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segunda-feira, maio 03, 2010

Paixão e Fúria

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Depois de amanhã, quarta feira dia 05, o prodígio popular do piano de cauda, Vitor Araújo, vai desvelar toda a erudição de suas novas peças na estréia do show Paixão e Fúria (ou O Desespero), no palco de veludo do Bolshoi Pub, em Goiânia.




Em 2008, ano em que o Bon Iver refrigerou o pop com o minimalismo cortante de For Emma Forever Ago, o Macaco Bong reuniu a crítica nacional ao redor do incrível Artista Igual Pedreiro, o TV On The Radio pariu o suingue contorcionista de Dear Science, o Violins dividiu o apocalipse em acústico e elétrico com A Redenção Dos Corpos, e o Foals intelectualizou a pista de dança com Antidote, o pianista recém saído da minoridade registrou seu primeiro disco, cheio de referências ilustres, que discretamente ocupou um lugar ao lado dos títulos mais nobres do período.


TOC Ao Vivo no Teatro de Santa Isabel, o disco, vai de Villa Lobos à Radiohead com a desafetação de quem cultua antes a Música que o próprio ego, numa odisséia melódica entremeada por silêncios e contrapontos que elevaram o garoto à berlinda nacional, confirmada pela via-crúcis da popularidade global (Programa do Jô, Caldeirão do Huck...).




Paixão e Fúria (ou O Desespero) é a primeira parte de uma trilogia erigida a partir da paixão (seguida por Paixão e Silêncio (ou A Infância); e Paixão e Orgasmo (ou a Catarse)), e traz novidades no mínimo estimulantes. Diz o release de imprensa:

(...) Impressões seresteiras”, de Villa-Lobos, e “Jongo”,
de Lorenzo Fernandez, se entremearão às composições
próprias e ganharão ainda a companhia de “Ponteio no. 49”,
de Camargo Guanieri, ou “Suggestion Diabolique”, de Serguei
Prokofiev.

“As duas me inspiram, mas estou estudando qual delas

se encaixa melhor no roteiro do concerto”, esclarece o pianista.

Numa das músicas próprias, batizada Baião, Vitor Araújo usará
um pedal de loop no piano. O equipamento é bem conhecido de
instrumentistas mais afeitos a violões e guitarras. Ele armazena
e repete os sons, como se fosse um eco. No piano, ele pode multiplicar
as duas vozes usadas para tocá-lo, como se o pianista tivesse quatro
mãos, ou seis, ou oito.

Além disso, Araújo fará um solo de rádio de pilha, trespassará a
própria voz nas pedaleiras de guitarra, lerá textos dele mesmo e
de Manuel Bandeira, Zé da Luz, Arnaldo Antunes e Ortinho, Aldir
Blanc, Augusto dos Anjos. Isso só no primeiro ato.


Fecha o pano.



Vai perder?





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