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Quando o Pública apareceu com"Long Plays", o primeiro single de seu disco de estreia, Polaris (2006), muita gente boa apostou como a banda gaúcha seria a nova redenção do indie nacional.
A previsão se justificava na combinação quase perfeita das melodias ganchudas do piano com a letra que narra de maneira delicada e inteligente a progressão de uma dor de cotovelo. O porém, no caso, reside no fato de que se "Long Plays" é mesmo uma grande música, o resto da lista de canções do disco se perde na média, esvaziando a promessa de redenção para, no máximo, uma tentativa opaca de one hit wonder do rock independente brasileiro.
"Corpo Fechado" - Pública
Já em Como Num Filme Sem Um Fim (2008) a banda não conseguiu alcançar o mesmo sucesso com o single "Casa Abandonada", e a ilusão de grandeza que "Long Plays" havia deixado no ar se esvaiu de vez (não que Como Num Filme... não tenha qualidades, mas o brilho de "Long Plays" ainda ofuscava o esforço do grupo para superá-la).
Passados mais três anos, o Pública está prestes a lançar mais um disco, intitulado Canções de Guerra, e ainda refém do discreto sucesso de sua canção mais bem-sucedida, divulga o primeiro single "Corpo Fechado" que, se não supera a beleza de "long Plays", pelo menos tenta se desvencilhar de sua sombra e avançar (ainda que a tarefa seja ingrata).
Mas depois de ouvir a peça meia dúzia de vezes (e dando o devido crédito ao histórico do grupo), não dá pra levar a sério as precoces declarações de amor eterno ao single, publicadas aos montes pelos fãs no twitter e retuitadas em massa pela própria banda. O que, num exercício de realismo cru, significa dizer que, passada a euforia do lançamento, mais um álbum de rock estará potencialmente galopando rumo ao esquecimento.
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