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quinta-feira, dezembro 24, 2009

Então é Natal...

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Não sei você, mas eu gosto do Natal. Ou pelo menos das orgias de comida e bebida que o acompanham. Mas antes de seguir para a ceia e devorar aves gordas deliciosamente transgênicas (entre goles fartos de vinho e Coca Cola), passei aqui pra deixar registradas as preferências de mais um convidado. Marcelo Costa é o jornalista que organizou a lista de Melhores da Década do Scream & Yell, votação que reuniu quase 70 nomes, entre críticos, músicos e escritores, cujas listas (inclusive as minhas) você pode conferir no link lá embaixo, depois do texto:




Mais uma vez, o Brasil deu um banho nos gringos no quesito grandes discos. A safra foi tão boa que fica difícil escolher apenas um. Pullovers, Cidadão Instigado, Otto, Lucas Santtana, Bruno Morais e Banda Gentileza poderiam ocupar esse lugar, e fariam bonito, muito bonito. No entanto, o melhor disco do ano na verdade são dois: “Cala a Boca Já Morreu” e “Saiba Ficar Quieto”, as duas sessões, os dois álbuns que formam o pacote “No Chão, Sem o Chão”, de Rômulo Fróes.

Em seu terceiro álbum, Rômulo Fróes abraça o rock sem largar a mão do samba. O resultado são dois discos arrebatadores que destacam as parcerias com os artistas Clima e Nuno Ramos e as participações de Curumin, Tatá Aeroplano, Lanny Gordin, Mariana Aydar, Lulina e Nina Becker (no sambinha chicobuarquiano “Ninguém Liga” e na atmosférica “Astronauta”, com André Mehmari ao piano). O disco é tão bom que não é só o melhor do ano, mas sim um dos meus dez preferidos da década.

Quanto ao show, no ano que o Radiohead veio ao Brasil e fez uma apresentação memorável em dos piores lugares de São Paulo, o meu melhor momento frente a um artista aconteceu em Roma, na Itália. Bruce Springsteen não arredou o pé do palco durante 2h59 minutos. Rolou “Hungry Heart”, “Born To Run”, “Dancing In The Dark” e, mamma mia, “Thunder Road”. Nunca vou esquecer dele ajoelhado aos pés do microfone, totalmente ensopado, dizendo: “Não dá mais, Roma”. Deu mais uma: “Twist and Shout”. Foda.

Já a música deste ano é uma radiografia de uma geração que sonhou em “ser forte, corajoso, bom de bola, um dos bonitos da escola, mesmo que não fizesse questão”. Luiz Venâncio, do Pullovers, não só fez uma das grandes músicas dos últimos tempos: “Tudo Que Eu Sempre Sonhei” é um hino de uma geração perdida que, enfim, percebeu: “que é tão bom estar aqui, e muito ainda está por vir”. É uma daquelas letras que deviam ser decoradas por muita gente, e que foi coroada por um belíssimo arranjo do Pullovers. Para ouvir e continuar sonhando.


Melhores da década:

Nacional
1. Los Hermanos - Bloco do Eu Sozinho
2. Wado - A Farsa do Samba Nublado
3. Terminal Guadalupe - A Marcha dos Invisíveis
4. Mundo Livre S/A - Por Pouco
5. Rômulo Froes - No Chão, Sem o Chão
6. Pato Fu - Toda Cura Para Todo Mal
7. Walverdes - Antincontrole
8 . Cidadão Instigado - Uhuuu
9. Violins - Tribunal Surdo
10. Bidê ou Balde - Outubro ou Nada

Internacional
1. Wilco - Yankee Hotel Foxtrot
2. Radiohead - Kid A
3. Queens of The Stone Age - Songs For The Deaf
4. Franz Ferdinand - You Could Have It So Much
5. Arcade Fire - Funeral
6. The Flaming Lips - Yoshimi Battles The Pink Robots
7. Paul McCartney, - Chaos and Creation In The Backyard
8. Morphine - The Night
9. Johnny Cash - American IV: The Man Comes Around
10. Roddy Woomble - My Secret is My Silence


Marcelo Costa é editor do Scream & Yell, editor de homes do iG, iBest e BrTurbo, DJ eventual e cozinheiro de fim de semana.






(Melhores da década Scream & Yell)


Um comentário:

Carlos Cipriano disse...

umbando - forró do mané
http://www.youtube.com/watch?v=tPv4bTVDBCw

Pra começar o ano com Umbando.
Abraço
Cipriano