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segunda-feira, março 31, 2008

No Fim do Verão

A Redenção dos Corpos, o show
Foto: Dani Cavalcante
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# A fila para entrar, esticada na porta do Bolshoi Pub, dava a pista que a noite seria movimentada ali.O Violins, grupo dos mais produtivos do rock goiano, lançaria oficialmente, daí a pouco, o quinto disco de sua curta carreira.
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Construído ainda em cima do mesmo universo temático que fez a fama de Grandes Infiéis e Tribunal Surdo – os álbuns imediatamente anteriores, A Redenção dos Corpos
ganhou um show montado entre o intimismo mortiço das canções repartidas por beats eletrônicos – executadas somente pelo vocalista Beto Cupertino na guitarra (que substituía os arranjos de violão do disco) e por Pedro Saddi nos teclados/programações – e o já conhecido rock de guitarras, sombrio, melodioso e que não economiza num sarcasmo circunspecto e grave.

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Quando as primeiras batidas de A Busca ecoaram pela casa, vários gritinhos de histeria responderam instantaneamente, vindos de todos os lados da platéia que lotava a pista, e com um tanto a mais de intimidade anunciada do canto onde se concentravam as namoradas dos músicos em cima do tablado.
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Alguns pequenos problemas no retorno não atrapalharam a festa que Problema Meu, uma das músicas mais poderosas desse disco novo, e Convênio (do Grandes Infiéis, quase nunca presente em shows) provocaram nas duas centenas e meia de seres humanos que se apertavam em frente ao palco vermelho. Grande parte esforçando a garganta pra acompanhar as letras em “boa” altura, e muitos outros com os punhos cerrados levantados acima da cabeça, numa franca demonstração de entusiasmo e comoção. A banda retribuiu o arrebatamento com um set list caprichoso em misturar canções de quase todos os álbuns (deixaram de fora qualquer citação ao seu primeiro registro, o EP Wake Up and Dream), e para o fim do bis, sacou da manga Grupo de Extermínio de Aberrações, talvez a canção mais importante do Violins até hoje, e que injetou uma nova dose de empolgação na pequena multidão já entregue.

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Depois do fim do show, entre uma cerveja e outra, o baixista Thiago Ricco me confessou a satisfação de ver uma resposta tão boa a canções tão novas. Na verdade o lançamento das músicas precedeu a premiére do disco, já que cada uma foi disponibilizada para download separadamente, uma por dia, no site do conjunto, ainda em fevereiro. Mesmo assim poucas bandas do rock independente brasileiro têm um poder de mobilização tão forte.

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Dava pra “enxergar” aquelas caras satisfeitas que compunham o público escutando em casa, repetidas vezes, cada uma das quatorze faixas de A Redenção dos Corpos, até decorar todas as letras, com o intuito de se deixar emocionar e cantar com os olhos fechados, no dia da tão esperada festa de lançamento. E, pelo jeito, valeu a pena.

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# No sábado, dia vinte e nove, corri lá para o Martim Cererê, no Festival Matéria Prima, disposto a conferir o show do GO - Zero Matoso, por indicação do Diego de Moraes, que me encheu de recomendações acerca do conjunto liderado por seu ex-parceiro Fernando Simplista. Por, mais ou menos, uma hora não chego a tempo, e atrasado que estava só consegui assistir à última canção do show do próprio Diego de Moraes, que se depedia de um teatro cheio e interessado em suas pirações elétricas e cheias do discurso caótico e feliz de quem acaba de se descobrir finalmente descoberto (segundo me sopraram numa das janelas aqui do msn, em São Paulo o nome do Diego de Moraes está dos mais comentados)

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Depois disso, a descomunal fila pra tudo (bar, banheiro, pra conseguir um lugar decente nos teatros) me fez desistir da noite e trilhar o caminho de casa, deixando pra trás outra fila gigantesca, do lado de fora, de pessoas mendigando um lugar lá dentro, à espera de uma desistência como a minha pra poder ocupar o espaço deixado "vago".

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Se sinal de sucesso não é isso, não sei o que é então. O pessoal da UFG/Rádio Universitária, que produziu o festival Matéria Prima, deve estar rindo para as paredes diante de tão grande, inesperada e ribombante audiência.

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# Liberdade Inc é a mais nova boa novidade do rock goiano. O grupo pluga suas guitarras lá em Anápolis, cidade a cinqüenta quilômetros da capital, e depois de poucos meses de ensaio, gravou cinco músicas lá no Rock Lab Studio. O resultado quase completo desse processo pode ser conferido no Myspace da banda, e já adianto que é dos mais bacanas.

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Vou tentar falar com esse pessoal e assim que conseguir boto mais umas linhas sobre essa tão bem vinda novidade aqui nesta mesma tela.

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Tchau


quinta-feira, março 27, 2008

Amor, Amor, Amor




# Uma certa banda Francesa no line up do Bananada dois mil e oito? O mito chinês da psicodelia brasileira, Lanny Gordin, na próxima edição do festival Vaca Amarela? Nada confirmado ainda, mas já pode ir cruzando os dedos.




# Ontem, lá no auditório da Rádio Universitária (que, durante três anos, transmitiu o saudoso Espírito da Música, programa semanal em que o blogueiro aqui atuava como repórter, roteirista e pesquisador) aconteceu a abertura do ciclo de debates do festival Matéria Prima. O tema dessa primeira mesa redonda foi Jornalismo Cultural, e compunham o corpo de debatedores o Edson Wander (crítico musical do jornal O Popular), a Adriana Rodrigues (professora da Universidade Católica de Goiás), o Pablo Kossa (articulista do jornal Diário da Manhã, e membro da cúpula da Fósforo Records) e o amigo aqui, representando o produto do impasse da imprensa impressa: as mídias digitais independentes.


Com um auditório cheio, mas não lotado, a conversa correu como um bate-papo informal e bem-humorado sobre quais os caminhos possíveis que se apresentam para o “primo-pobre” do jornalismo, e todos concordaram no que diz respeito ao fim de uma era dentro do ofício, ocasionado principalmente pelas descomunais possibilidades tecnológicas da internet.


Agradeço mais uma vez ao Túlio Moreira, que fez o gentil convite ao Goiânia Rock News, e a todo mundo que debateu, tanto a mesa quanto a platéia.


Mesa de Debate
Da esquerda para a direita: Hígor Coutinho,
Pablo Kossa, Edson Camargo (o mediador),
Edson Wander e Adriana Rodrigues
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# Vazou o novo do Raconteurs. Mas como o primeiro disco da banda “B” do Jack White nunca conseguiu muita atenção do meu par de ouvidos (a bem da verdade, nem os discos do White Stripes tem uma colocação decente, na minha lista pessoal), ainda não tive coragem, nem paciência, para um download. Diz aí você que já baixou...
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# Agora, estou dos mais curiosos com o novo do Coldplay que deve ganhar o mercado em junho. Não é de hoje que o bom mocismo asséptico dos ingleses rende grandes canções. Fix You é de penetrar, e amolecer, os corações mais rochosos do mundo conhecido. A simplicidade lírica e a sensibilidade melódica de Chris Martin e cia é das mais comoventes, o que me eriça as vontades e aguça minha bisbilhotice virtual. Mas apesar de todo esse afã, pelo jeito vamos ter que esperar mais um tanto, para conferir se o talento sentimentalista dos rapazes ainda vale a pena.
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Ah! O inusitado nome da bolacha será, ao que tudo indica, Viva La Vida (!?). Vai ver convidaram o menudo caliente Rick Martin para uma aquecida latina na geleira terna que costuma preencher os discos do grupo...
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Um, Dois, Três...
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# Já o It Is Time For A Love Revolution começa a rodar, com certo atraso, na vitrola do blog, e, assim de primeira, parece mesmo que o Lenny Kravitz resolveu se redimir do fiasco de Baptism, ainda que suas obras-primas tenham seu lugar lá no fim dos anos oitenta/primeira metade dos noventa. Tinha ouvido apenas algumas faixas, como cometei aqui algumas semanas atrás, mas estou até que satisfeito com o resultado final do disco. Sempre gostei muito do rock carregado de referências passadas e cheio de suíngue do multi-músico, com exceção do 5 (que ainda tem coisas boas em meio à irregularidade do track list) e do pavoroso Baptism. Pode baixar o It Is Time... sem medo, não vai ser espaço desperdiçado no seu agá-dê. Love, Love, Love, o primeiro single, vale a pena por si só, e o resto das canções é bem decente.
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# O Seven, quarteto instrumental dos mais elogiáveis de Goiânia (que dia desses se apresentou em Bê-Agá no 8º Primeiro Campeonato Mineiro de Surf), tem um disco prontinho para ganhar o formato de cedê e assumir seu lugar de direito entre os grupos mais interessantes da cidade. Estou aqui ouvindo as faixas que fazem parte desse álbum em potencial e me assustando com o poder de fogo das viagens psicodélicas espaciais e até dançantes (?) do conjunto. Eduardo Kolody e cia (que também cumprem papel de banda de apoio do Diego de Moraes) não têm uma música propriamente fácil, a começar pela “falta” de um vocalista, mas a mistura fina de lisergia setentista com estratos de blues, pitadas de folk e muito apreço pelo rock de guitarras te fazem esquecer dos microfones.
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Agora você já pode ficar curioso.
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# E por falar em Diego de Moraes - Viu a matéria, com direito a foto estáile, sobre ele e seu Sindicato na última edição da revista Rolling Stone (com os irmãos Cavalera na capa e com uma página inteira de adesivos da Fergie)? Pois é, se você não ainda não acredita no hype acerca do rapaz, já é hora de reconhecer que ele é mesmo talentoso (apesar de eu discordar do Márcio Cruz – o autor do texto, quando ele diz que a voz do Diego é doce) e merece todo esse falatório a seu respeito. Suas referências destoam de noventa e nove por cento das dos artistas que interessam no independente nacional, e essa é uma das armas secretas que o Diego de Moraes guarda para os shows altamente espontâneos e ainda um tanto estridentes (voz doce é o caralho!), banhados num neo-tropicalismo caleidoscópico quase involuntário. Esse “moleque” ainda vai longe...
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# Tá eu admito. Estou começando a gostar do Saturnalia, do Gutter Twins, grupo do Mark Lanegan (ex-Screaming Trees) e Greg Dully (ex-Afghan Whigs). Ouvi algumas vezes, navegando na web, sem prestar muita atenção, e nada de “bater”. Mas resolvi insistir e parece que esse processo teve início. Já tô achando uma ou outra faixa legal.
Acontece isso de vez em quando, preciso insistir várias vezes pra me convencer de que um disco é realmente bom (ainda não é o caso, mas pode vir a ser). Mas na maioria das vezes escuto um álbum pela primeira vez e já sei, mais ou menos, qual posição potencial ele vai ocupar nas minhas predileções; ou então detesto de cara e encosto num canto escuro do agá-dê ou da estante. Mas esse tá dando trabalho.
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# E hoje é dia de lançamento do disco novo do Violins, lá no palco de cabaré do Bolshoi Pub. Eu, se fosse você, não perderia por nada. A Redenção dos Porcos é, de longe, o melhor lançamento do pop goiano em dois mil e oito. E acho difícil que alguma outra banda do estado lance um álbum tão talentoso nos próximos nove meses. Na verdade, nem no ano que vem. Pra quem acha exagero, digo mais: Violins é, disparado, a melhor formação do rock daqui (e uma das melhores do cenário nacional), e se continuar no ritmo de um lançamento por ano (em dois mil e sete foi a vez do sensacional Tribunal Surdo), não perde a posição facilmente.
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Te encontro lá?
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domingo, março 23, 2008

As Rosas Não Falam



# Dia quinze último, debaixo daquela chuva que convidou meia cidade a ficar em casa e pedir uma pizza, aconteceu mais uma edição do Máxxxima, festival da Fósforo Records que reuniu duas centenas de garotos e garotas que não deram bola para a tempestade que enxaguava o Martim Cererê com violência.


Perto das quatro da manhã eu apostava que a Crazy Legs, a última das oito bandas da noite, não iria arriscar seus topetes para tão pouca gente, nem aventurar seu enorme baixo acústico debaixo de tanta água – para cruzar o pátio e chegar ao teatro. Mas para a sorte de vários fãs persistentes (e ainda empolgados), eu estava redondamente enganado, e mesmo perto da hora do café-da-manhã de domingo os paulistas puseram cento e poucos humanos para dançar, como num bailinho nada inocente de décadas atrás. Covers de Johnny Cash e Stray Cats fizeram os momentos mais quentes do fim de uma noite fria. Mas a essa altura eu já implorava por um travesseiro, e não esperei até o fim.


A goianiense Seven está cada vez mais afiada em seus experimentalismos psicodélicos – repletos de camadas e ecos cavernosos, e concentra esforços em derreter sua música ao máximo, desmontando e montando texturas profundamente lisérgicas. Para o clímax do show de sábado convidaram o pessoal da cearense Fóssil, que se apresentara há pouco, e numa combinação onírica e chapada espantaram os fãs do Gramofocas da platéia, que cambalearam até o bar e, contando as moedas, tentaram arranjar mais uma cerveja.


Já a Fóssil, que fazia sua segunda apresentação em Goiânia (a primeira havia sido numa memorável noite do Goiânia Noise de dois mil e seis), não fez um set tão impressionante quanto o da primeira vez, apesar de que suas atmosferas geladas e intensamente sobrecarregadas ainda funcionem muito mais ao vivo do que nas caixas de som da sua casa. O teatro foi se esvaziando conforme progrediam os dilatados opúsculos instrumentais, que alternavam ambiências intimistas com reverberações explosivas, e sugeriam um parentesco próximo com o que nos acostumamos a chamar de post rock.


Durante o show da Surfadélica a água resolveu cair com força total, isolando quem estava no bar e não queria se arriscar num banho durante a travessia de quinze metros. A curiosidade ainda me forçou a afinar os ouvidos e dar uma espiada de longe no som que escapava da porta do teatro, mas mesmo assim resolvi garantir meu lugar no seco.


Se você gosta de bebida barata e acha que os Ramones são a melhor banda do mundo, o show do Gramofocas foi feito pra você. Como eu já não mantenho nenhum disco dos novaiorquinos em casa, e abandonei a catuaba antes de completar vinte anos, o máximo que pude achar do show dos brasilenses foi graça. Teve gente que nem isso achou. Mas a molecada movida a pingorante ainda sabe se divertir com os três-acordes-a´billy do trio.


Antes deles as também locais Lenore, Grabóids e Baltazar tiveram seus trinta minutos de atenção, mas eu ainda não havia perdido meu medo da chuva (nem aprendido os segredos da vida), e aguardava inocentemente, em casa, o aguaceiro dar uma trégua. Pobre de mim.




# Onde quer que os Dead Rocks apareçam, eles levam seus terninhos, topetes e suíngue surfista, o que lhes tem garantido uma audiência das mais rebolativas Brasil afora. Não foi diferente na última quinta feira, quando fizeram a primeira de suas duas apresentações nessa passagem por Goiânia, lá no Bolshoi Pub. Os paulistas de São Carlos já são “velhos” conhecidos do pessoal daqui que gasta suas noites à procura de diversão roqueira, mas o público que equilibrava suas cervejas em frente ao palco não era majoritariamente composto por essa turma, o que prova que mesmo quem não ostenta aquele rançoso e conhecido “orgulho de classe” tem, pelo menos de vez em quando, bom gosto suficiente para não abandonar a pista e espiar de longe as boas bandas que passam pela cidade. Pelo contrário. A turba bem vestida e endinheirada cumpriu muito bem o seu papel de platéia dançante, e se deixou seduzir pela surf music desconhecida e impecável que lhes balançava os quadris. Não que não estivessem presentes figurinhas carimbadas do cenário udi-grudi local, mas a noite era mesmo dos saltos-alto e das camisas para dentro da calça.


Imunes a esse tipo de pensamento, Johnny Crash, Paul Punk e Marky Wildstone descreveram seu périplo instrumental como quem ensaia para os amigos, e entre seus pequenos sucessos, como One Million Dollar Theme e Easy Job, surpreenderam os desavisados com suas versões personalíssimas para o samba-canção As Rosas Não Falam, do Cartola, e para o bolerão Perfídia, de Alberto Dominguez. Faltou País Tropical, do Jorge Ben, mas depois de uma hora de rebolado e muita cerveja, ninguém se importou.


Ainda voltariam ao mesmo palco na noite de sábado (ontem), mas a despeito de ter me comprometido comigo mesmo (e com o trio de terninho) de que não perderia essa segunda festa, deixei a promessa de lado e me perdoei com o consolo de uma madrugada solitária entre cigarros e discos de vinil, abrigado de mais uma chuva violenta que se debatia lá fora.




# Aproxima-se o dia do lançamento do Portal Fora do Eixo, site do coletivo de jornalistas que, espalhados por todo o território nacional, se propõe a mapear e teorizar sobre os temas mais caros ao cenário da música independente brasileira. O site vai acolher opiniões, notícias e reportagens que pretendem entender e provocar tudo o que se relaciona a essa intensa movimentação roqueira que percorre o país, além de apontar links para os principais veículos online que pensam e espelham suas respectivas cenas locais.







Goldfish Memories
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# Dia desses fui lá no Rock Lab, o estúdio, para editar uma entrevista que fiz com o Léo Alcanfor, guitarrista do Mugo, para uma rádio de Palmas – TO, e acabei topando com o pessoal do Goldfish Memories, que gravava algumas músicas para seu primeiro disco cheio. A edição do papo (que vai ao ar na rádio 96FM de Palmas), foi jogo rápido, e depois de terminado meu serviço, o Xidan e o Renato Cunha me mostraram Think A Little, uma das canções novas que estão guardando para a estréia do Goldfish.

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No myspace do grupo tem uma amostra minúscula (menos de dez segundos) da música, e tanto segredo até tem razão de ser, já que Think A Little é mesmo surpreendente. De tudo que eu já vi do Goldfish Memories (o que não é muito, alguns shows e o EP de quatro músicas) essa foi a melhor coisa que puderam me apresentar. O EP, lançado ano passado pela Fósforo Records, exibe em seu DNA um desejo profundo de conexão com o Queens of the Stone Age, numa combinação de guitarras chapadas que tem seus melhores momentos justamente na associação com o grupo de Josh Holme. Think A Little não nega a genética, ainda se compromete com a dureza quebrada e adoravelmente pendular da eterna trindade baixo/guitarra/bateria, mas arrisca um tanto a mais de personalidade, e mesmo em meio à referências óbvias consegue um resultado dos mais atraentes. Resta esperar pra ver se o debut vai estar a altura de seu primeiro “single”.



# É tempo de Festivais – Amanhã, segunda feira dia vinte e quatro, é o último dia para você inscrever a sua banda no TacabocanoCD, festival competitivo que premia o grupo vencedor com a gravação de seu primeiro álbum (somente bandas sem vínculo com selos nem disco lançado). Quem manda avisar é o pessoal da Fósforo:

As inscrições para o 4º TacabocanoCD se encerram na próxima segunda-feira, dia 24. Você que possui uma banda ou é artista solo não pode perder essa chance de divulgar sua música e ser reconhecido. Para participar, basta não estar vinculado a nenhum selo ou gravadora e não possuir CD prensado. Conheça o regulamento completo no site www.fosforocultural.com.br e baixe a ficha de inscrição. No dia 19 de abril, 10 bandas e artistas goianienses poderão tocar ao lado de grandes nomes do cenário independente brasileiro e, o melhor de tudo, concorrerão à gravação de um CD lançado pela Fósforo Cultural e produzido no Estúdio Rocklab!
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PROGRAMAÇÃO
19 de abril - sábado - Martim Cererê
02:00 Diego de Moraes e o Sindicato (GO)
01:30 Banda selecionada TacabocanoCD
01:00 Charme Chulo (PR)
00:30 Banda selecionada TacabocanoCD
00:00 Droogies (PR)
23:30 Banda selecionada TacabocanoCD
23:00 Boddah Diciro (TO)
22:30 Banda selecionada TacabocanoCD
22:00 Filomedusa (AC)
21:30 Banda selecionada TacabocanoCD
21:00 The Sinks (RN)
20:30 Banda selecionada TacabocanoCD
20:00 A VI Geração da Família Palim do Norte da Turquia(PR)
19:30 Banda selecionada TacabocanoCD
19:00 Lesto (DF)
18:30 Banda selecionada TacabocanoCD
18:00 Branco ou Tinto (MT)
17:30 Banda selecionada TacabocanoCD
17:00 Big Noise (Inhumas-GO)
16:30 Banda selecionada TacabocanoCD
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Se você não está por dentro do alcance do festival, é só lembrar que o nosso mais recente hype local (que banca o headliner desta edição), o comentadíssimo Diego de Moraes, foi revelado para o mundo ao vencer o concurso empunhando apenas um violão e muita cara de pau. O resto da história você conhece, shows pela cidade, apresentações em São Paulo e Cuiabá, além de elogios rasgados de gente do cacife de Fabrício Nobre (você sabe, o da Monstro Discos) e Miranda (você também conhece, o produtor, jurado do Ídolos - SBT). Tá esperando o quê? Corre lá e tenta a sorte. Quem sabe sua banda não é tudo o que estamos esperando ouvir?


# Ainda é tempo de Festivais – Outra festa que incrementa o calendário rocker da cidade, no começo de maio, é a Tatto Rock Fest. Confere aí:
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tatoo rock fest apresenta
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1º Rock Solidário (Show Beneficente)
10/05/2008 no Martim Cererê
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3 ambientes10 Shows de Rock'n RollLounge com Dj's (Rock'n Roll / Rock'a Billy / Eletrônico)
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Line Up:
Necropsy Room
Ressonância Mórfica
Black Drawing Chalks
Techinicolor
Futura
Sangue Seco
CicutaTrevelin Band (Creedence Cover)
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Ingressos Limitados: Trocados antecipadamente por 1 Kg de alimentonão perecivel na Ambiente Skate Shop.
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Informações: 3286-8231 / 8409-2626
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# E Não Acabou – Essa semana que começa hoje está das mais recheadas. Se você dispõe de alguns trocados, na quinta feira, dia vinte e sete, o Violins te recebe lá no Bolshoi Pub para o show de lançamento de A Redenção dos Corpos, quinto disco de sua carreira, que será, fácil fácil, o melhor lançamento do independente goiano em dois mil e oito. Se eu fosse você eu não perderia isso por nada.
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# Agora, se a grana anda curta, o grande lance é o Festival Matéria Prima, que te recebe de braços abertos lá no Martim Cererê, no dia vinte e nove – sábado, e pra isso você não vai precisar nem de algumas moedinhas. A entrada é franca e as bandas são essas aí:
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17h - Technicolor
17h40 - Lestrade
18h20 - Stratosamba
19h - Arnaldo Freire e Kaloni
19h40 - Inflecto
20h20 - GO. - zero MATOZO
21h - Diego de Moraes e O Sindicato
21h40 - Camels
22h20 - Radiollas
23h - Incesticida
23h40 - Johnny & Alfredo & Seus Neurônios Mongóis
00h20 - Sapo Verde
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Antes porém, do dia vinte e seis até o dia vinte e oito, acontece o ciclo de debates do Matéria Prima, que terá mesas com temas como Jornalismo Cultural, Mercado Independente e Música na Universidade.
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No dia vinte e seis, a partir das quatorze horas, a mesa sobre jornalismo cultural recebe o crítico Edson Wander (jornal O Popular), o jornalista Pablo Kossa (Rádio Interativa FM/Fósforo Records), a professora Adriana Rodrigues (Universidade Católica de Goiás) e este blogueiro que vos digita.
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A mesa sobre mercado independente (dia vinte e sete) terá as presenças do consultor Marco Antônio de Mello e Cunha (Sebrae), do músico e produtor Luiz Chaffin, do Fabrício Nobre (Monstro Discos/MqN) e do compositor Lucas Faria.
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No dia vinte e oito a discussão será acerca da música na universidade, e os debatedores serão o professor Sebastião Rios (Universidade Federal de Goiás), a pianista Gyovana Carneiro, o maestro Jarbas Cavendish (UFG) e o compositor e violonista Arnaldo Freire.
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Você pode se inscrever para quantos debates quiser participar! Basta enviar um e-mail com seus dados (debate(s) de interesse, nome completo, RG, instituição de ensino e telefone para contato) para o endereço debates.festivalmateriaprima@gmail.com. Em pouco tempo, você receberá uma confirmação da data e horário!




Témais.

sábado, março 15, 2008

Ingênuo e Romântico

# Passada rápida, só pra avisar para a senhorita Lia Ribeiro Bello que ela foi a feliz ganhadora do ingresso para o Máxxxima Rock Festival, que acontece hoje à noite lá nas dependências clássicas do Martim Cererê.


Você, Lia, deve chegar na portaria do Martim e informar que foi a venturosa premiada com o ingresso sorteado pelo Goiânia Rock News; dizer seu nome, apresentar um documento com foto e entrar para a festa, na faixa.




# Já já eu volto, com um papo de túnel do tempo. Andei revirando toneladas de papel da minha eterna e crescente coleção de revistas de música, e me diverti bastante re-descobrindo como o mundo pop pensava diferente dez, quinze anos atrás. Naquela época a Internet era meio que novidade ainda, e o lançamento do cedê daquela banda que você adorava era um evento, sem possibilidades práticas de um download prévio. Não se passaram tantos anos (ainda que seja coisa do século passado), mas a revolução internética preencheu esses últimos tempos com uma quantidade tão obscena de informações que, lendo essas coisas, a impressão que se tem é que aquele era um outro mundo, ingênuo e romântico.



Já já eu volto e falo mais sobre isso.




Tchau

terça-feira, março 11, 2008

Humorismo Involuntário

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# Já percebeu que o calendário de shows internacionais em Goiânia, esse ano, está dos mais movimentados? Pros tiozinhos saudosistas e ex-cabeludos, o hard rock-FM de arena dos tiozões “fora-de-moda” do Scorpions promete momentos de intensa nostalgia; pras viúvas do grunge, o já quase “santo-de-casa” Mudhoney (que, ano passado em Brasília, não deu conta de bancar o headliner e segurar o público depois de shows incríveis de Sepultura e Bellrays), vêm para ajudar nas comemorações dos dez anos de Monstro Discos; pra ala mais chegada em improvisos-cabeça e virtuose jazzy, a lenda Stanley Jordan se apresenta no palco de cabaré do Bolshoi Pub, em dois dias de novembro;
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E mais perto, dia treze de abril, os neo zelandeses do The Datsuns desembarcam em Goiânia, também dentro da programação de aniversário da Monstro, também lá no palco de veludo do Bolshoi. E isso tudo sem contar os festivais, que provavelmente anunciarão mais atrações gringas para os palcos goianos em dois mil e oito.
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Eu ouvi falar em Megadeth?
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# Dia desses, sem muita coisa pra fazer, coloquei pra rodar o dvd do Heavens Guardian, que jazia solitário na estante, ao lado de tantos outros que não o reconheciam como um dos seus. Nunca gostei de heavy metal melódico. Nunca gostei de Iron Maiden, nem de nenhum de seus filhos diretos. Enfim, nunca gostei de Heavens Guardian.
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Foi há uns dez anos, quando ainda tentavam se acertar como banda, que vi o grupo pela primeira vez em cima de um palco. Não gostei de cara. Havia o conjunto de uns amigos, o Loki, que sempre era escalado para os mesmos eventos, portanto fui obrigado a acompanhar, mesmo desinteressado, várias apresentações do quinteto. Sempre achei incrivelmente ruim.
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O problema dessas bandas é que elas confundem talento com devoção, e abdicam do primeiro em detrimento do segundo. Se orgulham de ostentar, a sério, uma caricatura risível e não se constrangem, em nenhum momento, em utilizar seus instrumentos para empilhar clichês em cima de chavões. É o re-processamento da imitação de um pastiche saturado, e que só engana quem parou no tempo, mantém mais de dois palmos de comprimento no cabelo, e não admite que a música evolui.


Stanley Jordan
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Depois que os gênios da comédia nacional, Hermes e Renato, decodificaram em forma de (ótima) piada a forma de pensar e o modus operandi dessa tribo, não dá pra ouvir os agudos altíssimos do Heavens Guardian (nem de qualquer uma das outras bandas idênticas) sem gargalhar. Uns podem dizer que show um de heavy Metal não é apenas música, que é também teatro, mas depois do Massacration, os recursos cênicos dessa turma saíram do gueto para cair no ridículo. Impossível levar a sério.
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Fora do palco, o pessoal do Heavens Guardian é até bem simpático (o vocalista Carlos Zema foi meu colega de faculdade), mas ninguém me convence de que não é uma banda de humoristas involuntários.
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E, pelo menos nisso, eles são muito bons.
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# A Fósforo Cultural manda avisar que as inscrições para o TACABOCANOCD, festival competitivo que premia o vencedor com a gravação de seu primeiro disco, estão abertas:
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No dia 19 de abril, 10 bandas e artistas goianienses
poderão tocar ao lado de grandes nomes do cenário
independente brasileiro e, o melhor de tudo, concorrerão
à gravação de um CD lançado pela Fósforo Records e produzido
no Estúdio Rocklab! Você que possui uma banda ou é artista solo
não pode perder essa chance de divulgar sua música e ser reconhecido.
Para participar, basta não estar vinculado a nenhum selo ou gravadora
e não possuir CD prensado.
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Conheça o regulamento completo no site da Fósforo
( www.fosforocultural.com.br ) e baixe a ficha de inscrição.
Atenção: as inscrições vão até o dia 24 de março. Não perca tempo!
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# Na última quinta feira, lá no Bolshoi Pub, a Motherfish lançou, oficialmente, seu primeiro disco, depois de dez anos de carreira. Life Can Be a Pretty Scary Thing, que está decifrado no post abaixo, foi o motivo para a banda goiana convidar os paulistas do Satrfish100, que ocuparam o palco e plugaram guitarras diante de um público pequeno. O quarteto, que gastou suas fichas em meia hora de um show morno, parecia realmente satisfeito de tocar em Goiânia.
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Depois dos paulistas, a Motherfish experimentou as novas canções pela primeira vez na cidade, depois que o disco foi lançado. Ainda que a pista não estivesse cheia, o indie-blues-shoegazer do quarteto goiano fez os humanos portadores de cerveja do lugar se divertirem até a última nota/gota.
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Sem enormes picos de emoção, ou arroubos geniais de improviso, o Motherfish tem um dos shows mais simpáticos do circuito independente, e se você estava lá e viu You Ask Me Why, Anyone Can Take More Than Nothing e Wake Up Dead Girl,vai concordar comigo. Se não estava, dá um play aí embaixo e me depois diz o que você acha:






# No próximo sábado acontece mais uma edição do Máxxxima, festival que dessa vez traz a Goiânia o Fossil, grupo instrumental cearense que fez um dos grandes shows do Goiânia Noise de dois mil e seis. Além da também instrumental Seven, que já está com seu primeiro disco debaixo do braço esperando lançamento. Pra moçada do topete tem também os quase-pratas-da-casa Crazy Legs. Segue aí:
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4º Máxxxima Rock
15/03/2008 - sábadoMartim Cererê
19h – Baltazar
20h - Gabróids
21h - Lenore
22h – Gramofocas (DF)
23h - Surfadélica (SP)
0h - Fossil (CE)
1h - Seven
2h - Crazy Legs (SP)
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10 reais antecipado / 15 reais na porta
Ingressos antecipados na Ambiente e Hocus Pocus
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Mas pra você que está desmonetarizado e sofre com a possibilidade de ficar sábado à noite em casa, Goiânia Rock News dá uma mão e leva a sorteio um ingresso para a festa. Basta deixar anotado seu nome/e-mail ali na caixa de comentários, dizendo qual banda do line-up vai merecer sua atenção no festival.
Vai lá!
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Tchau.

terça-feira, março 04, 2008

Cansei de Ser Hype




# Life Can Be A Pretty Scary Thing é o nome do primeiro disco do Motherfish, que juntou guitarras e se reconheceu como banda há mais de dez anos, na primeira infância dessa geração de grupos goianos que hoje faz barulho e gira pelos palcos do Brasil. Nascida do punk, a Motherfish de hoje só partilha com seu passado o apreço pela simplicidade de suas canções. A fúria e a tosquidão o quarteto deixou para compor um cenário de lembranças cada vez mais distante.


Sem muitas pretensões, sem correr grandes riscos, e com uma quedinha pelo costume shoegazer, o grupo adorna suas melodias com singelas referências ao rock alternativo dos anos noventa, ajustadas delicadamente entre insinuações de blues, pop e até new wave. Mas ao mesmo tempo, Life Can Be... não abre mão do mundo à sua volta, e assimila reminiscências do garage assim como abraça satisfeita a etiqueta “coll” e macambúzia do indie-rock.


You Ask Me Why vai te fazer tirar os discos do R.E.M. da estante, enquanto o “blues” instrumental Anyone Can Take More Than Nothing e a psicodelia espacial de Kerouac Days vão te arrancar uns sorrisinhos tristes em meio a uma sensação de semi-alegria tão dolorida quanto charmosa.


Discreto, melancólico e eficiente, assim é Life Can Be..., o primeiro disco da mais circunspecta das bandas veteranas de Goiânia. Não vai mudar sua vida, mas pode incrementar a trilha sonora dela.




# O amado/odiado Cansei de Ser Sexy arrota disco novo qualquer dia desses aí. O conjunto brasileiro mais falado no ocidente, nos últimos anos, já está com boa parte de seu segundo álbum pronto, esperançoso para realimentar o hype crepitante em que a imprensa britânica os tem colocado já há algum tempo. Marcado para sair pela gigante Warner na Europa, pela Sub Pop nos Estados Unidos e Canadá, além de uma versão japonesa pelo KSR (selo que despejou cinqüenta mil cópias do primeiro disco no Japão), Adriano Cintra (que está trabalhando na produção das músicas nos estúdios da Trama, em São Paulo) garantiu ao portal G1, da Globo ponto com, que esse segundo registro, intitulado provisoriamente Donkey, será mais voltado ao rock que o debut, reflexo de como a banda tem soado em cima do palco. Spike Stent, que já mexeu em discos de Radiohead e Björk, está escalado para mixar a bolacha, logo que Adriano encerrar a sua parte no processo.


Há alguns anos, na única apresentação que o grupo fez em Goiânia – pouco antes da explosão mundial –, num evento realizado pelo extinto Cybergoiás ponto com (primeira casa deste blog, que então funcionava como coluna/pensata semanal), fui escalado para fazer a produção de palco do mini-festival, que contava com alguns outros conjuntos, cujos nomes se perderam nos becos escuros da minha memória, mas que não conseguiram romper a expectativa do público que esperava pelo CSS, que começava a ser figurinha fácil na imprensa nacional, e já se assustava com as primeiras citações em jornais londrinos.


É bem verdade que nem todos que esperavam pelo show tinham intenções positivas, e mesmo que as meninas tenham feito uma apresentação das mais divertidas (na época o profissionalismo europeu era apenas um sonho distante, e o que reinava em cima do palco era mesmo uma bagunça despreocupada e até meio juvenil), os ataques vieram de todos os lados.


Uns inconformados com o fato do baterista Adriano Cintra ser o mesmo titular das baquetas do cultuado e super-estimado Butchers Orchestra, outros sem entender como aquela turminha de garotas tinha conseguido tanta atenção (esse pessoal deve ter tido um ataque cardíaco quando a banda foi literalmente abraçada pela imprensa inglesa), e ainda outros indignados, quase revoltados, com a “suspeita” e instantânea popularidade das moças, que à época acabavam de assinar com a Trama, e nem sonhavam que a mesma Sub Pop que descobrira o Nirvana, dez anos antes, também iria entrar no leilão pelo passe do grupo.


Cansei de Ser Sexy é uma banda que nasceu para despertar grandes paixões: uns odeiam com devoção, enquanto outros celebram como nosso novo Tom Jobim/Sepultura – o maior produto pop brasileiro tipo exportação.


Eu? Bem, Let’s Make Love Listen Death From Above está no DJ Set que costumo levar para as festinhas dos amigos, mas acho que inteiro mesmo, escutei o disco apenas umas duas ou três vezes, e logo encostei com o carimbo imaginário de divertido-porém-irregular. Assim que Donkey for lançado, eu saco a estréia da estante e dou mais um play, só pra confirmar comparando.




# Como em todos os domingos dessas últimas semanas, mais uma vez o piano-bar do Cine Goiânia Ouro foi ocupado pelo Low Amp, projeto da Fósforo Cultural que apresenta pocket shows acústicos com bandas da cidade. Ontem foi a vez de Spunke e Inflecto, e apesar de a chuva ter desabado sobre Goiânia uma platéia razoável apareceu para tomar as últimas cervejas do fim-de-semana.


Estive lá por uns dez minutos, antes de descer para o Kuka (bar, hum, “temático”) onde em meio às imensas motocicletas, jaquetas de couro, garotas hard rock e cabeludos embriagados, passeavam tranqüilas duas simpáticas galinhas, ciscando por toda parte, fazendo o final do meu domingo quase surreal. Aí eu entendi de onde vem o pastel de frango do Kuka...




# O pessoal da Amplitude Records, lá de São Paulo, manda avisar que a Debate, banda das mais positivamente esquisitas dos últimos tempos (desdobramento do extinto grupo paulista Diagonal) e que impressionou o público da cidade no Goiânia Noise Festival de dois mil e seis, está novamente de viagem marcada para os Estados Unidos, onde realiza sua terceira turnê norte-americana. O ex-trio, agora duo (o baixista Marcelo Mandaji abandonou a formação), passa pela segunda vez pelo South By Southwest (festival texano onde também se apresentam este ano Make Believe, The Kills, R.E.M. e Yo La Tengo, além de MqN, Lucy and The PopSonics e mais um quilo de grupos brasileiros), e depois vão desbravar o interior do país, não sem retornar à costa leste, percurso principal de sua última excursão ao país.


O itinerário do projeto insano do guitarrista/vocalista Sérgio Ugeda é esse aí:


* Washington, DC @ Velvet Lounge
+ The Convocation

* Baltimore, MD @ Current Space
+ hittytitty, Bear & Pieces, Hitch Hat

* Philadelphia, PA @ Planet Mollie
+ Eat Forever, Order of Service

* Somerville, MA @ P.A.’s Lounge
+ Calumet-Hecla, The Not Art Collective, The Hangmans Alphabet, Amoroso

* Worcester, MA @ North Brookfield Stars and Stripes
+ Calumet-Hecla, The Motel Matches, Strizi

* New Bruswick, NJ @ Hub City’s Junkyard Palace
+ Mother Night, Celebrity Murders, outra banda a ser anunciada

* Chicago, IL @ The Note
+ Charcoal, Drench, Blah Blah Blah

* Bloomington, IN @ Bear’s Place
+ A ser anunciado

* Hot Springs, AR @ Valley of the Vapors Independent Music Festival @ Low Key Arts
+ Beat Union, The Ropes

* Austin, TX @ South By Southwest @ Club 115
+ Fruet & Os Cozinheiros, Telerama, Norton, Valério Rinaldi

* Atlanta, GA @ I Can Fly
+ We Vs. The Shark, Fag Static, The Sunglasses

* Athens, GA @ A ser anunciado
+ We Vs. The Shark, Outras bandas a serem anunciadas





É isso.


Tchau!