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sexta-feira, maio 04, 2012

2012 Soundtrack



Mesmo com pouco mais de quatro meses de vida, 2012 já tem uma discoteca respeitável. E se o fim do mundo está mesmo próximo, a trilha sonora do apocalipse não poderia ser mais diversificada:



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O primeiro título de destaque veio logo em janeiro, mas já era esperado desde 2011: Avante, é a prova musicada da versatilidade de Siba como compositor e instrumentista, que cumpre seu arco estilístico com a mesma qualidade de uma ponta à outra. Do Mestre Ambrósio, formado em 1992, passando pela Fuloresta do Samba e pela experiência como mestre de maracatu, até reconectar-se com a guitarra em Avante, o músico pernambucano conseguiu unir a urbanidade elétrica ao sotaque regionalista sem nenhuma artificialidade.


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Na sequência, antecedendo o carnaval, Céu lançou Caravana Sereia Bloom, seu terceiro disco, que expande a sonoridade preguiçosa da cantora para timbres setentistas, detalhes psicodélicos e uma discreta atmosfera cafona. Mesmo que não tenha o poder de Vagarosa – seu álbum anterior, Caravana… mantém Céu em seu posto de principal talento da nova MPB.


Do Brooklyn, NY, Sharon Van Etten disparou Tramp – seu terceiro disco, dando sua versão elétrica para a tradição folk acústica e cativando fãs ilustres como Kyp Malone (TV on the Radio/Rain Machine), Aaron Dessner (The National) e Justin Vernom (Bon Iver).


Já Rodrigo Campos, em seu Bahia Fantástica, circula entre o samba, a MPB, o reggae, o afrobeat e a psicodelia para fundir os longos trechos instrumentais que envolvem sua voz mansa num clima dançante. 




Desviando o foco para a vizinhança, House of Tolerance foi a melhor surpresa do ano em Goiânia. E o primeiro disco do Cambriana não veio só: Afraid of Blood – o EP, e Slow Moves – o single, acompanharam o lançamento mais comentado da cidade e elevaram o grupo ao status de revelação. As melodias soltas e a batida dançante de, por exemplo, “Big Fish”, “The Sad Facts” e “In The Middle” foram baixadas aos milhares e garantem um coral emocionado nos shows sempre lotados.


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Quase 10 anos depois de lançar seu disco de estreia, Bnegão e Os Seletores de Frequência voltam à berlinda com Sintoniza Lá, sequência do elogiado Enxugando o Gelo. Sem abandonar o funk blaxploitation com sotaque hip hop, o álbum pode ter enrolado pra ser lançado, mas agora que está na rua vai demorar a sair do play.


O saxofonista Thiago França é figurinha fácil em algumas das principais formações dos novos medalhões: é membro da banda do Criolo e gravou no disco da Céu, pra ficar nos exemplos mais óbvios. Mas é com seu segundo disco solo, Sambanzo: Etiópia, que ganha assento nobre na lista de destaques do ano. Emoldurados por células rítmicas do samba que evoluem para grooves afro ou para a cadência latina, os solos de sax vão do adorno psicodélico ao frenetismo do free jazz com a mesma desenvoltura.


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O Deus que Devasta Mas Também Cura, quinto disco do Lucas Santtana, não é seu melhor trabalho, mas também não foge da regularidade da discografia do baiano. “O Deus que Devasta Mas Também Cura” – a faixa título, foi originalmente lançada no disco do Gui Amabis, Memórias luso Africanas - de 2011, mas nessa nova versão ganhou a participação do maestro Letieres Leite e sua Orquestra Rumpilezz. Além dela, o groove picotado de “Músico” e o jogo dos metais de “Vamos Andar pela Cidade” valem o repeat.


E por falar em groove, a dobradinha Alice Russel + Quantic and His Combo Barbaro em Look Around the Corner está entre os lançamentos mais classudos do ano, e “Here Again” e “Road to Islay” confirmam Russel como a voz mais bonita do soul britânico.  Já o terceiro do curumin, Arrocha, carrega na batida eletrônica do hip hop, mas abre umas brechas melódicas para o atual e onipresente resgate da música cafona.




YTCHA é o quinto album do grupo paulista Mama Gumbo e o único defeito entre o instrumental de notas longas, cheio dos melhores cacoetes das trilhas-sonoras do cinema , é o irritante antíclimax das vinhetas-noise que separam as músicas.

E além de todos esses, há os prometidos para breve:  Swing Lo Magellan, do Dirty Projectors; The moon 11:11, do Otto; Return To Paradise, do Sam Sparro;  This Is Rolê, do Macaco Bong; There's No Leaving Now, do Tallest Man on Earth;  o segundo da Tulipa Ruiz; o "Floaty New LP" do Sigur Rós;  O Seguinte Dia Fabuloso, do Casa Bizantina; Cidadão Instigado IV, do próprio e o sexto disco do Hurtmold.





Há muito mais, é claro, mas num resumo rápido por enquanto é isso.











Rain Machine em Goiânia 




Isso Não É Macaco Bong, Ok?






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