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Homem Binário, a estreia solo do Lúcio Maia (guitarrista da Nação Zumbi) sob o pseudônimo de Maquinado, alguns anos atrás, não teve nenhum impacto considerável nas minhas preferências, e jaz esquecido num canto escuro do meu agá-dê.
Gosto da Nação Zumbi, ainda que, nos últimos anos, tenha percebido que o que me fascina são as apresentações ao vivo, e que raramente (nunca?) boto pra escutar em casa, ou em qualquer outro lugar. Também prefiro a Nação sem o Chico Science, talvez pela superexposição da época de Afrociberdelia e Da Lama Ao Caos, talvez por identificação estética mesmo.
Entre a onipresença do pop pernambucano nos anos 90 e o lançamento de Homem Binário, em 2007, a melhor coisa que o músico fez foi registrar as guitarras selvagens do primeiro disco do Soulfly, espécie de apêndice transverso de Roots, a maior glória mundial do Sepultura.
Mundialmente Anônimo - Maquinado (MP3 Download - 45,63 MB)
Em 2010, Lúcio Maia (ou Jackson Bandeira, o apelido autoatribuído) chega ao segundo disco solo, Mundialmente Anônimo - O Magnético Sangramento da Existência, cuja abertura com “Zumbi” estabelece um cruzamento singular entre Jorge Ben, autor da faixa desconstruída, e o mestre vanguardista Arrigo Barnabé, conhecido pelo apreço pelo sui generis. Outro destaque é "Super Homem Plus", versão maquinada para a canção do vizinho Mundo Livre S/A, que associa o baticum a vocais inspirados nos Demônios da Garoa, realçando a elegância do trompete de Guizado, que empresta uma atmosfera melancólica de gafieira em fim de noite.
Menos carregado no hip hop, mas ainda íntimo da eletrônica e diluindo o protagonismo da guitarra sob uma enchente de efeitos e overdubs, o segundo vôo solo de Lúcio Maia ainda não é nenhuma obra-prima, mas se equilibra em certa regularidade e coerência que fizeram grande falta em Homem Binário.
terça-feira, abril 06, 2010
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