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sexta-feira, novembro 24, 2006

E o Violins fala ou não fala???

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Como promessa é dívida, está aí embaixo um pequeno trecho do bate-papo do blogueiro com o Violins, numa aprazível tarde de sábado na chácara do vocalista, guitarrista e compositor Beto Cupertino, onde Tribunal Surdo – o novo álbum da banda – foi o tema principal. O papo inteiro você vai poder conferir no entrevistão da primeira edição de 2007 da revista Decibélica. Por enquanto, vai saboreando o aperitivo aí:


Da esq. pra dir.: o blogueiro aqui,
Beto Cupertino e Pedro Saddi.
Foto: LuiZ Antônio Passos




O quê dá pra dizer que influenciou a confecção do Tribunal Surdo, em termos de música, literatura, etc.?
Beto –
Cara, eu não leio um livro de literatura há uns cinco anos. E tenho ouvido muito pouca música. Eu ouvia muita música, mas ultimamente... eu entro no carro, vou para os lugares e nem ligo o som. Deve estar acontecendo alguma coisa comigo, não sei se é a velhice chegando...
Pedro – O que a gente mais ouviu ultimamente foi Nine Inch Nails, até bitolou um pouco.
Beto – É! Ouvi muito Nine Inch Nails, mas acho que não tem muita coisa a ver com o que a gente está fazendo.

Mas agora que o disco já está quase pronto, ouvindo vocês não conseguem identificar nenhuma referência?
Thiago –
Eu não!
Beto – Cara, deve ter alguma coisa né? Para a gente que está de dentro é difícil falar sobre isso.
Thiago – Influência do disco anterior. Ou de alguma coisa que a gente tenha escutado aqui, num final de semana, mas eu não tenho percebido isso não.
Beto – Acho que pelo fato da gente estar ouvindo pouca música né?
Pedro – Acho que o que a gente ouve não tem muito a ver com o que a gente faz não. No meu caso, pelo menos. O que eu ouço não tem muito a ver com o que eu faço.
Thiago – Eu também não.


Há alguns anos, no show de lançamento do Aurora Prisma lá no teatro Goiânia, após uma das canções você fez uma piadinha do tipo “É tudo mentira, viu!”. Quanto de auto-biografia tem nas letras do Violins?
Beto –
Cara, no disco atual acho que não tem nada (risos)! Se eu falar que tem, eu vou ser preso (risos gerais).
Pedro – É, espero que não tenha!
Beto – Acho que o disco mais auto-biográfico é o Wake Up and Dream. O Aurora Prisma ainda tem um pouco disso, mas muita coisa também de ficção. O Grandes Infiéis já é quase todo ficcional, e O Tribunal Surdo é todo ficcional. Acho que tudo que você escreve tem um pouco de auto-biografia, por quê é você que está escrevendo né? Aquilo que você escreve, mesmo que seja uma ficção, tem algo seu... mas não quer dizer que aconteceu comigo. Quer dizer que tem uma influência do que eu sou, do que eu vivi, do que eu li, dos filmes que eu assisti, das músicas que eu ouvi, tudo tem uma influência. Nesse sentido, tudo o que eu escrevo tem alguma coisa de auto-biográfico, mas não que as músicas reflitam o que eu fiz, o que eu sou... aí não, aí é ficção total! Se fosse, podia internar (risos).


E aquelas músicas, postadas quinzenalmente no site?
Beto –
Aquele lá já é outro projeto né? Só músicas para o site. E a gente gravou em casa, no laptop do Pedro, usando um microfone e ligando as coisas direto na placa de som, enquanto ensaiava para fazer o disco. Por que gostamos de deixar a banda bem viva, quase todo ano a gente lança um disco, e gostamos que visitem o site, a comunidade [do Orkut], vejam ação rolando lá. Então temos esse cuidado de sempre oferecer alguma coisa pra quem que gosta da banda. Disponibilizar gravações simples e caseiras, meio que lado B, sem pretensão de ir pra disco nenhum. Gravamos umas seis ou sete músicas, postadas semanalmente no site. Aí quando começamos a gravar o disco, paramos porquê não dava mais tempo. Talvez num futuro próximo voltemos a fazer isso, de duas em duas semanas. Por que no início prometemos uma música por semana, mas como eu trabalho à noite, e o Pedro só pode nesse horário, era difícil encontrar pra gravar e demorava um pouco mais, e a galera já começava a cobrar. Depois vamos voltar com esse projeto, mas com uma ou duas músicas por mês. Por que às vezes você gosta de uma banda e ela demora três anos pra lançar um disco. Por exemplo, eu estou esperando disco novo do Silverchair desde o Diorama [lançado em 2001], que eu gosto pra caralho. E a banda nunca mais lança nada cara, eu fico puto (risos)! Querendo ouvir música nova, e eles vão lançar só em 2007! As vezes o cara nem tem culpa né? Mas ir colocando umas musiquinhas para o pessoal ouvir, vai agradando. É um aperitivo.


E sobre aquela associação que faziam do som do Violins com Clube da Esquina, na época do Aurora Prisma e do Grandes Infiéis, procede?
Beto –
Pra você ver que coisa mais inusitada! A gente é um grupo de jovens que nunca tinha ouvido esse povo antigão e de repente aparecem com essa, de que a gente é Clube da Esquina! Isso pra mim é a mesma coisa de falar que é virose. A gente nunca ouviu isso... somos [eram] uma banda com duas guitarras, formação de rock... e aí, Clube da Esquina? Que é uma emepebê mais diferente e tal...
Pedro – Até comprou o cedê pra ouvir né?
Beto – Depois eu comprei. Comprei Lô Borges, Beto Guedes...

Músicos, geralmente, são avessos à rótulos, mas qual deles mais se aproxima do som do Violins de Tribunal Surdo?
Beto –
Humm... (pensativo) aí eu já não sei cara... passo pro Thiaguinho, ele sabe.
Pierre – Pegou pesado.
Beto – Eu não tenho a pretensão de dizer que não tem rótulo, mas é que eu não sei mesmo!

Pra facilitar, numa loja de discos em qual prateleira o disco do Violins estaria hoje?
Thiago –
Acho que na de rock!
Beto – É, rock! Mas na de rock cabe tanta coisa né?
Pierre – Talvez estaria naquela de rock alternativo!
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5 comentários:

Anônimo disse...

a Arte é avessa a rotulos!

e q dificuldade pra comentar aqui!
hehehe

abs
Ivan

Anônimo disse...

violins é o proprio rotulo.....

Anônimo disse...

bota as pata de elefanteeeeee!

Eduardo Mesquita disse...

Hígor,
muito fera, quero ver a entrevista inteira agora. Realmente o tal do aperitivo provoca mesmo!
E que figura gentil é esse menino Beto, não? Nunca havia conversado com ele, e aí fomos fazer uma entrevista com ele para o Loaded e pude ver que ele é uma pessoa muito legal.
O rock tem me presenteado com muitas pessoas boas, ontem com mais um!

Há braços!

Eduardo Mesquita, O Inimigo do rei

Anônimo disse...

perfeita a entrevista hein!
^^