Analytics:

quarta-feira, dezembro 01, 2010

O Mundo Mágico de Escher

.
.
Na antevéspera do último feriado do ano, dia 15 passado, aproveitei o fim de semana prolongado para deixar Goiânia pra trás e embarcar na viagem do Escher, que desde o dia 12 de outubro está exposta lá em Brasília, no Centro Cultural Banco do Brasil. N’O Mundo Mágico de Escher, 95 gravuras do artista pontuam o percurso circular das Galerias do CCBB, num encadeamento cronológico que revela bem mais que a evolução de um gênio das artes plásticas.




Ainda na metade da via-sacra dos delírios do gravurista holandês, já bastante impressionado pelas linhas e curvas impossíveis, rodei o olhar pelo ambiente e quase pude perceber o recalque disfarçado de admiração da Arte Contemporânea, essa entidade abstrata corporificada atrás de figurinos suspeitos e de uma frágil capa teórica, que peleja para convencer o mundo que o talento é um atributo relativo, ou que tenta disfarçar a falta dele com um hermetismo tão estéril quanto uma mula.


E o pior é que, saindo de lá, fui parar nas galerias da Caixa Cultural, onde Siron Franco expunha sua série “Segredos – Pinturas Esculturas”. E o choque brutal entre o preciosismo fantástico do Escher e o abstracionismo contemporâneo do Siron só me confirmou a sensação de que a pós-modernidade só pode mesmo ser uma época decadente, em que um gênio é medido pela mesma régua que um sofista gráfico (autenticado pela comunidade artística internacional), e que o símbolo maior desta decadência é o orgulho caipira que coage a inteligência goiana a aplaudir os borrões extravagantes do Siron como o suprassumo da “nossa” arte.


Metamorphose II - Escher




Ainda na Caixa Cultural, depois de passar pela coletiva que reúne, entre outros, Tarsila do Amaral e Di Cavalcanti, fui conhecer a instalação intitulada Memento Mori, de Walmor Corrêa, que segundo o release, “refaz a antiga união entre arte, ciência e mito”. Híbridos empalhados de pássaros com cabeças de rato, minuciosas descrições “científicas” do funcionamento dos corpos de personagens como Cheetara (dos Thundercats), Pinguim (do Batman) e Homem Aranha (da Mary Jane), entre outros, acompanhadas de desenhos meticulosos e em tamanho natural, com detalhes dos aparelhos digestivo, respiratório, etc., de cada um deles, tudo isso espremido numa sala de aproximadamente 10 X 5.


Mas apesar da habilidade do traço do Walmor (que deixava as manchas do Siron ainda mais feias), um dia que havia começado com Maurits Cornelis Escher, não poderia terminar bem com a Cheetara.

Talvez da próxima, Batman.





Nenhum comentário: