A regularidade artística do Pato Fu é o seu maior patrimônio, e eles sabem disso. Em oito discos e quinze anos de carreira, assistiram vários fenômenos de vendas se despedirem dos holofotes depois de uma ou duas temporadas no auge, e eles que nunca tocaram o tal olimpo comercial das mega-vendagens, seguiam construindo uma obra cada vez mais consistente, tão ambiciosa quanto espontânea, e que acabou por cavar um lugar dos mais nobres na história da música brasileira contemporânea. No último Goiânia Noise, o show que fizeram no palco do Palácio da Música não só foi um dos melhores do festival, como conquistou a atenção até de muitos dos descrentes antecipados, numa celebração tão intensa quanto prazerosa. Sou quase capaz de apostar que daqui a uns vinte, trinta anos, quando nossos filhos estiverem naquela fase de remexer nos discos dos pais, vão redescobrir o Pato Fu com o mesmo prazer que a nossa geração redescobriu Os Mutantes. Sem exagero!
# E por falar em Goiânia Noise, o circo dos boatos (assunto do post anterior) continua a se movimentar. Dessa vez a pista dá conta de que os norte-americanos do Black Lips e os canadenses do Black Montain podem desembarcar em palcos Goianos no fim do ano, para possíveis shows no Goiânia Noise. Já o Porão do Rock, em Brasília, confirmou a presença dos nossos MqN e Black Drawing Chalks, da paraense Madame Saatan, das cariocas Autoramas, Canastra, Maldita e Matanza, da capixaba Mukeka di Rato, das Pernambucanas Mundo Livre S/A e AMP, da baiana Pitty, das Paulistas Nitrominds, Almah, Orgânica e Sayowa, além da gaúcha Tom Bloch.
Ao lado do já confirmadíssimo Muse, o Suicidal Tendencial diz que também vem pra festa candanga, além do grupo francês Papier Tigre (que no dia três de agosto toca em Goiânia, no Bolshoi Pub, e no dia oito no festival Calango, em Cuiabá), dos alemães do Sick City, dos argentinos hard-rock do The Tadooris e dos espanhóis do Kill Karma. Dezesseis bandas brasilienses disputam outras quatro vagas no line-up, nos dias onze e doze de julho. E completando o programa, outros treze grupos da cidade serão convidados pela produção.
# Já que o tema de hoje parece ser “festivais de rock”: O blog do Espaço Cubo, coletivo cuiabano dos mais ativos, manda avisar que o line-up completo do festival Calango sai amanhã, dia trinta, mas o Pablo Capilé, numa janela aqui do msn, me garantiu um atraso de um ou dois dias. Até agora já foram divulgadas as presenças ilustres do poderoso trio gaúcho Pata de Elefante, do suíngue paulista do Curumin e da experimentação fina do Hurtmold, além dos baianos do Cascadura, dos pernambucanos do Cabruera, do já citado Papier Tigre (FRA), do Mamelo Sound System (SP), do grupo argentino El Mato A Un Policia Motorizado, e do carioca Supercordas. Das duas das vagas restantes, uma vai para o ganhador das prévias do festival, e outra vai para a escolhida entre as bandas participantes do Compacto.REC - projeto que nasceu ano passado e integrou quase quarenta veículos online em lançamentos simultâneos de singles virtuais, de artistas de diversas partes do país.
Mas extra-oficialmente Goiânia Rock News dá garantia das presenças da divertidíssima Jumbo Elektro e do seu desdobramento nacionalizado, o Cérebro Eletrônico. A carioca Do Amor, que esteve na última edição do Bananada (assim como o Cérebro Eletrônico), também já carimbou passagem para Cuiabá, assim como os nossos Diego de Moraes e MqN. Além do Garage Fuzz, do Porcas Borboletas, do Elma e do Fossil. Amanhã ou depois eu confirmo o resto das atrações que vão tentar fazer Cuiabá tremer no começo de agosto
O Festival Calango de Artes Integradas acontece de cinco a dez de agosto, na cidade de Cuiabá, apelidada pelos locais de Hell City, devido às suas temperaturas de forno micro-ondas. Goiânia Rock News também deve viajar até Hell City para acompanhar as festividades de perto.
# E não é que o Móveis Coloniais de Acaju, a big-ska-band candanga, vai levar seus trombones, trompetes e coreografias engraçadinhas até o velho mundo, para o palco do festival Pukkelpop, na Bélgica. Jan Keymis, um dos produtores da festa belga, esteve em Goiânia em novembro passado, acompanhando in loco o último Goiânia Noise, e pôde conferir o poder da banda candanga ao vivo, que tocando antes dos DT’s e do Pato Fu, não teve a menor dificuldade em comandar a massa como quis, numa apresentação tão entusiasmada quanto explosiva. Então o convite para a apresentação na Bélgica, analisando assim, faz todo o sentido.
A programação do Pukklelpop dois mil e oito é quase nada, dá uma espiada: Sigur Rós, Metallica, The Killers, Bloc Party, Soulwax, Serj Tankian, Soulfly, Tricky, Boyz Noise, Miss Kittin, Dirty Pretty Things, Simian Mobile Disco, Anti-Flag, The Gunter Twins, Breeders, Hot Chip, Black Kids, Black Mountain, Futureheads, Holy Fuck, Editors, Manic Street Preachers, Meshuggah, Cold War Kids, Móveis Coloniais de Acaju, e muitas, “milhares” de outras bandas.
Vai estar na Bélgica no meio de agosto próximo? É mesmo? Então clique aqui para conferir o programa completo do festival.
# Começando aqui a ouvir o tal Red Álbum, o novo do Weezer, já ouviu? Ainda não tenho opinião nenhuma para dar, mas, assim na primeira orelhada, estou achando até divertido, apesar de soar como... o mesmo Weezer de sempre (se isso é bom ou é ruim ainda não sei), mesmo que em The Greatest Man That Ever (um quase hip-hop transmutado naquelas mesmas alternative-guitars), e em Cold Dark World, o grupo tente um vôo mais alto, e que Everybody Get Dangerous seja realmente empolgante – num flerte improvável entre um Red Hot Chilli Peppers mais tímido e qualquer banda decente do rock alternativo noventista. De qualquer modo minhas primeiras audições não tem dito nada seguro sobre nada. Geralmente até sei se vou gostar ou não de um disco nas primeiras ouvidas, mas fui surpreendido por umas auto-insistências “bestas”, e estou mais cauteloso por enquanto.
Não é por nada, mas atualmente o titular por aqui tem sido o Viva La Vida Or Death and All His Friends, do Coldplay, que é um disco de canções tão poderosamente bonitas, que perto dele a ingenuidade quarentona do Weezer perde um pouco daquele charme de comédia romântica inglesa do Nick Hornby. Aquele papo de adolescência tardia fica meio bobão diante da melancolia minimalista sobrecarregada do Coldplay. Mas isso é conversa pra daqui um ou dois posts.
Estou confuso. Acho que não estou gostando do livro, mas ainda não sei se é pela vulgaridade orgulhosa e forçada em tons auto-biográficos ou pela verborragia “beatnik” duvidosa. Mas vou até o final, quem sabe essa vontade doida de ser a filha bastarda e bêbada de uma cópula esquisita entre o Bucowski e o Nick Hornby ainda faça algum sentido.
Goiânia Rock News disponibiliza duas cortesias VIP para seus leitores, e para correr o risco de garantir uma delas pra você é só se dirigir até a caixa de comentários aí embaixo, deixar anotado seu nome, e-mail e me dizer qual o melhor disco do ano até agora, na sua humilde opinião.
Agora é sério. Tchau procê.