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quarta-feira, junho 06, 2007

Eu Sou Melhor Que Você!


# Pois então, recém chegado de Brasília, onde fui conferir a décima edição do Porão do Rock, posto aí embaixo – atrasadíssimo, eu bem sei – a última parte da cobertura do Bananada 2007. Ainda nessa semana entra aqui na tela do blog algumas boas linhas sobre como aconteceu o aniversário de 10 anos de Porão, que contou com o show sempre hipnótico do Macaco Bong (que toca hoje, 06/06, em Goiânia), com o frescor indie-gaúcho da Superguidis, com a fortíssima porrada soul dos californianos da Bellrays, com a precisão e violência do Sepultura, e com uma porção de outras atrações que agradaram e desagradaram, como sempre. Já, já.

# # O Violins – que toca na festa deste blog no próximo domingo, ao lado da Olhodepeixe – nem bem lançou o ótimo Tribunal Surdo e já anuncia planos para o lançamento de um novo álbum ainda para esse ano. E o disco já tem até nome e fórum de discussão na comunidade da banda no Orkut. A Redenção dos Porcos deve ser gravado em breve e ganhar o mercado no segundo semestre. E você, o quê espera dessa ousada explosão criativa de um dos quartetos mais talentosos do novo rock brasileiro? Digaê.



# # # E por falar em festa, no dia 24 desse mês que corre, a Monstro Discos traz a Goiânia a Farra na Casa Alheia, folia que acontece tradicionalmente em Fortaleza, no Ceará e que aqui na cidade terá lugar no Bolshoi Pub, onde vários DJ Sets dos mais argutos e requebráveis (o blogueiro aqui incluso, é claro) vão sacudir os esqueletos carcomidos dos roqueiros mais espertos do domingo. Anota aí na agenda.

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Bananada 2007

Domingo

Eu Sou Melhor Que Você!

O trio local Dom Casamata e A Comunidade abriu a última noite de festa com grooves finos e rasantes psicodélicos, azeitados com as melhores referências da música brasileira. Já dá pra dizer, sem medo de errar, que é a melhor banda instrumental da cidade.




Zé Henrique: Dom Casamata e a Comunidade


Depois da meia hora de chapação muda da trinca, as também locais Woolloongabas e RPDC seguiram o cronograma, mas não acompanhei nenhum dos dois shows, ocupado que estava com alguma entrevista no bakstage.

Depois da paulistana Slot reformular em japonês a receita dos Forgotten Boys, o Galinha Preta tomou conta de tudo. O crust-core (!?) esporrento e humorista dos brasilienses lotou a arena do Pyguá, e botou a molecada pra rodopiar e esgoelar várias canções junto com a banda. Um fã mais caloroso foi convidado a subir no palco e assumir o microfone na “concretista” A,E,I,O,U, e quase chorou de emoção. Fenomenal!


Nem bem a Galinha Preta calou suas desgraceiras, e a jovem guarda água-com-ácucar da paraense Stereoscope me manteve longe do Yguá, antes da Banzé ocupar o palco do Pyguá e, no ponto alto do show, fazer uma versão meia-bomba de Eu Sou Melhor Que Você, do grande, e não menos desconhecido, Mulheres Q Dizem Sim.

Logo após o fim da chatice “cabeça” do Mersault e a Máquina de Escrever, a Elma perfilou seus petardos calados, cheios de riffs pesadíssimos e cozinha extata. Não deu nem pra sentir falta de alguém berrando por cima da muralha sonora dos paulistanos. Quem disse que metal do bom não pode ser instrumental?

Perto do fim da festa, músculos em frangalhos pelos três dias de maratona, a Graforréia Xilarmônica encheu de gente curiosa a cúpula do Pyguá. Formada em 86 nos pampas, pelos irmãos Birck e por Frank Jorge, extinta em 2000 e de volta à ativa há alguns anos, a Graforréia nunca atingiu o sucesso comercial, mas adquiriu status de cult-band, e já foi gravada por gente importante do pop, como o Pato Fu, que incluiu Nunca Diga no track list de Televisão de Cachorro, e abre o ótimo Ruído Rosa com Eu, as duas dos gaúchos. No show, além do hit involuntário Eu, fizeram pares de ouvidos felizes com discretos clássicos, como A Técnica do Baixo Elétrico, Empregada e Eu Digo 7.



Daddy-O-Grande com os Dead Rocks


Na seqüência era a vez do gringo mascarado Daddy-O-Grande reger os paulistanos Dead Rocks na causticante surf-dancefloor em que se transformou a arena do Pyguá. Acompanhei a festa consumindo o mistão de hamburger da noite, sentado em frente à porta do teatro e vendo o espetáculo por entre as cabeças dançantes. Quem estava lá dentro parece ter gostado.


A série final de shows desse Bananada 2007 eu deixei pro ano que vem. O corpo exaurido, somado ao fato de já ter assistido ao Johnny Suxxx – que está se revelando mesmo uma grata surpresa –, e aos Rollin Chamas – que jogam em casa com a mesma desenvoltura do MqN – muitas vezes, estimularam meu retorno antecipado para o conforto do lar.


Já o último show da noite (que protagonizaria o gran finale do Bananada) o do Desastre, eu dispensei sem peso na consciência. Além de não perceber a menor graça no crossover obtuso e anacrônico do quarteto punk-rock, estava ansioso para repousar a carcaça e recuperar o fôlego para a segunda-feira. Afinal, se punk not's dead, time ainda is money.


Boa Noite!

Um comentário:

Boddah Diciro disse...

Texto muito bom!O blog está cada vez mais loco.
\o/