.
.
.
.
# Esbarrei com Trainspotting na tevê, ontem. A primeira vez que assisti a esse filme do Danny Boyle, há uns dez anos, fiquei com uma puta vontade de ser junkie pra sempre, mandar meus pais se foderem e engolir o mundo de uma vez só. Mas isso passou rápido. O que eu assisti hoje até me deu um pouco de vontade de ficar chapado, mas a ideia do “sempre” me abandonou logo na entrada dos vinte anos. O filme é de noventa e seis.
.
.
# Fala rápido: qual é o melhor disco de rock lançado esse ano? Enquanto assistia os escoceses se entupirem de heroína, liquefazendo seus cérebros e veias com o sotaque mais engraçado do horário nobre, me assaltou uma vontade súbita de ouvir o Era Vulgaris, último do Queens of the Stone Age. Pensei que pudesse ser esse o melhor disco de dois mil e sete, mas a memória não me traiu nessa e, rapidamente, me recordei do recém lançado In Rainbows, do Radiohead, e do Young Modern, do Silverchair. Além de uma pá de outros que, pelo avançado da hora, eu não me lembrei de pronto.
.
# # Mas Era Vulgaris é mesmo a redenção depois do anódino e insosso Lullabyes to Paralyze, que por sua vez, sucedeu o disco fundamental do conjunto de Josh Holmme, o Songs for the Deaf. O Queens of the Stone Age é uma dessas bandas que não acompanham a ocasião, e assim “quase-sem-querer” demonstram quão substancialmente bem pode soar um disco de rock pesado e agressivo.
.
# Fala rápido: qual é o melhor disco de rock lançado esse ano? Enquanto assistia os escoceses se entupirem de heroína, liquefazendo seus cérebros e veias com o sotaque mais engraçado do horário nobre, me assaltou uma vontade súbita de ouvir o Era Vulgaris, último do Queens of the Stone Age. Pensei que pudesse ser esse o melhor disco de dois mil e sete, mas a memória não me traiu nessa e, rapidamente, me recordei do recém lançado In Rainbows, do Radiohead, e do Young Modern, do Silverchair. Além de uma pá de outros que, pelo avançado da hora, eu não me lembrei de pronto.
.
# # Mas Era Vulgaris é mesmo a redenção depois do anódino e insosso Lullabyes to Paralyze, que por sua vez, sucedeu o disco fundamental do conjunto de Josh Holmme, o Songs for the Deaf. O Queens of the Stone Age é uma dessas bandas que não acompanham a ocasião, e assim “quase-sem-querer” demonstram quão substancialmente bem pode soar um disco de rock pesado e agressivo.
.
.
# In Rainbows é diluição caudalosa do jeito esquisitamente pop que o talento da turma do Radiohead conseguiu soldar na cara dos anos noventa/zerozero. Uma interface entre o experimentalismo egocêntrico de Amnesiac, o apelo popular de OK Computer, ainda que não se pareça com nenhum dos dois.
.
# # Além disso, o único disco solo do Thom Yorke, o genial álbum de canções eletrônicas The Eraser – lançado ano passado, também deixou pistas fortes nesse que, provavelmente, foi o disco mais esperado de dois mil e sete. Mas confesso que a maior expectativa desse ano, para mim, era mesmo o disco novo do Silverchair.
# In Rainbows é diluição caudalosa do jeito esquisitamente pop que o talento da turma do Radiohead conseguiu soldar na cara dos anos noventa/zerozero. Uma interface entre o experimentalismo egocêntrico de Amnesiac, o apelo popular de OK Computer, ainda que não se pareça com nenhum dos dois.
.
# # Além disso, o único disco solo do Thom Yorke, o genial álbum de canções eletrônicas The Eraser – lançado ano passado, também deixou pistas fortes nesse que, provavelmente, foi o disco mais esperado de dois mil e sete. Mas confesso que a maior expectativa desse ano, para mim, era mesmo o disco novo do Silverchair.
.
.
# O negócio é que, em dois mil e dois, o planeta ficou estarrecido com o superlativo sentimental de Diorama, obra-prima do trio australiano, e que confirmou Daniel Johns como um dos melhores compositores do rock pós-grunge. Escutei esse disco tantas milhares de vezes nesses últimos cinco anos, que sou capaz de relembrá-lo mentalmente, na ordem do track list e sem esquecer nenhum dos arranjos.
.
# # E depois anos de espera ansiosa e curiosa, o Silverchair entrega Young Modern ao mercado. Despistando aquela auto comiseração grandiloquente que os fizeram adorados, e exibindo uma compleição mais dançante, numa paisagem mais cínica – ainda que embutida em recordações romanescas, surpreenderam novamente. Não ultrapassa a explosão genial de Diorama, mas mantém o padrão de qualidade. Pode tranquilamente ganhar o topo da lista dos melhores. Assim como qualquer um desses citados aí em cima.
.
.
# Vou pensando aqui, tenho que re-escutar muita coisa antes do veredicto, depois te falo como ficou a coisa toda.
.
# O negócio é que, em dois mil e dois, o planeta ficou estarrecido com o superlativo sentimental de Diorama, obra-prima do trio australiano, e que confirmou Daniel Johns como um dos melhores compositores do rock pós-grunge. Escutei esse disco tantas milhares de vezes nesses últimos cinco anos, que sou capaz de relembrá-lo mentalmente, na ordem do track list e sem esquecer nenhum dos arranjos.
.
# # E depois anos de espera ansiosa e curiosa, o Silverchair entrega Young Modern ao mercado. Despistando aquela auto comiseração grandiloquente que os fizeram adorados, e exibindo uma compleição mais dançante, numa paisagem mais cínica – ainda que embutida em recordações romanescas, surpreenderam novamente. Não ultrapassa a explosão genial de Diorama, mas mantém o padrão de qualidade. Pode tranquilamente ganhar o topo da lista dos melhores. Assim como qualquer um desses citados aí em cima.
.
.
# Vou pensando aqui, tenho que re-escutar muita coisa antes do veredicto, depois te falo como ficou a coisa toda.
.
.
.
# Tempos atrás meus fones de ouvido me lembraram de algumas bandas nacionais ótimas, mas que deixaram apenas um disco e se perderam em outras formações e/ou projetos “paralelos”.
.
# # A extinta e baiana Nancyta e os Grazzers já ocupou palcos goianos pelo menos duas vezes, lá no Martim Cererê, e tem um único disco que entra fácil para o rol dos melhores do independente nacional dos últimos dez anos. O mistifório de pop, heavy metal, punk-rock, hip-hop e space-rock, amarrado pela voz doce, porém enérgica e segura da Nancyta, faz o humor muito bem sacado das letras fazer todo o sentido do mundo.
.
# # # Capas de Celular, Esse Coqueiro e Minhocas Azul de Grude lembram – no conceito, não exatamente na estética – a receita misturadíssima de Mike Patton e o lado mais “comportado” do Faith No More. E isso é um elogio! [2]
.
# Tempos atrás meus fones de ouvido me lembraram de algumas bandas nacionais ótimas, mas que deixaram apenas um disco e se perderam em outras formações e/ou projetos “paralelos”.
.
# # A extinta e baiana Nancyta e os Grazzers já ocupou palcos goianos pelo menos duas vezes, lá no Martim Cererê, e tem um único disco que entra fácil para o rol dos melhores do independente nacional dos últimos dez anos. O mistifório de pop, heavy metal, punk-rock, hip-hop e space-rock, amarrado pela voz doce, porém enérgica e segura da Nancyta, faz o humor muito bem sacado das letras fazer todo o sentido do mundo.
.
# # # Capas de Celular, Esse Coqueiro e Minhocas Azul de Grude lembram – no conceito, não exatamente na estética – a receita misturadíssima de Mike Patton e o lado mais “comportado” do Faith No More. E isso é um elogio! [2]
.
.
# A outra banda é a finada Diesel, que ainda teve uma sobre-vida digna e emigrante, rebatizada Udora e que lançou o decentíssimo Liberty Square, quando ainda estava em Los Angeles. Acontece que, sabe se lá por que, o grupo voltou ao Brasil com a formação desfigurada. E como aventura solo do vocalista Gustavo Drummond (que remendou o conjunto), cantada em português e remontada sob uma estética mais, hãn, “jovem”, se revelou uma merda colossal.
.
# # Mas quero falar aqui é do primeiro registro da criatividade genuína dessa moçada, quando ainda assavam seus pãos de queijo em Belo Horizonte, mantinham dreads vermelhos no alto da cabeça e ostentavam orgulhosos imensas tatuagens. Quero falar daquele Diesel do início do milênio.
.
# # # Com pelo menos uns três clássicos absolutos do rock brasileiro recente – Drain, Burn My Hand e 4D – a estreia em disco dos mineiros foi qualquer coisa de espetacular. Até hoje não me perdôo por ter perdido o único show que fizeram na cidade, no Goiânia Noise de dois mil e dois. Depois do show, o Thiago Ricco (atualmente baixista do Violins) e o Bruno Batata (baixista do Olhodepeixe) me falaram dessa apresentação com uma empolgação tão pura que o arrependimento corroeu minhas vísceras durante muito tempo.
.
# # # # Meses atrás, durante o Bananada, assisti a uma apresentação desse novo Udora radiofonizado – que ainda tocou alguns dos clássicos do Diesel. O contraste entre as canções dessa première, com os embustes nacionalizados de agora, encarados de frente e em cima de um palco fizeram a coisa toda ficar ainda mais bizarra.
.
.
.
# A outra banda é a finada Diesel, que ainda teve uma sobre-vida digna e emigrante, rebatizada Udora e que lançou o decentíssimo Liberty Square, quando ainda estava em Los Angeles. Acontece que, sabe se lá por que, o grupo voltou ao Brasil com a formação desfigurada. E como aventura solo do vocalista Gustavo Drummond (que remendou o conjunto), cantada em português e remontada sob uma estética mais, hãn, “jovem”, se revelou uma merda colossal.
.
# # Mas quero falar aqui é do primeiro registro da criatividade genuína dessa moçada, quando ainda assavam seus pãos de queijo em Belo Horizonte, mantinham dreads vermelhos no alto da cabeça e ostentavam orgulhosos imensas tatuagens. Quero falar daquele Diesel do início do milênio.
.
# # # Com pelo menos uns três clássicos absolutos do rock brasileiro recente – Drain, Burn My Hand e 4D – a estreia em disco dos mineiros foi qualquer coisa de espetacular. Até hoje não me perdôo por ter perdido o único show que fizeram na cidade, no Goiânia Noise de dois mil e dois. Depois do show, o Thiago Ricco (atualmente baixista do Violins) e o Bruno Batata (baixista do Olhodepeixe) me falaram dessa apresentação com uma empolgação tão pura que o arrependimento corroeu minhas vísceras durante muito tempo.
.
# # # # Meses atrás, durante o Bananada, assisti a uma apresentação desse novo Udora radiofonizado – que ainda tocou alguns dos clássicos do Diesel. O contraste entre as canções dessa première, com os embustes nacionalizados de agora, encarados de frente e em cima de um palco fizeram a coisa toda ficar ainda mais bizarra.
.
.
.
.
# Quinta passada teve Porcas Borboletas no Bolshoi Pub, mas infelizmente não deu para este blogueiro seguir os passos dos discípulos mineiros dos irmãos Barnabé, paranaenses que ajudaram a dirigir a vanguarda paulistana, nos anos oitenta. Disneyland.
.
# # Amanhã, domingo dia vinte e um, tem o pancadão internacionalista do DJ Diplo - que produziu o desnecessário e curitibano Bonde do Rolê -, e a eletrônica de guitarras punk do Lucy and the PopSonics no club Fiction, na segunda das pré-festas do décimo terceiro Goiânia Noise Festival. Vai lá?
# Quinta passada teve Porcas Borboletas no Bolshoi Pub, mas infelizmente não deu para este blogueiro seguir os passos dos discípulos mineiros dos irmãos Barnabé, paranaenses que ajudaram a dirigir a vanguarda paulistana, nos anos oitenta. Disneyland.
.
# # Amanhã, domingo dia vinte e um, tem o pancadão internacionalista do DJ Diplo - que produziu o desnecessário e curitibano Bonde do Rolê -, e a eletrônica de guitarras punk do Lucy and the PopSonics no club Fiction, na segunda das pré-festas do décimo terceiro Goiânia Noise Festival. Vai lá?
.
.
.
.
.
Tchau
2 comentários:
iae cara!
blz?
dexa eu ti fala!
eu tava olhando seu blog e vi sobre o II Circuito Decibélica e vc falou que e um colaborador da revista, queria saber si vc pode me ajudar a entrar em contato com a organizaçao do evento.
escrevo para o jornal AnaFolha de anapolis e queria fazer uma cobertura do evento na minha coluna de musica.
sera que tem como vc me ajudar.
vo esperar a resposta.
falows
http://vamosfalardemusica.blogspot.com
Fernandobraz.anafolha@gmail.com
Postar um comentário