terça-feira, novembro 21, 2006
Vudu argentino!
Bruno Cayapi - Macaco Bong
Foto: Bruno Dias - www.urbanaque.com.br
* De volta à Goiânia
# O Demo Sul acabou e o blogueiro desavisado, que foi pensando em passar um friozinho no sul, se fodeu já que Londrina estava ainda mais quente que a terrinha.
# # Lá embaixo você lê uma curta entrevista com os gaúchos do Superguidis, que fizeram um dos melhores shows da primeira noite.
# # # No segundo dia, o maior destaque ficou por conta dos nossos hermanos argentinos do Vudu, que com uma verdadeira aula de genuíno rock n’ roll arrancaram entusiasmo até dos mais distraídos. O quarteto perfilou os clássicos de seus três discos, conseguindo reunir o já grande público em frente ao palco e prender-lhes a atenção por todo o set. Guitarras azedas e suingadas, vocais irretocáveis e cozinha absurdamente requebrável, num misto personal de Grandfunk e Led Zeppelin, garantiram aos compañeros de mercosul o laurel de melhor show da noite. Simplesmente Acachapante!
# # # # Seguindo, os Rockassetes teriam a ingrata tarefa de suceder o conjunto argentino, que a essa altura atendia os fãs e jornalistas na lateral do palco. Apesar de concentrar um público menor, os sergipanos teceram sua malha pop-roqueira sessentista com classe, costurando suas melodias doces e assobiáveis com letras divertidas e despretensiosas. Não é por acaso que andaram freqüentando o espaço mais nobre da última edição da Decibélica.
# # # # # O grande Porcas Borboletas fez um dos melhores shows de todo o festival. A salada de emepebê esquisita com outras roqueirices estrangeiras ganha um sabor especial ao vivo, onde as performances irrequietas de Danislau e Enzo Banzo tomam as rédeas do espetáculo. Referências aos irmãos Barnabé são bem vindas entre os mineiros, que re-processam a Vanguarda Paulistana, acrescentando, é claro, seus próprios venenos.
# Com muitas horas de festival pela frente ainda e com o almoço já devidamente digerido, a única opção era mastigar alguns dos modestos espetinhos, vendidos a R$ 1, 50 na barraca da cerveja. Nenhuma alternativa havia. Bruno Dias, colega lá do Urbanaque e também colaborador da revista Bizz, tentava burlar essa falha trazendo pãezinhos surrupiados no café da manhã do hotel, para envolver os nacos de carne do espeto num sanduíche improvisado. O problema é que ele nunca acordava para o café, e quando acordava nunca se lembrava da manobra.
# # Sábado também foi o dia da (in)esperada baixa do Finatti. Discutindo, sabe-se lá por que, com a prestativa Jôse, da produção do festival, o distinto proprietário da Zap, saiu às pressas bufando e quando encontrou a van que levava e trazia o pessoal das bandas, esbravejou que queria a porta aberta e pôs-se a lutar com a maçaneta do veículo. Não deu outra: antes que o condutor pudesse dar a volta e ver o que acontecia, freak Finas sai com a maçaneta do automóvel nas mãos, exibindo um certo constrangimento alcoólico perante o olhar de reprovação e raiva do, até então simpático, motorista. Não demorou os seguranças foram envolvidos e a baixaria quase reina. Contudo, logo chegou o Marcelo Domingues (diretor executivo e pai do festival) para deitar panos quentes na estória. Ê Finatti...
# # # Falando em Finatti... Logo que cheguei no hotel, na sexta feira pela manhã, recebi um kit: credenciais, fichas de cerveja, um cedê compilação com as bandas do Demo Sul 2005 e uma folha com instruções sobre horários das refeições, dos shows e de saída das vans. Como penalidade para os que descumprissem o cronograma e atrasassem todo os demais, estava previsto (e impresso) o castigo cruel de dividir quarto com quem?? Hã? Isso, adivinhou!
# # # # Pra quem não conhece, o Finatti é uma lenda do jornalismo musical brasileiro, assina a coluna semanal Zap n’ Roll, no portal Dynamite e também é colaborador da edição nacional da revista Rolling Stone. Sempre que vai cobrir um festival, deixa muuuitas estórias pra trás...
# Os Locais do Trilobit, todos de macacão azul, também fizeram uma apresentação digna de nota, ainda na primeira noite. Rock com eletroniquices diversas, feito para as pistas descoladas, e com um gorila maluco como baixista. Rock caipira bruto!
# # Rogério Skylab ajuntou a pequena multidão em frente ao palco para fechar a segunda noite. Banda profissa, público cativo e presença de palco, taí uma receita que costuma dar certo, e não foi diferente em Londrina. Mas o mito carioca nunca tocou fundo o coração do blogueiro aqui, que aproveitou as várias cadeiras vazias, deixadas pela massa compactada no gargalo, e assistiu o encerramento da noite de longe e devidamente sentado.
* Como avisado no post anterior, a cobertura completa da festa poderá ser conferida na primeira edição de 2007 da revista Decibélica.
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A Superguidis veio ao mundo no inverno de 2002, influenciada pelos fortes odores do rock inglês sessentista, muito popular no sul do país. Até que descobriram o Crooked Rain, Crooked Rain do Pavement e outras pérolas do Guided By Voices, e então aposentaram os ternos e lhe caíram as cuecas! Aí embaixo você confere um papo rápido com o grupo, logo depois de descerem do palco do Demo-Sul 2006.
Hígor - O que vocês ouviram essa semana?
Andrio – Vou ter que pensar um pouco... Queens of the Stone Age, que é quase sagrado. My Bloody Valentine… o Incesticide do Nirvana, e uma banda de uns camaradas meus lá de Guaíba, que são Os Empíricos.
Lucas – Eu estou apaixonado pela Cat Power! Quero me casar com ela a qualquer custo. Muito Cat Power... ouvi Sparklehorse, que é uma banda que me dilacera o coração, é lindo! Também ouvi Queens of the Stone Age, o primeiro do Foo Fighters.
Andrio – Uma banda legal também é Trail Of Dead.
Lucas - Emo!
Diogo – Eu ouvi Prozac, Nada Surf, e estou ouvindo muito o Los Hermanos número 4. Ando viciado nessas três bandas.
Marco – Yeah Yeah Yeahs, qualquer coisa do Queens of the Stone Age, The Cure sempre, e Evan Dando de vez em quando, pra dar uma relaxada.
Lucas – Vai dando de vez em quando pra dar uma relaxada?? (risos)
Hígor – E o show no Demo-Sul 2006?
Lucas – Pô, foi do caralho! Tinha um monte de gente que conhecia as músicas, a gente ficou impressionado. É sempre assim, a gente chega nos lugares e pensa que vão atirar coisas, ou mandar a gente embora, mas sempre tem uns cabeças que conhecem as músicas... de onde??
Hígor – E o disco novo, que será gravado em Brasília e vai sair pelo Senhor F Discos?
Andrio – Nosso primeiro disco foi gravado em Guaíba mesmo, na casa de um camarada nosso lá, o Sonic, e rendeu bons frutos como esse show aqui hoje no Demo-Sul. O próximo álbum a gente vai gravar em janeiro de 2007, lá na casa do Philipe Seabra e vai ser o segundo disco pelo Senhor F Discos. Como o Philipe dá bastante atenção pra bateria, acho que vai ser um disco bem pesado, vai soar bem Foo Fighters.
Lucas – O bumbo vai ficar parecido com um morteiro.
Hígor – E você Lucas, como é essa história de ser seu próprio luthier? Fez sua própria guitarra, pedais...
Lucas – Pois é, eu não tenho dinheiro pra comprar uma Mustang, daí tive que fazer uma! Sempre quis ter, gostei dela desde o início, aí vi uma reportagem na tevê de um cara fazendo guitarras. Aí eu olhei para a cara do cara e pensei, se esse idiota consegue, eu não posso não conseguir! Aí comprei a madeira, o Coró me ajudou com umas ferramentas, com uma furadeira de bancada... eu não sei como eu vivia antes sem uma furadeira de bancada. Aí fiquei dois meses fazendo, entre aula, trabalho e fins de semana, até conseguir, aliás eu faço engenharia elétrica pra quê né? E ficou bacana, ficou como eu queria mais ou menos. Diversão total!
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* Substituição de última hora no Goiânia Noise Festival: sai Mundo Livre S/A, entra Bnegão.
* Muito material pra desovar aqui, nessa semana pré Noise: Novidades da Allegro Discos, trechos saborosos do entrevistão com o Violins, e mais umas coisas do Demo (Sul). Vai prestando atenção aí que a coisa vai ser cheia nos próximos dias.
* Agradecimentos mil ao Bruno, pelas fotos. Valeu!
Témais.
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2 comentários:
só tem loco em londrina
Cara, deve ter sido muito massa! Goiânia Noise tá chegando e tb vai ser fodástico!
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