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quarta-feira, novembro 01, 2006

Goiânia Noise Party

#Sexta feira de inauguração rocker do Palácio da Música, no complexo cultural Oscar Niemeyer, aquele “pedacinho de Brasília” encravado numa das entradas de Goiânia.

# # O espaço gigantesco ao ar livre deu pistas fortes de que o público – esse ano ampliado consideravelmente por causa da promoção da rádio 97 FM – vai ter mais conforto do que no clássico e charmoso, porém miúdo, Martim Cererê (a chuva, muito provavelmente, foi considerada pela produção).

# # # Pensei num tapete vermelho – já que o lugar é um palácio -, mas depois de entrar na cúpula de concreto, dei de cara com ar condicionado e carpete. Logo pensei em cigarros. Calculei por cima: perto de mil humanos. Pelo menos a metade fumante (sendo otimista), e disposta a se embriagar.

# # # # # A Casa Bizantina distribuía seus versos romanescos e melodias bonitas, enquanto o bar borbulhava quente, de tanta gente nas filas. Não esperavam um sucesso de público tão retumbante. O Rollin’ Chamas já havia feito sua esquete e a Casa não conseguia empolgar a massa, que aplaudia e assobiava, mas não parecia disposta a suar a camisa. Ainda.

# # # # # # Logo depois, o nobre anfitrião fez os agradecimentos de praxe e solicitou aos presentes, entre sorrisos de incredulidade, que cuidassem do lugar com carinho e não jogassem bitucas de cigarro no ‘tapetche’. Então tá.

# # # # # # # O Móveis Coloniais de Acajú logo ocupou o espaçoso ‘picadeiro’, sob os olhares atentos e gritos histéricos da massa, agora compactada em frente ao tablado. Os vizinhos candangos colocaram a molecada pra rodopiar, com seu mix de rock, emepebê, ska, folclore europeu e latinidades, mas não impressionou o blogueiro, que já assistiu apresentações do grupo beeem melhores do que esta. Quase decepcionante, apesar de uns poucos bons momentos instrumentais.

# # # # # # # # Quando a Cachorro Grande tomou conta do palco, a pequena multidão entoou um ensurdecedor e caótico boas vindas. Estava curioso pra ver os gaúchos depois da consagração nacional via emitiví. Deu pra constatar o esperado: eles perderam – ou deixaram de lado – um tanto daquele vigor esporrento e alcoólico, tão característicos de outros tempos. Mas se perderam aí, ganharam em profissionalismo e concordância com sua crescente audiência. Não que uma coisa exclua, necessariamente, a outra, mas com eles a coisa parece ter acontecido assim.

O show tem um roteiro bem definido, mescla novos hits com os do passado recente, e está mais polido e menos espontâneo. Inspirados climas instrumentais, psicodélicos e longuíssimos, levantaram dúvidas sobre o quê o vocalista Beto Bruno estaria fazendo no backstage.

# # # # # # # # # Os bares – sim os bares, no plural, porquê no meio da imensa confusão das filas, sabiamente abriram um novo ponto de vendas – já estavam mais acessíveis, porém a cerveja continuava quente.

O Cachorro Grande ainda não abandonara o palco, mas o blog já assistia tudo de longe, conversando com os amigos e amigas e administrando um leve e doce pileque.

Temporada de caça ao ‘noise perfeito’ aberta. Afine seus ouvidos.

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# Lembra da maravilha mineira Udora? Pois é a banda voltou para o Brasil (com o rabinho entre as pernas, será?), se desmantelou e agora quem responde por ela, é somente o vocalista e guitarrista Gustavo Drummond. Drummond vai reformular o grupo, que se prepara para gravar ‘A Volta dos Que Não Foram’ (sugestivo o título), álbum totalmente articulado em português e que segue a mesma linha musical adotada até então. Gustavo disponibilizou a gravação da pré-produção de todas as músicas dessa nova fase na sua página na Trama Virtual. Nas primeiras audições, é de se confessar que a língua pátria causa uma certa estranheza inicial. Automaticamente você vai ter a impressão de que as sílabas em inglês, dançam melhor as melodias do conjunto mineiro. Eu meio que ainda estou nessa. Vou escutando aqui pra ver no que dá.
Escute você também: www.tramavirtual.com.br/udora

# # O motivo da insistência é o ‘Liberty Square’, disco que a banda lançou nos EUA e que, na opinião do blog, está entre os cinco melhores discos de rock lançados em 2005, ao lado de gente como Mars Volta e Franz Ferdinand.

# # # Falando nisso, o fim do ano se aproxima e com ele as famosas listinhas dos melhores. Numa prévia, assim de supetão e sem pensar muito, eu colocaria – no quesito melhor disco de rock internacional -, o ‘Black Holes and Revelations’ do Muse, o ‘Revelations’ do Audioslave, o ‘Enemies Like This’ do Radio 4, o ‘Stadium Arcadium’ dos Chili Peppers, o ‘First Impressions of Earth’ dos Strokes, o ‘Plans’ do Death Cab for Cutie (que foi lançado no fim de 2005), o ‘Road to Rouen’ do Supergrass (também do fim de 2005), o ‘Amputechture’ do Mars Volta, o... o... o... tem uma pá de disquinhos para colocar aí ainda, mas a peneira vai afinando...

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Então fica assim: nem eu te ligo, nem você me telefona.
Falô procê!

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