Nos primórdios da internet, as salas de bate-papo eram, talvez, os sites com mais audiência entre a garotada, e lá estava sempre cheio de estranhos, mas sua mãe se sentia mais segura com você dentro de casa, e não enxergava perigo em milhares de estranhos, potencialmente ainda mais estranhos por causa do anonimato garantido.
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Com a popularização da web, os chats foram se segmentando, e o ICQ e o MSN acabaram por quase enterrar a prática, outrora gloriosa, entre a maioria dos internautas.
Invertendo esse caminho, e resgatando aquele espírito desbravador dos tempos da “inocência” na internet, Leif K-Brooks – um jovem americano de 18 anos, estudante de programação de computadores, abriu o Omegle.com, onde é possível, sem necessidade de logar ou fazer nenhum tipo de cadastro, entrar e automaticamente começar a teclar (quase que invariavelmente em inglês) aleatoriamente com o primeiro que aparecer.
Não é exatamente novidade, e nem está fazendo um sucesso estrondoso (a média de usuários online oscila entre 2.500 e 4.000), mas confesso que gostei da sensação “primitiva” de, de repente, engatar um papo com uma jovem finlandesa viciada em quadrinhos e punk-rock, ou com uma “tia” inglesa de 68 anos (segundo ela própria) que gasta seu tempo tentando converter almas perdidas vagando pelo cyber-espaço. E se o papo não fluir, com dois cliques você encerra aquele e inicia outro, testando seu inglês até aparecer uma conversa que valha a pena.
É, pode ser meio idiota, mas é divertido. E ainda dá pra conhecer um pouco mais do mundo dos outros, sem intermediários.
# Agora, se você está solitário, seus amigos resolveram te ignorar e você não consegue companhia nem quando promete pagar a conta da noite, a solução para seus problemas está no Amigos de Aluguel, que faz o que sua url explica e ainda se promete “totalmente sem fins sexuais”. O preço eu não sei, mas quem tiver coragem de alugar um amigo novo, provavelmente é por que já alugou demais os antigos. Merece!
Namorinho de portal - Um laboratório britânico de tecnologia digital (Distance Lab) está procurando casais que namoram à distância para testar o protótipo de um aparelho que promete esquentar a intimidade entre os dois. O Mutsugoto (como foi batizada a engenhoca) daria ao casal a chance de “desenhar”, com fachos de luz, sobre os corpos ou camas dos amantes ausentes, aproximando carícias antes impossíveis.
Deitados em suas camas e separados por centenas de quilômetros, cada metade do casal teria que usar anéis ativados pelo toque e que são captados por uma câmera instalada acima deles. Um sistema computadorizado identificaria o movimento do anel quando um dos parceiros o passa sobre o próprio corpo ou sobre sua cama, e a correspondência ao movimento seria transmitida e projetada em fachos de luz sobre o corpo do parceiro. As linhas mudam de cor quando se encontram.
Sinceramente? Nada melhor que a mão naquilo e aquilo na mão, mas se até um papo depravado pelo msn – ajudado por uma webcam desinibida, é divertido, o Mutsugoto pode lá ter suas vantagens em noites solitárias (é uma solução bem mais digna que o Amigo de Aluguel).
Outro projeto do mesmo laboratório promete lutas de boxe à distância, onde a intensidade dos socos seria medida por sensores em uma espécie de colchão-de-pancadas.
Quando eu era criança, jurava que cientistas só se preocupavam com coisas sérias. Mal sabia eu que a vida adulta é um jardim de infância hardcore.
Fui.
Um comentário:
Bons tempos aqueles de bate-papo do uol, irc, icq etc (papo de tio). Fiquei sabendo desse trem ai de chat aleatório mas nem tentei. O segmentado Msn é bem mais "seguro" e não tenho mais saco pra conversar em inglês. Mas realmente é uma balsa contra a corrente.
Todo o resto: namoro virtual iluminado, amigo de aluguel etc me asusta e entristece. Qto mais fácil o contato virtual maior o número de solitários analógicos. Males da Mudernidade.
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