# Depois de um hiato imperioso, porém injustificável, olha eu aqui de novo! Sumi por uns dias, mas volto a teclar diretamente de Palmas, a jovem capital do Tocantins, onde acompanho, daqui a pouco, a abertura e os shows dessa primeira noite de PMW Rock Festival, que garante apresentações esforçadas de Zefirina Bomba e Móveis Coloniais de Acaju, além da outros cinco grupos. Amanhã a melhor banda nova de Goiânia, a Mugo, ocupa o tablado do PMW ao lado de Lafusa, Cachorro Grande e mais cinco conjuntos.
# A novela “Megadeth in Goiânia” ganha mais um capítulo emocionante. Depois de extasiar fãs com a notícia do primeiro show do eterno líder do segundo escalão do thrash metal na cidade, a banda decepcionou sua legião de seguidores com uma anunciada troca de palcos goianos por tablados mineiros, deixando toda uma tribo cabeluda de olhos marejados. Seguindo a receita mexicana de como fazer folhetins, a reviravolta da vez dá conta de que a banda dona do ótimo Youthanasia volta a encher corações brutos de expectativa emocionada, e quem garante é o próprio site oficial:
Two more cities have been added to Megadeth's 'Tour Of Duty'
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# Como quem lê isso aqui já sabe, os dois melhores discos de rock desse ano (até agora, pelo menos) são de dois artistas, digamos, da velha guarda. Black Crowes – com Warpaint, e Lenny Kravitz – com It Is Time For A Love Revolution, souberam como desbancar uma tonelada e meia dessas bandinhas com musiquinhas legais que “acontecem” todo mês e depois se perdem para sempre nos agá-dês da vida. E eu sei que você sabe quais são.
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Warpaint não tem cheirinho-de-carro-novo. Tem o mesmo “fedor” encanecido de uísque com cigarro e sexo de sempre. Slide guitars cheias de volúpia se entregando ao suíngue retorcido da cozinha elegante do baixista Sven Pipien e do baterista Steve Gorman. Sem nenhuma intenção de reinventar a roda, o Black Crowes foi buscar ainda mais fundo no passado da música popular dos Estados Unidos a inspiração para seu sétimo álbum, o primeiro de inéditas desde Lions, de dois mil e um. O blues rural, as work-songs e toda a tradição que nasceu daí (como a alegria gospel do rhythm and blues e a sensualidade negra da soul music) se combinam aos elementos do rock n’ roll clássico com tanta cumplicidade que quase dá pra desconfiar.
Apesar disso a banda dos irmãos Robinson soa mais pesada e noturna do que nunca, flertando com aquela psicodelia sessentista pesada do Deep Purple do comecinho (Evergreen), com country manhoso e lascivo (Locust Street) e com os spirituals cristãos da primeira metade do século vinte (God’s Got It).
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Já o galã de filmes b, Lenny Kravitz, parece ter se arrependido daquela atmosfera moderninha equivocada de Baptism, de dois mil e cinco, e voltou sua antena para os próprios pés para dar a luz a outro grande disco, o que já não fazia desde Are You Gonna Go My Way, que fechou a brilhante trilogia de estréia do multi-instrumentista. Se em mil novecentos e oitenta e nove Kravitz apareceu para o mundo imitando como ninguém alguma coisa entre o Led Zeppelin e o Stevie Wonder, no sensacional Let Love Rule, quase vinte anos depois ele tira a mesma receita da gaveta e recria todo um universo setentista que os anos setenta não viveram pra ver.
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Mastigando mais uma vez o lema hippie do amor, o músico pode não ser um grande letrista, mas compensa a pouca habilidade com as palavras abusando de uma sonoridade contemporânea em um contexto absolutamente retrô, e debaixo da chuva de riffs "roubados" a pieguice dos refrões acaba não importando. Love, Love, Love (o primeiro single) é uma das melhores canções que Kravitz já fez e I’ll Be Waiting e Will You Marrie Me só não são melhores por que estão espremidas em pouco mais de três minutos.
Se o hype não se cuidar, vai acabar atropelado pelos veteranos, em dois mil e oito. Até agora, pelo menos, a caça ao novo está longe de superar a garantia que os dois veteranos neo-hippies marcaram para si, com Warpaint e It Is Time For A Love Revolution. E como as iguarias mais caras do menu pop desses últimos e instantâneos tempos mal têm sobrevivido ao seu segundo verão, reconhecer que os melhores têm mais de dezoito anos não é tão difícil assim. É?
# Saiu dia desses a programação oficial do Bananada. Este blog já havia adiantado, há algum tempo, a maioria desses nomes, mas agora a lista é oficial. Acompanha aí:
sexta-feira (23/05)
01h30 Mandatory Suicide (GO)
01h00 Johnny Suxxx & The Fuckin' Boys (GO)
00h30 Mechanics (GO)
00h00 Are You God? (SP)
23h30 Sapobanjo (SP)
23h00 Identidade (RS)
22h30 Curumim (SP)
22h00 Inbleeding (GO)
21h30 Jonas Sá (RJ)
21h00 Fim do Silêncio (SP)
20h30 Goldfish Memories (GO)
20h00 The Melt (MT)
19h40 Mugo (GO)
19h20 Bad Lucky Charmers (GO)
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sábado (24/05)
01h30 Violins (GO)
01h00 Diego de Moraes e o Sindicato (GO)
00h30 Motherfish (GO)
00h00 Do Amor (RJ)
23h30 Mallu Magalhães (SP)
23h00 Cérebro Eletrônico (SP)
22h30 Sweet Fanny Adams (PE)
22h00 Black Drawing Chalks (GO)
21h30 Chimpanzé Club Trio (SP)
21h00 Bang Bang Babies (GO)
20h30 Abesta (SC)
20h00 Filhos de Empregada (PA)
19h40 Abluesados (GO)
19h20 Gloom (GO)
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domingo (25/05)
00h30 A banda da Eline (GO)
00h00 Necropsy Room (GO)
23h30 MQN (GO)
23h00 m.takara 3 (SP)
22h30 O Lendário Chucrobillyman (PR)
22h00 A Grande Trepada (RJ)
21h30 Amp (PE)
21h00 Shakemakers (GO)
20h30 Bad Folks (PR)
20h00 Orquestra Abstrata / Seven (GO)
19h30 Big Nitrons (Santos - SP)
19h00 FireFriend (DF / SP)
18h40 The Backbiters (GO)
18h20 Sweet Racers (GO)
Vou ali conferir se os Móveis Coloniais de Acaju também comovem os tocantinenses. Depois te conto.
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6 comentários:
Kravitz? Concordo com: nem de longe, não foi e nunca será um grande letrista; tempestades e furacões de riffs roubados e a extreeeeema pieguice dos refrões. Como é possivel ser melhor em alguma coisa em qualquer período de tempo? bebeu? prestenção...
hãn? q q esse k-ra disse ai??? Num entendi nada...
Acho LK um sacod e batatas poidres
Mas gosto de BC
Num entedeu o q eu disse? Pra se entender um comentário sobre um texto tem q se ler o tal texto antes. Tem alguma lógica nisso, não? Entendeu essa parte?
Zeeenti, nofffa!
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