Rec é lançar um novo compacto a cada 15 dias. Os fonogramas selecionados são disponibilizados para download em todos os sites integrados, o que contabiliza mais de 30 páginas na internet. Fique atendo ao Compacto, inscreva sua banda. Mais informações no www.compactorec.blogspot.com.



# We Are The Night, o novo disco dos Chemical Brothers – o duo eletrônico mais legal dos anos noventa –, não poderia vibrar os graves de outra forma, e mesmo com a repetição exaustiva daquelas conhecidas ambiências sintéticas e a obsessão patológica do movimento de seus beats cruzados, a dupla soa muito melhor que qualquer grupo moderninho adornado com tubinhos de néon.


# # E isso vale inclusive para os também ingleses do Klaxons que, apesar dos confetes de Ed Simmons e da participação em All Rights Reversed – terceira peça do álbum, fizeram um disco tão anódino quanto chato, o superestimado Myths Of The Near Future, que não girou mais do que o necessário no meu player.




# # # Empolgado com We Are The Night, desenterrei até o longínquo Exit planet dust, que tanta fama deu aos Brothers com o impressionante impacto estético de In Dust We Trust e Life is Sweet ( com Tim Burgees, dos Charlatans, nos vocais) no pop dos anos noventa, entre todo aquele transe químico. Vou ouvindo aqui, depois te conto.





# Viu a capa da nova edição da revista Outracoisa lá em cima? Pois é, como Goiânia Rock News adiantou tempos atrás, a "revista do Lobão" dedica a edição de novembro ao rock feito em Goiânia, e traz encartado um cedê que celebra o décimo terceiro Goiânia Noise numa compilação das principais atrações do festival (até o lusitano Legendary Tigerman, que não vem mais para a festa, está entre os escolhidos). A revista chega às bancas em breve, a tempo de repercutir nos bastidores do objeto de sua homenagem. Essa eu quero ver!



E a promoção do Goiânia Noise continua valendo. São três ingressos para a festa, e mais uma compilação oficial Goiânia Rock City, que reúne alguns dos nomes mais legais do rock goianiense. Tem MqN, Violins, Rollin' Chamas, a finada (?) The Ugly, Señores, Olhodepeixe, Cine Capri, a extinta Hang the Superstars e mais uma penca. Se você quer ser um dos felizes premiados, escreve aí na caixa de comentários pra qual dia você quer o ingresso, e qual banda te faz querer ganhar.



Tchau procê, vou levar minha cachorra pra passear.

segunda-feira, novembro 05, 2007

Me Liga!

O portuga não vem mais


# Aí ia eu navegando tranqüilo pela web quando, bisbilhotando a comunidade do Superguidis (que vem pro Goiânia Noise), escorrego num link e caio numa comuna intitulada ‘Minha Hemorróida Arde!’.


# # Eu sei, muito provavelmente a comunidade foi roubada e sacaneada por algum espertinho, que se apropriou do grupo e resolver passar um trote “daqueles” em dez mil humanos de uma só vez. Mas dizaê se você não ia rachar o bico se, espiando o perfil de um dos seus amigos no Orkut (eu sei que você faz isso!), descobrisse que ele é signatário de tão ilustre lista de discussão?


# # # O Orkut tem uma vocação para a inutilidade fascinante, divertidíssima. É claro que também cumpre função de ponte e agiliza o lado de muita gente – sua faceta mais, digamos, proveitosa – mas o bom de lá é mesmo a futilidade. Quando conheci o site, anos atrás, minha primeira descoberta foi, se não fútil, pelo menos “distinta”. Se é que você enxerga nobreza em reencontrar (pelas fotos nos perfis, é claro) uma porção de gente que tinha quatro, cinco ou seis aninhos lá no meio dos anos oitenta, “estudava” no colégio Santo Agostinho e era coleguinha do “adulto” aqui. Mas desde então sou capaz de passar dias acompanhando uma bobagem qualquer pelo Orkut. E isso sem contar aquelas discussões intermináveis – onde cada um quer impor A Verdade e não admite réplica – que às vezes tomam conta do seu tempo (ou do meu). Mas no fim das contas tudo se resume mesmo a prestígio, dinheiro e sexo. Inclusive no Orkut.


# Na última sexta feira o Leonardo Razuk, assessor de imprensa da Monstro Discos, divulgou o cancelamento de uma das atrações internacionais do Goiânia Noise, festival que está marcado para começar no dia vinte e quatro de novembro. O lusitano Legendary Tigerman se desculpou, mas disse não aguenta mais ouvir piada-de-português (hehehe). Segue o texto divulgado pelo Razuk, acompanhado da justificativa do músico:

Cancelado show do Legendary Tigerman no Noise

Por motivos de agenda pessoal, o artista português Paulo Furtado, The Legendary Tigerman, cancelou o show que faria na noite de sábado, no 13º Goiânia Noise Festival. Eis a carta oficial enviada por ele à produção do festival:

"É com extrema tristeza que me vejo obrigado a cancelar a tour brasileira de Legendary Tigerman, devido a compromissos de Promoção do meu projecto paralelo, Wraygunn. Como tal, deixo um pedido formal de desculpas, não só a quem investiu tempo e trabalho a preparar a minha vinda, mas também ao público de Goiânia e Brasilia. Espero que num futuro próximo seja possível estarmos juntos!
Paulo Furtado"



# Na noite de sábado a melhor pedida para o humano em busca de guitarras amplificadas, em Goiânia, era mesmo o Release Alternativo, festival preparado lá no Martim Cererê pela Fósforo Records. Queria ver o londrinense Nevilton em ação, já que parte do repertório do paranaense girou bem nas minhas caixas de som na semana passada, e os rocks dançantes do “Diego-de-Moraes-deles” aguçaram minha curiosidade. Na esperta Máscara, o rapaz encontrou o melhor momento do show, numa profusão pesada de guitarras jovem-guardianas e bailado acelerado, e ainda que nem todas as peças do show do jovem mancebo tenham a mesma pegada e o mesmo veneno, ele e a dupla que engrossava o caldo no baixo e bateria conseguiram a atenção das cinco ou seis dezenas de pessoas que serviam como platéia e aplaudiam e assobiavam com a empolgação de uma boa descoberta.


# Antes do trio sulista, a brasiliense Lesto havia desvendado sua massa compacta e barulhenta de desespero e celeridade (logo depois do pastiche enluarado e maçante da Lenore). Goiânia já tem nos candangos uma referência quando se fala naquela velha mistura de metal e hardcore, e que tanto agrada o público de camisetas pretas e bandanas na testa. Dessa vez o quarteto se disse surpreendido pela animação e energia dispensadas pela molecada durante os quarenta minutos em que tiveram a posse do palco. Conversei com o Di Deus, baterista do grupo, depois do show, que me garantiu ter ficado emocionado frente à entrega da centena e meia de garotos e garotas que suavam litros debaixo da selvageria frenética que o conjunto palhetava em cima do tablado. Da última vez que estiveram em Goiânia, acompanhavam-se do Deceivers, que é a maior e melhor das bandas do gênero, em todo o centro-oeste.

# # Vi de soslaio o show do Envy Hearts, mas preferi a fila da cerveja. Lá pelas tantas o WC Masculino ajuntou mais uma porção da turma agacê e fechou-se com ela no teatro, para mais meia-hora de rodopio e tupá-tupá, pouco antes da festa acabar pra mim, que fui embora pensando que não agüentaria mesmo mais um show dos Macakongs.


Bota Fé?


# Passei o final de semana mergulhado na psicodelia úmida e casca-grossa da alagoana Mopho, que concorre a uma das três vagas para tocar no Goiânia Noise. Dona de um dos clássicos maiores do rock lisérgico nacional contemporâneo, sua estréia auto-intitulada, que abriga pepitas do pop derretido e multi-cor como Não Mande Flores, A Geladeira e Vamos Curtir Um Barato Juntos (Meu Bem), e do mais recente Sinne Diabolos Nullus Deus, que abusa de possibilidades acústicas, recolhe a viagem para dentro e dilata qualquer par de pupilas com as gotas ácidas de O Amor É Feito de Plástico, Tanto Barulho Por Nada e Por Um Punhado de Dólares, a banda bem que merece se apresentar pela primeira vez em palcos goianos.


# # Há alguns anos, quando o grupo excursionava pelo Brasil divulgando seu primeiro disco, esbarrei com eles lá em Brasília, num desses tantos Porões do Rock que povoam minha memória. Me lembro de ter encontrado por acaso o Segundo - proprietário do selo Two Beers Or Not Two Beers -, punk-thrasher dos mais raivosos, mas que não dispensa o doce sabor do psicodelismo sessentista e, do meu lado, ficou amaldiçoando a gurizada impaciente que ansiava por sei-lá-quem e ensaiava um coro entre de “Hey Ho, Let’s Go”, nos intervalos da apresentação dos alagoanos. Depois de maravilhosamente narcotizar o cérebro de quem se deixou envolver pelo show, o grupo saiu do palco e, ironicamente, pediu desculpas à platéia por ter faltado “aquela dos Ramones”.

# # # Enfim, tudo isso pra dizer: Vota lá, para o Mopho narcotizar você também, vota.

# Fuçando lá nos comments, achei o blog de um leitor (Microfonia Punk. Meio desatualizado, é verdade, mas bem divertido) que ranqueia o comportamento do que ele chama de "pssayzeiro de sucesso". Dei umas boas risadas lendo a lista, no meu momento leitor-desocupado-de-blog. Acompanha uns trechos aí:


[#] A palavra vibe deve estar em seu vocabulário a cada 5 minutos


[#] Compre um óculos escuro (essa vale pra todos os sexos), o maior e o mais ridiculo que vc encontrar, pode ser de camelô tb!

[#] Se vc for mulher, compre um coturno, uma calça camuflada e um top...pronto, vc está apta a ser uma "pssayzeira" de sucesso

[#] Se vc for homem compre uma calça camuflada (só que uma versão masculina). Não esqueça da camiseta P, acima do umbigo, para que qdo suas amigas chegarem vc possa tira-la com estilo!

[#] Seja fã de todas as vertentes do "pssáy", o "pssáy trance", o "pssáy funk", o "pssáy bolero", o "pssáy pagode", e etc.

E por aí vai...


# A promoção do Goiânia Noise continua valendo, quem quiser se arriscar e concorrer a um dos ingressos, ou estiver ambicionando levar a compilação Goiânia Rock City para casa, é só fazer uma visita rápida à caixa de comentários, indicar o dia do ingresso pretendido, dizer qual o show do noise te faz querer ganhar e anotar seu nome e um e-mail válido, para, caso você seja o feliz ganhador, eu poder te avisar em tempo hábil.

Fala pra mim, qual a melhor banda que vem para o Goiânia Noise 2007?

(

.

.

.

)

Tô indo nessa. Me liga!


sexta-feira, novembro 02, 2007

Pede pra ganhar!

.
.
.

# O Capitão Nascimento (é, ele mesmo) cometeu suicídio ontem. Pelo menos é o que garante o blog que nosso man in black edita desde vinte e um de setembro passado. Parece que nem as pílulas e nem terapia pesada seguraram a barra do “nosso” militar predileto e ele resolveu desertar da elite da tropa da web, deixando desesperados dezenas de pobres leitores-desocupados-de-blog, que organizaram um motim na caixa de comentários do post obituário:

Venho por esse post, comunicar o falecimento do

Capitão Nascimento que vos escreve.

A partir de agora juntarei-me ao Papa

(aquele que todo mundo conhece e não esse cara

estranho que está aí com o vestido e o chapeuzinho dele)

e passarei dessa para melhor.


O resto? Tá aqui.


# # Ainda não fui ver o filme no cinema, mas uns amigos que correram na frente, têm opiniões bem diferentes. O primeiro (tão empolgado com o filme, que passou madrugadas e madrugadas fazendo as legendas em inglês, para espalhar gratuitamente pela rede) disse ter percebido muita diferenças, principalmente em relação à narração em off, além da adição de falas em cenas onde não aparecem o rosto de quem diz, e assim não se pode conferir o sinc do áudio com os movimentos labiais. Já o outro, diz não ter percebido grandes diferenças, e acha que as que têm foram mesmo para distinguir o corte final daquele que explodiu nos camelôs do Brasil, antes da hora.

# # #Qualquer dia eu vou conferir isso.


# Ontem, véspera do Dia-dos-Mortos, fui lá no Omelete Club assistir aos amigos num tributo aos finados do rock. Zé Henrique e Fridinho, bateria e guitarra da Olhodepeixe, Thiago Ricco, baixista do violins e Fabiano áquila, vocalista da Pedra Letícia, se reuniram para homenagear os roqueiros que já passaram desta para melhor, e numa salada aleatória, de altos e baixos, misturaram I Believe in Miracles dos Ramones com Crosstown Traffic, do Hendrix, além de recordar os Beatles e AC/DC. Apesar da obviedade, esse tanto de clichês ainda é uma ótima trilha sonora para a embriagues entre amigos, podscrer.

# # Mas o melhor da noite foi mesmo jogar Imagem e Ação (respeita os clássicos!) até de manhã com uma porção de gente bêbada. Ainda vou pensar numa maneira eficiente de desenhar “Cobertura Para O Alto”, em quarenta segundos e com a cabeça cheia de cerveja. Um agradecimento especial à gentil Camilla, que conseguiu acabar com o soluço que me perseguia desde o início da madrugada, ainda que quase tenha explodido os meus pulmões e estourado as veias da minha cabeça (hehehe).


# Chegando mais uma edição do Goiânia Noise, prometida como a maior de toda a história de treze anos do festival que torceu a cara do cenário roqueiro nacional, deslocando o foco do sudeste para o interior do país.

# # Há exatos dez anos, em mil novecentos e noventa e sete, a versão adolescente do amigo aqui pôs os pés, pela primeira vez, no festival, em sua terceira edição, lá na charmosa mini-quadra da antiga Escola Técnica Federal (dessa geração da ETFG, nasceu uma parte importante da futura efervescência cultural de Goiânia. O grupo de teatro Nu Escuro, destaques nas artes plásticas, além de várias bandas e festivais que tiveram seus embriões na integração iniciada nos seus corredores).

# # # Me lembro perfeitamente do deslumbramento que aquilo tudo causava em mim. A paixão e o improviso! Gostava de pensar que pertencia a um grupo de iniciados que desprezava todo o resto do mundo que não compartilhasse nosso modelo, e aquilo ali era como um culto secreto permitido somente aos melhores. Coisa de adolescente à procura de identidade, é claro (mas pensando nisso, fiquei meio envergonhado, por que olhando daqui, dez anos – onze, vai – não parecem tanto tempo assim).

# # # # Lá no palco arranjado entre a cesta de basquete e o gol (tinha gol?), a paulistana Paura acendeu meus hormônios púberes com sua urgência hardcore, e o Ragnarock (não esse, aquele) me fez correr desesperado do bar para sacudir a já alongada cabeleira com The Hunt – cover da versão do Sepultura para a música do New Model Army. Os cariocas do Piu Piu e sua Banda se incendiaram (de verdade!) no palco, antes do vocalista despreocupadamente abrir a braguilha, exibir seu pinto mole e mijar num copo, pouco antes de... engolir a própria urina, numa mistura e surrealismo underground e celebração do bizarro.

Também me lembro muito bem do show da banda do momento, à época, a Punch, que inaugurava no cerrado a combinação de pop com metal e hardcore que já se anunciava lá fora. Acompanhado de uma dessas adoráveis namoradinhas do colégio, desfilava feliz por entre a “massa” de punks magérrimos, shoegazers-olhando-pros-pés, metaleiros bêbados e intelectualóides de todos os tipos, num zoológico pop que ajudou a formar a identidade cultural de muito moleque por aí, e que ainda hoje – num ápice inimaginável na época, faz a cabeça da rapaziada que, saindo da infância, procura a sua tchurma. Estão nos salvando de uma geração inteira de micareteiros e peões-do-asfalto.

# Por essas e outras que o Goiânia Rock News vai sortear entre seus leitores, três ingressos para o festival – um para cada dia, além da compilação Goiânia Rock City, da Monstro Discos (que gentilmente cedeu os prêmios), que reúne o creme do rock goianiense, e tem nomes bacanas como Cine Capri, MqN, Olhodepeixe, Violins, Rollin’ Chamas e váááários outros.

# # Quem quiser arriscar ser um dos premiados no “bingo”, por favor, dirija-se à caixa de comentários deste blog e deixe anotado por lá o seu nome, um e-mail válido e a indicação do ingresso pretendido, se o de sexta, sábado ou domingo. A bodega vale a partir deste post, até o fim da promoção.

# # # Serão realizados quatro sorteios, e os resultados divulgados na semana do festival, tanto aqui na tela do blog, quanto em e-mail enviado aos sortudos. Os ganhadores poderão buscar seus prêmios na sede da Monstro Discos, ali no shopping 1000, no setor Pedro Ludovico.


E qual a atração do line-up te faz torcer para ser um dos sorteados? Diz pra mim.


Pede pra ganhar!

Fui.