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Líder de uma dos melhores grupos do underground nacional (que segue na turnê de lançamento de seu sexto álbum, She Science), em entrevista ao Goiânia Rock News Mário Bross garante que depois de sete anos como banda-imigrante, o Wry se despediu da Inglaterra com um sentimento de missão cumprida e um novo modo de enxergar o Brasil e a música brasileira. Vai lendo:
Depois de 7 anos vivendo na Inglaterra, o que o Wry trouxe de lá?
Acho que a experiência mesmo de viver fora, sair da casa da família e
se tornar independente, isso no lado particular. E com a banda foi
redescobrir a própria sonoridade, tocar com bandas legais e conhecer
pessoas interessantes. Foi legal ser elogiado por pessoas como Kevin
Shields e Steve Lamacq. Posso até dizer que aprendemos a escrever
melhor as nossas musicas, tomando um ponto de vista britânico de
composição pra daí poder experimentar mais.
Foi maravilhoso, pra te dizer a verdade. Inesquecível!
A volta para o Brasil pode ser interpretada como um fracasso dos planos da banda na Inglaterra?
Bem longe disso! Nossos planos eram menores do que realmente aconteceu com a gente. Nos sentimos realizados. Para falar a verdade, nosso medo era nem fazer show por lá, aí sim seria foda! Graças a Deus conseguimos mais do que almejávamos.
Essa vinda ao Brasil é um retorno de vez, ou a banda planeja voltar ao estrangeiro?
Voltamos de vez! Com certeza iremos (à Inglaterra) para tocar ou visitar amigos, mas chega de ser imigrante! (risos)
Quais os melhores shows a que você assistiu no Brasil? E na Inglaterra?
Assim de cara me lembro de um show do Fugazi em Piracicaba (que não é nossa cidade, como você colocou um dia aqui no blog) e um do Oasis no Rock n' Rio. Na Inglaterra, os cinco shows que vi do My Bloody Valentine foram os melhores da minha vida.
She Science traz algumas faixas cantadas em português. O que te levou a compor também em português? Está escutando mais música brasileira?
Sim, com certeza! O fato de morar lá me deixou muito nostálgico e com muita saudade. Agora vejo a musica brasileira de uma outra forma. Não que eu vá gostar de qualquer coisa, mas é diferente. Adoro muitas bandas e cantores brasileiros agora.
Em relação ao que, um dia, pudemos chamar de “estética-padrão” do Wry, She Science (e, um pouco antes, Whales and Sharks), revelou novas características sonoras, enquanto deixava outras singularidades costumeiras de lado. Como se deu essa transformação?
O que fazemos agora reflete mais o trabalho da primeira demo, a Morangoland. Sempre gostei do que gosto hoje, e agora de mais coisas ainda. Mas talvez o que aconteça nesse momento é que fazemos o som que buscávamos há muito tempo, super simples, nada demais. Mas bandas que nos influenciavam, como The Who, já não nos influenciam mais. Adoro eles ainda, mas não é o que gosto de fazer e isso se estende aos outros caras do Wry. Queremos é experimentar mais e buscar novas sonoridades que estão ainda escondidas dentro da gente.
Qual é o melhor disco do Wry?
Whales and Sharks, o EP.
Depois de 14 anos de banda igualmente divididos entre Brasil e Inglaterra, na sua avaliação qual a maior diferença entre o underground britânico e a atual cena da música independente brasileira?
Na Inglaterra tem centenas a mais de promoters, clubes, bandas e gravadores, de rock ou vertentes do rock. Rock lá é muito antigo, e não digo que isso seja um elogio. A principal diferença é a idade, aqui é muito mais novo do que lá e isso implica em diversas coisas.
Dessa efervescência inédita no indie nacional, quais bandas te fazem sair de casa pra assistir a um show?
Ainda não acompanho essa "efervescência inédita do indie nacional", estou ligado em outras coisas do Brasil, como Duelectrum de São Paulo, A Sea of Leaves de Santos, Gray Strawberries de Indaiatuba, Team.Radio de Recife, Herod Layne de São Paulo, entre outras. E são elas que sairia de casa pra ir assistir.
E do novo pop mundial?
Pop mundial novo não escuto nada, nem sei o que está acontecendo.
Fiquei sabendo que o Michael morreu e escutei Michael nesses dias. O
que eu escuto é A Place To Bury Strangers, Skywave, The Early Years, Beatles e My Bloody Valentine.
MAIS - Leia também o review de She Science.
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terça-feira, setembro 08, 2009
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