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segunda-feira, janeiro 19, 2009

Oh No, You Girls'll Never Know!

# O Capim Pub voltou à ativa. Fui numa festa lá na última sexta-feira, cheguei às duas da madrugada e o local estava completamente lotado.

Não sei se você se lembra, mas foi numa das últimas edições da Kill the DJ (festa promovida por este blog, em sociedade com o Alexandre Ferro, ex-editor do extinto Cybergoiás e baterista d’Os Gays), em outubro do ano passado, que a fiscalização da Agência Municipal do Meio Ambiente (sigla reciclada para a famigerada SEMMA) quase aplicou uma multa de 12 mil reais devido às reclamações da vizinha do lado, deixando o clubinho punk em silêncio desde então. Ao que parece, o Afonsinho (o proprietário-morador) ainda não legalizou a situação de um dos lugares mais legais do underground goianiense, mas re-negociou sua situação com a vizinha reclamante, que pelo menos dessa vez não incomodou a fauna exótica que suava a camiseta na pista de dança.


Tonight!

O Capim Pub nasceu há mais ou menos cinco anos, e desde então já sofreu várias reconfigurações internas, até chegar na condição toscamente charmosa em que se encontra hoje. Nessa mesma sexta-feira, depois de abrir uma cerveja, atravessar a pista de dança e cruzar o corredor escuro, cheguei ao jardim do pub e fiquei de papo com os amigos e amigas, entre eles o Maurício Motta (ex-líder do Hang the Superstars) que, entre um gole e oito, esboçou uma espécie de biografia em pinceladas do Capim.

O nome, obviamente, é uma pequena pérola léxica do indie local, já que o clubinho é vizinho do córrego Capim Puba, o que, ainda segundo o Maurício Motta, impediu que o Afonsinho batizasse o lugar com o cafonérrimo epíteto de London Club (ainda que a justificativa fosse uma pretensa homenagem ao enterrado London Club original, cujo endereço era em Campinas e o ramo de atividades envolvesse, além de guitarras eventuais, o comércio sexual ostensivo).

Alertado do nome pronto e quase genial (que soprava das margens de concreto do córrego) por algum dos punks que freqüenta o lugar até hoje, o clube foi enfim batizado, e deu o primeiro passo para entrar, em definitivo, na história da cultura alternativa na cidade.


Bandas de vários lugares do Brasil já ocuparam o palquinho do Capim, além das centenas de festinhas estranhas com gente esquisita, quase sempre com os dj sets mais legais da cidade. E o público do Capim é mais que fiel. Sempre atende ao chamado da agenda de eventos completamente aperiódica, já que o pub não funciona regularmente, só quando o Afonsinho está a fim de festa ou precisando de dinheiro.

Enfim, fiquei feliz pela reabertura de um dos melhores lugares da cidade para dançar música decente e ficar bêbado com os amigos. A próxima edição da Kill the DJ já está sendo armada, e provavelmente depois do carnaval aparece por aí, num desses e-flyers da vida. Te aviso.



# Há um ano eu escrevi aqui nesta mesma tela azul exatamente assim:

A melhor música de dois mil e oito (até agora), é do ano passado. O nome dela é "Control Freak", e está no melhor disco desse ano (que também é do ano passado), por enquanto. O Newbees, quinteto inspiradíssimo lá do Kentucky, lançou Famous há alguns poucos meses, mas só agora fui ouvir esse que é o segundo disco da curta carreira da banda da Sharon Udoh, Misty Perholtz e de seus amigos


Não por sorte, 2008 acabou e a lista final dos melhores do ano passado que vou botar aqui durante essa semana, traz "Control Freak" liderando minha tabela de preferências particulares na categoria Melhor Música de 2008. Muitas outras boas músicas apareceram, e algumas delas também estão lá, mas "Control Freak" manteve a posição durante um ano inteiro. Os Newbees não apareceram em nenhuma das listas de melhores que eu vi até agora, e só posso concluir que é por puro desconhecimento, por quê Famous, o disquinho que contém "Control Freak", é tão arejado e espontâneo que, tenho certeza, seduziria muitos dos novidadeiros de plantão que sempre estão atrás da última bolacha do pacote.


Mas lembrei disso tudo por que desde que puxei Tonight: Franz Ferdinand para o meu agá-dê (alguns dias depois do explosivo vazamento), uma música insiste em reclamar para si o título precoce de melhor música de 2009. Não, não é o single "Ulysses", esse já é quase “velho”. O disco, como um todo, está se dando bem aqui nos meus fones de ouvido e já rodou inteiro uma boa meia-dúzia de vezes, mas "No You Girls", com todo aquele neón-disco, toda aquela insinuação charmosa das guitarras, e aquele climão chapado e escuro de bailinho dançante na casa dos amigos, não sai da minha cabeça, além da letra (Nick Hornby ficaria orgulhoso do ácido romantismo pop de Alex Kapranos) ser das mais espertas, e do refrão ser uma das melhores coisas que o Franz Ferdinand fez desde o riff de "Take Me Out":

You girls never know
Oh no, you girls'll never know
No you girls never know
How you make a boy feel

(…)

No you boys never care
You dirty boys'll never care
No you boys never care
How the girl feels


Volto a esse assunto em Janeiro de 2010.



# Desde dezembro que quero dizer aqui que TOC Ao Vivo no Teatro Santa Isabel, disco do pianista teen Vitor Araújo, é uma das melhores novidades da música brasileira. A versão do garoto-prodígio para "Samba e Amor", do Chico Buarque, é uma das coisas mais bonitas que já ouvi.

Na volta eu digo tudo isso e muito mais, sobre o rapaz que já foi “descoberto” pelos programas “antenados” da rede Globo, e tem percorrido a via-crúcis da popularidade visitando o Programa do Jô, Altas-Horas e Caldeirão do Huck. Qualquer semelhança com o case Mallu Magalhães é mera coincidência. Vitor não adora Bob Dylan,\não é uma gracinha e já domina seu instrumento.



Já já eu volto. Mas pode esperar sentado.

2 comentários:

Unknown disse...

Higão! estou aqui esperando sentanda por mais um post!!! gosto muito do seu jeito de escrever!! que "orgulho"desse meu coleguinha de classe!!! hihihihihihihihi!! bjm da ju (ex-carequinha) ;p

Anônimo disse...

achei esse novo do FF meio assim, assim, gostei muito nao

show do wry é muito foda, e Vitor Araujo e um pe no saco