Numa noite em que o Bloc Party foi vaiado (logo agora que fizeram, em seu terceiro disco, alguma coisa audível?) só por que resolveu seguir a escola-Britney Spears, e ostentar “ao vivo” um playback tão tosco quanto constrangedor, o tal Nove Mil Anjos ( a “esperada” banda nova do ex-Sandy, Júnior) despejou um quilo e meio de uma virilidade teen quase tardia, de moicanos bem-cortados, fundida sob aquela velha e gasta rebeldia de apartamento.
O anfitrião canastrão Marcos Mion apareceu pelado (em duplicata duvidosa, com seu eterno companheiro Mionzinho), e fantasiado de Mallu Magalhães (que incrivelmente não levou nenhuma estatueta para casa); Andréas Kisser foi homenageado com depoimentos suspeitos e obrigado a solar, ao vivo e sem playback, contra um ventilador, numa das cenas mais dispensáveis da noite.
O NX Zero continua papando tudo (levou três troféuzinhos para casa), e o Bonde do Rolê causou, tanto oficial quanto extra-oficialmente. Depois de roletar o palco labiríntico, entoando Solta O Frango (com participação do DJ curitibano Boss In Drama), a vocalista Ana Bernardino ainda quis protestar quanto à premiação do NX Zero como Artista do Ano, reclamando o laurel para seu Bonde, numa situação que envergonharia até João Gordo. Aliás, o vocalista do Ratos de Porão é a “reserva moral” dos VJs da Mtv, e o único que se permite (e que, ao que parece, é permitido) zoar de verdade com todo o circo armado ao redor de tanto besteirol pop levado a sério.
Marcelo Adnet, protagonista de alguns dos momentos mais divertidos da programação recente da Mtv, é uma das estrelas ascendentes da emissora (e chega a ameaçar o “reinado” de Mion), mas se não renovar seu repertório com urgência, pode cair no esquecimento tão rápido quanto a duração de seu programa diário (que, aliás, se tivesse mais de 15 minutos, já teria perdido os 30% de graça que ainda mantém).
Isso sem contar a versão “adulta” e de guitarras volumosas que o Fresno fez para o hino sertanejo Evidências, do Chitãozinho & Xororó. Aliás, a dupla que tenta desesperadamente renovar seu público (quem não se lembra da parceria com o MC Cabal - aquele do "hit" Me Add?), não só influenciou os cortes de cabelo dessa geração, como também resolveu participar da nova onda, e esganiçou-se com o máximo de emoção no “dueto” com o grupo gaúcho.
Mas o “melhor” de tudo, sem dúvida, foi assistir ao Di, vocalista do NX Zero, bradar a plenos pulmões (com uma certa raiva ensaiada embutida no grito): "EMO É O CARALHOOOO!", respondendo à zoação explícita de Marcos Mion, antes de receber mais um prêmio para sua coleção.
E foi assim. Se eu tivesse um pouco mais animado na noite de ontem, teria dado um pulo lá no Martim Cererê, pra sacudir os ossos no 5ºAtiva. Mas como não dá para contrariar a lei da inércia (que reza que um corpo em repouso tende a continuar em repouso), o VMB pela TV foi o programão da quinta feira à noite.
Mas amanhã, sabadão, a festa é lá no House Garden, no sempre valioso show do Curumin.
Agora eu vou ali escutar, mais uma vez, o novo do TV On The Radio, Dear Science, que entra fácil fácil nas primeiras posições das vindouras listas de melhores discos do ano.
Tchau
2 comentários:
O TV on the Radio novo é bom di++++++!!!!
Valeu a dica
O TV on the Radio novo é bom di++++++!!!!
Valeu a dica
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