# Viu ontem, no Fantástico, o Alex James visitar a fonte oculta das farras nababescas do Blur? O baixista da melhor banda do britpop visitou, a convite do presidente Álvaro Uribe e da BBC de Londres, a selva colombiana de onde sai quase toda a cocaína cheirada no mundo.
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Iurrúúú! .
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Alex jura já ter aposentado seu nariz de platina (também, depois de 4 milhões gastos em cafungadas...), mas vi seus olhos brilharem quando um traficante colombiano abriu uma dolinha da farinha, e informou solenemente que aquele era o produto puro, recém saído da “fábrica”. Mas James soube se comportar, tirou a franja da frente dos olhos e testou um sorriso amarelo para a câmera, quando o traficante se serviu de um tirinho.
Alex também passeou por caminhos lamacentos da selva, sempre escoltado por uma tropa do exército local, e afundou seu par de tênis no lodo para conhecer os precários e improvisados laboratórios de produção e refino do, segundo ele próprio, “óleo que lubrifica a indústria do rock n’ roll”. Perto do fim da matéria, James garantiu ter se convencido de que se soubesse, em seus tempos bicudos de desbunde junkie, como a cocaína é violenta e letal para o povo colombiano que não cheira, teria moderado nas festinhas dos camarins.
Será? Estou inclinado a duvidar.
# E aí, como vai a vida pós-Obama? Tá esperançoso com o fato de que um negro, pela primeira vez na história dos Estados Unidos, chegou ao topo? Você também queria uma daquelas camisetas coloridas, estampadas com o busto do novo presidente do mundo, para desfilar no próximo Goiânia Noise? Obama é pop, Barack é rei. E o rei (ainda) não está nu.
Obama nas alturas!.
Depois de ouvir a mesma ladainha ensaiada duzentas vezes por dia (que repete um otimismo tão crível quanto a "certeza" que um torcedor da Portuguesa tem da grandeza do seu clube), em rigorosamente todos os telejornais, estou começando a achar que a vida imita mesmo a arte, e que se Obama fosse tão cool, honrado, firme e, principalmente, tivesse uma voz tão máscula e sedutora quanto a do presidente Palmer (esse sim o genuíno pioneiro negro no cargo), aí sim o mundo poderia finalmente respirar aliviado, já que o anti-herói rebelde e solitário Jack Bauer nunca dorme no ponto, e entre uma agulhada e outra, sempre salvará a América (e por conseqüência, o planeta).
Essa euforia coletiva – da imprensa política (o Jornal da Globo chegou ao ridículo de comemorar a vitória exibindo um clipe com imagens da campanha Obama acompanhadas por A Beautifull Day, do U2. Jesus!), passando pelos programas de fofoca, e chegando até à mesa de almoço do domingo em família –, me deixou mais irritado com a humanidade do que o de costume.
Tá bom, se com a humanidade é muito, então fiquei puto pelo menos com o mesmo Brasil que esperou o fim dos problemas nacionais com a ascensão de um “pobre” operário à presidência da República, acreditando que só o simbolismo histórico do fato seria suficiente para a tão esperada redenção do país do futuro. No caso deles, o sofisma é o mesmo, só que mais caro, melhor envernizado e mais escurinho. Primeiro presidente negro da história dos Estados Unidos!
Tá mesmo todo mundo crente que (também pela primeira vez na História) um Tio Sam bronzeado vai, finalmente, governar para o bem mundial, deixando seus próprios (e gigantescos) problemas em segundo plano, ao invés de tentar salvar os EUA, a QUALQUER custo, do fiasco econômico?
Antes que ensaiem o discurso, meu caso está longe do anti-americanismo corrente: música pop, hambúrguer e Mickey Mouse sempre tiveram lugar garantido na minha vida, acho o american way of life um exemplo de sociedade e recusei a homilia esquerdinha antes de entrar pra faculdade. Gosto mesmo da cultura estadunidense, e qualquer roqueiro que diga o contrário e cuspa na bandeira listrada está sendo, no mínimo, contraditório (o máximo eu deixo por sua conta).
Mas acontece que Roma nunca abriu mão de seu poder, e se isso for inevitável, o espernear do império vai machucar muita gente que está comemorando a vitória do negão como final de campenato. O estrago, é bem provável, vai chegar até mim também (como todo mundo), mas pelo menos não vou remoer uma contrição velada, nem precisar disfarçar uma esperança traída. Obama é negro, pop, simpático e boa gente, mas não é meu presidente.
Eu votei McCain!
# Já tem um tempo que quero desovar aqui uma “novidade” da web que tem ocupado muito o meu tempo, ultimamente. Nunca lembrava do Arapa quando ia atualizar isso aqui, mas sempre recorria a ele quando ia atrás daquele filme que ia dar um trabalhão pra achar. Mas dessa vez foi diferente, me lembrei do Arapa, e demorou pra dividir o “segredo” com os nobres leitores do Goiânia Rock News.
É bem possível que parte desse povo já conheça o Araponga Rock Motor, mas pra mim a novidade só apareceu no mês passado. O Arapa é um blog exclusivamente para downloads de filmes, daqueles clássicos “B” que você adoraria rever, acompanhado de uma tonelada de outros títulos que você vai amar descobrir
Já recolhi para meu agá-dê cópias de 24 Hour Party People e 9 Songs, os dois do Michael Winterbottom; Velvet Goldmine (a ficção musical sobre o surgimento do glam rock), e I’m Not There (a cine-biografia do Bob Dylan), os dois do Todd Haynes; American Pop, a animação musical do Ralph Bakshi; a ópera-mod Tommy, do Ken Russell; Quadrophenia, a ficção histórica do famoso e selvagem combate entre mods e rockers, do Frank Roddam; Botinada – A História do Punk no Brasil, do Gastão Moreira; o documentário musical Ritmo Alucinante, que registrou o primeiro Hollywood Rock, em 1975, e que contou com Rita Lee &Tutti Frutti. O Peso, Vímana (banda que reuniu os futuros Lobão e Lulu Santos), e Raul Seixas; A série completa (mais de dez horas de filme) The History of Rock n’ Roll, além de muita coisa mais.
Se eu fosse você faria uma visitinha social ao Arapa e dava uma espiada no acervo do endereço, e rapidinho registrava ele nos Favoritos.
# O Goiânia Noise 2008 está chegando e não vem sozinho. Além do Brasil Central Music, que vai encher a semana pré-Noise de shows, o principal festival do rock independente nacional exportou sua marca para a capital financeira do país, e a estréia do São Paulo Noise festival vai ocorrer simultaneamente à realização de sua edição matriz, em Goiânia. Muitas das atrações internacionais serão compartilhadas por pai e filho, acompanhe a programação completa aí embaixo:
São Paulo Noise Festival
Sexta - 21/11
Black Mountain (Canadá) - Palco 1
Flaming Sideburns (Finlândia) - Palco 2
Motek (Belgica) - Palco 1
Os Ambervisions (SC) - Palco 2
The Tormentos (Argentina) - Palco 1
Black Drawing Chalks (GO) - Palco 2
Sábado - 22/11
Vaselines (Escócia) - Palco 1
Black Lips (USA) - Palco 2
The Ganjas (Chile) - Palco 1
Do Amor (RJ) - Palco 2
Calumet-Hecla (USA) - Palco 1
Homiepie (SP)- Palco 2
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21 e 22 de novembro
Ingressos:
21/11 (sexta-feira):R$65,00
22/11 (sábado):R$80,00
Censura: 16 anos
Tchau