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No sábado de carnaval, fui finalmente ver uma das bandas novas mais faladas da cidade (pelo menos no Orkut). Formada só por garotinhas recém-saídas da adolescência e com o melhor nome-de-banda dessa última safra do rock goianiense, a Girlie Hell pede (e pode) uma carapuça de banda-fetiche, daquelas que assumem e anexam um apelo sexual à sua música – ainda que a postura de um ingênuo nem-te-ligo faça as vezes de fachada de palco. Geralmente conjuntos assim me despertam uma curiosidade imediata, mas daquele tipo corriqueiro e banal, que uma vez satisfeita escorre fácil para o esquecimento.Lá no palco do Martim Cererê, no tal sábado de carnaval, as garotas do Girlie Hell pareciam cumprir uma combinação com a minha expectativa padrão para eventos do tipo, e se ocuparam das atenções da arena de um teatro, se não lotado pelo menos cheio, ostentando chifrinhos vermelhos que piscavam, bermudinhas quase infantis e uma sensualidade latente e implícita em cada trejeito – seja de microfone, guitarra, baixo ou bateria, insinuando um poder recém-descoberto que se pretende, ao mesmo tempo, desafiador e pronto para ser debelado.
Enfim, as meninas não se furtaram o direito de se “diferenciar” pelo fetiche, e apesar do que pode parecer pela conversa aí de cima, eu não me decepcionei, e a culpa foi da música. Não que o grupo seja original e suas canções sejam inéditas ou revolucionárias. Muito longe disso. Na verdade não é nem mesmo incomum, mas por trás do figurino “ousado”, das letras provocativas (“Come on baby, it’s just fuck enjoy. Suck my dick boy!”) dos trejeitos inocentemente ensaiados e de toda a confusa latência hormonal adolescente, há rock de verdade ali, pulsando vigoroso em cada riff poderoso e nada delicado.
A associação instantânea e obrigatória com The Donnas não tira, em nada, a graça da brincadeira, mas deu pra ver que o rock goiano não passou incólume pelos ouvidos das meninas, e os shows e discos de nomes como Rollin’ Chamas e MqN têm sua parcela de culpa também nesse cartório.
Enfim, as meninas não se furtaram o direito de se “diferenciar” pelo fetiche, e apesar do que pode parecer pela conversa aí de cima, eu não me decepcionei, e a culpa foi da música. Não que o grupo seja original e suas canções sejam inéditas ou revolucionárias. Muito longe disso. Na verdade não é nem mesmo incomum, mas por trás do figurino “ousado”, das letras provocativas (“Come on baby, it’s just fuck enjoy. Suck my dick boy!”) dos trejeitos inocentemente ensaiados e de toda a confusa latência hormonal adolescente, há rock de verdade ali, pulsando vigoroso em cada riff poderoso e nada delicado.
A associação instantânea e obrigatória com The Donnas não tira, em nada, a graça da brincadeira, mas deu pra ver que o rock goiano não passou incólume pelos ouvidos das meninas, e os shows e discos de nomes como Rollin’ Chamas e MqN têm sua parcela de culpa também nesse cartório.
Além de tudo isso, debaixo de toda aquela tímida insegurança travestida de provocação e indiferença premeditada, também é possível perceber que elas se divertem e se emocionam de verdade, tanto ou até mais do que o numeroso público já ganho pelo fetiche, com a música que sai de seus instrumentos, e isso empresta uma aura de sinceridade artística ao show tão empolgante quanto invejável.
Satisfiz minha curiosidade. Mas, curiosamente, ainda quero ver mais alguns shows da Girlie Hell. De preferência antes que elas completem a maioridade e descubram que esse papo de fetiche é levado a sério pela porção masculina do mundo.
Satisfiz minha curiosidade. Mas, curiosamente, ainda quero ver mais alguns shows da Girlie Hell. De preferência antes que elas completem a maioridade e descubram que esse papo de fetiche é levado a sério pela porção masculina do mundo.
4 comentários:
nem sabia q tinha alguém da girllie hell na minoridade. mas tá
hahahahahhahahah
gostei!
Girlie Hell é legalzim messs
essa banda ainda vai dar muito...
O q falar!
hehehe
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