Bananada 2012 - Jards Macalé

Mesmo que a porção mais jovem (e desinformada) do público tenha torcido o nariz, o melhor show do Bananada 2012 não tinha guitarra, nem baixo e nem mesmo um baterista. Foi feito todo em cima de um violão.





De um violão e de um repertório moldado ao gosto do freguês. Entre uma música e outra Jards Macalé consultava o público do gargarejo para decidir qual a próxima canção do setlist. E os pedidos, quase todos eles, se dividiam entre as faixas de seus dois discos mais emblemáticos, Jards Macalé (72) e Aprender a Nadar (74).

Posso reinvindicar um cajado de profeta, já que escrevi aqui mesmo, antes do festival, que se o repertório fosse esse, Macalé faria a melhor apresentação do Bananada 2012. E fez.





Mesmo sem Lanny Gordin e Tutty Moreno (respectivamente baixo e bateria nas versões originais) e cantadas com certa displicência cansada, músicas como "Farinha do Desprezo" e "Mal Secreto" mostraram sua força e reafirmaram Jards como cânone maldito da MPB.





Já "Anjo Exterminado" e "Rua Real Grandeza" ganharam um coro tímido dos mais familiarizados com o repertório do cantor que, respondendo a um apelo inconveniente para cantar "um rock", emendou sua versão acústica e zoada para "Blue Suede Shoes". Mas Carl Perkins não foi o único colega lembrado: Ataulfo Alves - com "Amélia", e Nélson Cavaquinho - com "Juízo Final", deram uma chance para o coral crescer e mais gente conseguir participar do show.





Mais cedo, ainda durante a apresentação do Diego de Moraes, Macalé foi convidado para cantar "Soluços" (de seu primeiro registro, o compacto Só Morto - de 1970 ) ao lado do bardo goiano e o Eduardo Carli registrou o encontro no vídeo acima (o que me lembrou que, anos atrás, o Casa Bizantina também dividiu o palco com o Jards para fazer "Vapor Barato").













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