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Curumin
Foto: R0cket
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O Fim do Silêncio também entra nessa lista, ao lado da Mandatory Suicide, que fechou a noite aclamada pela nostalgia da geração anos noventa do rock goiano, e pela admiração que essa nostalgia provoca em parte do pessoal que nasceu há menos de vinte e cinco anos.
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O show do Curumin, com sua formação pouco usual (bateria, programações de beats e arranjos enfeitados com detalhes eletrônicos e, às vezes, um baixo elétrico), foi de Jorge Ben a Beastie Boys com um instinto dançarino tão genuíno, que ninguém se lembrou de sentir falta de uma guitarra no palco da melhor performance do festival.
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No sábado, o Chimpanzé Clube Trio, que é um desdobramento da extinta Os Ambimonistas, foi a primeira boa surpresa da noite – numa combinação de rock de sotaque funk com música brasileira –, pouco antes da pernambucana Sweet Fanny Adams se reconhecer nos indies goianos e pregar para os convertidos. A carioca Do Amor também conseguiu amealhar adeptos para seu ajuste de rock com acento regionalista entre os moderninhos de roupas coloridas e nerds menos acanhados, mas o produto da mistura é mais prosaico do que o burburinho em torno de seu primeiro EP sugere.
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A Orquestra Abstrata, ex-Seven, também merece um lugar no ranking dos melhores. Dos shows do grupo que eu já acompanhei, esse foi o melhor, onde o quarteto estava mais bem entrosado e mais à vontade na sua investigação de texturas e sonoridades. A curitibana Bad Folks, ao contrário do que seu nome indica, é uma mistura até bem simpática de Bob Dylan com Flying Burrito Brothers (e que acaba lembrando o Credence Clewater Revival também), e conseguiu dialogar com o pessoal sorridente que enchia a arena, disposto a bater palminhas na marcação e balançar a cabeça de um lado para outro.
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Mallu Magalhães
Foto: R0cket
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A “lenda” ao redor do auto-intitulado Lendário Chucrobillyman não chegou até mim, mas mesmo assim fui lá pra confirmar que one-man-band de cu é rola. Depois de conferida a informação, resolvi abandonar o teatro onde o artista solitário continuava se atracando com guitarra, bateria e com uma espécie de apito de pato, enquanto muita gente fazia cara de espanto, como se estivesse realmente impressionada com a atrapalhada performance do paranaense.
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De posse de mais uma latinha de coca-cola fui arranjar um lugar para assistir ao show mais esperado da noite (pelo menos por mim). Maurício Takara é o baterista, vibrafonista e trompetista do, esse sim, lendário Hurtmold (veterano grupo paulista de música experimental, cuja fama já atravessou o atlântico), mas veio a Goiânia com seu projeto pessoal, o MTakara3, onde, ao lado de Richard Ribeiro (ex-baterista do Debate) e do colega de Hurtmold Rogério Martins – na percussão, explora outros lados da estranheza prática e corporal que a música oferece, numa espécie de culto nonsense ao movimento do corpo. A colagem cerebral de elementos criados a partir de filigranas eletrônicas, andamentos e sobreposições gravados ali mesmo em cima do palco, combinada aos arranjos cuidadosamente alucinados de trompete e saxofone, fizeram desse o melhor show de um domingo que ainda teria MqN e a esperada Banda da Eline.
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Aliás, de tão esperado esse show acabou se transformando numa celebração bêbada de parte significativa do cenário local, que de cima de um palco lotado trocava jatos de cerveja com o público enquanto traçava uma linha histórica de canções do lado mais garage do rock goiano. Músicas de Mechanics (Sex Misery Machine, Formigas Comem Porra), MqN (Heart of Stone, Burn, Baby, Burn) e Rollin Chamas (É O Sal), além de tantas outras, revezaram vários músicos ao lado da primeira-dama do rock daqui. No videozinho aí embaixo dá pra espiar um pedaço da farra, que já começa com o Fabrício Nobre distribuindo latas de cerveja para a platéia. Dê um play e veja você mesmo:
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# Por falar em MqN, o quarteto lançou dia desses o volume três das Fuck CD Sessions, com as músicas Breakin' Crystal Stones e Crazy Train. Breakin’ Crystal Stones desvenda uma marcação cardíaca para riffs de guitarra tão pesados quanto sensuais, tudo dentro daquela paisagem mastigada que vai de Grandfunk à AC/DC sem grandes surpresas. Crazy Train, o “lado b”, não é uma cover para a música do Ozzy Osbourne, e também transita dentro do esperado, o que nesse caso não é demérito algum, já que o MqN há anos abriu mão da originalidade em prol daquela derivação saudável que mantém o rock vivo e potente. Você pode arranjar as duas canções do single clicando aqui.
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Daqui a pouco eu volto com a matéria larga e detalhada sobre tudo o que aconteceu nesses quatro dias de Bananada, aqui e lá no Portal Fora do Eixo.
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Te vejo por aí
3 comentários:
o show da Eline foi o melhor, mas a bigtrep tb mandou muiuto!
bão mesmo foi o are you god? e o fim do silêncio
Eu não gostei de nada, mas queria uma pulserinha pra poder mijar nos banheiros limpos lá de trás
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