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Não é de hoje que o Goiânia Noise Festival monopoliza as atenções do independente nacional em novembro, recebendo, além das bandas convidadas, um batalhão de produtores agentes e jornalistas, o que transforma a cidade no epicentro da movimentação indie brasileira do período.
Expandido para o meio da semana desde 2008, o festival será mais uma vez realizado no tradicionalíssimo Centro Cultural Martim Cererê (já que as mobilizações para a reabertura do C.C. Oscar Niemeyer deram com os burros n’água, pelo menos em
Mas é o primeiro dia de festa que você não pode correr nenhum risco de perder. Nascido para ser grande, o trio instrumental Macaco Bong traz a Goiânia o show que estreou, em janeiro último, no Auditório Ibirapuera em São Paulo, e que foi montado também no Palácio das Artes, em Belo Horizonte (onde ocorreram as gravações de seu primeiro DVD, cujo conceito colaborativo de captação de imagens tirou o público da passividade e deu a ele a co-autoria do filme). Macaco Bong e Convidados, o show, reúne num mesmo palco o pianista indie-erudito Vítor Araújo e o naipe de metais do Móveis Coloniais de Acaju, além dos tambores do Jack, percussionista do Porcas Borboletas. Originalmente, o encontro ainda contava com a presença de Siba, ex-Mestre Ambrósio, atual Fuloresta do Samba.
À época do show, rabisquei aqui as seguintes linhas sobre o áudio da première, em SP:
Se o jazz, até então, não ia além de uma intuitiva e habilidosa insinuação, em meio às ondulações eróticas e gatilhos de violência instrumental, nessa reunião superlativa o diálogo entre a concupiscência da guitarra de Bruno Kayapy e a esperteza melódica do piano de Vitor Araújo, encaixado por sobre o frenetismo calculado dos metais e o reboar oco da percussão, arrastaram as belas suítes do grupo para perto da síncope perfeita.
E como ontem foi Dia de Los Finados...
Já na quinta feira será a vez dos santos de casa praticarem o milagre, e a dobradinha de Mugo e Violins tem tudo pra segurar a turma até o fim da noite. Na sexta, a pedida é o quarteto lo-fi argentino El Mato A Un Policia Motorizado, dono de um show absurdamente intenso. Mais pro fim da noite, antes do Krisiun reger a massa cabeluda e botar abaixo o teatrinho-caixa-d’água, o grande lance é aproveitar o ambiente teen-free da “arena” ao lado para assistir ao show do Otto, que em Goiânia não deve se abster dos palavrões que escondeu para entrar na trilha da novela da Globo.
No sábado, dia de line-up menos atraente, o destaque possível é o show do Musica Diablo, ainda que meu interesse seja menos por estima que por pura curiosidade, mesmíssima sensação que a única atração internacional da noite, o também quarteto The Mummies, desperta em mim. E no suplemento dominical da festa, a única banda que talvez me tire de casa é o Galinha Preta, melhor grupo de hardcore comediante do Distrito Federal.
Um comentário:
Macaco Bong & amigos vai ser mesmo fodaço! Estive lá no show do Ibirapuera, quando eles mandaram dois clássicos do Nirvana altamente encardidos no bis, e foi fantástico. O único bode daquela noite foi que tava todo mundo sentadinho e comportado, situação q com certeza vai ser bem diferente no Noise... Show pra pogo!
Ah! E uma dúvida sobre isso aqui: "as mobilizações para a reabertura do C.C. Oscar Niemeyer deram com os burros n’água, pelo menos em 2011". Você quis dizer 2.010 ou também no ano que vem o C.C. vai permanecer inutilizável?
Abraço e parabéns ae de novo pelo belo blog!
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