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quinta-feira, abril 12, 2012

E por Falar em Los Hermanos



Como aquecimento para a bateria de shows que o Los Hermanos programou para celebrar seus 15 anos de carreira, desde o começo de abril o tecladista Bruno Medina vem respondendo perguntas feitas diretamente pelos fãs da banda em seu blog, "Instante Posterior":




Se saber que quase 200 mil pessoas desejam nos ver tocar de novo não é motivo suficiente para fazê-lo, não sei o que é então.


(...) ontem foi nosso primeiro ensaio e, de saída, já emendamos 17 músicas na sequência, umas meio tortas, é verdade, mais a maioria de primeira. Normalmente os primeiros minutos de ensaio não são exatamente para se orgulhar, mas parece que aquela sinergia de ter tocado juntos tanto tempo fica estocada em algum lugar e, quando menos se espera, ela dá as caras. Só para citar um exemplo, lá pelas tantas, sugeri tocarmos “Adeus Você”, música que nunca foi das mais assíduas em nossos shows. Ainda que ninguém se lembrasse racionalmente de qual era o acorde seguinte, as mão de todos iam parar no lugar certo, e a gente ficou rindo e pensando, ‘como pode uma coisa dessas?’.


Independente do que vá ocorrer daqui pra frente, não enxergo mais o Los Hermanos como aquela banda que fazia 10, 12 shows ininterruptamente durante 18 ou 24 meses. Acho que esta foi uma fase de nossa trajetória, e que dificilmente irá voltar. Isso não impede, no entanto, que a banda tenha algum tipo de rotina, ainda que espaçada. Nesse exato momento estamos experimentando essa opção. Na falta de certezas quanto ao futuro – se é que alguém efetivamente julga pensar tê-las- só nos resta a todos aproveitar ao máximo esses shows e esperar que venha o que estiver por vir!


O primeiro disco do Marcelo, na minha opinião, valoriza as canções em detrimento dos arranjos, o que, por vezes, é mais difícil de ocorrer dentro de uma banda autoral e ultra-participativa como o Los Hermanos. O disco do Little Joy, por sua vez, é marcado pela leveza, pelos arranjos despretensiosos, espaçados, o que nem sempre foi uma constante nos discos da banda. Enfim, acompanho tudo que eles participam de perto, e gosto de constatar a pluralidade que cada um deles demonstra nos novos trabalhos em que estão envolvidos.


É bem provável que quando o nome da banda seja mencionado hoje, muita gente sinta até pena, imaginando que, depois de "Anna Júlia", fomos engolidos pela terra, ou estamos tocando em alguma churrascaria por aí, hehehe. Isso não tem a menor importância de fato, porque nunca foi nossa ambição ocupar o trono de banda mais famosa, nossa vaidade não passa por aí. De certa forma, não sinto esse, digamos, “sucesso” como algo que perdemos, porque acho que esse lugar em que estivemos por um tempo foi completamente acidental. Penso que as coisas sempre se dão do jeito que deveriam ser, e acho que, atualmente, estamos no melhor lugar em que poderíamos chegar como banda.


(...) então, de certa forma, acho que seria mais interessante para a cena que as novas bandas pudessem absorver essa influência nossa de uma maneira mais subjetiva. Tomemos por exemplo a coletânea Re-Trato que nos homenageia; gostei muito das versões e acho que aquela turma foi capaz de interpretar nossas músicas de uma maneira autoral que, de alguma forma, acrescenta ao significado das composições escolhidas.


Quanto a possibilidade de um novo disco, não sei, não existe nada combinado, nunca sequer conversamos sobre isso. Acho que tudo depende muito do que vai acontecer nos próximos meses. Se isso efetivamente vier a se tornar realidade, no entanto, não será por agora.






























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