Numa semana que o Luis Caldas (é aquele mesmo, que sempre se apresentava descalço, ostentando um brinco que escorria do lóbulo até quase o peito!) anunciou a inquietante e “audaciosa” intenção de lançar dez (10!) discos até o fim do ano, divididos em duas caixas e que somariam, no total, 130 músicas – todas compostas pelo orgulhoso reivindicante da paternidade da axé-music (parida à fórceps em meados dos anos 80) – o carnaval dos sambas-de-enredo parece fácil de encarar.
Se dizendo influenciado por “vacas-sagradas” do heavy-metal-machão, como Pantera e Kreator (!), o músico baiano teve a chocante e corajosa idéia de disponibilizar, em sua página no Myspace, uma música tão pavorosa quanto equivocada.
. “Maldição” exibe orgulhosa toda a obtusidade do gênero mais autista do rock, sem um milionésimo do talento das referências que a inspiraram. Caldas ainda arrota um “Que se foda, mermão” no final, numa tentativa grotesca de mimetizar a marra do arquétipo do “roqueiro doidão”. Enfim, se fosse uma piada, seria péssima. Levada a sério, é tão ridícula quanto seus quase cinco minutos permitem. . Na verdade é ainda mais ridícula.
. O resto das músicas do projeto transitaria entre o samba, punk, forró, rockabilly, axé e a psicodelia (um dos discos será cantado em tupi-guarani, numa parceria com André Abujamra, e o álbum de rock contará com Rex, baterista dos Retrofoguetes), e o cantor, inexplicavelmente assoberbado com seu próprio feito, tem se comparado, em entrevistas, a Djavan, George Harrison e Dorival Caymmi.
. Acho que não sei nem o que falar.
. Vou ficar calado mesmo.
"Rock Sempre!"
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Atenção:
# Marcela Guimarães
# Carlos Eduardo Pinheiro
Vocês foram os felizes ganhadores de um ingresso grátis cada para o Grito Rock Goiânia. Apresentem um documento com foto na portaria do Martim Cererê e digam que foram sorteados na promoção Goiânia Rock News. Seus nomes estarão na lista de convidados do evento.
O Nevílton, cantor esperto lá do Paraná, tem um show bem divertido e pelo menos um hit em potencial (“A Máscara” - single tão distorcido quanto suingado, e que sabiamente administra doses doces de uma suspeita cafonice retrô).
Dia desses ele botou mais uma música pra boiar na web, e dessa vez a canção à deriva atende por “Nas Esquinas de Umuarama”, e “inventa” uma espécie de ruralidade pop (violas e guitarras), num legítimo rock-do-interior, alegremente melancólico e empolgado em cantar a boa-vida na cidade natal. Pra ouvir e saber se é verdade o que eu estou dizendo, basta clicar aqui, e fazer uma visita simpática à página do rapaz. “Boleroteque” também vale uma conferida.
Ainda na série “jovens talentos do independente nacional”, quem também tem novidade é o produtor e dj curitibano Péricles Martins, mais conhecido nas pistas e clubs (e, obviamente, na internet) como Boss in Drama (sem os cifrões do outrora Bo$$: “por causa de busca na internet, essas coisas. Pra facilitar!”).
Your Favorite EP foi lançado na página do dj no Myspace e é quase todo novidade, a não ser pelo hit instantâneo “All The Love”, que percorre downloads e festinhas aos milhares desde o começo do ano passado (e inclusive ficou em primeiro lugar nas listas de Melhores Músicas de 2008 deste Goiânia Rock News).
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Contando o single pré-lançado, são 4 músicas para as pistas de dança, ainda que, penso eu, funcionem em horários diferentes da noite: “Favorite Song”, é dançante mas também vai funcionar pro pessoal que sempre fica bêbado no sofá e que, a certa altura, com certeza vai gritar pra quem quiser ouvir que essa música é uma filha bastarda do Justice com o Daft Punk, e que não dá conta de esconder uma certa pretensão Jamiroquai dissimulada por entre a batida adoravelmente ritmada e os discretos arranjos de “cordas”.
“All The Love” é o Arrasa-Quarteirão do pacote. Guarde esta para quando a sala do seu apartamento estiver completamente lotada de amigos muito bêbados, todos já suados (tanto por quê você soube, até aqui, manipular seus discos e estimular o ímpeto bailarino de cada um deles, quanto por que se você tivesse um ar-condicionado na sala, provavelmente ele estaria estragado). Uma receita infalível é dobrar “All The Love” com “I Don’t Feel Like Dancin’”, do Scissor Siters e "Hump De Bump" do Red Hot Chili Peppers. É tiro e queda, vai por mim!
"Superstar" suaviza, de leve, as BPMs recordando os momentos mais psicodélicos do Prince, e vai cair bem quando o pessoal começar a dar pistas de que o gás está acabando, e você começar a não achar uma má-idéia esse povo todo dar o fora da sua casa, afinal você até já vomitou (apesar da cerveja na sua outra mão estar quase cheia e gelada).
Quando você conseguir expulsar o último casal de amigos embriagados elevador adentro, voltar para casa e constatar que aquela amiga tatuata da namorada daquele baterista primo do seu vizinho já foi embora há muito mais tempo do que você gostaria, você pode deitar no tapete, abrir a última cerveja, dar um play para “Lights Off” e pensar que deveria se arrastar até a cama, antes que apagasse e se odiasse na manhã seguinte, por causa das dores nas costas. . .
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. Perdeu Play... mobil! – Não sei como anda a popularidade do Playmobil com a molecada de hoje, mas na minha época (me sinto engraçado digitando isso de “na minha época”, mas acho que como um senhor de quase 30 anos, posso relaxar), todos os meus amiguinhos mantinham pelo menos uma meia-dúzia de modelos diferentes dentro de uma caixa de sapatos, ao lado dos Comandos-Em-Ação. Eu nunca tive nenhum dos Playmobils (que poderiam ilustrar várias situações e, hãn, profissões?), já estava mais interessado nos meus discos do Balão Mágico (e até num "ousado" Bad, do Michael Jackson), nos livrinhos da coleção Vaga-Lume que chegavam mensalmente pelo correio e em passeios pelas vizinhanças da filha da minha vizinha. Mas sim, o Playmobil foi figura presente e constante na minha infância.
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Digo isso por que semana passada uma amiga minha apareceu com um ar meio consternado e me disse, como se fosse uma informação auto-explicativa, que havia ficado triste com a notícia da morte do designer e miniaturista alemão Hans Beck. Por um momento quase a deixei conversando sozinha, mas resolvi perguntar: “Hans Beck foi o criador do Palymobil!”, disse ela como quem anuncia a morte de um avô.
Não entendi como ela pôde ficar tão sentida com o falecimento do figura (aliás, acho que era tipo mesmo – desculpa Inara!). Mas achei que a notícia cabia aqui. Cabe? . . . . . . .
Dia 21 próximo, sabadão de carnaval, acontece a edição Goiânia do Grito Rock, que esse ano interliga quase 50 cidades (entre Brasil Argentina e Uruguai), numa gigante conexão rock-carnavalesca que acontece pela terceira vez em 2009.
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. Em Goiânia, a festa-de-Momo vai acontecer lá nos dois palcos do Martim Cererê, com uma dúzia de bandas (Mugo, Nuda-PE, o Garfo-CE, etc.), mais a charlatã portenha Madame Mim (que só tem alguma graça, na Mtv, perto de sua colega vj, Dani Calabresa. E não por mérito próprio, mas por uma incrível insipidez da outra).
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. A farra vai te custar apenas 20 dinheiros, mas você pode tentar economizar essa fortuna para a cerveja, tentando a sorte aí embaixo. Goiânia Rock News sorteia dois ingressos para a festa, e para concorrer é só me dizer, ali na caixa de comentários, qual banda/artista você mais ouviu nessa última semana. Além disso, é óbvio, deixa anotado lá também o seu nome e um e-mail válido, pra eu te avisar como receber seu prêmio.
A monno (com minúsculas mesmo), uma das melhores formações do rock mineiro atual, apareceu na página do programa Frente no Myspace com uma novidade que não me desceu bem.
Monno
O programa Frente é comandado pelo tecladista do Skank, Henrique Portugal, e essa novidade tem tudo a ver com a banda do dono do espaço. O Skank, ano passado, entregou ao mercado outro grande disco (prática que adquiriu já há algum tempo, desde Maquinarama, lançado no finzinho do século passado), e o primeiro single de Estandarte, “Ainda Gosto Dela”, ainda freqüenta a programação da Mtv e Multishow.
O monno ainda não tem nenhum disco cheio, conta apenas dois ep’s respeitáveis (e um show tão intenso quanto emocionante) no currículo: são “novatos” nessa de compor belas canções.
Mas, não sei bem por que, do fim do ano passado pra cá acharam de gravar uma “versão-monno” para o bombado single do veterano Skank (que, originalmente, tem a participação insossa da Negra Li) e, segundo reza a lenda, enviaram para o Henrique em janeiro, que depois de ouvir e gostar da reverência, botou a canção na página do Frente no Myspace.
Gosto muito do último disco do Skank, gostei bastante dos dois ep´s do monno (ainda que não tenham recebido metade da “perfumaria” de estúdio que qualquer álbum do Skank). Acho “Ainda Gosto Dela”, mais uma preciosa joia pop da coleção dos mineiros veteranos, mas a “versão-monno” não me convenceu. Pro Henrique Portugal deve ter sido mais fácil se deixar convencer, já que é sempre uma lisonja ser homenageado (e não negado) pelos ícones da nova geração, ainda que um ícone indie restrito ao gueto.
Em todo caso, depois de ouvir a novidade no Myspace dia desses, não tive nem vontade de procurar a música pra baixar. Em vez disso, fui atrás da versão original.
A última - Mallu Magalhães faz seu segundo show em solo goiano no próximo dia 28, dessa vez acompanhada de sua banda e num espaço beeem maior. Depois de, sozinha no palco por apenas meia-hora, entupir o teatro Pyguá de uma forma desesperada nunca antes vista no Martim Cererê, no Bananada do ano passado, a musa adolescente volta mais “madura” para um show completo no palcão do teatro Rio Vermelho, lugar onde cabem confortavelmente sentados, mais ou menos uns três mil humanos.
Será que lota de novo?
Dia 21 próximo, sabadão de carnaval, acontece a edição Goiânia do Grito Rock, que esse ano interliga quase 50 cidades (entre Brasil Argentina e Uruguai), numa gigante conexão rock-carnavalesca que acontece pela terceira vez em 2009.
Em Goiânia, a festa-de-Momo vai acontecer lá nos dois palcos do Martim Cererê, com uma dúzia de bandas (Mugo, Nuda-PE, o Garfo-CE, etc.), mais a charlatã portenha Madame Mim (que só tem alguma graça, na Mtv, perto de sua colega vj, Dani Calabresa. E não por mérito próprio, mas por uma incrível insipidez da outra).
A farra vai te custar apenas 20 dinheiros, mas você pode tentar economizar essa fortuna para a cerveja, tentando a sorte aí embaixo. Goiânia Rock News sorteia dois ingressos para a festa, e para concorrer é só me dizer, ali na caixa de comentários, qual banda/artista você mais ouviu nessa última semana. Além disso, é óbvio, deixa anotado lá também o seu nome e um e-mail válido, pra eu te avisar como receber seu prêmio.
A The Name, o mais recente orgulho nacional do rock sorocabano, é o que se pode de chamar de banda ativa. A novidade da vez é o epAssonance, que traz a ótima “Come Out Tonite” (lançada há pouco tempo como single), além de “Can U Dance, Boy”, "Tenant", “Mary Did Again” e “Assonance”.
Quando conheci o grupo, num memorável show no Goiânia Noise de 2007, o ep Gone (que ganhou lugar na lista Goiânia Rock News de melhores lançamentos daquele ano) havia sido lançado há pouco, e o trio ainda soava como uma espécie genuína e divertida de anacronismo dançante, algum tipo de elo perdido, reprocessando toda aquela aura de alegria-disfarçada-de-pessimismo do goth-pop anos 80, com timbres, figurino e cacoetes da época.
Em Older, o lançamento seguinte (mais um ep, com duas músicas), o grupo já dava pistas claras de uma abertura nos horizontes, arrotando (com propriedade) ecos do rock dançante contemporâneo em meio à devoção derivativa. Em "Come Out Tonite", lançada na web em novembro do ano passado, o conjunto escancarou o batuque indie, experimentando a pós-modernidade caleidoscópica sem pudores nostálgicos. E não poderia ter se dado melhor.
O que "Come Out..." anunciava, “Can You Dance, Boy” apurou, e suas guitarras ardidas, sua irresistível batida neo-disco, a batucadinha para “criar clima” e os timbres chapados não deixam dúvida. O The Name não é mais aquele. Mas mudou pra melhor.
“Mary Did Again” orbita, dançando, ao redor da marcação forte do baixo, enquanto "Tenant" é a que mais se aproxima do passado “gótico” da banda, ainda que mantenha uma distância segura. "Assonance", a faixa título, é um quase afro-pop de longas passagens instrumentais e intenções bailarinas, e gira em volta de tambores e notas soltas de guitarra, condensando um suíngue noturno em riffs psicodélicos, baixo distorcido e bateria frenética.
Ficou curioso? Clique aqui e puxe o disquinho para vosso agá-dê.
# Depois de amanhã, dia 12, uma foto da rainha do pop, nuazinha em (muito) pêlo, tirada em 1979, será leiloada em Nova Yorque. A foto mostra uma Madonna recém saída da adolescência, exibindo para o fotógrafo todo o vigor e beleza que, geralmente, a maioria das demais garotas vigorosas e bonitas (e, geralmente, mais discretas) deixam para hotéis, motéis e residências (ou, em último caso, para o banco de trás do carro).
Não é por nada não, mas dá uma olhada aqui e me diga se você também consegue captar alguma semelhança entre essa Madonna-antes-da-fama e aquela Cláudia Ohana (eu sei que você se lembra dela...) de outros tempos?
O super-grupo mais caro do pop brasileiro, capitaneado pela metade recém-testosteronizada da ex-dupla Sandy & Júnior (que “abandonou” os holofotes e se escondeu atrás da bateria, em busca de reconhecimento artístico), acompanhado das também estrelas ascendentes do mainstream nacional, Champignon (ex-Charlie Brown Jr) no baixo, e Peu (ex-Pitty) na guitarra, além do (mezzo deslocado) vocalista Perí, nasceu grande, e o parto, você sabe, foi ao vivo, durante a última edição do VMB, premiação organizada pela Mtv brasileira.
9MA
A crítica especializada, tão acostumada a confundir música com ideologia, não tardou em descer o malho por antecipação, mas a provocação dos rapazes (ostentando moicanos tão artificiais quanto as novelas das 8) no VMB foi, no mínimo, equivocada, e, no máximo, bocó. Eu mesmo me deixei antipatizar, não sei se pela rebeldia-de-condomínio, pelas poses de bad-boy sanitizado, ou pelos cortes de cabelo milimetricamente avaliados, mas o negócio é que de cara “Chuva Agora” (o primeiro single) não me chamou a atenção. Pelo menos não positivamente.
Mas, ossos de um ofício voluntário, resolvi investigar e, assim, tentar desconstruir o pré-conceito que o grupo costuma provocar (menos no público que na crítica): baixei 9MA – o disco, e fui tentar ouvir como se fosse algum dos cedês que recebo pelo correio, de bandas “desconhecidas” e sem nenhum pop-star teen de passado duvidoso na formação.
As 12 faixas do álbum, gravadas na Califórnia e produzidas pelo mesmo (premiado) produtor da época de Sandy & Júnior, o papa-Grammys Sebastian Krys, não fazem nenhum grande desvio para longe do universo estético do rock/pop moderno, ao mesmo tempo em que se mantém distantes do desgastado emo-core (ao contrário do que supõe muitos dos que fizeram questão de não ouvir e não gostar).
“Espelho”, uma das melhores faixas 4 do mainstream brasileiro recente, é um reluzente stoner-rock, com um refrão ganchudo que brilha sob um verniz pop desconhecido no gênero, enquanto a faixa de abertura, “Ainha Há Tempo”, exibe dedilhados de violão, linhas de baixo sofisticadas e uma explosão de riffs de guitarra digna dos festivais no Martim Cererê.
Já em “O Rio”, o grupo flerta com Red Hot Chili Peppers, num funk-rock “cerebral”, tão fluido quanto sentimental, e em “Vício” e “Misturando Coisas” (escondidas no fim do track list) assume sua faceta mais descaradamente pop: melodias planejadas para a emoção fácil, timbres açucarados e letras doces, quase sussurradas. Mas mesmo que beirem uma enjoativa overdose de candura, as duas canções acabam funcionando bem, no apagar das luzes do disco.
“Chuva Agora”, o single, é mesmo a melhor música (ainda que de primeira não tenha me pegado – o que não é incomum): batida cavalgante, guitarras furiosas e aquele climão road-movie vento-na-cara. Uma música tão potente e cheia de vigor quanto a vida de roqueiro milionário pode permitir. Mas se você é da turma que confunde música com ideologia e acha que dinheiro e sucesso, a priori, é demérito artístico, só posso concluir que você (e sua turma) é um perfeito idiota, e deve preferir se .orgulhar de sua própria ignorância.
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# No último dia 24, o Fabrício Nobre (um dos 4 chefões da Monstro Discos) completou 30 anos de idade, e para celebrar convidou a rapaziada para uma festa lá no Repúblika Studio (de propriedade do Marlos Hiroshi, do Motherfish), onde aconteceu o show do próprio Motherfish, além da apresentação de uma das maiores apostas da Monstro para 2009, a Black Drawing Chalks, que, segundo boatos, está cotada para o line-up da próxima edição do South By Southwest, no Texas, talvez o principal festival americano de bandas novas.
Além das apresentações dos dois grupos, e dos duzentos litros de chopp Heineken (que incrivelmente acabaram no meio da madrugada!), este amigo que vos tecla foi responsável, ao lado do DJ Maurício Mota (ex-líder do Hang the Superstars), do DJ Gugu (Gustavo Vasquez, baixista do MqN), e do DJ Lucho (da turma da festa Criolina, em Brasília), por uma pista de dança que mais parecia um animado, bailarino e colorido zoológico indie.
Mais uma vez parabéns ao Fabrício, tanto pelas três décadas de sexo, drops e rock vagabundo, quanto pela festinha grã-fina que entupiu as dependências do Repúblika com as figuras mais estranhas de Goiânia Rock City. Vida longa e Rock Sempre!
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Agravo - Desde que o Violins acabou que, vira e mexe, dou notícias aqui sobre a nova banda que os remanescentes Beto Cupertino, Pedro Saddi e Tiago Ricco (acrescidos do novo baterista Zé Junqueira), estão formando. A idéia desde o início, segundo os próprios integrantes, é soar completamente distinto da música do Violins, que apesar das diferentes fases sempre teve uma assinatura muito forte. A primeira canção-estudo a sair sob esse novo signo, apesar de ser uma boa música, não destoava daquela sonoridade conhecida (como foi comentado aqui mesmo algum tempo atrás), e foi relegada ao limbo exatamente por essa consonância.
Já que a idéia era de ruptura e renovação, o vocalista e principal compositor Beto Cupertino achou por bem, a serviço da originalidade, abandonar as guitarras e se dedicar, em dueto, ao teclado. O tecladista Pedro Saddi passou a dialogar efeitos e texturas com as melodias bonitas, porém irônicas e erráticas, do ex-guitarrista, enquanto a cozinha acrescenta peso e uma cadência quebrada à mistura. No domingo passado estive num dos ensaios dessa nova formação, que foi recentemente batizada como Agravo, e enfim pude finalmente reconhecer que o conjunto está conseguindo se distanciar de seu passado, mesmo que a voz de Beto Cupertino ainda esteja tão intimamente associada ao Violins.
O grupo já conta três músicas em seu repertório de nascimento, além de outras duas que estão “de lado, por enquanto”, e ainda não tem previsão para shows ou gravações oficiais.