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E aí, e o carnaval? Levou o rabo pra Caldas Novas e rebolou ao som do Reboleitchôn, tchôn, tchôn, ou grudou o sentante no sofá e tuitou opiniões tão definitivais quanto engraçadinhas sobre cada um dos desfiles das escolas de samba de São Paulo e Rio, destacando a opulência exótica tipo-exportação dessa festa tão popular?
Brincadeira. Eu sei que você aproveitou o carnaval pra botar a leitura em dia, e matou o volume dois d'A Divina Comédia, ouvindo Bela Bartók, antes de o feriado virar cinzas.
NOT!
Lembra do Centro Cultural Oscar Niemeyer? Aquele das melhores edições do Goiânia Noise Festival, em 2006, 2007 e 2008. Aquele que deixou a entrada mais bonita e opulenta de Goiânia parecendo o Plano Piloto. Aquele que, durante dois mandatos, serviu de plataforma política “cultural” pro ex-governador Marconi Perillo (cujo sobrenome, em Goiás, também é sinônimo de música tão pretensiosa quanto ruim) e que, mesmo sem estar pronto, foi inaugurado com a devida pompa eleitoreira a fim de impulsionar o trampolim para o Senado.
Lembra? O C.C.Oscar Niemeyer, aquele que foi negligenciado pelo sucessor e então aliado de Perillo – o governador e atual arquiinimigo Alcides Rodrigues, que hoje se recusa a tocar a obra até que o Tribunal de Contas do Estado dê um veredito sobre os cômputos duvidosos da construção paralisada há anos (e, segundo destaque em matéria da Carta Capital, como o TCE ainda parece estar sob o jugo político do senador Marconi Perillo, a pendenga deve balançar sem solução pelo menos até a definição das próximas eleições estaduais).
Lembrou? Pois é, esse mesmo que era pra abrigar o Noise do ano passado, mas que por causa dessa práxis política tão habitual quanto abjeta, ficou vazio enquanto a mais representativa ação cultural de Goiânia se apertava no Martim Cererê (que a despeito de ser uma espécie de sede do rock local, já não comporta um festival do tamanho do GNF).
Esse mesmo, cuja principal e curiosa particularidade do prédio destinado a abrigar uma biblioteca é justamente a impossibilidade de botar lá dentro os 140 mil livros previstos sem correr um risco quase certo de o edifício não suportar o peso e vir abaixo (é, cair mesmo!). Esse mesmo que, depois de anos de abandono e desmazelo já precisa de uma reforma, mesmo antes de devidamente usufruído pela população.
Pois é, o Centro Oscar Niemeyer ainda está lá. Todo fodido, é verdade, mas ainda lá. E se existe a possibilidade de a pressão organizada da sociedade civil conseguir constranger aqueles que assinam os papéis ao ponto de fazer a coisa andar, acho que vale a pena tentar. É ano de eleição, e nessa época essa raça criada em gabinetes força uma certa sensibilidade ao clamor público, e se o constrangimento for enorme, quem sabe um deles resolva trabalhar...
E quem está tentando organizar essa pressão sobre os dominus da política local é o site envolva-se (irônica ou cinicamente administrado por um deles, é verdade), que deveria estar pronto para receber a sua adesão, mas eu mesmo não consegui me envolver oficialmente, já que depois de escolher a “causa” e digitar nome e e-mail nos campos indicados, nada acontece. Mas tenta lá, o motivo é nobre e esse bug deve ter uma solução rápida.
quarta-feira, fevereiro 17, 2010
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