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terça-feira, março 31, 2009

Duas vezes Três!

(Post atualizado.:. 13:52h)


Não tinha visto isso ainda, mas aceitei que Só O Twitter Salva, e descobri a tempo. Dois dos melhores shows do independente nacional, das instrumentais Macaco Bong e Pata de Elefante, num mesmo palco (do Itaú Cultural, em São Paulo). Simplesmente sensacional!

Enjoy it!





Em tempo - “Minhas músicas são pétalas soltas, estão voando por aí.”


Parece papo de hippie tardio, mas não, não é. O gênio "do mal" Hermeto Paschoal ("do mal" por causa de seu humor instável, e também por ser o melhor "antagonista" do Egberto Gismonti, esse sim um gênio "do bem"), em novembro passado, abriu mão das licenças, pela internet, de suas músicas, e liberou para uso de qualquer um todas as suas composições.


Seguindo essa lógica, o albino mais talentoso das Américas promete disponibilizar, ainda essa semana, boa parte de sua discografia (ao todo, 34 álbuns) para download gratuito, caminhando para liberar geral. Ou seja, em breve a totalidade de sua obra estará disponível em seu site.


Ainda que a atitude do multi-instrumentista alagoano não soe como Eureka!, nesses tempos instantâneos em que nos desacostumamos a pagar por música, a sacada do Hermeto não deixa de ser uma... grande sacada. Já que (como se ele precisasse) seu nome "voltou" à berlinda e, pelo jeito, vai facilitar a vida de quem procura seus álbuns mais obscuros e/ou não editados no Brasil (tudo bem que, de alguns anos pra cá, quem procura acha, mas uma maõzinha dessas não é de se jogar fora). Além de tudo, é um ótimo combustível para sua platéia em potencial, ainda que seu público (que adora fazer cara de quem está "entendendo tudo" - principalmente se não estiver entendendo nada) seja cativo.

Da última vez que vi o tio ao vivo, deu pra "pescar" vários momentos daquele hermetismo (sem trocadilhos) estéril, que força a barra às últimas consequências. O que (1) passou longe de comprometer a apresentação, mas (2) não deixou o tio com menos cara de bobo.


O Hermeto, incrivelmente, parece se alimentar de atenção intelectualóide, portanto quanto mais estranho e incompreensível, melhor. Ainda que ele seja realmente genial, em cima do palco, na maior parte do tempo.


People don't change! Já dizia o célebre Greg House.
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segunda-feira, março 30, 2009

"Não tem cara de tiozão..."

O Wry está de malas prontas para voltar ao Brasil. She Science, o novo álbum da banda sorocabana radicada em Londres, é o principal motivo da turnê que está programada para começar dia 10 de abril na cidade de São Paulo, e que deve passar por Sorocaba, Rio de Janeiro, Campinas, Juiz de Fora, Londrina, Maringá, Curitiba, Joinville, Araraquara, Ribeirão Preto e Franca, além de um show totalmente surpresa, que tem data e local mantidos em segredo.


She Science


A edição brasileira de She Science sai pelo selo vizinho Monstro Discos, mas até agora Goiânia está fora do itinerário da excursão, e mesmo que ainda haja alguma chance de o grupo tocar na cidade, conversas-de-backstage dão conta de que é improvável que o grupo liderado pelo vocalista Mário Bross desembarque por aqui, dessa vez. O que é uma pena.


She Science traz, de “inovação”, algumas faixas cantadas em português e, depois de algumas poucas audições, é exatamente essa “boa-nova” que me deixou com um pé atrás. Não é exagerado nos climas, ambientações e texturas espaciais, como no último (e entediante) Whales and Sharks, tampouco tem aquela energia impulsiva e maquinal do ótimo Flames in the Head, porém parece pretender equilibrar esses dois predicados numa mesma linha que perpassa todo o disco.


Ainda estou acostumando meus fones de ouvido à novidade, mas apesar da estranheza inicial com as canções em português, já deu pra eleger “Disorder” como um primeiro destaque. As canções do disco estão disponíveis na página do grupo no Myspace, seis faixas no player clássico do site, e as demais logo abaixo dos vídeos. Já na Trama Virtual, quatro faixas ("Lábios Trêmulos", "Disorder", "Dois Corações e o Sol" e "Whirlwind") estão disponíveis para download.






# O tio Bob (Dylan) manda avisar que “Beyond Here Lies Nothing”, o primeiro single de Together Through Life – seu mais novo disco (com lançamento agendado para 28 de abril), está liberado para download gratuito em seu site oficial durante (quase) todo o dia de hoje - segunda feira 30/03. Mais precisamente até as 22 horas.

Dylan, sob o pseudônimo de Jack Frost, assina também a produção musical do álbum.




“Beyond Here Lies Nothing” é um quase-blues de inspiração R&B, rouco e elegante, com alguns arranjos de metais e acordeom (tão econômicos quanto eficientes), batida sensualmente provocante e alguns daqueles “mesmos” solos de guitarra, tão manjados quanto os três acordes do punk-rock.

Fora isso, até compensa dois ou três cliques para matar a curiosidade. Isso se você estiver curioso, de outra forma melhor deixar pra lá.







Tchau!

sexta-feira, março 27, 2009

O Pop Vai à Mesa

Pra quem pensava que a beatlemania estava presa àqueles vídeo-tapes em preto e branco, uma recente, err, “notícia” prova o contrário. O fenômeno, que depois de mais de quarenta anos já não produz aquelas cenas constrangedoras de idolatria chorona, abraçou o capitalismo selvagem com vontade e se multi-facetou, desdobrando-se em formas inimagináveis na época daquele castelo de areia movediça chamado anos sessenta.


O novo, e refrescante, produto dessa “beatlemania” filtrada pelo mercado atende pelo nome de Beatle Juice, e pode ser encontrado na prateleira dos supermercados nos sabores Apple McCartney, John Lemon, George Pearrison e Mango Star



Porém, caso o mercadinho da esquina da sua casa ainda não tenha descoberto a novidade, você pode impressionar seus amigos imprimindo (aqui) a arte das caixinhas (e depois montá-las sobre uma base de papelão), e servir o suco, de preferência com vodka, revelando empolgado – na próxima festa do apê, como deu trabalho trazer a novidade na mala, na volta da sua última visita à Londres.


Mas, caso seus amigos sejam um pouquinho mais espertos que um plasmódio fêmea, e seja pouco provável que engulam essa sua repentina “última visita à Londres”, você pode adaptar a história à uma condição mais verossímil, e servi-los com a versão tropicalista da bebida, apelidada por seus criadores como Sucos Bárbaros, nos sabores Abacaetano, Maria Betamara, Maracugil e Galraná Costa. Diga que foi espólio de sua passagem carnavalesca por Salvador, em fevereiro último. Duvido que alguém vá duvidar






Ainda os Beatles – Correu o mundo, essa semana, a notícia de que a universidade britânica Hope, em Liverpool, abriu um curso de mestrado em... Beatles. Músicas como "Help" ou "Lucy in the Sky with Diamonds" serão parte da grade curricular dos inscritos no curso "Beatles, Música Popular e Sociedade", instituído pela Universidade conhecida também por ser o único estabelecimento de ensino superior ecumênico da Europa. O curso começa em setembro e vai disponibilizar 30 vagas para os interessados, ingleses ou não. Seu coordenador, Miles Brocke, tem declarado em entrevistas que a disputa pelas vagas já começou, e interessados de várias partes do mundo já se manifestaram.


Ta aí a chance que você esperava. Como a Unisinos (RS) já oferece um curso de graduação intitulado Formação de Músicos e Produtores de Rock, coordenado pelo “roqueiro-de-academia” Frank Jorge, dá pra cursar a faculdade gaúcha de rock, e se mestrar em Beatles no Reino-Unido. Pense no orgulho que seus pais sentiriam no dia da sua formatura!






# Dia 4 de abril (sábado da semana que vem) o Móveis Coloniais de Acaju volta à Goiânia com o show do disco novo, C_mpl_te, que tem lançamento agendado para o final do mês. A apresentação da big-band candanga celebrará, ao mesmo tempo, seus dez anos de carreira e a décima edição do projeto Móveis Convida que, como o nome auto-explicativo indica, sempre leva convidados ilustres ao palco. Dessa vez o grupo brasiliense se acompanhará do conterrâneo Galinha Preta (que fez uma das melhores apresentações de um desses Bananadas passados), do trio cuiabano Macaco Bong (o melhor show do indie nacional, na atualidade), e dos goianos Black Drawing Chalks (em cima de um palco pela primeira vez depois do bombado rolê pelo Canadá).


De C_mpl_te, o disco novo, ouvi só as faixas soltas que bóiam pela web (em versões não-oficiais e em vídeos disponíveis no site oficial), e se for isso mesmo parece que nenhuma surpresa desagradável vai perturbar os fãs do disco de estréia da banda.







Vou ali ver se é o fim de semana que está chegando mesmo, ou se é só impressão minha. Tchau

quarta-feira, março 25, 2009

Pegaram Jesus pra Cristo!

Programei escrever aqui algumas linhas sobre a tonelada e meia de seriados que (quase) aposentaram minha tevê e escravizaram meu lap-top. Mas o capitalismo rules, e hoje não tive tempo pra gastar com tamanha e adorável bobagem. Na volta eu devo te dizer por que estou esperando tão ansiosamente a quarta (e a quinta - que, ao que parece, já tem produção confirmada) temporada de Dexter, e por que Weeds e House (além de Rome e The Tudors) têm sido meus passatempos caseiros prediletos.


Enquanto isso, dê um play para essa bizarrice pop-monástica que atravessou umas duzentas janelas do meu msn (só hoje, durante o expediente) provocando desde arrepios de repúdio cego até sérias gargalhadas de gozo blasfemo. Confie em mim:



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sexta-feira, março 20, 2009

Diário de Bordo

Reconhece os três “senhores” na foto aí embaixo? Pois é, Fabrício Nobre (MqN/Monstro Discos/Abrafin) e Sérgio Ugeda (ex-líder dos caóticos e extintos grupos Diagonal e Debate – além de capo da Amplitude Records) se acompanharam de ninguém menos que o lendário J. Mascis (o eterno Dinosaur Jr) para a pose, durante uma pequena pausa na extensa e intensa programação do South By Southwest.




Xiiissss!



Em um curto papo com o Goiânia Rock News, digitado direto do Texas , Nobre teceu algumas breves impressões sobre o que viu no festival até agora (o nick revelador garantia: “top 3 do dia Dirty Projectors, Meat Puppets, These Arms Are Snakes). Dos brasileiros, Fabrício disse que “Holger e River Raid mandaram bem pacas”, além de destacar as apresentações de Deleted Scenes, Daniel Johnston e, é claro, do Dinosaur Jr. O lembrete negativo do dia ficou por conta do Passion Pit que “o pessoal pira, mas eu achei meia bomba”.


À espera do show da lenda underground do garage-rock sessentista The Sonics, Nobre ainda achou um tempo para “reclamar” da correria que não o deixa assistir a tudo o que gostaria.







Quem está de disco novo quase pronto é o Diego de Moraes e O Sindicato . Segundo o dono da carreira mais comentada do rock goiano ultimamente, as 12 faixas de seu debut já estão prontas, aguardando apenas alguns retoques de voz e guitarra, além das perfumarias de estúdio. Depois de uma pausa “por vários motivos”, a bolacha está sendo finalizada no Loop Studio, de propriedade do Rogério Pafa, o baterista do Sindicato, e deve ganhar o mercado (e links na internet) em breve.


O bardo indie se apresenta hoje e amanhã lá no teatro do Centro Cultural Goiânia Ouro, onde também expõe desenhos de sua autoria (foto) nas pareces do banheiro do lugar, dentro do projeto Obrando Arte.






Vou ali, volto já.



(Vou buscar maracujá)


Ok, foi péssima.

quarta-feira, março 18, 2009

The Book Is On the Table!

O Black Drawing Chalks, um dos grupos goianienses que mais fez shows pelo Brasil em 2008, está experimentando uma pequena popularidade-indie internacional, em alguns shows pelo Canadá, que começaram na Canadian Music Week - uma das maiores feiras de música-que-interessa do planeta. Segundo entrevista concedida ao Ney Hugo, do Portal Fora do Eixo, pelo baixista Denis de Castro, as apresentações da banda têm superado suas expectativas mais deslumbradas, com shows cheios e público dançarino, chegando ao cúmulo bizarro de o músico se ver “obrigado” a autografar os seios de uma nativa, que “por sinal era Linda!”.



O figurino é novo, mas o recheio ainda é aquele mesmo


Outro tópico orgulhosamente preenchido na cartilha BDC de novo “rock-star”, foi ter tocado num palco onde, numa noite remota há mais de quinze anos, houve um show do Nirvana. Abaixo segue reprodução de trechos da entrevista:


Bovine Sex Club!?
O primeiro show, no Rok Boutique, já tinha sido excelente, todos dançaram e acompanharam as músicas com palmas, o que nos rendeu muitos contatos excelentes e grandes possibilidades. Mas pelo incrível que pareça, isso vem sendo ampliado. No Segundo show, no Bovine Sex Club, as pessoas, além de dançarem e acompanharem as músicas nas palmas, se exaltavam, chegando até a apalpar alguns dos integrantes no palco. As mulheres gritavam e pagavam bebidas, foi foda!


Atingindo o Nirvana
Ontem [domingo – 16/03] tocamos em Montreal, no mesmo palco em que o Nirvana, em um dos melhores sons de nossas carreiras, casa lotada, cheia de mulheres lindas, do tipo Deusas. Muita gente que só se vê em filme ou clipe de banda foda, tudo perfeito! Tocamos 30 minutos, mas foi o bastante para a gente sair do palco com quase um orgasmo de satisfação (risos). Pessoas abordando e elogiando o show, comprando cd, passando contatos, pedindo autógrafos. Aconteceu um lance que nunca imaginei que ia rolar comigo, assinar no seio de uma mulher depois do show… e por sinal ela era Linda! Com os contatos que a gente fez nesse dia, vamos fazer mais 3 shows essa semana, aqui em Montreal, e já marcamos uma volta para outubro!

Nice Tits, babe!



Expandindo Fronteiras
Viemos com alguns cds promocionais e adesivos, que nos ajudaram a capturar contatos que, inclusive, foram a alguns shows depois disso. Além de garantir uma volta em um futuro próximo, abrimos portas para tocarmos em vários outros países, e isso surtiu um efeito avassalador na banda. Colocamos isso como objetivo para esse ano e, provavelmente, vamos crescer muito com essas novas possibilidades. Não falo só em visibilidade, mas também em estrutura psicológica, a banda vem se unindo e se organizando bastante nesse ultimo mês.


O Agente Nobre (O que vamos fazer hoje, Cérebro?)
O Fabricio Nobre, com toda certeza do mundo, está entre os grandes nomes da música mundial, representando o Brasil. Participou de palestras super lotadas, e foi claro perceber que o Brasil tem muito espaço em território canadense, seja para bandas que vêm tocar, quanto para bandas [canadenses] que querem ir se apresentar na terrinha. Os produtores procuram saber da nossa cena e se interessam em saber da música, tanto é que a palestra já citada ficou lotada. E nos nossos shows, o pessoal vai e se diverte, e quando fica sabendo que somos brasileiros, vai ao nosso encontro e procura saber como é tocar no Brasil, e se preocupa em saber também o que estamos achando de tocar no país deles.



A primeira “turnê” internacional do BDC incluía, ainda, uma descida aos Estados Unidos, para shows no famoso South by Southwest, em Austin – Texas, mas problemas com a expedição dos vistos demoliu as expectativas da banda quanto ao Tio Sam, esticando a estada do conjunto no Canadá (segundo o Myspace do grupo, os goianos ainda têm shows marcados, em Quebec, para a noite de hoje - quarta feira, além de duas outras datas: sexta-feira – 20/03, e sábado – 21/03).


A mesma decepção acometeu alguns outros grupos brasileiros convidados para o line-up do festival texano (aclamado como a principal vitrine mundial para bandas novas), e que sequer deixaram o país. Aconteceu com o Macaco Bong (que, segundo boatos, teve seu visto negado por causa da alusão, no nome da banda, a apetrechos para o consumo de maconha. Bong!). A maravilha gaúcha Pata de Elefante também se viu obrigada a desistir dos shows na América de Obama, e até o Pato Fu (que se apresentaria hoje na primeira das Brazil Official Parties On SXSW, e foi substituído às pressas pela paulistana Holger) teve que renunciar às apresentações no festival, também gongada na embaixada norte-americana.



Backstage (não) é tudo igual



Em papo rápido, via MSN, Fabrício Nobre (a face internacional da Monstro Discos/Abrafin - que acompanhou o BDC no Canadá e que já está nos EUA para o SXSW), contou estar esperando pelo início das festividades ao lado do pessoal da paulista Tronco Produções, recebendo visitas ilustres de gente como o inglês Max Tundra (que já lançou três discos pela etiqueta, também britância, Domino Records, além de alguns remixes notáveis, em cima de canções de bandas como Franz Ferdinand, Architecture in Helsinki, Pet Shop Boys e Hot Chip), e de representantes da própria Domino (que, em seu catálogo, acumula nomes como Arctic Monkeys, Bonde do Rolê, Franz Ferdinand, Pavement, Stephen Malkmus, Teenage Fanclub e The Kills).


Fabrício Nobre: Abrafin on the table!






# Que o rock independente está na moda você já deve ter percebido, mas a coisa está ficando meio fora de controle, não acha? A TV Cultura, canal público da tevê aberta, mantém pelo menos dois programas periódicos sobre o tema (o Radiola – comandado pelo Marcello Bôscoli, e o longevo e inabalável Alto Falante – liderado pelo Terence Machado); a banda anglo-sorocabana Wry, em 2007, foi protagonista musical no desfile da toda-poderosa Ellus durante o São Paulo Fashion Week; Os canais fechados, vários deles (não só a manjada dobradinha Mtv/Multishow), têm despejado uma tonelada e meia de programas, documentários e mesmo apresentações ao vivo, dedicados ao rock não mainstream.


Os festivais do circuito indie nunca tiveram tanto espaço na dita grande mídia, ocupando, sempre, um espaço nobre nos cadernos de cultura dos principais (e dos secundários também) jornais impressos do País, além do interesse explícito de revistas, tradicionalmente, distantes desse universo, como a Veja, que, pelas mãos do jornalista Sérgio Martins, esmiuçou a matéria numa reportagem de duas páginas. Ou da revista Bravo!, que é notória pela cobertura das cenas artísticas mais sofisticadas e elitistas do Brasil, mas tem dedicado atenção especial aos independentes.


Até aí, meio que tudo “normal”. Mas quando o Domingão do Faustão se rende à notoriedade dos “subterrâneos” do pop nacional, e dedica um quadro inteiro do programa mais popular (e popularesco) da tevê brasileira às bandas e artistas independentes, podemos anunciar o “domínio-do-mundo” pelas guitarras compradas à prestação e pelas páginas e mais páginas do Myspace. É a glória insuspeitada (e, para os estúpidos xiitas underground, questionável) de um movimento que até há pouco tempo se alimentava (e se “contentava”) dos restos da cultura dominante. Onde vamos parar?





# Sei que é meio velho (foi postado há quase um ano), mas pra mim é tão novo quanto saboroso. O que diria você, ilustre leitor, do inusitado e involuntário “encontro” entre dois dos maiores nomes da música, err, pop, cada um em sua época? Quem promoveu a estranha e curiosa parceria entre o Radiohead e o mito branco do jazz Dave Brubeck atende, virtualmente, pelo nome de Over Dub Sound, e mixou a faixa de abertura do aclamado In Rainbows, “15 step”, e o standard máximo do pianista californiano, a adoravelmente sinuosa “Take Five”.


O resultado do mashup ficou tão instigante quanto bonito, e se você não conhece Dave Brubeck (o Radiohead eu sei que você conhece bem), deveria, ou correr desesperadamente atrás do sublime e arrepiante Time Out (gravado em 1959 e lançado pela Colúmbia Records, concorrente direto ao nobre título de melhor trilha sonora para o sexo – ao lado de A Love Supreme, do Coltrane), ou então se matar de culpa pelo resto da vida (como assim, se matar pelo resto da vida?). Enquanto você pensa sobre o que fazer a respeito, play!












Beijo procê.