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terça-feira, julho 31, 2007

“Será que eu vou ganhar... ?”

Pablo Capilé divulga o line Up do Calango 2007
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# No fim de semana que passou, a Fósforo Records comemorou um ano de atividades com uma extensa programação. Do que o blogueiro aqui acompanhou de perto, o que mais chamou a atenção foi a apresentação do Seven, sem baterista (que estava fora da cidade) e acompanhado de um lap top.
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# # Misturando intensidade lisérgica com blips e tóins, o trio aproveitou o w.o. do baterista para experimentar sem pudores, travando um modesto diálogo entre sons de ontem e as múltiplas possibilidades da tecnologia de hoje. Apesar de alguns (poucos) momentos de minimalismo eletrônico chato, o trio fez a grande apresentação da noite (a festa acontecia desde a tarde).

# # # E antes de seguir o longo caminho de volta para casa, ainda peguei um bom pedaço da apresentação da paranaense Droogies, que se ocupou do tablado para palhetar sua combinação de fúria punk com os trejeitos redundantes do glam-rock.


# E não é que o Violins foi denunciado ao Ministério Público por causa da letra de Grupo de Extermínio de Aberrações, canção das melhores do último disco da banda, Tribunal Surdo? Algum internauta desavisado se prestou ao papel de acusar o conjunto de racista, por conta do que viu em algum site por aí, sem se dar conta da ironia fina e pontiaguda, que só faz sentido mesmo acompanhada da melodia e cantada em um quase-coro.
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# # Daí pode-se inferir que o pobre-coitado do patrulheiro se encheu de indignação antes mesmo de ouvir ou contextualizar a bela peça. Quanto mais eu penso que vi de tudo nessa internet, aparece um Bonaparte desses para me surpreender digitalmente. Tempos modernos.

# # # Segue a nota do MP, em resposta á denúncia do sujeito:

lmo. Sr.Servimo-nos do presente para acusar o recebimento de sua denúncia abaixo, bem como para informar que a esta foi encaminhada ao Ministério Público Federal, a quem cabe processar eventual prática de crime dessa natureza.Atenciosamente,Raimundo Rodrigues LeiteSecretári da CODIN/PRT da 18ªRegião



# Foi divulgado o line-up do Calango, o festival cuiabano, um dos mais movimentados do segundo semestre independente. A festa acontece a partir do dia trinta e um de agosto e segue por três dias de barulho e distorção. Atenção especial para Patife Band e Macaco Bong, além da candura britânica da Pública e da porra-louquice matemática do Debate.:

Sexta-feira, 31/08/2007
02:00 Supersonicos (Uruguai)
01:30 Fuzzly (MT)
01:00 Debate(SP)
00:30 Maldita(RJ)
00:00 Revoltz (MT)
23:30 The Rockfellers (GO)
23:00 Chilli Mostarda (MT)
22:30 Camundogs(AC)
22:00 Cravo Carbono (PA)
21:30 Cachorro Doido (MT)
21:00 Carolina Diz(MG)
20:30 Jhony Alfredo e seus Neuronios Mongóis (GO)
20:00 High School (MT)
19:30 Seminal (SP)
19:00 Stereovitrola (AP)
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Sábado, 01/09/2007
02:00 Móveis Coloniais de Acaju (DF)
01:30 Lord Crossroad (MT)
01:00 Pública(RS)
00:30 Macaco Bong (MT)
00:00 Cabaret (RJ)
23:30 Mandala Soul (MT)
23:00 Supergalo (DF)
22:30 The Melt (MT)
22:00 Terminal Guadalupe (PR)
21:30 Manacá (RJ)
21:00 Motormama (SP)
20:30 Big Trip (MT)
20:00 Parkers (MS)
19:30 Unchronics (GO)
19:00 Mr. Jungle(RR)
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Domingo, 02/09/2007
01:00 Tequila Baby (RS)
00:30 Vanguart(MT)
00:00 Patife Band (PR)
23:30 Montage (CE)
23:00 Boneca Inflável (MT)
22:30 Astronauta Pingüim (RS)
22:00 Daniel Belleza e os Corações em Fúria (SP)
21:30 O Quarto das Cinzas (CE)
21:00 Rhox (MT)
20:30 The Feitos (RJ)
20:00 Dead Smurfs(MG)
19:30 Snorks (MT)
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# Dia desses, andando pelos corredores de um shopping desses aí, fui positivamente surpreendido pelas rádios farofa da cidade. Não sei que rádio era – ou se foi em mais de uma –, mas num espaço de umas duas horas me peguei ouvindo, primeiro, Ruby do Kaiser Chiefs, This Ain’t the Scene do Fall Out Boy e, por fim, Take Me Out do Franz Ferdinand. Claro que entre uma e outra só se ouviu dance e R&B da pior qualidade, além de um tal de “Será que eu vou ganhar... ?” que não faço a mínima idéia de quem seja, mas deu pra perceber que é hit dos mais chulos e, provavelmente por isso, bombadíssimo no dial das efe-emes.
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Vou ali. Volto já.

quinta-feira, julho 26, 2007

Extreme Stoner Nights



# Parece que as chuvas resolveram aparecer bem mais cedo esse ano. Pelo menos as temporãs. Eu, particularmente, gosto muito da chuva e ia me esquivando dos últimos pingos dela, andando calmamente pelas frenéticas ruas do centrão de Goiânia, na manhã cheirosa desta quinta-feira (já reparou como são tipicamente charmosos os perfumes do pão de queijo quente com café fresco? É só ignorar a fumaça do asfalto).

# # Fones plugados nos ouvidos, pulsando alto com o último do Justice – o duo dance francês mais legal desde o Air –, e não é que a realidade tomou aspectos psicodélicos enquanto eu passava por um engarrafamento, no justo momento que começava Let There Be Light, que incrivelmente resolveu dialogar com as buzinas aborrecidas dos carros estancados ao lado, criando uma loucura tamanha nos meus tímpanos e cérebro, que eu devo ter ficado olhando para os lados com cara de besta, tentando entender o que era e o que não era.


O quê é que tinha naquele café que acompanhou meu pão-de-queijo lá no Biscoitos JPereira eu ainda não descobri.


# # # Sei que deixei o engarrafamento pra trás e, no percurso dos próximos quinhentos metros, contei pelo menos umas oito pessoas isoladas do planeta por fones de ouvido, assim como eu. Continuei caminhando e dançando (agora a disco-teen D.A.N.C.E. explodia num coral infantil bem dentro da minha cabeça) e me deu uma baita curiosidade pra saber qual a trilha sonora do isolamento voluntário dessa gente que desfilava os mais diversos estereótipos urbanos naquela mesma manhã ensolarada. Fiquei bem curioso, mas não ia perder meu tempo e dignidade interpelando uma garota gordota e sorridente, pra descobrir que o motivo de tanta felicidade era o último sucesso do César Menotti e Fabiano, ou interromper a caminhada do tiozão grisalho e perceber que, na realidade, o coroa escutava comentários esportivos sobre o PAN na AM, enquanto malhava a pança. Preferi imaginar todo mundo ouvindo Justice e disfarçando o movimento, assim como eu.



# Nessa última semana, desses tempos de velocidade instantânea, desenterrei algumas bandas novas-velhas, que eu já não escutava há uns, vá lá, dois meses. O Gotham, quarto disco da novaiorquina Radio 4, é um dos mais incríveis exemplos de como uma banda pode beber no passado para soar moderninha sem parecer oportunista e/ou débil mental. O rock de estrobo e luz negra do quinteto é cheio de intenções noturnas, elaboradas num cenário de onirismo chapado, auto-destrutivo e muito dançante, perfeito para pistas bêbadas, roqueiros não-ortodoxos e química pesada. A incrível Dance to the Underground está aí embaixo e não me deixa mentir. Play and dance!


# O MqN está completando dez anos de garagem e, para celebrar, embarcou suas guitarras para a Argentina, onde entre um sarro e outro com nossos vizinhos vice-campeões, faz uma pequena série de shows em Buenos Aires e arredores, ao lado da parceira local Satan Dealers e do Los Lótus. E para registrar a data festiva, lançam lá uma coletânea preparada exclusivamente para o público argentino. Na volta, passam por Porto Alegre, onde se acompanham dos compadres do Walverdes e do Sonic Volt para mais uma extreme-stoner-night, antes de retornarem à terrinha.



# Se tudo o que estão falando à boca miúda por aí for verdade, o segundo semestre de shows internacionais em Goiânia vai ser dos melhores. Já confirmadas, dia vinte e quatro de agosto, o garage-punk de arena das californianas The Donnas, e dia quatorze de setembro o Nashville pussy, conjunto dono das peitudas mais roqueiras de todo o Tennessee.


# # Já no campo das especulações, há rumores que dão a entender que o Battles passará por palcos goianienses. Numa entrevista que concederam dia desses ao portal G1, da Globo, garantiram uma visita ao Brasil no fim do ano. Pra Quem tá boiando, o Battles é uma banda que está inserida naquilo que se convencionou chamar de math rock, ou rock matemático, e se você não está familiarizado com o tema, aperte o play aí embaixo e perceba o melodia:


# # # Se você viu a Debate (é, é o nome da banda) em ação no último Goiânia Noise e gostou, deve ter gostado do Battles também. Eu calculo que seria, no mínimo, muito divertido assistir a uma apresentação ao vivo do conjunto.


# # # # E ainda ocorreram boatos sobre umas insinuações misteriosas a respeito de uma possível vinda dos Dt’s, fantástica formação de Washington que combina blues tosco, garage-rock e soul music, mas a coisa parece não ter andado, o que é uma pena.




Por enquanto fico por aqui. Mas eu volto.

terça-feira, julho 24, 2007

Dia Internacional do Rock é o caralho!!

Don't Cry For Me Argentina!


# No último dia 14, a bandaça argentina Vudú se apresentou pela primeira vez em Goiânia. O show foi mesmo dos mais inspirados, cheio de poses e daquela potência guitarreira setentista que nunca envelhece. Começando o espetáculo com recordações do rock rural e lisérgico do Credence Clewater Revival (Born on a Bayou) e da versatilidade exuberante do Led Zeppelin (Moby Dick e Good Times, Bad Times), não tardou muito o quarteto de Rosário perfilou suas próprias preciosidades em pouco mais de uma hora de êxtase etílico.

# # Com o Ziggy Box Club completamente lotado, ali por volta de meia-noite, a local Black Drawing Chalks abriu os trabalhos da noite, numa das mais infelizes apresentações de sua curta carreira. Ainda não ouvi a sério o disco de estréia do quarteto (mais um que repousa paciente na pilha de espera), mas já vi shows que, se não me conquistaram o coração, até que agradaram. Nessa noite em especial a banda não convenceu, e a sensação que mais causava na audiência espremida, era vontade de passar à próxima atração da noite.

# # # A Johnny Suxxx & the Fucking Boys seguiu com o programa, numa apresentação discreta e eficiente, como cabe aos bons coadjuvantes.

# # # # Depois de lembrar Credence e Led Zep, os headliners argentinos ingenuamente comandaram a pré-festa da comemoração do nosso título de campeão da Copa América, com as pepitas de Sueños Elétricos e Picaseso, seus dois últimos álbuns. Empolgados pelo álcool e pela música excelente, este blogueiro aqui, acompanhado de uma dúzia de outros entusiastas repentinos do tema, esgoelávamos impropérios bem humorados para nossos então adversários na final da Copa América, arriscando, aos berros bêbados, um profético placar de três a zero (o jogo seria na tarde do dia seguinte).

# # # # # Depois de desplugadas as guitarras, o banda se recolheu ao camarim, seguida pela equipe do site do Tatoo Rock Fest (que os entrevistaria), e por um pequeno séqüito de curiosos que insistia com o assunto do futebol, e foi devidamente expulso depois que a câmera, enfim, foi ligada.

Da ressaca do dia seguinte eu não falo nada.

# O grupo gaúcho Superguidis finalmente apareceu com seu esperado segundo disco, intitulado curiosamente como A Amarga Sinfonia do Superstar. No Myspace do conjunto, quatro canções constantes do track list do disco estão disponíveis para audição. São elas: Mais Um Dia de Cão, O Cheiro de Óleo, Parte Boa e Mais do Que Isso. As melodias distorcidas, a espontaneidade lírica e o bom humor nerd ainda estão lá, mas dessa vez gravados bem mais decentemente que na estréia, de sonoridade beeeem amadora. A produção dessa Amarga Sinfonia ficou a cargo do Phillipe Seabra, da rediviva Plebe Rude, e chega ao mercado pelo selo mais cool da capital Federal, o Senhor F Discos.

# Dia treze passado, no tal Dia Internacional do Rock, aconteceu em Goiânia, a título de celebração, uma festa que reuniu bandas suspeitas, como a idosa Língua Solta, e a caricatura mal-feita auto-batizada Moni-K, ao lado nomes de respeito, como a Olhodepeixe e a Casa Bizantina. Da Língua Solta não esperava nada diferente, e o set-list cheio de anacronismo e rebeldia tardia, esboçado sobre covers de Pink Floyd e Barão Vermelho, se desenrolou tedioso e sem surpresas.

# # Depois, a Olhodepeixe subiu suas guitarras e se encarregou do barulho. Numa apresentação apenas correta, exibiu suas novas canções à avaliação do público e brindou alguns rostos satisfeitos com outras de Combustível, sua estréia em disco.

# # Na seqüência, a tal da Moni-k se ocupou do palco e expulsou qualquer par de ouvidos minimamente exigente de perto das caixas de som. Não sei precisar o tamanho do equívoco musical que foi a apresentação da senhorita de cabelos revoltos e cara de má, já que me assegurei uma boa distância da tenda, mas deu pra sacar que a coisa foi completamente sem noção.

# # # Pra fechar a noite a Casa Bizantina recolheu para si as atenções do lugar, mas não chegou a empolgar. Com músicas do último disco Estado Natural, misturadas aos discretos clássicos dos dois primeiros discos, a Casa fez um show apenas mediano, e para confirmar a meia-bomba da noite, cometeu uma cover bisonha de Ando Meio Desligado, d’ Os Mutantes.

E como diria, sabiamente, o sempre contraditório Lobão:

Dia Internacional do Rock é o caralho!!


domingo, julho 15, 2007

"Edifícios velhos sendo construídos..."

OAEOZ

# Passando de fato à ação, em bloco, o Compacto Rec - o coletivo dos comunicadores da Fora do Eixo - lança mais um single virtual, dessa vez dos curitibanos do OAEOZ, que oferecem duas pílulas de seu noise psicodélico para degustação dos leitores disso aqui, em fonogramas, intitulados singelamente Impossibilidades e Cittá Piu Bella. O download pode ser iniciado clicando bem aqui.



# # Ouve aí e depois me diz aí o que você achou.

# # # No fim do mês aparece mais um single surpresa aqui na tela do blog. é só ficar atento.


Vou num pé e volto n'outro.
Inté

sexta-feira, julho 13, 2007

Feliz sexta feira 13 Rock!

Fabiano Olinto, da Casa Bizantina

# Final de semana passado aconteceu em Goiânia mais uma edição do Miscelânea, festival que reúne a porção mais pesada (e com cara de mau) da cidade. Fui na sexta feira atrás da segunda, e concorridíssima, apresentação do Mugo, o mais novo grupo de metal que vale a pena, do centro-oeste nacional.

# # O palco foi inaugurado pelo Vodrock, seguido por Deco Nunes (SP), depois Cicuta, e por fim a candanga Disforme, e toda a sua feminina tosquidão hardcore. Quando o Mugo ocupou o tablado do teatro Yguá, a arena ficou lotada pela primeira vez, e entre saudações massivas da molecada, o quarteto mais neo-metaleiro das redondezas comandou a pequena massa centrifugada. Abrindo o set list com o pequeno hit precoce Screams, que lembra de soslaio a ótima e sumida Spineshank, a banda novata fez de sua meia hora no festival, os trinta minutos mais concorridos da noite.

# # # Depois da destruição, o Diego Moraes cumpriu tabela para uma ou duas dúzias de amigos, antes da Voz do Silêncio prestar seu tributo adolescente ao Metallica.

# # # # No sábado se apresentaram Death From Above, Ímpeto, Eternal Devastation, o lendário CFC, a candanga Scumbag, além de Señores, Warlike e Sociofobia.

# Porém, minha noite de sábado já estava reservada para a celebração do aniversário de duas amigas, a Karen Costa e a Grace Carvalho. A Grace é a vocalista poderosa do Pedra 70, e a melhor cantora de samba de Goiânia.

# # Na festa, como não poderia deixar de ser, rolaram umas jams sessions inacreditáveis, protagonizadas por um baterista anônimo, pelos vocalizes derretidos da Grace e pela fábrica de riffs maravilhosos que é o Fridinho, guitarrista da Olhodepeixe. Sempre incrível!

# Por falar em Olhodepeixe, daqui a pouco abandono este teclado em que digito, guardo os controles remotos e isqueiros e rumo em direção a mais um show da Olhodepeixe, que se acompanha da Casa Bizantina para comemorar o dia internacional do Rock. Lá no antigo Caverna, para os interessados.

# A Monstro Discos é a melhor gravadora independente do ano, segundo a apuração dos resultados do Prêmio Toddy. Arrancando o laurel da mão de gravadoras importantes como a Deck Discs e a Trama Virtual, o selo mais bem sucedido da cidade se impõe à força no cenário nacional, e traz para Goiânia ainda mais atenção do povo rock do país.

# # Confere aí a lista completa

MELHOR ÁLBUM ROCK
Matanza - "A arte do insulto" (RJ / Deckdisc)

MELHOR ÁLBUM INDIE ROCK
Gram - "Seu minuto, meu segundo" (SP / Deckdisc)

MELHOR ÁLBUM POP
Arnaldo Antunes - "Qualquer" (SP / Biscoito Fino)

MELHOR ÁLBUM HEAVY METAL
Sepultura - "Dante XXI" (MG / Krako Records)

MELHOR ÁLBUM PUNK / HARDCORE
Dead Fish - "Um Homem Só" (ES / Deckdisc)

MELHOR ÁLBUM MPB
Tom Zé - "Danç-êh-sá" (BA / Yrará Discos)

MELHOR ÁLBUM INSTRUMENTAL
Alex Martinho e Sidney Carvalho - "Intuition" (SP / Independente)

MELHOR ÁLBUM RAP / HIP HOP / BLACK
Racionais MCs - "1000 Trutas 1000 Tretas" (SP / Unimar Music)

MELHOR ÁLBUM MÚSICA ELETRÔNICA
DJ Patife - "Na Estrada" (SP / Trama)

MELHOR ÁLBUM REGGAE / SKA
Tribo de Jah - "The Babylon Inside" (MA / Independente)

DESTAQUE REGIONAL
Monobloco (RJ)

REVELAÇÃO
Acidogroove - "O Anti-Herói" (MG / Independente)

MELHOR ÁLBUM INTERNACIONAL
Arctic Monkeys - "Whatever People Say I Am, That's What I'm Not" (Inglaterra / Trama)

MELHOR SELO / GRAVADORA
Monstro Discos (GO)

MELHOR VEÍCULO ONLINE
TramaVirtual (SP)

MELHOR VEÍCULO IMPRESSO
Roadie Crew (SP)

MELHOR PROGRAMA DE TV
Alto Falante (MG / TV Cultura/Redeminas)

MELHOR PROGRAMA DE RÁDIO
Alto-Falante (MG / Rádio 98FM)

MELHOR CASA DE SHOWS
Hangar 110 (SP)

MELHOR EVENTO
Abril Pro Rock (PE)

PERSONALIDADE
Cansei de Ser Sexy (SP)

# Domingo agora, depois de amanhã, a banda brasiliense OAEOZ lança um single virtual, inaugurando de fato o projeto Compacto ReC (esse aí do banner ao lado). A cada quinze dias a rede que conta com quase quarenta sites espalhados pelo Brasil vai lançar singles das bandas mais representativas dessa nova safra da nossa música. Fique atento.

# Tô indo nessa, mas lembrando que amanhã a argentina Vudú deve ferver o Ziggy Box Club, devidamente acompanhada das locais Black Drawing Chalks e Johnny Suxxx & the Fucking Boys. A Vudú, quem acompanha isso aqui já sabe, é algo como uma versão latina do Black Crowes, com umas borrifadas daquele hard rock oitentista do Van Halen.

# # Eu vou. E você, vai?

segunda-feira, julho 09, 2007

Enquanto isso, em Senador Canedo...

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Diego Moraes não faz folk nem mpb, apesar da voz e do violão, mas até que gosta de uma emepebice ou outra, misturada àquela eterna vontade de ter uma banda de rock.



Ele apareceu nos palcos de Goiânia em 2006, com apenas 21 anos de idade, vindo lá do interior, de Senador Canedo. Quando chegou para esta entrevista – que sai na íntegra na próxima edição da revista Decibélica – seu acanhamento era uma mistura de nervosismo e vontade de contar sua história. Falando muito rápido, me explica qualquer coisa sobre como havia entrado na casa errada que, curiosamente, era de um conhecido. Me pergunta se a entrevista vai demorar muito, apontando para o relógio do computador que marcava quase nove da noite, exclamando desanimado que ainda teria que “viajar” de volta para Senador Canedo, depois de mais um dia de trabalho duro em Goiânia.




Hígor – Existe uma movimentação rock acontecendo em Senador Canedo?

Diego de Moraes – Cinco anos atrás existiam bandas fazendo trabalho autoral lá, mas o pessoal foi desanimando, agora que está voltando. Infelizmente as bandas estão presas no cover. É mais fácil agradar com coisa que todo mundo gosta, Ultraje a Rigor, Engenheiros do Hawaii, agora, se arriscar, colocar a cara a tapa, tocar o que ninguém nunca ouviu...

Hígor – Mas você freqüentava a cena de Goiânia?

Diego Moraes – Aham! Por gostar muito de gibi, comecei a ir na Hocus Pocus [Tradicional loja do underground goianiense]. Uma vez, conversando com o Júnior [proprietário do lugar], conheci o Maurício da Hang [the Superstars] e falei do Joy Division.

Nessa época eu não sabia nada de nada, e tinha lido uma entrevista com o Renato Russo falando do Joy Division, e fiquei curioso para saber daquilo. Aí quando encontrei o Maurício de novo, ele tinha gravado os dois primeiros do Joy Division e me deu de presente uma fita cassete da Hang, que hoje eu guardo na minha estante, quase ninguém tem! Depois, num aniversário da Hocus Pocus, vi a Hang the Superstars tocando e pirei. Pôxa, aquele cara com quem eu tinha conversado no bar, estava tocando ali!

Só que depois parei de ir aos shows, não tinha dinheiro e tal. Assim acabei perdendo o contato com o Maurício. O mais engraçado e que no Decibélica Rock n’ Rum [evento/show da revista em parceria com a Redrum, moda rock] ele estava lá no meio do povo, mas só o vi no final. E eu acho que preparei meu repertório de forma equivocada, coloquei as minhas favoritas no começo, e as piores – pelo menos as que eu estou mais cansado de tocar – no final. E ele viu só o final. Pensei: nó, ele viu o pior!

Depois de muito tempo, os meninos (já tocando comigo) foram visitá-lo e perguntaram se ele tinha visto alguma novidade no rock goiano. E ele: “Não, novidade não vi nenhuma, só vi um moleque doido, gritando com um violão.!” (risos). Lá na frente, o cara foi ver um show meu, e eu fui conversar: Cara, não sei se você se lembra de mim, mas uns cinco anos atrás a gente conversou lá na Hocus Pocus. Daí ele: “Nó! Você não é de Goiânia não né? Tá explicado.” Todo mundo pode criticar, mas se um cara como o Maurício, que eu respeito, disse que achou legal pra mim tá valendo. Pôxa vida, Hang é uma banda foda, no Bananada toquei com uma camiseta deles.

E como foi que Goiânia te “descobriu”?

Diego Moraes – Foi devagarzinho. Depois que eu já estava grilado com as bandas, parando de tocar bateria (fiquei um ano sem tocar nada), já no final da The Cretinos. Então, comecei a tocar lá no pátio do FCHF (Faculdade de Ciências Humanas e Filosofia da UFG)...

Hígor - Você faz o quê?

Diego Moraes – História, mas não precisa colocar isso não. (risos) É por que complicando minha situação. Quando digo que faço História, dizem: “Ah, explicado!” explicado o quê? O baixista do Vícios da Era é formado em história, o vocalista do Casa Bizantina também, a baixista do Demosonic estuda comigo. O Nars Chaul, compositor de mpb, é historiador, e o vocalista dos Garotos Podres também! No entanto, o que eu faço não tem nada a ver com Vícios da Era, Casa Bizantina, com Demosonic, não tem nada a ver com o que o Nars Chaul faz, e nem com Garotos Podres! O fato de eu cursar História não determina o que eu vou fazer, são momentos diferentes da minha vida, não preciso de referências bibliográficas para compor.

Hígor - Mas voltando, Goiânia...

Diego Moraes – Depois fui tocar no bar do Martim [Cererê, o “templo” do rock goiano]. O Pablo, um amigo meu, trabalhava lá, e me botou pra tocar num show do José Telles, um dos artistas da Maquinaria [selo goianiense]. Toquei, ele gostou e pediu pra tocar mais, e nisso chegou o Brandão [então administrador do Martim Cererê], que depois falou que eu tinha letras boas, mas tinha que desenvolver a harmonia.

No final de agosto [de 2006] inscrevi Todo dia no festival do Sesi, por incentivo do Fernando. Ele até falou que essa música era meio complicada, que eu tinha música melhor pra esse evento. Mas eu acho que exatamente por ser inesperado é que chamou a atenção, não sei. Não fui para ganhar, fui pra encher o saco. Mas o tiro saiu pela culatra, que bom né?

Em novembro fiz minha inscrição pro Tacaboca [TacabocanoCD, festival da capital que premia o vencedor com a gravação de um disco]. Dos R$ 500 que eu tinha ganhado no festival do Sesi, tirei 70 pra fazer uma gravação de 2 horas. Toquei uma hora e meia, o Pafa [proprietário do Loop Studio e baterista do Seven] mixou em meia hora, e era minha demo. Gravei dez músicas, horrível. Mas foi bom por que foi o registro de um momento, voz e violão, sem produção nenhuma.

Quando fui fazer minha inscrição no Tacaboca, o cara perguntou: “Qual o nome da banda” e eu: Não, não é banda não, sou só eu e um violão. Daí o cara: “Aí é complicado, por que só vai ter banda concorrendo... talvez você não fique nem entre os dez que vão concorrer à gravação do cd.”, fiquei grilado: pôxa vida, tô perdendo tempo, vinte reais a inscrição...

Logo em seguida teve o Goiânia Noise, e na sexta feira estava lá com um amigo e perguntei: será que algum dia eu vou tocar num evento da Monstro? Daí ele disse: “Não Diego, se você aparecesse aqui com o violão, ia ser vaiado.” No sábado o João Lucas [um dos chefões da Fósforo Records e vocalista do Johnny Suxxx & Fucking Boys] chegou pra mim e disse: “De todas as inscrições do Tacaboca, a sua foi a mais legal. Se você quiser participar da Fósforo, a gente grava o disco independente do resultado do festival.” E eu: Não, eu quero é tocar. Não me interessa se eu vou ser desclassificado. Toquei dentro do show do Rollin Chamas. Surreal minha vida né? (risos) Por que o vencedor seria a última banda, mas como era só eu e o violão, acharam melhor me colocar pra tocar duas músicas dentro do show do Rollin Chamas.


To be continued...





No próximo post: Miscelânea Rock Festival e Monstro Discos no Prêmio Toddy.


Hasta La Vista!




segunda-feira, julho 02, 2007

Celebration!




# A turma que não gosta e/ou não entende é monstruosamente enorme, mas eu ainda gosto bastante de algumas coisas de rock progressivo, principalmente das velharias nacionais. Acho o Tudo Foi Feito Pelo Sol um dos melhores discos dos Mutantes (melhor, inclusive, que O A e o Z), e amo o último disco da Barca do Sol, intitulado singelamente de Pirata.


# # Do progressivo europeu, mais precisamente da Itália setentista, ressurgiu nos meus players o grandioso e psicodélico Premiata Forneria Marconi, que tanto honra o rock romano. Passei o final de semana debruçado sobre as tramas instrumentais intrincadas, arranjos vocais solenes e atmosferas lisérgicas e do The World Became The World. Até forcei uma barra e vi umas semelhanças distantes com o indie-prog novato do The Decemberists, mas isso é papo pra depois.

# # # Apertando o play aí embaixo, dá pra assitir a um trecho de uma apresentação do Premiata em 74. O nome da sonata é Celebration. Divirta-se (se puder):





*Logo mais eu volto e boto aqui na tela um aperitivo da entrevista que fiz com o Diego Moraes, e que sai na íntegra na próxima edição da revista Decibélica. Combinado?