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quarta-feira, fevereiro 17, 2010

Polícia para quem precisa...

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Tá, eu mesmo já tive vontade de distribuir uns sopapos nessa turminha que acha que samba e mpb são sinônimos automáticos de bom gosto, que tem convicção de que percussão reciclável é vanguarda, que enche o peito de orgulho pra falar que a música brasileira é a melhor do mundo, que parece gostar da mistura dos aromas do couro com o do próprio chulé e que, principalmente, tem a absurda certeza de que teatro de rua é divertido.


Tá, eu confesso. Mas mandar a cavalaria pra cima deles é demais até pra mim.


Jornal O Popular


Pesquei as cartas abaixo, de autoria de dois cidadãos presentes na confusão e vítimas do abuso policial, no Entreatos:


Domingo, 14 de fevereiro de 2010


Carta de Descontentamento Pelas ações da Polícia Militar do Estado de Goiás

Devido a vários fatores, Goiânia não tem uma tradição nacionalmente significativa de carnaval de Rua. Mesmo assim, uma série de artistas se mobiliza para instituir um carnaval digno e bonito na nossa capital. Acontece que há muito tempo essa classe suspeita de que o poder público, por alguma razão, apóia precariamente e não promove nosso carnaval de rua.

Na sexta feira passada, na avenida araguaia, ao lado do mutirama, após o show do grupo De Volta ao Samba, mais ou menos meia noite e meia (ou seja, já no sábado), os policias se posicionaram em frente ao palco. Policias “a pé” e cavalaria, sob o comando do tenente Sampaio, porém SEM IDENTIFICAÇÃO individual, e incitaram os foliões a se dispersarem do local.

O fato é que foi muito rápido. Era impossível liberar o local em 5, dez minutos que fosse, e também não há justificativa, vejam bem... NÃO HÁ JUSTIFICATIVA, para o local ser evacuado tão rápido. E se houver, convido as autoridades a nos apresentar.

Algumas pessoas tentaram fotografar e gravar, mas tiveram seus equipamentos furtados pela polícia e destruídos. Após vários foliões, a grande maioria amigos, serem agredidos com spray de pimenta , cacetetes de borracha, golpes de cavalos, e imobilizações corporais, fomos em forma de protesto, imediatamente ao 1º DP, prestar uma queixa coletiva. A polícia ainda estava tentando reprimir a nossa ação, utilizando de truculência na forma de dirigir as viaturas, bombas de efeito moral, e vários insultos verbais.

É triste trabalharmos com cultura em uma cidade onde somos confundidos por marginais, arruaceiros. E somos espancados sem nenhum motivo, por uma instituição que inicialmente contávamos para garantir a paz, a ordem e a segurança neste evento. E foi a causadora da desordem, insegurança e da agressão de natureza física, verbal, e principalmente moral.

Temos que mobilizar a sociedade para agir. Formar opinião e buscar nossos direitos. Chega de abaixar a cabeça e encarar a polícia apenas como “autoridade”, pois ela deveria ser a segurança do cidadão.

Lastimável.

Repasse para os amigos que valorizam nossa cultura, e nosso direito de termos uma segurança pública mais digna e mais bem preparada.

Abilio Carrascal




Clique para ler matéria sobre o ocorrido no Diário da Manhã




Caros amigos, colegas e parceiros,


Foi com muita tristeza que assisti a primeira noite do IV Encontro de Blocos de Goiânia terminar na delegacia, com 5 pessoas detidas e outras dezenas machucadas pelas agressões da polícia militar.

Três professores do projeto Lixo Ritmado Batuque Reciclado foram agredidos por policiais, dois deles detidos, dentre eles meu irmão, Thiago. Ao tentar proteger sua esposa, que levava safanões dos cavalos da PM e teve os cabelos puxados por um policial montado, foi reprimido com spray de pimenta no rosto e golpes de cassetete. Foi golpeado e contido por três policiais, algemado e detido, sob a alegação de desacato a autoridade e resistência à prisão.

Minha cunhada e outras tantas pessoas que fotografaram e filmaram o episódio tiveram suas câmeras fotográficas e celulares roubados pelos policiais. Uma amiga foi cercada por 3 policiais montados e um deles disse a ela: "Passa a câmera, vagabunda!!"

Foi triste ver que em quatro anos de Encontro de Blocos no carnaval de Goiânia, esta foi a primeira ocorrência de tumulto, provocado justamente pela instituição que deveria primar pela segurança pública e do público. Mais uma vez a polícia militar dá um exemplo de que ainda convivemos com traços da ditadura no Brasil e mostra como nossa democracia ainda é frágil.

Enfim, no segundo dia do evento, os professores do projeto Lixo Ritmado, mesmo revoltados com o ocorrido e com os corpos ainda doloridos pela agressão sofrida no dia anterior, mantiveram a programação e levaram seus dois blocos de percussão de lixo e sucata (Batuque Revolução e bloco Vida Nova) para se apresentar. As 55 crianças e adolescentes do projeto tocaram bonito e passaram sua mensagem de paz.

Agora estamos mobilizando todas as pessoas envolvidas neste lamentável acontecimento para que esses maus policiais (incluindo o comandante da operação) sejam identificados, julgados e condenados pelos abusos cometidos. De preferência que sejam expulsos da corporação, pois não honram o emprego público que têm. Só assim poderemos voltar a construir este belíssimo movimento de resgate do carnaval de rua de Goiânia. Um evento democrático, que beneficia toda a população e valoriza nossa cultura e grupos artísticos da capital.

Espero, de coração, poder contar com a solidariedade de todos.


Saudações,

Christiano Verano



20 comentários:

Anônimo disse...

Bom dia Higor,

Lendo o seu post, não resisti a vontade de questionar as opiniões emitidas em seu texto.
Quando você expressa a vontade "distribuir uns sopapos nessa turminha que acha que samba e mpb são sinônimos automáticos de bom gosto", você primeiramente expressa a mesma vontade dos policiais que colocaram em prática a agressão, é o desejo manifesto de violentar o outro que é diferente de você, que tem gosto, vivências, ações e opiniões diferentes da sua e o modo que se tem para calar o outro é pela violação do corpo. Reflito se esse tipo de desejo manifesto pela palavra não é no fundo uma forma de incentivar a intolerância cultural.

Outro ponto de questionamento se refere a tentativa de uma crítica. Quem conheçe o trabalho de percussão com recicláveis, sabe que os agentes desse trabalho não pretendem ser vanguarda ou mesmo se tornar ícone da música brasileira instrumental alternativa, mas que o trabalho nasce da necessidade de educadores sociais, das vivências que cada um experimenta. E não tenha dúvida que transformar lixo em instrumentos e musicalizar a realidade de milhares de jovens, crianças e catadores, é, com toda certeza, uma ação inusitada de homens e mulheres que tem uma percepção diferenciada e uma sensibilidade para a denúncia da beleza e da opressão que envolve o contexto que inspira à criação desse grupo.

Talvez você não pense que a música brasileira é a melhor do mundo, o que seria da música no mundo sem os inusitados instrumentos de percussão que "fedem a chulé", mas que faz qualquer pessoa no mundo inteiro pulsar no contratempo das alfaias e das zabumbas, que incita o corpo ao movimento livre de reverência aos seus deuses e aos mistérios da vida, como uma oração ao tempo. Para quem a arte é manifestação da realidade que se vivencia, é manifestação da realidade de seu povo e só consegue ser artista porque vive, experimenta o cotidiano, os sons, as crenças dos seus, é realmente difícil uma opinião como a expressa em seu texto.

Quero dizer à você que para muitos não é orgulho dizer que a música brasileira é a melhor do mundo, mas que as manifestações populares, na rua, nos terreiros, no carnaval,dos músicos, dos palhaços é sim algo que contagia e faz parte da crença de muitos brasileiros de que somente se poderá viver nessa terra se pudermos através das manifestações artísticas expor os preconceitos, a violência que é submetido o povo de qualquer nação no mundo.

De pessoas que não consomem o bom e velho rock n' roll, não por preconceito, mas porque seu corpo, sua tonalidade e suas memórias não pulsam com as guitarras.

Penso que devemos tomar cuidado com a indisposição e intolerância às manifestações do povo brasileiro que se formou nos terreiros, nas matas e nas casas grandes senzalas.

Anônimo disse...

Esqueci de me identificar: Flavianny Tiemi - Produtora Cultural/Movimento Panamby

Hígor Coutinho disse...

Depois de um comentário tão confuso quanto mal escrito, fiquei tentado a mudar de opinião. Estou começando a achar que mandar a cavalaria pra cima deles não é assim tão injustificável.

Roqueto disse...

As opiniões expressas pelo autor do blog, incluindo sua infeliz resposta ao comentário, reforçam uma impressão que tenho de muitos roqueiros aqui de Goiânia: a de que são intolerantes, arrogantes, reacionários e alienados da cultura da terra onde vivem. Triste.

Hígor Coutinho disse...

Não é intolerância, arrogância e nem alienação. É exigência estética mesmo. Música pra mim tem que ser boa, seja regional, nacional ou estrangeira. Daqui de onde estou, alienação é querer enxergar a Música por um filtro verde-amarelo.

Tenho centenas de discos de samba e mpb em casa, escutei música brasileira, assim como qualquer outra, a vida toda (portanto sacar os argumentos-padrão da sua turma e acusar alienação e/ou desconhecimento não tem como funcionar) mas esse revisionismo classe-média sem talento (que suja os pés na terra pra se aproximar das "raízes") que virou coqueluche não só em Goiânia, é tão banal quanto artificial, e nenhuma das boas novidades da música brasileira recente veio daí.

E me chamar de reacionário por desprezar música ruim (e se irritar com minhas ironias a ponto de vir reclamar aqui) é bastante engraçado, e não "triste", como você encerra seu discurso pronto.

Mas numa coisa você quase tem razão, o roqueiro-padrão é geralmente obtuso mesmo. Mas ainda assim tem uma visão musical mais cosmopolita e menos limitada do que a de quem insiste em se ufanar com slogans vencidos do tipo "a música brasileira é a melhor do mundo!"

Como diria o Johnny Alf (citado pelo Diego de Moraes num bate-papo recente):

"Música é som!"

E tem que, obrigatoriamente, ser boa. Sem bandeira, política, crença, ou trabalho social: isso nunca foi item de série, e TEM que ser opcional.

Jovem disse...

" distribuir uns sopapos "
Ai que medo ! !

" que samba e mpb são sinônimos automáticos de bom gosto "
há algum tempo atrás vc era um desses, pior ainda era intolerante quando ia em festas e eventos onde não tocava exatamente a música que vc gostava.

"que tem convicção de que percussão reciclável é vanguarda"
nossa percussão é reutilizável, e não reciclável, analfa !
Não acho que percussão com sucata seja "vanguarda", mas se ela está te causando alguma reação é sinal de que estamos no caminho certo. E se hoje a percussão com sucata não é mais novidade é por que o vida seca com o projeto Lixo Ritmado Batuque Reciclado trabalha ela com mais de 600 crianças e jovens na região metropolitana de Goiânia, semanalmente. E isso dá acesso à música a muitas pessoas que não teriam dinheiro para comprar uma guitarra ou uma bateria.
Negar o caráter social da música é alienação, sim ! !
Te sugiro dar uma volta pela periferia de goiânia, aparecida, trindade para ter um pouco mais da noção da realidade. Sugiro também que procure ter alguma experiência como educador para entender um pouco mais da sociedade que existe além dos livros que você lê.
A comunicação e a busca por transformação somente pelo teclado do computador é uma farsa. Tente viver mais o contexto histórico da sua cidade.
A crítica sem atitude é algo ridículo.
Nem sei por que estou tão perplexo com esses comentários !
E se agora vc é a favor da truculência, creio que o melhor é manter a distância, camarada.

Mas se agora está a favor da ilegalidade da PM Goiana, o melhor a fazer é prestar um concurso para poder dar os sopapos que tanto queria distribuir.

Nossa, esqueci de escrever na norma culta !

Será que ele vai usar meus erros na escrita como motivo para desdenhar dos meus argumentos ??

VAI CAPINÁ UM LOTE, RAPÁ !

Daniel de Mello disse...

tsc!tsc!tsc!tsc!

Lamentavel, simplesmente lamentavel

dos anos que tenho de blog, e de parcerias e criticas e comentarios musicais, esse foi o mais patetico, pra nao falar imbecil

Sou pesquisador, dj e blogueiro,
quando mais estudo a musica e vejo que ela a musica é universal, o Brasil é sim o mais rico dos paises culturalmente falando, temos aqui espaço e todos os estilos
faço samba,samba rock, black e MPB, e tambem o bom e velho rock n rol, todos que eu conheço sabe conciliar e respeitar os estilos, as mesmas pessoas que frequentam meu blog (www.musicadaminhagente.blogspot.com) tambem frequentam o seu, e olha, vc desagradou varias pessoas, tanto do mpb como do rock tambem
por isso que todos associam rock a agressividade, bater cabeça, justamente porque voces nos levam a crer nisso, a saber que o rock e muito vulgar, eu particularmente nao gosto do rock, mas o respeito e muito.
quem faz o som, independente do estilo merece respeito, nao sei se vc é musico, se tem alguma arte, o que acharia de alguem na sua cara te tachar de pessimo?
tente olhar pelo lado musical de tudo e a alma de todos
assim vc vai entender o que é musica
há muita singularidade no chico buarque, no cartola, Ozzy e no jimmy hendrix
ou me diga que nunca percebeu isso?
senao,
sinto muito, vc nao conhece a musica de verdade
pense melhor amigo
caso contrario
so essas merdas sai da sua boca e
mais antipatia terá

Salve salve
musicadaminhagente@gmail.com
www.musicadaminhagente.blogspot.com

Roqueto disse...

Exigência estética? Falou ai o graaaande crítico musical. Outra coisa, eu não vejo as coisas por um `filtro verde-amarelo`, mas isso faz parte do seu discurso pronto(olha, penso o mesmo que você pensa de mim!!!)

Música boa é muito subjetivo, mas com certeza muito do que vejo aqui no seu blog não se encaixa no que eu considero bom, nem por isso quero distribuir sopapos em ninguém(cuidado com o que fala)

Classe média sem talento? Que isso, não seja táo cruel assim, afinal, você também não tem talento, e faz parte dela. Sobre sujar os pés, cada um busca as influências em diferentes lugares. Uns vão copiar os gringos, uns misturam as coisas, outros vão na cultura regional. Eu acho tudo válido, mas costumo valorizar mais quem procura se livrar da dominação cultural da música norte-americana e inglesa que domina a cena dita `independente`daqui.

Eu te chamei de reacionário não por desprezar música ruim conceituado critico musical, mas sim por seu desprezo e falta de respeito com os artistas citados, além de sua vontade em dar porrada neles. E também por achar que sua limitada visão de música boa está acima do conceito dos outros.

Música é som, com certeza. Por isso que eu adoro pesquisar novos sons nos materiais descartados, sem me preocupar em ser vanguarda. E com certeza, trabalho social não faz diferença na música, mas sim na vida de muita gente, algo muito, mas muito mais importante do que fazer `música boa`.

Triste é sua intolerância e arrogância, e que seja discurso pronto, no fim é o seu contra o meu, mas eu nunca falei merda como você disse no seu primeiro comentário. Apoio de pessoas como você eu dispenso. E suas ironias são fraquissimas, pareceu mais qualquer fascista falando. Se enxerga.

Hígor Coutinho disse...

Jovem, apenas desconfio quem você seja, já que preferiu o conforto capenga de um semianonimato. Nunca professei a fé de que samba e MPB são sinônimos automáticos de bom gosto como você diz, numa tentativa ingênua de inverter o meu discurso (apesar de ouvir, desde sempre, os 2 gêneros).

Aliás, descarto muita coisa de um e de outro como lixo. Insisto, só gosto dos bons. E como é possível que você tenha percebido, não mais frequento eventos com música ruim.

Outra coisa, grato pela correção: não citei especificamente o Vida Seca, mas agradeço o toque, é reutilizável e não reciclável, anotado. Mas, eu pergunto, que raios de lógica é essa que te faz pensar que pode me chamar de analfabeto (o que por si só não faz sentido, já que meu erro foi semântico, e não ortográfico) ao mesmo tempo em que reivindica imunidade para seus próprios erros (esses sim, de gramática), ironizando de antemão a possibilidade de eu tentar desqualificar seus argumentos por que eles não estariam escritos de forma correta e, portanto, clara?

E se você acha que causar qualquer reação é sinal de que o Vida Seca está no caminho certo, não serei eu a tentar te convencer do contrário, mesmo pq o grupo nunca causou em mim mais do que 10 minutos de tédio – note que nunca citei a banda nominalmente antes, seja para elogiar ou depreciar, mas as reações indignadas aqui nos comentários deixam pistas de que as carapuças serviram como luvas.

Mas já que chutou a bola, agora segura. Seu grupelho é produto da derivação e, como tal, não tem aquele viço de originalidade conferido aos talentos superiores. É só mais um. Isso em termos de música, é claro, já que se a alegada eficácia do projeto social for verdadeira, merece todos os créditos de seu sucesso. O que, de maneira alguma, melhora sua música. O que melhora a música é talento.

“Negar o caráter social da música é alienação, sim ! !” Mais uma vez: que diabos de argumentos são esses? Então ao invés de argumentar, você quer reduzir o debate à satisfação de suas vontades, tal qual uma criança birrenta que esperneia enquanto grita: “É alienação sim! É sim! É sim! É sim!”?

(continua)

Hígor Coutinho disse...

Valeu pela sugestão, mas dar uma volta pela periferia de Goiânia ou Aparecida não me interessa. E se pra você a periferia É a realidade, pra mim não. A minha realidade é diferente (assim como, intimamente, você sabe que a sua também é). O que, obviamente, não exclui as periferias de também participarem do real, e muito menos impede que parte da classe média distribua esmolas, alimentando o parasitismo social ao mesmo tempo em que paga com migalhas pela desinfecção de suas consciências, varrendo para debaixo do tapete a adorável podridão do capitalismo (que mesmo com todas as distorções bizarras, foi o mais próximo da Justiça, na acepção literal do termo, que a civilização conseguiu chegar até agora).

Também agradeço, mas declino, o convite para adquirir experiência como educador. Ao contrário do que pode parecer, tenho pouca paciência para com a ignorância alheia.

Você diz que “A comunicação e a busca por transformação somente pelo teclado do computador é uma farsa.” Mas eu não busco transformar nada, aqui eu só emito opiniões, o monólogo me basta, ainda que os comentários de leitores, assim como você, sejam sempre bem-vindos. Mas não me interessa se alguém se transforma ou não, e sendo assim me eximo de pensar se é, ou não, farsa.

Agora (mais uma vez), é um completo e evidente absurdo lógico isso de que a comunicação pelo teclado do computador é uma farsa: eu escrevi e publiquei. Você leu, se indignou e respondeu. Se isso não for comunicação...

E ao contrário de você, qdo me aconselha a “manter distância”, eu nunca ameacei ninguém. Só externei, ironicamente, uma “vontade” retórica de distribuir uns sopapos em quem compactua com certos conceitos. Vontade que, em hipótese alguma, tenho intenção de cumprir fora da retórica.

Tanto menos sou a favor da arbitrariedade e truculência da PM, e o post que originou essa nossa querela foi publicado justamente em oposição ao ocorrido, caso tenha esquecido.

Hígor Coutinho disse...

Ao Roqueto:

É, exigência estética. E, como sugerem suas ironias, se você tem minhas opiniões em total descrédito, não seria mais inteligente passar a ignorá-las, ao invés de se deixar afetar tanto, a ponto de vir aqui mais de uma vez para bater boca?

E a diferença entre o meu discurso pronto e o seu, é que o meu eu fiz sozinho, não precisei de nenhuma cartilha escrita, e repetida ad nauseaum, há décadas.

E quanto a minha suposta falta de talento, devo concordar com você, não sou nada além de esforçado (o que, é claro, nunca bastou). Mas tenho sérias dúvidas se minha inépcia seria tão “eloquentemente” apontada por você, caso, num mundo fantástico, eu tivesse lavrado e publicado um texto elogioso e/ou simpático ao disco de vocês... A experiência me sopra uma quase-certeza que não. Mas nesse caso, admito, o benefício da dúvida é seu.

“(...) dominação cultural da música norte-americana e inglesa que domina a cena dita `independente`daqui”: uma mistura de slogan vencido com uma análise tão rasa quanto equivocada da música independente nacional, resumida porcamente num texto péssimo. A maior parte da música brasileira que interessa hoje em dia (e isso é menos minha opinião particular que a ampla leitura da imprensa cultural nacional) tem forte relação com essa cena “dominada”: Móveis Coloniais, Otto, Cidadão Instigado, Diego de Moraes, Céu, Nevílton, Macaco Bong, Burro Morto, Porcas Borboletas, etc, etc e etc, tem de “dominado” o que você tem de bem-informado. Mas é mesmo muito mais fácil substituir o exercício penoso da inteligência individual por um discurso coletivo, atribuindo ao consenso entre iguais um status de verdade inquestionável.

Respondendo a outro absurdo, aparentemente produto da raiva: eu não desprezei e nem faltei com o respeito a nenhum dos artistas citados, pelo simples fato de que eu NÃO CITEI ninguém. Agora, se as carapuças serviram direitinho, não é justo que eu assuma a culpa sozinho

Mas numa coisa você está coberto de razão: “(...) E com certeza, trabalho social não faz diferença na música, mas sim na vida de muita gente, algo muito, mas muito mais importante do que fazer música boa.” Concordo em gênero, número e grau. Mas o que me proponho a fazer aqui neste blog é falar sobre música e não sobre trabalho social, e sigo convicto de que trabalho social TEM que ser opcional. Para o bem da saúde intelectual da humanidade, a Arte não pode (mais uma vez) ser reduzida a uma ferramenta política e/ou social, ainda que seja razoável que parte dos artistas, voluntariamente, dedique suas obras a isso. O que não dá pra confundir é projeto social bem sucedido com qualidade musical. Um não exclui o outro, mas também não atribui qualidades automaticamente.

E se você dispensa apoio de pessoas como eu, te reconheço como um cara de sorte, já que provavelmente não o teria, de qualquer forma. E se minhas ironias são fraquíssimas, minha opinião dispensável, e minha arrogância o enoja, repito: a porta da rua é serventia da casa, sinta-se à vontade para não ler, nunca mais, qualquer escrito meu. Não deve ser assim tão difícil. Eu mesmo não perco tempo lendo autores aos quais atribuo adjetivos parecidos, depois de assim os taxar.


E me desculpe, Daniel de Mello, mas eu não vou prolongar ainda mais esse papo, já que você, “colega” blogueiro, somente repetiu outra variação (essa quase ininteligível, dado o grande número de erros no texto) da mesma ladainha de sempre.

E caso meus leitores fossem realmente os mesmos que os seus, eu precisaria de leitores melhores.

Jovem disse...

Acho que vc sabe quem sou.

Te conheço dos tempos da ufg . . . da época do início do coró de pau.

Já te trouxe na minha casa, já te dei carona e tal, ou seja, já tivemos um contato.

O que me deixa triste não é o fato de vc criticar escancaradamente e desrespeitosamente meu projeto, mas sim o fato de se expressar com arrogância e tentando humilhar aquilo que não gosta. E o pior, num momento em que todos estão indigandos com o ocorrido no carnaval.

Sei que vc não vai andar de busão, não vai ter contato com a cultura produzida nas periferias e comunidades. É muito mais fácil ficar em casa ouvindo CD's, eu sei. Talvez seja por isso que sua visão de mundo seja tão superficial e cheia de dogmas.

Se não quer transformação é porque é alienado e reacionário. Tá tudo bom pra vc no seu mundinho, né ? Pra que transformação ?
Comunicação não é só pela internet que acontece. Vai trocar idéia com pessoas de outros meios e outros lugares, isso tb é comunicação e parece que vc não vem fazendo.

Por que vc não citou logo os nomes das bandas que despreza ? Ficou usando meias palavras para depois falar que a carapuça serviu. Quem em goiânia trabalha percussão com sucata além do vida seca ? Com relação ao coro e chulé, será que vc falou do coró de pau ?

Com esse cinismo vc vai longe !

Mesmo tendo consciência da cagada que vc fez com seu comentário inicial, não arreda o pé em assumir o erro e fica se defendendo usando sua "super-retórica" de crítico cultural.

Do pouco que conhecia de vc fiquei surpreso e triste pela inconsequência, irracionalidade e insensibilidade de seus comentários.

Mais uma vez:

Experimente o mundo que existe além desses livros que lê e discos que ouve. Vai pra rua, vai pra roça ! Vai viver !

Outra coisa:

APRENDE A RESPEITAR AS PESSOAS.

Outra coisa que é boa também pra cabôco play boy que não sabe respeitar as pessoas é pegar no cabo da enxada e capinar !!
VAI CAPINÁ UM LOTE, RAPÁ !!!!!

Hígor Coutinho disse...

Nunca disse que não queria transformação, disse que AQUI não busco transformar nada, só emitir opiniões (sem falar que transformação não é garantia de melhora de qualquer situação).

E reacionário é quem reage a alguma coisa, ou quem professa uma postura política conservadora ou oposta à liberdade. Me identifico com as duas primeiras significações (ainda que meu interesse pelo conservadorismo seja menos ideológico, e mais historicista), mas associar a palavra à repulsa por transformação é, no mínimo, desonestidade (e no máximo, ignorância).

E, não! Não tenho consciência de cagada nenhuma. O comentário está lá, pra quem quiser ver. Foi uma reação à altura do discurso pobre do comentário anterior, um deboche, uma piada (ainda que você não tenha achado graça). Se quem tomou borrachada no carnaval está com os nervos à flor da pele, a culpa é da PM, não minha.

E quanto aos supostos predicados cuja descoberta te entristece, só admito, talvez, a insensibilidade (não que eu seja indiferente, mas é que quase consigo entender pq vc acha isso). Inconsequência e irracionalidade jamais. Posso traçar uma previsão razoável das reações ao que eu escrevo (ainda que por vezes tenha pequenas surpresas, boas e ruins), portanto não são comentários inconsequentes .

E mais uma vez você abusa da lógica, querendo colar ao meu discurso toda a falta de racionalidade do que vc escreveu aqui, e que foi fartamente apontada nos meus comentários posteriores. Irracional!? Eu!? Você sabe mesmo o que quer dizer Razão?

E eu experimento tanto o mundo dos livros quanto o da vida real todos os dias, você é que parece estar precisando sair um pouco da realidade e dar um pulo numa biblioteca.

E eu sei respeitar as pessoas, obviamente. E nem quando você me chamou de “analfa” (sem nenhum motivo, é claro), eu encarei como falta de respeito, mas como exaltação normal de uma discussão acalorada. Agora, se a franqueza da minha opinião sobre seus dotes artísticos te ofendeu, paciência, não era minha intenção.

Sendo assim, acho que a enxada fica pra depois.

Mas, a despeito de qualquer divergência, Thiago, eu sempre te achei um cara simpático e de boas intenções (ainda que, na minha opinião, equivocadas), e não tenho motivo pra mudar de opinião. Agora, se sua declarada surpresa quanto às nossas diferenças mudou seu julgamento a meu respeito, também não vejo motivos para lamentar.


No mais, mais nada.

Jovem disse...

Sugestão:
Respeite as pessoas. Sua erudição não te dá direito a nada. Sou pacífico. Se tivesse desrespeitado alguém não tão pacífico quanto eu a conversa poderia ter sido outra. Então, se liga !!!
Outra coisa, vc nem sabe quais são minhas intenções então como as julga equivocadas ?
Acho que as julga equivocadas simplesmente pelo fato de minhas intenções gerarem AÇÕES. E ação é algo que você não faz.
No mais nada !

Felipe Ferreira Ferro disse...

Meu velho...você foi e insiste em ser infeliz em seus comentários. Boa sorte com essa sua arrogância Hígor!

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Um viva para a liberdade de pensamentos e opiniões, e um salve às discussões, que nos proporcionam momentos de dúvidas sobre o que e como pensamos, uma noção de certo ou errado, bom ou ruim.

Isso é saudável. parabéns!!

Editoria disse...

Higor,
pessoa insensível e irracional. Acho que não conseguirá nunca conceituar razão sem conceituar emoção, pois ambas não se separam na realidade concreta, somente na teoria. Mas a própria teoria não existe sem a prática, sem a realidade, portanto, estou com o Jovem, além de insensível você é irracional.
Reacionário também. Afinal, qual o sentido de emitir opiniões reacionárias, se não manter a realidade como está? Não existe opinião que não seja política, ou discorda disso também? Assuma, você faz política, política desumanizante, preconceituosa, conceitualmente de direita, reacionária. Você é quem precisa de polícia, pois a polícia tem a função originária e atualíssima de manter a ordem e preservar a continuidade, ou conservação da realidade, da exploração, da opressão, do preconceito, do capitalismo, da elite. Graças a opiniões como as emitidas por você se constrói o pensamento hegemônico (dominante) que, na realidade, ajuda a fundamentar o que a polícia faz, fez e fará. Afinal, a polícia o faz para protegê-lo, proteger sua classe, e garantir a coerência do seu discurso.
Nossa! deu preguiça só de pensar na resposta que vem por ai. Mas se você está por conta. Manda brasa! Eu é que não tenho tempo para continuar, pois minha prática é concreta...

Marcel

Anônimo disse...

Oh Higor!!! vc é doido mesmo!!
Fala ai figura, bom já sabe que meu português num é dos meior..mas nois vai falar alguma coisa...risos
Olha que eu vou te obrigar a escuta pena Branca e Xavantinho einh.
E se ocê num gostar nois vai dizer que essa porcaria de musica que você escuta é um lixo..risos
Mas de vez enquando nois suporta né, tem até uns bicho bão sonhh..
Estou te suando, mas como sempre o higor é o do Contra.
Mas olha o que o cara fez, todo mundo acessar o blog e ler ...kkkkkkk marqueteiro.

Não somos os melhores mas fazemos, não somos os piores mas não impedimos que os outros façam.
Querendo ou não querendo, existe uma energia que o coró de pau implantou que fez muitos outros grupos
se posicionarem, podemos ser melhor, sim claro todos nós!
O melhor de tudo é que estamos falando e discutindo o que tem que ser melhorado na musica, e estamos vendo a opinião dos outros
Cada um pensa o que quiser, eu mesmo não me simpatizo muito com esse tipo de musica que vc fala que é melhor musica do mundo.
Num pagaria 10 centavos pra ver...cada um é cada um..cada um com seus problemas..hehehhe

abraços mas continua abrindo discursões, só tenha cuidado na hora de colocar sua opinião, se vc fala que tem vontade de dar uns supapos nessa galera,
essa galera é grande e está toma conta do mundo, os gringo que dizem grandes produtores musicais, ficam de cara quando escuta nossa musica, e olha
que alguns mesmo com 40 anos de experiência em musica não consegue fazer um samba de caboclo e nem entende como se procedo o swing e groove da musica brasileira, eu mesmo já vi alguns ficarem pirados, e não são musicos de esquina ou buteco não, eram musicos de conservátorios.

Então a musica na sua infinidades de ritmos, sons e estilo expressa nada mais que a cultura de um povo.
Eu mesmo prefiro a nossa, pois nos dá mais possibilidades. Até mesmo na hora da discurssão..está claro aqui nesse blog.

é isso.fica na paz!!

Arqueiro Mandari

Anônimo disse...

Oh Higor!!! vc é doido mesmo!!
Fala ai figura, bom já sabe que meu português num é dos meior..mas nois vai falar alguma coisa...risos
Olha que eu vou te obrigar a escuta pena Branca e Xavantinho einh.
E se ocê num gostar nois vai dizer que essa porcaria de musica que você escuta é um lixo..risos
Mas de vez enquando nois suporta né, tem até uns bicho bão sonhh..
Estou te suando, mas como sempre o higor é o do Contra.
Mas olha o que o cara fez, todo mundo acessar o blog e ler ...kkkkkkk marqueteiro.

Não somos os melhores mas fazemos, não somos os piores mas não impedimos que os outros façam.
Querendo ou não querendo, existe uma energia que o coró de pau implantou que fez muitos outros grupos
se posicionarem, podemos ser melhor, sim claro todos nós!
O melhor de tudo é que estamos falando e discutindo o que tem que ser melhorado na musica, e estamos vendo a opinião dos outros
Cada um pensa o que quiser, eu mesmo não me simpatizo muito com esse tipo de musica que vc fala que é melhor musica do mundo.
Num pagaria 10 centavos pra ver...cada um é cada um..cada um com seus problemas..hehehhe

abraços mas continua abrindo discursões, só tenha cuidado na hora de colocar sua opinião, se vc fala que tem vontade de dar uns supapos nessa galera,
essa galera é grande e está toma conta do mundo, os gringo que dizem grandes produtores musicais, ficam de cara quando escuta nossa musica, e olha
que alguns mesmo com 40 anos de experiência em musica não consegue fazer um samba de caboclo e nem entende como se procedo o swing e groove da musica brasileira, eu mesmo já vi alguns ficarem pirados, e não são musicos de esquina ou buteco não, eram musicos de conservátorios.

Então a musica na sua infinidades de ritmos, sons e estilo expressa nada mais que a cultura de um povo.
Eu mesmo prefiro a nossa, pois nos dá mais possibilidades. Até mesmo na hora da discurssão..está claro aqui nesse blog.

é isso.fica na paz!!

Arqueiro Mandari