Analytics:

sexta-feira, setembro 28, 2007

"Pede pra sair, pede pra sair!!"

Tropa de Elite

Olá

# Já conferiu o vídeo-amador mais visto na última semana, protagonizado, segundo dizem web afora, pela metade feminina do White Stripes, a Meg White? Pois bem ele está aqui, mas recomendo abrir longe das vistas do seu chefe ou da sua mãe.



# A décima terceira edição do Goiânia Noise já está com o line-up fechado. Os nomes já confirmados, como os americanos Battles e The Dts, você leu alguns posts atrás, mas Sepultura, Pato Fu, Júpiter Maçã e Korzus devem figurar entre os headliners nacionais, ao lado do já revelado Mundo Livre S/A e da discreta lenda indie carioca chamada Pelvs (dona de um dos melhores discos do ano - Anotherspot).


# # Dos santos de casa, a lista já é oficial e enumera, além de MqN e Mechanics, os seguintes grupos locais:


Perfect Violence
Rollin' Chamas
Mugo
Seven
Barfly
Black Drawing Chalks
Violins
Motherfish

Spiritual Carnage
Sangue Seco
Valentina
Control Z
Woolloongabbas.


# Merecidamente no Goiânia Noise, depois dos mais de quinze anos de trajetória, o Spiritual Carnage promete ser um dos destaques do festival em 2007, um dos pontos altos da divulgação de Voices of Darkness, o primeiro álbum cheio do quinteto, lançado ano passado pela Two Beers Or Not Two Beers, selo do amigo e polemista Wander Segundo.


# # Mugo é uma das bandas que mais tem chamado a atenção do público da cidade nos últimos tempos. No segundo show da curtíssima carreira (iniciaram atividades no semestre passado), o conjunto conseguiu encher a arena do teatro Pyguá e manter a massa púbere em constante e frenético movimento, acompanhando o sobe-desce das guitarras em afinações baixíssimas, os grooves crescentes e explosivos e vocais que dançam no limite entre a fúria descontrolada e a doçura pop.


# # # O Violins é, ao lado do MqN, o santo de casa que mais fez milagres em seu próprio território. Porém, também a exemplo do MqN, não conseguiu dominar a grandiosidade do palco do teatro Oscar Niemeyer no Noise do ano passado e fez um show frio para uma platéia espalhada e desatenta – noves fora o diminuto e histérico fã-clube, que sempre se faz perceber nos shows do grupo.


# # # E as texturas lisérgicas e a experimentação despretensiosa e certeira do Seven também devem garantir o bom nome da cidade.



Tropa de Elite


# A Trama Virtual está encarregada de realizar seletivas que garantirão três vagas na escalação do Goiânia Noise. As inscrições começaram dia vinte e cinco passado e vão até dez de outubro. Se tu acha que você, seus amigos e essa coisa aí que você chama de banda tem alguma chance de convencer o pessoal da Trama e da Monstro Discos, se inscreve lá.


# # E se decepcione. (hehehe).


# Então, como milhões de brasileiros, a essa altura você também já deve ter conferido uma cópia pirata do filme mais barulhento dos últimos tempos né, o Tropa de Elite, do José Padilha? O diretor garante que esses devedês que fervem na mão dos camelôs não tem o corte final, e a obra acabada que estréia em outubro, terá diferenças na edição e acréscimo de cinco minutos na história, mas mesmo “inacabada” a fita surpreende. A crueza realista e a falta de correção política de como a versão da polícia é contada, choca e empolga.


# # Dá até pra ver, depois de assistir Tropa de Elite a molecada vai brigar pelo papel de “mocinho” nas brincadeiras de polícia e ladrão, e a farda preta dos batalhões de operações especiais espalhados pelo país (em Goiânia batizada ROTAM) passará a despertar mais uma admiração distante e reverente do que o medo/repulsa costumeiro. Não dá pra saber se isso é bom ou ruim, já que no filme a posição intransigente e psicologicamente limítrofe do protagonista Capitão Nascimento (Wagner Moura), exalta e glorifica o jeito militar de enxergar problemas, que retira sumariamente as nuances da questão e enxerga apenas os extremos. Se não é amigo, é inimigo, e inimigo só serve pra morrer ou pra fornecer informação – debaixo de muita porrada, é claro. Play!


# # # Mas se Tropa de Elite pode parecer apologia da violência policial e da tortura como forma de combate legítimo ao tráfico – opiniões mais facilmente associadas à extrema direita, o filme anterior de Padilha, o documentário Ônibus 174, “pregava” uma idéia diametralmente oposta. Ao humanizar o Sandro Nascimento, seqüestrador do ônibus do título (curiosamente com o mesmo sobrenome do capitão de Tropa de Elite), e tentar dissecar a trajetória de miséria e horror que desembocara no trágico episódio, o diretor foi acusado de extremista de esquerda, agora será que vão ter a ingenuidade de “culpá-lo” pelo contrário?




# Hoje, sexta-feira, logo mais à noite tem Cachorro Grande no Martim Cererê. O último show que acompanhei, já há quase um ano, revelou a evolução estético-mercadológica do grupo gaúcho, que pôs de lado aquela fúria incontrolável do início e adoçou o discurso, mesmo que um verniz de porra-louquice ainda acompanhe seus terninhos. E hoje, a quantas anda o “sessentismo-de-sucesso” dos rapazes?

# # Para acompanhar os quase-famosos dos pampas, o trovador caipira-indie Diego de Moraes, a gritaria garageira da Bang Bang Babies, o churrasco humorista do Rollin Chamas e a Yglo. Vai lá?

See you later



Nenhum comentário: