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terça-feira, fevereiro 07, 2012

Guilherme Granado no Tapetes

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O Tapetes Sírios, arquivo musical do bróder Bruno Abdala, conversou com Marcelo Granado, o músico que se divide entre a banda de apoio do Marcelo Camelo, seu projeto solo Bodes e Elefantes, o super-grupo São Paulo Underground e uma pá de outros pontas de lança do experimentalismo nacional. Mas o melhor do papo foi a confirmação de que em 2012 tem disco novo do Hurtmold. Siga a linha:





Tapetes Sírios - Aproveitando o lançamento do Ekundayo, tem uma entrevista do Naná Vasconcelos no Gafieiras em que ele diz que o pessoal do jazz está perdidíssimo. Ele falou isso quando perguntado sobre tecnologia e reconfiguração do cenário musical. Falou também que hoje o pessoal do jazz está fazendo releitura dos anos 50 e que a única coisa boa é que o pessoal está limpo, sem drogas, sem crimes. Já o Han Bennik em uma entrevista para a +Soma falou algo bastante parecido, que é como se existem milhares de Coltranes, se referindo aos músicos que sabem tocar as escalas de Coltrane até de ponta cabeça, mas não desenvolvem uma linguagem própria. Você acha que o jazz vive um momento de questionamento ou os músicos novos estão mais preocupados com a técnica e se esquecem de ter ideias? Como você avalia essas declarações?

Guilherme Granado - Faz bastante sentido isso. Acho que as pessoas que escolhem fazer “jazz” (entre aspas mesmo!), realmente me parecem muito mais preocupadas em emular e repetir fórmulas já testadas e aprovadas do que encontrar a sua própria voz. E, por um lado, não existe nada de errado, exatamente, com isso. Isso acontece com os “rockeiros” também. Isso acontece em todo tipo de musica, e cada vez mais, me parece. “Revivals” são um grande negócio hoje em dia. Mas, na minha vida e na minha opinião o que me interessa na música, na arte e na vida na verdade é quem corre por fora disso, quem está tentando se encontrar, se comunicar genuinamente e dividir emoções, experiências e vontades com as outras pessoas e com si próprio. E quem faz isso não faz jazz, ou rock, ou samba, ou nada disso. Faz música, faz arte, vive. Dito isso, não há nada de errado com uma bela canção. Ninguém pode ignorar uma bela canção. Mas como já disse meu grande amigo e parceiro Rob Mazurek: “give me something!”






TS - O convite pra tocar com o Prefuse 73 surgiu como? Foram quantos shows juntos e como você pensaram as apresentações?

GG -
Sempre admirei e sempre achei o Guillermo um artista interessante e original. Aconteceu de na última passagem dele por aqui a gente fazer um show de improvisação (eu, Maurício, Rob e ele), e nos divertimos muito, eu pelo menos senti que tínhamos bastante em comum. Um tempo depois disso eu recebi um e-mail dele me convidando pra fazer parte da banda ao vivo do Prefuse 73 pra uma tour americana, e obviamente, eu aceitei. A banda acabou se formando comigo, Maurício, Marcus Evans, Ryan Rasheed e o próprio Guillermo. Conversamos um pouco por e-mail e literalmente tivemos um ensaio de 30 segundos antes do primeiro show, pois estávamos atrasados para o soundcheck. Os shows foram ótimos, nos divertimos muito e criamos um vínculo de amizade muito forte. Esses caras são meus irmãos. Não lembro quantos shows fizemos, talvez 21 shows em 23 dias, ou algo do tipo.



Leia a íntegra da entrevista aqui.



































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