segunda-feira, novembro 30, 2009
sexta-feira, novembro 27, 2009
quinta-feira, novembro 26, 2009
Afinando os ouvidos
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Nota dos autores: *
Esta é uma obra de ficção, qualquer semelhança com pessoas vivas ou mortas é coincidência.
Principalmente com você Jenny Beckman.
Vadia!
Perdi a abertura dos shows do Goiânia Noise 2009, ontem. Queria muito ter visto o Hermeto Pascoal (do resto, nem fazia tanta questão, mas o velhinho chato eu queria mesmo ver), mas “motivos de força maior” (respeitem os clichês) me impediram. Meu pai foi internado às pressas no começo da noite de ontem (preocupante, mas não desesperador. Obrigado por perguntar), e assim troquei a companhia de um velho chato pela de outro.
Mas hoje o Noise não me escapa, ainda que não tenha me decidido se vou ao Bolshoi ver o pop redondinho do Ricardo Koctus, ou ao Metropolis assistir a batucada indie-disco da The Name. Quem foi ontem no Hermeto disse que o show foi incrível, e o lugar completamente lotado. Me disseram algo parecido sobre os shows do Vamoz!, da Soundscapes e do Motherfish, na Fiction.
Já sobre a noite metal/agacê, que reuniu Leptospirose, Oscabeloduro, Ressonância Mórfica, HC 137 e Señores no Capim Pub (o clubinho punk mais charmoso do velho oeste), eu ainda não ouvi nenhum comentário.
E nem precisa, né?
Já volto.
* P.S.: A despeito do má-vontade com que alguns jornalistas trataram o tema, "500 Days of Summer" é mesmo um filmaço. O primeiro longa-metragem do Mark Webb (até então diretor de viceoclips - Maroon 5, Green Day, Hot Hot Heat, Incubus, Weezer, Fergie, entre tantos outros) é uma não-história de amor, cheia de música boa e referências pop.
Tá, isso soou meio Nick Hornby, mas é assim mesmo. É bem possível que Webb tenha se inspirado no escritor inglês (e isso não é demérito algum), dado o cinismo e a delicadeza inteligente com que é tratado um tema tão mastigado quanto um amor não correspondido.
E se você tem alguma dúvida, os primeiros segundos de filme trazem o recado que abre este post. Tem como um filme que começa assim, dar errado?
Ok, pensei em milhares de maneiras. Mas não é o caso de "500 Days of Summer", aqui o recado é a cereja do bolo, servida antes do bolo propriamente dito.
Se você ainda não assistiu, está perdendo tempo.
terça-feira, novembro 24, 2009
Tradição de novidade
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Siba, que hoje lidera sua Fuloresta do Samba, foi o nome mais evidente do Mestre Ambrósio, a banda mais habilidosa de sua geração na impressão de um sabor pop aos ritmos tradicionais do interior do nordeste. Roberto Corrêa é, simplificando, o erudito que levou a viola caipira (e sua variante regional primitiva, a viola de cocho) para as salas de concerto.
Fãs do trabalho um do outro, os dois transformaram a admiração mútua no disco Violas de Bronze, registro do diálogo entre a viola de Corrêa e a rabeca de Siba, cujo show desembarca no palco do Centro Cultural Goiânia Ouro depois de amanha (26/11), dentro da programação do Goiânia Noise 2009.
Respondendo a um convite aberto no Twitter, o goiânia rock news conversou com a dupla (via Skype) e descobriu, entre outras coisas, uma surpreendente admiração do Siba pela opção analógica e sonoridade retrô do Jack White e seu White Stripes, além de uma confessa paixão por Jimi Hendrix (“É uma influência profunda, conheço toda a obra dele muito bem”) e Motorhead (?!). Além de garantir que a sonoridade primitiva da banda inglesa tem uma relação direta com o maracatu (“Pelo menos no meu gosto pessoal”), Siba ainda enumerou Cidadão Instigado e Nação Zumbi, dentre suas preferências nacionais.
Roberto Corrêa também não é um estranho ao mundo das guitarras, e citou coisas como Creedence Clearwater Revival (“Comprei todos os discos”) e Big Brother and The Holding Company (“Aquele Cheap Thrills tem umas coisas ótimas”), além de garantir que está numa fase de resgate de suas origens roqueiras, e que tem ouvido seus discos do Yes e do Black Sabbath também.
A respeito da parceria no Violas de Bronze, Siba fez questão de enfatizar que é um passo absolutamente natural na trajetória de cada um dos dois, e que sua repercussão só será medida a longo prazo: “O tempo de vida do disco é longo. estamos fazendo pouco a pouco as coisas”. É objetivo ao afirmar que não se trata de um produto de resgate, mas sim de um diálogo livre com a tradição.
Nenhum dos dois parece interessado em fronteiras estéticas engessadas, e dão a entender que seus únicos limites são o talento e a sinceridade artística. Roberto Corrêa foi além e insinuou que, conceitualmente, o Violas de Bronze não pode ser alheio ao mundo do rock, na medida em que “o conceito fundamental do rock é isso de não ter nada definido, ser inovador”.
Autointitulados criadores modernos livres, os dois rechaçam qualquer rótulo limitante, e a despeito da identificação óbvia de Violas de Bronze com a música do interior do Brasil, traços nítidos de urbanidade contemporânea atravessam o disco de cabo a rabo, e conferem uma carga ainda mais genuína ao álbum. Sobre isso, Siba disparou: “Não sinto o peso de ser coerente com nenhum estilo musical”.
Quase no fim do bate-papo, me lembrei de uma entrevista que fiz com o Siba alguns anos atrás no vilarejo de São Jorge, durante o Encontro de Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros, em que ele havia me dito que o Mestre Ambrósio não tinha acabado de fato, estava apenas em suspensão. Inquirido novamente sobre o assunto, a resposta não mudou, ainda que desta vez tenha vindo acrescida de um comentário com ares definitivos:
“Ao contrário do que muita gente pensa, eu fui o único que não saiu do Mestre Ambrósio, mas depois dessa pausa combinada de 6 meses, que virou um ano, e por causa do conflito de interesses, foi saindo um, depois outro... e hoje te digo que acho muito difícil uma reunião da banda.”.
Perguntado sobre o repertório dos 3 discos de sua banda mais famosa, o rabequeiro disse que provavelmente revisitará algumas canções num "power trio, ou power quarteto, não sei ainda”, em parceria com Catatau, do Cidadão Instigado, que deve ganhar corpo em 2010:
“Não me sinto com a obrigação de manter repertório de nenhum trabalho anterior, mas algumas canções do Mestre Ambrósio, como por exemplo “Benjaab”, “Gavião” e “Mestre Guia”, devem estar presentes ao menos nos shows deste novo projeto, ano que vem.”
Antes da despedida, ainda deu tempo de perguntar o que tem girado na vitrola de cada um, em casa. Roberto Corrêa colocou a música barroca e o mestre-organista alemão Dietrich Buxtehude em primeiro lugar, mas não se furtou de falar mais uma vez de seus velhos discos do Sabbath. Siba, além dos já citados Jimi Hendrix, White Stripes (e demais bandas de Jack White) e Motorhead (cujo show no Abril pro Rock ele fez questão de assistir), sublinhou sua paixão pela música africana dos anos 60, principalmente do Congo, Mali e Guiné.
segunda-feira, novembro 23, 2009
Changes
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Postado hoje no site do Supersuckers:
Greetings everyone. Plans change and so it is with a mixture of sadness and joy that I write this message. Right now I am supposed to be in South America, rocking the good people down there but due to some issues with a couple of our guys passports not being ready in time (you'd be amazed at the hoops and hurdles you have to jump through and over to get a visa to go to Brazil), we are still stateside.
Não será o primeiro, nem o último, desfalque de última hora do Goiânia Noise. De qualquer modo, caso o cancelamento seja confirmado, é uma pena.
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Cerol carioca e moderninho
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A última vaga no lineup do Goiânia Noise 2009 foi ocupada ontem pelo quarteto carioca Glass and Glue, que desembarca o charme riot-fashion da dupla de vocalistas Marina Franco e Mayana Moura no palco do Martim Cererê na próxima sexta feira, dia 27.
Completado pelos guitarristas Paulo Ferreira e Fabrício Matos, o quadrado indie foi escolhido na seletiva Petrobrás nas Ondas do Rock (realizada no Rio de Janeiro, resultado da parceria entre a Monstro Discos, o Grupo Matriz e, obviamente, a Petrobrás). O grupo já conseguiu alguma repercussão no eixo Rio-São Paulo, mas será a primeira vez, acho, que se embrenham no velho oeste brasileiro.
Deve ser culpa do sex appeal underground do casal de vocalistas impudicas, mas confesso que fiquei curioso.
Você não?
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sexta-feira, novembro 20, 2009
O sonho de Íkaro
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Depois de dominar os palcos goianos no final dos anos 90, o vocalista Íkaro Stafford, tal qual seu xará mitológico, quis alçar voos mais altos e, com o disco de estreia da banda debaixo do braço, embarcou seu Punch para a terra prometida do então novato nu-metal.
Tempos depois, quatro peças do quinteto abortaram o sonho americano e retornaram ao Brasil, mas o vocalista persistente já havia se embrenhado em outra formação, e seguiu nos vocais do Ankla cumprindo um script pouco provável para um músico do interior do 3º mundo.
Depois de dividir palco com, entre tantos outros, Hatebreed, Bad Brains e Puya, além de ter se apresentado no mais prestigioso festival de música pesada do mundo, a Ozzfest, o bom filho a casa torna e, impulsionado por uma ideia do cineasta Antônio Guerino (entre outros trabalhos, Guerino foi diretor do videoclip do Mugo), reuniu o Punch para pelo menos mais uma apresentação, durante a 15ª edição do Goiânia Noise festival, que começa semana que vem.
E foi por essas e outras que o goiânia rock news resolveu cavar uma conversa com o líder do Punch, e o resultado dos papos rápidos pelo msn, e da entrevista propriamente dita (realizada por e-mail), é este que agora brilha em seu monitor:
Como e quando o Punch foi formado?
O Punch foi formado em 1994 por mim, pelo Ricardo, pelo Vinicius e pelo Flávio. Eu conheci o Ricardo e o Flávio na loja de CDs em que eu trabalhava, que se chamava Hipnose. Daí tivemos a ideia de montar uma banda de metal.
Como você avalia a repercussão do disco de estreia, Cesium 137, em Goiânia, na época de seu lançamento?
A repercussão foi ótima. Nessa época o Punch vendeu por volta de 2000 CDs. Fizemos bastante barulho e tivemos boas críticas em jornais e revistas de metal.
Como surgiu a ideia da ida para os EUA?
A ideia foi de toda a banda, pois estávamos procurando algo mais do que só ficar tocando em Goiânia e no Brasil. Queríamos algo a mais como banda. A ideia surgiu assim: eu estava envolvido com o fanclub do Soulfly no Brasil, e tinha muito contato com pessoas dos EUA e da Europa. Até que um cara nos convidou para irmos para Los Angeles, fazer alguns shows.
E como foi o cotidiano da banda nos EUA, da chegada no País até os primeiros shows?
Foi punk! O produtor furou com a gente, aí tive que sair na correria para armar uns shows em LA. No inicio procuramos trabalhar para nos manter e, no meio termo, tocávamos aqui e ali.
"Freedom" - Cesium 137
Quais foram os principais shows do Punch lá?
Abrimos para o Puya e tocamos com o Bad Brains. E os shows em east Los Angeles também.
E por quê a banda se dissolveu?
A vida nos EUA é muito complicada, não sei se a banda estava preparada para tudo o que rolou. Depois que o Vinicius voltou, chegamos a tocar com outros dois baixistas. No fundo acho que faltou maturidade a todos, e o choque de cultura era muito grande.Mas nada que não fizesse de novo.
Antes de o Punch acabar, você já estava tocando com outra banda?
Sim, já estava trabalhando com o Ankla.
E com o Ankla você chegou a tocar na Ozzfest.
O Punch chegou a tocar com o Puya, que era a banda do Ramon – guitarrista do Ankla. Ele gostou do trabalho de voz que eu estava fazendo no Punch e me convidou para fazer o vocal do Ankla. O Ozzfest foi a maior experiência da minha vida, foram 32 shows , e o o Ankla chegou a tocar com o Ozzy Osbourne, Lamb of God, Static X, Hatebreed, In This Moment, Devil Driver, Daath, Behemoth, Nile , etc...
Depois do Ankla, você foi para o Imbyra...
Eu saí fora do Ankla depois da banda ter cancelado duas tours, uma com o Devil Driver na Europa, e outra com o Hellyeah e Machine Head. Nem eu e nem a gravadora concordamos com o cancelamento da tour. Aí achei que já não tinha mais nada para fazer na banda, perdendo essas oportunidades. Logo que saí, a gravadora despediu a banda. Depois disso fui convidado pelo Fabrício, batera do Imbyra, e gravamos algo. Mas não cheguei nem a tocar ao vivo com a banda. Por problemas de saúde, o Fabrício teve que voltar para o Brasil, aí a banda ficou de molho.
Em 2006 o Ankla chegou a ser anunciado como atração do festival Porão do Rock – em Brasília, e em 2008 foi a vez do Imbyra ser “confirmado” no line-up do Goiânia Noise. Por quê nenhuma das duas vezes deu certo?
Essa é fácil, o problema foi dinheiro! O Porão do Rock não queria pagar as 5 passagens para o Ankla. E com o Imbyra, o problema foi a saúde do Fabrício. Mas graças a Deus vai rolar o Punch este ano no Noise.
Ankla - "Steep Trails"
Como aconteceu o convite para essa reunião do Punch, no Goiânia Noise 2009?
A ideia foi de um brother nosso, que se chama Guerino, daí falei com o Fabrício Nobre.
Depois de 10 anos, dá pra fazer uma análise crítica e distanciada de Cesium 137? Na sua opinião é um disco ótimo, bom, regular ou ruim?
Hoje ainda acho que é um disco bom, mas tenho muitas críticas pessoais, como o inglês, a gravação, etc... mas rola muita atitude no CD.
E quanto às cinco faixas do Punch, gravadas nos EUA e nunca lançadas?
Gosto de muita coisa, mas acho que a banda estava perdida, fazendo musica em português e inglês. Mas meu novo projeto terá muita coisa a ver com essas músicas, e será só em português.
Você me disse que tem planos de voltar definitivamente ao Brasil, no ano que vem. O Punch vai voltar à ativa? Você pretende gravar outro disco com a banda?
Não vou falar que sim ou que não, pois dependo do Ricardo, do Flavio, do Vinícius e do Fernando.Te falo o ano que vem (risos).
Morando nos EUA há tanto tempo, você consegue acompanhar a movimentação roqueira de Goiânia?
Sim, e fico muito, mas muito feliz, de ter saído da capital da música sertaneja, e voltar para a cidade do rock! Graças às bandas, promotores e aos fans. Hígor, muito obrigado pela oportunidade, e gostaria de dizer que tudo que rolou comigo aqui nos EUA foi graças ao Punch, aprendi muito com a banda!
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quinta-feira, novembro 19, 2009
Mãos à Obra!
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A Converse quer te dar a chance de botar a mão na massa (ou melhor, na lona) e fazer um modelo de tênis EXCLUSIVO durante o Goiânia Noise Festival.
E se criatividade é o seu forte, faça ela valer um Converse feito por você, somente pra você. Visite o site da Converse e descubra o que fazer para criar um modelo exclusivo só seu no espaço Hands On, que também estará na 15º edição do maior festival independente do Brasil, o Goiânia Noise.
O espaço Hands On Converse é o ponto de encontro para os adoradores do nosso bom e velho amigo de lona. Um verdadeiro atelier em meio ao Goiânia Noise Festival, onde os vencedores da promoção customizarão seus modelos de tênis, ao vivo. E onde todo mundo vai poder descolar brindes especiais feitos à mão.
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Bom dia, Vietnã!
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Tecnicamente ainda não foi inaugurado, mas ontem já teve festa de lançamento do Goiânia Noise no club Fiction (Black Drawing Chalks+Hellbenders), hoje tem Daddy-O-Grande+Dead Rocks no Bolshoi Pub, e amanhã tem Mechanics no Metropolis.
A invasão começou!
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quarta-feira, novembro 18, 2009
That's Not My Name
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A banda sorocabana The Name parece crer piamente que a única constante confiável é a mutação. Depois de estrear com aura lúgubre no (ótimo) EP Gone, vem se distanciando cada vez mais daquele goth pop que garantiu ao trio o título de um dos melhores shows do Goiânia Noise de 2007.
Depois de Older e Assonance – EPs que sucederam a première e materializaram a curva fechada que o grupo deu rumo à atual batucada indie-disco, a novidade é o single “You Want It Back Now” que, acompanhado de “Put Me In” e da cover do Imagination “In Your Illusion”, arranca em definitivo a banda da sombra dos anos 80 (mesmo que eles ainda estejam lá, diluídos no caldo) e, debaixo de um estrobo néon, cadencia sua nova receita na síncope do novo rock de sotaque dance.
A The Name volta aos palcos goianos na
Clique para baixar:
“You Want It Back Now” – Download MP3 (12,8 MB)
Como ainda não vi ao vivo, tinha escolhido ir conferir o show solo do baixista do Pato Fu no Bolshoi, mas depois dessa “You Want It Back Now”, fui obrigado a admitir que nada está decidido.
Viu a promoção da Converse no Goiânia Noise? Pois é, amanhã falo mais.
Tchau.
terça-feira, novembro 17, 2009
As Virtudes do Vício *
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Ao contrário do que gosta de pensar a maioria dos nossos deslumbrados visitantes casuais, acostumada a desembarcar em Goiânia somente na época dos principais festivais, o rock da cidade não é exclusividade das bandas interessadas em distorção, cerveja e ... “atitude”. É claro que a popularidade local do garage-rock legitima a fama de que gozamos em outras praças, mas um olhar atento revela muito mais abaixo dessa superfície caótica e barulhenta.
Esta epifania da obviedade me sobreveio movida pela memória de um dos melhores discos já feitos em Goiás, um verdadeiro clássico não evidente do rock goiano, que mesmo negligenciado e muitas vezes desprezado pelo status quo da cena goianiense, mantém seus atributos superlativos intactos.
“Hoje Ainda É Dia de Rock”
Cover de Sá, Rodrix e Guarabira, nunca lançado oficialmente.
antídoto é o segundo disco do Vícios da Era, power trio formado no fim dos anos 80 que, se não admite a extinção, infelizmente assumiu uma longa inatividade. Lançado em 2004 e recheado de um aguçado senso pop, medido entre o poder de guitarras zepelianas, o suingue lapidar à moda do Red Hot Chili Peppers e a sensibilidade autoral de quem faz questão de uma assinatura própria, as composições do disco são subscritas pelos irmãos Fabius Augustus (mais conhecido como Smooth) e Bruno Bonfá (o Brunaite), acompanhados pelo baterista Fred Valle.
Uma curta espiada na trajetória individual de cada um dos três músicos já vale um modesto panorama desse cenário goiano que se desenvolveu/desenvolve praticamente alheio à intensa movimentação de seus vizinhos mais barulhentos:
“Lembranças do Paraíso”
Gravada em 2003 e nunca lançada.
Smooth é guitarrista, ex-coproprietário do Groovy Studio (dividido com o então baterista da Casa Bizantina, Gilberto Rampazzo), técnico de som e produtor musical - entre outros já produziu o disco de estreia da Olhodepeixe, outro belo exemplo de banda goiana que vale a pena, e evita o estereótipo garageiro.
Brunaite, assim como Smooth, é irmão do baixista do Violins – Thiago Ricco, e além de baixista do Vícios e historiador, integrou o núcleo criativo de outra grande banda, ainda na ativa, também desvinculada do establishment do rock local, a Umbando.
Fred Valle é baterista profissional, metade do duo experimental The Colagens, que divide com o guitarrista Front Jr. e é usualmente acompanhado, entre outros, por músicos como o pianista sérvio Dejan Cosic e pelo trompetista Manassés Aragão.
Clique pra baixar o disco:
antídoto, Vícios da Era – Download MP3 (79,5 MB)
antídoto é, antes de tudo, um disco de rock. Mas se o verniz pop que acrescenta delicadeza à acidez das guitarras, e o suingue que boicota a dureza do hard rock não te deixam à vontade, tudo bem. Você é só mais uma vítima do regime. Seus discos do Stooges e do Ramones sempre hão de te consolar.
segunda-feira, novembro 16, 2009
Goiânia is the Rock City!
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The independent rock scene don't stop to grow in Goiânia, capital of Goiás in Brazil. Hundreds of bands hit the road every year. They are preparing for the fifteenth Goiânia Noise Festival and making loud sound.
The guys from Bang Bang Babies played at the studio and stoped for a beer at the Kuka's bar, the bar of a legend of the city, Kuka. This man knows everything about the scene, and his bar plays only rock'n roll. Johnny Suxxx and Fucking Boys made a great rehearsal and took me to the Metropolis for a gig. As Kuka says, Goiânia is the rock city.
Vídeo de Gustavo Pellizzon - fotógrado do jornal O Globo,
produzido durante sua recente visita à Goiânia.
sexta-feira, novembro 13, 2009
Top 10
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O Diário da Manhã divulgou o ranking dos 10 Twitters mais influentes de Goiás:
2º Afonso Lopes @a_fonso - Jornalista
3º Carlos Willian @revistabula - Jornalista
4º Nelson Moraes @aomirante - Publicitário
5º Helen Fernanda @helenfernanda - Jornalista
6º Ronaldo Caiado @deputadocaiado - Deputado Federal
7º Demóstenes Torres @demostenes_go - Senador da República
8º Fabrício Nobre @fabricio_nobre - Músico e Produtor Cultural
9º Gilvane Felipe @gilfelipe - Ex-candidato à prefeitura de Goiânia
10º Fabiana Pulcineli @fpulcineli - Jornalista
Pois é.
Clique aqui e leia a matéria completa.
quinta-feira, novembro 12, 2009
Terra de Gigantes
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Fui ao Planeta Terra para ver o Primal Scream. Poderia ter ido ao Maquinária ver o Faith No More. Não foi o caso. Perambulando por entre os brinquedos do Playcenter até chegar ao Coca Zero Stage, deixando o show do Sonic Youth pela metade e chegando perto de um Metronomy tão dançante quanto derivativo e chato, não pude deixar de perder também o show do Iggy Pop, que era idolatrado no main stage mesmo debaixo das borrachadas aplicadas pelos seguranças que impediam o público de atender ao convite de seu ídolo para uma visita ao palco.
Manco, de bunda de fora e de aspecto cadavérico, Pop parecia uma espécie de Mumm-Ra da vida real, ignorando solenemente a agressão contra seus devotados seguidores – inclusive um deficiente físico, lançado ao chão pelo líder dos Stooges em sua corrida de volta ao palco, depois de ter descido e tumultuado o coreto.
Mais cedo, com o sol ainda no horizonte, peguei o fim do show do Móveis Coloniais de Acaju enquanto chegava ao parque e recebia uma dose de Coca Zero e um passaporte do Playcenter, a título de brinde. Resmunguei alguma coisa sobre ter perdido o show do Macaco Bong e fui esperar pelo Maxïmo Park, enquanto perdia o Copacabana Club. O pop de guitarras do quinteto britânico é algo entre ingênuo e cínico, por mais paradoxal que possa parecer. Suas músicas exalam um frescor juvenil capaz de entusiasmar até os mais reticentes, mas uma constante sensação de incompletude acompanhou cada canção do set de pouco mais de uma hora, e talvez seja isso que mantém o MP no segundo (terceiro?) escalão do novo pop-rock britânico.
Como já disse antes, o Primal Scream que me interessa é o eletrônico, carregado de tensão e groove. Não foi o caso. E mesmo que a banda, que entrou no palco num misto de desânimo e indiferença, tenha pegado no tranco a partir da segunda metade do show (a apoteose abortada de “Swastika Eyes” e o noise abafado de “Accelerator” foram os destaques), e deixado milhares esperando mais do Screamadelica depois de "Movin' on Up", “Rocks” e “Country Girl” não foram o suficiente pra quem tinha uma expectativa compatível com seus discos mais nobres. Dá pra reclamar, no mínimo, da ausência do mantra eletrônico, grave e circular, de “Exterminator”. No mínimo!
Já o Ting Tings é mesmo um delicioso chiclete de tutti-frutti que aparentemente ainda tem muito açúcar pra gastar. Por enquanto, os hits “Great DJ” e “Shut Up and Let Me Go” (antes de “That’s Not My Name” eu voltei para o outro palco, a tempo de pegar a baixaria no show do Iggy) foram o suficiente para fazer frente à atração principal, e mesmo com o freak show no main stage, muita gente ignorou o protocolo do proto-punk, embalou o modelito numa capa-de-chuva tosca - vendida a 5 reais, e se acabou debaixo da garoa forte e das programações safadas de Jules De Martino e da canastrice da guitarra da Katie White.
Boas Notícias – Hoje de manhã, vinda num vento leste, chegou aos ouvidos deste blog a notícia que há uma séria movimentação de produtores brasilienses para trazer o Them Crooked Vultures para um show na capital federal. Por enquanto, a data ventilada flutua no mês de abril do ano que vem. Ainda segundo o tal vento leste, um cachê não exorbitante seria um dos grandes possibilitadores da vinda da novíssima banda de Homme, Grohl e Jones ao Brasil, pela primeira vez.
Taí um show que eu não perderia.
Follow Friday
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da nova safra do rock
goianiense, no clubinho mais
quente do setor sul, numa noite tensa.
A Festa
Shows
Super Super
Polaroyd Club
DJ Set
Hígor Coutinho
Renata Rodriguez
13/11 - 22h
No Metropolis
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quarta-feira, novembro 11, 2009
Pornô Tarja Preta (South Park edition)
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Pra quem não se lembra, The BPA é um projeto do Fatboy Slim com participações de gente como David Byrne, Dizzee Rascal, Iggy Pop e tantos outros.
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E aí, agora lembrou?
terça-feira, novembro 10, 2009
Bom Sinal
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Vazou o, talvez, disco de rock mais curiosamente esperado do ano. Caso se tratasse só da banda nova do John Paul Jones, já seria motivo suficiente para ficar na expectativa, mas acompanhado de Dave Grohl e de Josh Homme, a espera , alimentada habilmente pelos teasers espertinhos divulgados no Youtube, tomou proporções enormes.
Mas apesar do trio estelar, a sonoridade parece pender mais para um lado do que para outros, e aparentemente a culpa é da assinatura chapada da guitarra e dos vocais de Homme, que obriga a uma associação automática com o Queens of the Stone Age.
Pelo menos essa é a primeira impressão. Ouve aí você e me diz se é isso mesmo. Se for, pode baixar que é bom sinal.
"Reptiles" - Them Crooked Vultures
Them Crooked Vultures – Download MP3 (146 MB)
Mudando de Assunto - Voltei de São Paulo ontem, e ainda não fiz um balanço escrito do Planeta Terra. Só digo que o Maximo Park continua não sendo nenhuma maravilha, mas como banda de “abertura” (antes deles, só as nacionais Macaco Bong e Móveis Coloniais de Acaju) cumpriu exemplarmente o script diplomático do showbizz, e seu pop de guitarras acabou convencendo. Já a apresentação do Primal Scream poderia ter sido melhor, ainda que não tenha sido decepcionante. E o Ting Tings, mesmo debaixo de chuva e concorrendo com o show do Iggy Pop (mais manco, flácido e caricato do que o normal), lotou a arena do Coca Zero Stage e botou a massa colorida pra dançar.
Ah, e tirando os shows, o mais legal foi estar a caminho do almoço, no domingo, perto da praça da República, e de repente escutar “Seu Levi”, do Umbando, tocando numa loja de discos qualquer.
Fui.
Tirem as crianças da sala.
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Vinheta de um canal protegido contra o acesso de crianças.
"I remember when, I remember, I remember when I lost my mind..."
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segunda-feira, novembro 09, 2009
More Than Words
sexta-feira, novembro 06, 2009
Emergency On Planet Earth
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Embarco daqui a pouco pra São Paulo. Vou lá ver se o Primal Scream ao vivo vale tanto a pena quanto os seus melhores discos. Screamadelica e XMNTR estão entre os prediletos da casa, e se muita gente não entende a multilateralidade estética do PS, dá pra dizer que eu também não.
E por isso mesmo aprendi a ignorar a banda quando o Bobby Gillespie tenta reinventar seu passado roqueiro (o Jesus and Mary Chain NUNCA esteve entre os prediletos do blog). O Primal Scream que me interessa é o eletrônico, que acumula grooves circulares e sobrepõe texturas psicodélicas rumo àquele transe hipnótico e drogado. No rock o PS é só mais um, mas quando sofistica o pancadão com seus timbres e beats especialíssimos, é imbatível.
"Exterminator" - Primal Scream
Apesar do culto quase fanático ao redor do Sonic Youth, nunca ouvi muitos bons motivos pra gastar meu tempo com ele, e mesmo que o Metronomy tenha me dado menos motivos ainda, penso que vou dividir minha atenção entre as duas bandas, que, cada uma em seu palco, tocam simultaneamente.
O Macaco Bong eu sempre fiz questão de ver, e se tudo der certo pode me procurar em frente ao palco do trio cuiabano. Certeza que eu estarei lá. Já durante o show do Iggy & The Stooges, pode me procurar diante do palco dos Ting Tings. Nunca gostei muito de Maximo Park, mas em respeito a uma ou duas músicas legais (“Our Velocity” e , err, ... ), vou me dividir entre eles e o Copacabana Club.
E se o Faith No More toca na mesma noite, ali “do lado”, no Máquinária, te asseguro que a viuvez dos anos 90 não me alcançou, e ainda que a ressurreição da banda do Mike Patton fosse durar só esse show (o que não é provável), acho que jamais me arrependeria pela troca.
É isso. Vou arrumar minha mochila.
PS: Um dos motivos que me fez escolher o Planeta Terra, ao invés do Máquinária, foi que o PT será realizado no Playcenter, e em vez de vomitar na paulistinha de piercing e tatuagem do meu lado durante o show do N.A.S.A., posso evitar o constrangimento e lançar a golfada quentinha de longe, girando no carrossel do parquinho.