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Essa eu vi na Popload - O Primal Scream, banda de rock mais eletrônica dos anos 90, fez dois shows já em comemoração aos 20 anos do classicaço Screamadelica (lançado em 1991), tocando todas as faixas do álbum.
O áudio da apresentação, que aconteceu em Londres e começa com "Jailbird" (de Give Out But Don't Give Up, de 1994), você pode ouvir, na íntegra, no site da BBC.
O Screamadelica é o exemplo perfeito do Primal Scream que vale a pena: o eletrônico. Quando se mete a ser simplesmente um grupo de rock, a banda de Bob Gillespie vai lá pra trás, na fila de interessância, e o máximo que consegue é ser um sobproduto da escola dos Stones (e, vamos combinar, nessa categoria tem gente muito melhor cotada).
terça-feira, novembro 30, 2010
segunda-feira, novembro 29, 2010
A New Humankind
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"Can you / Are you rough enough, rough enough / Can you...
... Are you tough enough, tough enough / Can you / Are you rough enough, rough enough / Enough to be my number one..."
Alice Russell comanda!
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"Can you / Are you rough enough, rough enough / Can you...
... Are you tough enough, tough enough / Can you / Are you rough enough, rough enough / Enough to be my number one..."
Alice Russell comanda!
sexta-feira, novembro 26, 2010
Trocapim
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O Clube Recreativo do Escambo (CRE) é um coletivo maroto de troca de discos, livros, filmes, roupas e bugigangas luxuosas em geral, capitaneado por craques sorridentes e simpáticos como Bruno Abdala, Ivan Pedro, Hudson de Lima e Pedro Marques.
O intuito do Clube é proporcionar, uma vez por mês, um ambiente onde as pessoas possam exibir e negociar seus mais raros LPs (e também os repetidos), ao mesmo tempo em que calças, camisas, ternos, artes e artesanatos, balangandans, livros e filmes são passados pra frente, sempre ao som de um vinil rolando na vitrola.
A 1ª edição conta com um time ilustre de convidados e acontece dia 27 de novembro, amanhã a partir das 17h, no lugar onde o charme e o tosco se misturam de maneira única: o Capim Pub!
A entrada é grátis e a diversão é ilimitada.
Clube Recreativo do Escambo
Feira da Troca - 27/11, das 17h às 21h
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O Clube Recreativo do Escambo (CRE) é um coletivo maroto de troca de discos, livros, filmes, roupas e bugigangas luxuosas em geral, capitaneado por craques sorridentes e simpáticos como Bruno Abdala, Ivan Pedro, Hudson de Lima e Pedro Marques.
O intuito do Clube é proporcionar, uma vez por mês, um ambiente onde as pessoas possam exibir e negociar seus mais raros LPs (e também os repetidos), ao mesmo tempo em que calças, camisas, ternos, artes e artesanatos, balangandans, livros e filmes são passados pra frente, sempre ao som de um vinil rolando na vitrola.
A 1ª edição conta com um time ilustre de convidados e acontece dia 27 de novembro, amanhã a partir das 17h, no lugar onde o charme e o tosco se misturam de maneira única: o Capim Pub!
A entrada é grátis e a diversão é ilimitada.
Clube Recreativo do Escambo
Feira da Troca - 27/11, das 17h às 21h
Capim Pub - rua 5, 65 st aeroporto
informações: 8131 7022 / 8213 5755
quinta-feira, novembro 25, 2010
16º Goiânia Noise Festival - Depois do Fim
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Depois de ocupar todas as noites da semana, havia chegado a hora de o Goiânia Noise Festival assumir seu formato clássico (ou quase isso). Dividindo 34 atrações, a sexta, o sábado e o domingo se repartiram entre destaques internacionais vindos da Argentina e dos Estados Unidos, e um nacionalíssimo Gilberto Gil quase atropelado pela ferocidade ondulada do Macaco Bong.
Tocando pela sexta vez em palcos brasileiros, é quase inacreditável que o El Mato a Un Policia Motorizado, um dos melhores grupos argentinos da atualidade, não tivesse visitado Goiânia até então. O minimalismo lo-fi carregado de ressonâncias e cantado num castelhano enterrado em microfonias repercute no público como um transe psicotrópico coletivo, que envolveu o teatrinho numa atmosfera de melancolia chapada, compartilhado até por Fabrício Nobre, que arranjou uma janela na correria da produção para subir ao palco e cantar “Amigo Piedra” com os colegas hermanos.
Fazia tempo que eu não via um show do Walverdes, mas apesar do hiato deu pra perceber que o trio gaúcho não retrocedeu um milímetro e continua dono de um dos shows mais intensos e barulhentos do Brasil, que serviu de contraponto violento à delicadeza malemolente da Nina Becker. O Black Drawing Chalks é outro que, apesar da freqüência de oportunidades, eu não via em ação há meses. Continua não sendo tudo o que prometem as hipérboles arrebatadas de parte da imprensa, mas também passa longe de ser uma merda, como ninguém disse que era. Mesmo que suas ambições artísticas aparentemente não ultrapassem a reprodução calculada de clichês do rock, o BDC em cima do palco, hoje em dia, é rápido e certeiro. E a franca evolução de sua performance ao vivo muito provavelmente está associada à condição de hype a que foi alçado, que deu a oportunidade da banda experimentar o gosto (e a responsabilidade) de tocar para grandes públicos, e de degustar o sabor Stillwater de banda quase famosa.
Numa espécie de deslumbre tardio, a produção do Otto esvaziou o backstage com aquela arrogância oca da classe média emergente pouco antes do cantor subir ao palco para fazer aquele que poderia ter sido o melhor show do festival, não fosse a sua irritante mania de improvisar a melodia dos vocais. Mas nada que se compare à constrangedora participação “especial” da dublê de cantora Rosa Ferraz, que se sujeitou a uma espécie degradante e pública de dança do acasalamento, enquanto balbuciava no microfone (com a voz embargada sabe-se lá se por nervosismo ou vergonha) o que deveriam ser os versos da letra. E não bastasse o embaraço se prolongar por toda uma música, a agonia perpetuou-se ainda por mais um número inteiro, num verdadeiro tributo à forçação de barra e à falta de espontaneidade.
Simultaneamente ao Otto, no teatro ao lado o Krisiun se desculpava em tons guturais: “com todo o respeito às bandas que tocaram aqui hoje, mas agora é a hora do metal e o bicho vai pegar!”. O trio gaúcho já é lenda entre os iniciados, mas sua fama transbordou o gueto e se espalhou até entre os leigos. Não que isso se traduza em público diversificado, já que a curiosidade que a popularidade do Krisiun suscita não sustentou a presença de não-iniciados sequer por 1 minuto todo, tal o grau de radicalismo conceitual e estético de sua música. O bate-estacas levado a extremos, emparedado pelo trovejar de guitarra, baixo e vocal, não pode mesmo fazer sentido para quem não espera da música mais que um consolo em letras tristes e melodias bonitas.
No sábado a festa Discompasso, realizada no El Club, disputou a audiência do público com o Noise, ainda que a intenção da funk party fosse esticar a noite da turma que saísse do festival. Antes de desembarcar no El Club, passei na farra garage-cosplay dos Mummies, e conferi o Márcio Júnior celebrar, aos berros, a longevidade dos Mechanics (“17 anos fazendo tudo errado!”), baseando o set do show no niilismo cego de 12 Arcanos, último disco da banda.
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Depois de ocupar todas as noites da semana, havia chegado a hora de o Goiânia Noise Festival assumir seu formato clássico (ou quase isso). Dividindo 34 atrações, a sexta, o sábado e o domingo se repartiram entre destaques internacionais vindos da Argentina e dos Estados Unidos, e um nacionalíssimo Gilberto Gil quase atropelado pela ferocidade ondulada do Macaco Bong.
The Mummies
Foto: Goiânia Rock City
Foto: Goiânia Rock City
Tocando pela sexta vez em palcos brasileiros, é quase inacreditável que o El Mato a Un Policia Motorizado, um dos melhores grupos argentinos da atualidade, não tivesse visitado Goiânia até então. O minimalismo lo-fi carregado de ressonâncias e cantado num castelhano enterrado em microfonias repercute no público como um transe psicotrópico coletivo, que envolveu o teatrinho numa atmosfera de melancolia chapada, compartilhado até por Fabrício Nobre, que arranjou uma janela na correria da produção para subir ao palco e cantar “Amigo Piedra” com os colegas hermanos.
Fazia tempo que eu não via um show do Walverdes, mas apesar do hiato deu pra perceber que o trio gaúcho não retrocedeu um milímetro e continua dono de um dos shows mais intensos e barulhentos do Brasil, que serviu de contraponto violento à delicadeza malemolente da Nina Becker. O Black Drawing Chalks é outro que, apesar da freqüência de oportunidades, eu não via em ação há meses. Continua não sendo tudo o que prometem as hipérboles arrebatadas de parte da imprensa, mas também passa longe de ser uma merda, como ninguém disse que era. Mesmo que suas ambições artísticas aparentemente não ultrapassem a reprodução calculada de clichês do rock, o BDC em cima do palco, hoje em dia, é rápido e certeiro. E a franca evolução de sua performance ao vivo muito provavelmente está associada à condição de hype a que foi alçado, que deu a oportunidade da banda experimentar o gosto (e a responsabilidade) de tocar para grandes públicos, e de degustar o sabor Stillwater de banda quase famosa.
Numa espécie de deslumbre tardio, a produção do Otto esvaziou o backstage com aquela arrogância oca da classe média emergente pouco antes do cantor subir ao palco para fazer aquele que poderia ter sido o melhor show do festival, não fosse a sua irritante mania de improvisar a melodia dos vocais. Mas nada que se compare à constrangedora participação “especial” da dublê de cantora Rosa Ferraz, que se sujeitou a uma espécie degradante e pública de dança do acasalamento, enquanto balbuciava no microfone (com a voz embargada sabe-se lá se por nervosismo ou vergonha) o que deveriam ser os versos da letra. E não bastasse o embaraço se prolongar por toda uma música, a agonia perpetuou-se ainda por mais um número inteiro, num verdadeiro tributo à forçação de barra e à falta de espontaneidade.
Simultaneamente ao Otto, no teatro ao lado o Krisiun se desculpava em tons guturais: “com todo o respeito às bandas que tocaram aqui hoje, mas agora é a hora do metal e o bicho vai pegar!”. O trio gaúcho já é lenda entre os iniciados, mas sua fama transbordou o gueto e se espalhou até entre os leigos. Não que isso se traduza em público diversificado, já que a curiosidade que a popularidade do Krisiun suscita não sustentou a presença de não-iniciados sequer por 1 minuto todo, tal o grau de radicalismo conceitual e estético de sua música. O bate-estacas levado a extremos, emparedado pelo trovejar de guitarra, baixo e vocal, não pode mesmo fazer sentido para quem não espera da música mais que um consolo em letras tristes e melodias bonitas.
No sábado a festa Discompasso, realizada no El Club, disputou a audiência do público com o Noise, ainda que a intenção da funk party fosse esticar a noite da turma que saísse do festival. Antes de desembarcar no El Club, passei na farra garage-cosplay dos Mummies, e conferi o Márcio Júnior celebrar, aos berros, a longevidade dos Mechanics (“17 anos fazendo tudo errado!”), baseando o set do show no niilismo cego de 12 Arcanos, último disco da banda.
Gilberto Gil+Macaco Bong
Foto: Uliana Duarte
GNF 2010 - Sem Comparação
GNF 2010 - Violento e Variado
Foto: Uliana Duarte
Já no domingo, o esperado encontro entre o ministro tropicalista e um dos principais nomes da nova música brasileira oscilou entre o júbilo e a decepção. Sendo Gilberto Gil uma das vacas sagradas da MPB, a devoção obediente de parte do público era natural e esperada, ainda que parte do fã-clube tenha ficado desconfortável com a desconstrução, pelo Macaco Bong, de clássicos como "Vitrines", "Essa é pra Tocar no Rádio" e "Bat Macumba". O problema é que o aparente desmonte das canções mal escondia a falta de entrosamento entre o baiano e o trio cuiabano, explicada pelo curtíssimo período de ensaios (2 semanas). Na maioria do tempo, entre uma dancinha e outra, Gil recitava as letras das músicas por sobre o voo instrumental da guitarra de Bruno Kayapy, tentando encaixar verso por verso numa métrica enviesada que não disfarçava certo improviso. De modo que, nem quem foi esperando um show tropicalista clássico, nem quem apostava no êxito da combinação Macaco Gil, saiu inteiramente satisfeito.
E independente de o copo estar meio cheio, ou meio vazio, eu arrisco dizer que pra ficar bom de verdade é melhor completar.
E independente de o copo estar meio cheio, ou meio vazio, eu arrisco dizer que pra ficar bom de verdade é melhor completar.
GNF 2010 - Sem Comparação
GNF 2010 - Violento e Variado
quarta-feira, novembro 24, 2010
terça-feira, novembro 23, 2010
Un-Convention
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Dentro da programação do 16º Goiânia Noise Festival foi realizada a edição goiana da versão brasileira da Unconvention, iniciativa britânica que se apresenta como uma comunidade de música, global e popular, que se reúne física e virtualmente para compartilhar idéias e debater as questões mais relevantes em torno de música, tecnologia e criatividade.
Em Goiânia, a Unconvention foi realizada durante todo o dia 18 passado no Martim Cererê, quando ocorreu uma maratona de gravação que pretendia registrar e lançar uma compilação de bandas num único dia. E isso sem mencionar as palestras e mesas de debate que reuniram, além da própria Ruth Daniel (Fat Northern Records / Un-Convention – Reino Unido), Pete Shelley (Buzzcocks), Viv Albertine (The Slits), Fabrício Nobre (MqN/Mostro Discos), Grahan Massey (808 State), Douglas Castro (Bicicleta Sem Freio/Black Drawing Chalks), Márcio Júnior (Monstro Comics/Mechanics), Rafael Grampa, representantes da Birmingham School of Media at Birmingham City University, Gustavo Vazquez (MqN/estúdio Rocklab), Redson (Cólera), Ynaiã Bentholdro (Macaco Bong), a até a minha modesta participação, ao lado do Mateus Potumati (revista SOMA), na mesa que discutia o papel da imprensa musical (foto abaixo).
O desafio do registro e lançamento do disco foi exemplarmente cumprido dentro do prazo, e o track-list resultante da "brincadeira", que traz uma música inédita do Mugo, além de Johnny Suxxx and The Fucking Boys, MC Dyskreto, Hellbenders, Hot Hard & Co, Space Monkeys e Violins, já está receptivo ao vosso clique bem aqui. Providencie seu download e faça bom proveito.
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Dentro da programação do 16º Goiânia Noise Festival foi realizada a edição goiana da versão brasileira da Unconvention, iniciativa britânica que se apresenta como uma comunidade de música, global e popular, que se reúne física e virtualmente para compartilhar idéias e debater as questões mais relevantes em torno de música, tecnologia e criatividade.
Em Goiânia, a Unconvention foi realizada durante todo o dia 18 passado no Martim Cererê, quando ocorreu uma maratona de gravação que pretendia registrar e lançar uma compilação de bandas num único dia. E isso sem mencionar as palestras e mesas de debate que reuniram, além da própria Ruth Daniel (Fat Northern Records / Un-Convention – Reino Unido), Pete Shelley (Buzzcocks), Viv Albertine (The Slits), Fabrício Nobre (MqN/Mostro Discos), Grahan Massey (808 State), Douglas Castro (Bicicleta Sem Freio/Black Drawing Chalks), Márcio Júnior (Monstro Comics/Mechanics), Rafael Grampa, representantes da Birmingham School of Media at Birmingham City University, Gustavo Vazquez (MqN/estúdio Rocklab), Redson (Cólera), Ynaiã Bentholdro (Macaco Bong), a até a minha modesta participação, ao lado do Mateus Potumati (revista SOMA), na mesa que discutia o papel da imprensa musical (foto abaixo).
O desafio do registro e lançamento do disco foi exemplarmente cumprido dentro do prazo, e o track-list resultante da "brincadeira", que traz uma música inédita do Mugo, além de Johnny Suxxx and The Fucking Boys, MC Dyskreto, Hellbenders, Hot Hard & Co, Space Monkeys e Violins, já está receptivo ao vosso clique bem aqui. Providencie seu download e faça bom proveito.
segunda-feira, novembro 22, 2010
sexta-feira, novembro 19, 2010
Violento e Variado
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Ontem, dentro da programação de gravações e debates da edição Goiânia da Un-convention Factory (que se propôs a, além de discutir temas relacionados ao universo da música independente, registrar e lançar um disco em apenas um dia), eu bati um papo com o chapa Mateus Potumati, editor da revista Soma, na mesa redonda que discutiu a imprensa musical.
Logo mais à noite, como não era difícil de prever, os donos da festa foram mesmo Mugo e Violins. O Mugo, que dobrou a função do ex-guitarrista Léo Alcanfor e a dividiu entre os novos membros Lucas Cão e Augusto, não precisou se esforçar para acelerar a rotação da molecada que se debatia, frenética, em todas as direções dentro teatrinho, debaixo da violência de hits locais como “Screams” e “Broken Pride” e até de novidades como a absurda “Get Up and Fight”.
Já o Violins abriu as cortinas de seu primeiro show em Goiânia com o baterista Fred Valle (Vícios da Era, The Colagens) com duas músicas inéditas, e só depois passou a revisitar o repertório farto de sua prolífica discografia. Sob pedidos insistentes por “Entre o Céu e o Inferno”, “Atriz” e “Grupo de Extermínio de Aberrações”, o grupo dominou as atenções mesmo sem atender a nenhum dos pedidos, e só se rendeu já no bis, quando os primeiros acordes de “GEdA” provocaram o regozijo coletivo de turma que, mesmo perto das 3 horas da manha de quinta feira, ainda se acotovelava no gargalo, cantando cada verso como se fosse uma oração.
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Ontem, dentro da programação de gravações e debates da edição Goiânia da Un-convention Factory (que se propôs a, além de discutir temas relacionados ao universo da música independente, registrar e lançar um disco em apenas um dia), eu bati um papo com o chapa Mateus Potumati, editor da revista Soma, na mesa redonda que discutiu a imprensa musical.
Fred Valle
Foto: Uliana Duarte
Foto: Uliana Duarte
Logo mais à noite, como não era difícil de prever, os donos da festa foram mesmo Mugo e Violins. O Mugo, que dobrou a função do ex-guitarrista Léo Alcanfor e a dividiu entre os novos membros Lucas Cão e Augusto, não precisou se esforçar para acelerar a rotação da molecada que se debatia, frenética, em todas as direções dentro teatrinho, debaixo da violência de hits locais como “Screams” e “Broken Pride” e até de novidades como a absurda “Get Up and Fight”.
Mugo
Foto: Goiânia Rock City
Foto: Goiânia Rock City
Mugo
Foto: Goiânia Rock City
Foto: Goiânia Rock City
Violins
Foto: Uliana Duarte
Foto: Uliana Duarte
Já o Violins abriu as cortinas de seu primeiro show em Goiânia com o baterista Fred Valle (Vícios da Era, The Colagens) com duas músicas inéditas, e só depois passou a revisitar o repertório farto de sua prolífica discografia. Sob pedidos insistentes por “Entre o Céu e o Inferno”, “Atriz” e “Grupo de Extermínio de Aberrações”, o grupo dominou as atenções mesmo sem atender a nenhum dos pedidos, e só se rendeu já no bis, quando os primeiros acordes de “GEdA” provocaram o regozijo coletivo de turma que, mesmo perto das 3 horas da manha de quinta feira, ainda se acotovelava no gargalo, cantando cada verso como se fosse uma oração.
quinta-feira, novembro 18, 2010
Sem Comparação
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Não seria legal da minha parte comparar o show do Macaco Bong (com o pianista Vitor Araújo, o naipe de metais do Móveis Coloniais de Acaju e o Jack, percussionista do Porcas Borboletas, como convidados), ontem lá no 16º Goiânia Noise Festival, com o resto das bandas do line up do dia.
Por volta de uma e meia da madrugada, depois da passagem de som que rolou enquanto a Lucy and The Popsonics testava a paciência do pessoal corajoso que encarou o electro-pop bobinho do grupo na “arena” ao lado, os seguranças abriram a porta do teatro Pyguá e eu acompanhei de camarote o ímpeto selvagem da molecada ao invadir o recinto e tentar ocupar o melhor lugar da sala que abrigaria dali a pouco a, de longe, muito longe, melhor apresentação da noite.
E digo que não dá pra comparar porque seria covardia confrontar a intensidade superlativa da troca instrumental entre alguns dos nomes mais genuinamente promissores da nova música brasileira, com a festinha de salão-de-festas da Lucy and the Popsonics, o certeiro frescor barulhento da Superguidis, ou até mesmo com a lírica pungente do Diego de Moraes e o Sindicato.
O mesmo Macaco Bong que estreou em palcos goianos no Noise de cinco anos atrás, em 2010 atingiu um patamar criativo que elevou seu status artístico a um nível desconcertante para a maioria de seus contemporâneos em destaque, mesmo os mais interessantes. Acompanhado de, se tanto, uma meia dúzia de grupos com um poder de fogo parecido, o Macaco Bong reina soberano na elite do independente nacional e se prepara para extrapolar outros limites, já que está evidente que seu talento não cabe dentro da fronteira indie.
E uma pequena amostra disso está reservada para o próximo domingo, como você bem sabe.
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Não seria legal da minha parte comparar o show do Macaco Bong (com o pianista Vitor Araújo, o naipe de metais do Móveis Coloniais de Acaju e o Jack, percussionista do Porcas Borboletas, como convidados), ontem lá no 16º Goiânia Noise Festival, com o resto das bandas do line up do dia.
Por volta de uma e meia da madrugada, depois da passagem de som que rolou enquanto a Lucy and The Popsonics testava a paciência do pessoal corajoso que encarou o electro-pop bobinho do grupo na “arena” ao lado, os seguranças abriram a porta do teatro Pyguá e eu acompanhei de camarote o ímpeto selvagem da molecada ao invadir o recinto e tentar ocupar o melhor lugar da sala que abrigaria dali a pouco a, de longe, muito longe, melhor apresentação da noite.
E digo que não dá pra comparar porque seria covardia confrontar a intensidade superlativa da troca instrumental entre alguns dos nomes mais genuinamente promissores da nova música brasileira, com a festinha de salão-de-festas da Lucy and the Popsonics, o certeiro frescor barulhento da Superguidis, ou até mesmo com a lírica pungente do Diego de Moraes e o Sindicato.
O mesmo Macaco Bong que estreou em palcos goianos no Noise de cinco anos atrás, em 2010 atingiu um patamar criativo que elevou seu status artístico a um nível desconcertante para a maioria de seus contemporâneos em destaque, mesmo os mais interessantes. Acompanhado de, se tanto, uma meia dúzia de grupos com um poder de fogo parecido, o Macaco Bong reina soberano na elite do independente nacional e se prepara para extrapolar outros limites, já que está evidente que seu talento não cabe dentro da fronteira indie.
E uma pequena amostra disso está reservada para o próximo domingo, como você bem sabe.
quarta-feira, novembro 17, 2010
Mechanics +SOMA
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Saiu a edição número 20 da revista +SOMA, que traz na capa uma obra do artista português Vhil, e no recheio um papo que o Mateus Potumati bateu com J Mascis e seu Dinosaur Jr, uma entrevista que o Onesto concedeu ao Tiago Moraes e uma matéria minha sobre 12 Arcanos, o último disco dos Mechanics (além de várias outras coisas, é claro). O texto sobre os Mechanics eu reproduzi aí embaixo, mas todo o resto do conteúdo da revista você pode apreciar pegando uma cópia impressa por aí (em Goiânia, na Ambiente Skate Shop. Onde mais?), ou encomendando um download, em dois ou três movimentos, clicando bem aqui.
A preferência pela contramão, o fascínio pelo avesso e o gosto pela contradição estão na gênese do Mechanics, assim como a melodia, a harmonia e o ritmo estão no DNA da maioria do resto das bandas do mundo. O grupo é um dos decanos do rock goiano, orgulhoso de seu feito único de figurar em todas as edições do hoje tradicional Goiânia Noise Festival. E Márcio Júnior (além de vocalista, agitador cultural e executivo da mais conceituada etiqueta de rock independente do País, a Monstro Discos), conduziu sua cria principal através de uma década e meia com mão-de-ferro, assoberbado pela recusa autoimposta de fazer qualquer concessão além daquelas que ele mesmo se permite.
A sequela mais recente dessa intransigência toda fica evidente em 12 Arcanos (sétimo título de uma discografia que conta uma demo-tape, três álbuns, um single, um compacto em vinil e um disco de versões acústicas), o regurgitar artístico de uma época especialmente negra na biografia de um cara desde sempre interessado nas sombras.
“Sofrer é uma palavra-chave”, ele diz, antes de soltar uma gargalhada tão rumorosa quanto debochada, garantindo que a violenta mordacidade do disco é produto de uma época de muita amargura, cujo clímax foi o fim de um casamento. Mas ao contrário de qualquer intimismo antirromântico, em 12 Arcanos o desespero humano foi expandido para uma generalidade assustadora, e os elementos dessa alquimia da desesperança são o ódio, o desprezo e a violência, gratuitos ou não. Nada direcionado a alguém em específico, mas apontado para o mundo todo, inclusive contra si próprio: “O que importa é como se atravessa o fogo”.
Baseado em doze arquétipos, como numa espécie de tarô burlesco, 12 Arcanos explode no chicotear estridente das guitarras e no retumbar maníaco de baixo e bateria, soterrando a mensagem lúgubre dos vocais debaixo de uma massa sonora perturbadora. Mensagem essa que experimenta o português pela primeira vez (excetuando-se o cultuado punk festivo “Formigas comem porra”, hit da primeira demo-tape de 1995, relançado num single em 2003), com a intenção deliberada de oferecer ao receptor o sentido claro e instantâneo do negativismo escancarado que atravessa a obra: “O inferno é aqui!” (a exceção é a faixa bônus “I am Joe`s Fear Of Disease” – homenagem ao pintor e quadrinista norte-americano Joe Coleman, única do disco com letra em inglês).
Fã declarado de David Bowie (“Bowie é O cara!”) Márcio segue, ao seu modo, a doutrina mutante do camaleão, na medida em que se dedica ao descarte atencioso de padrões, fazendo apostas estéticas de alto risco sem, aparentemente, se importar com os efeitos do resultado:
“O meu negócio é fazer, se vai dar certo não é problema meu. Já teve época em que eu achava que ninguém gostava do Mechanics, e isso foi um ótimo motivo pra gente continuar.”
Mas a lírica virulenta de 12 Arcanos tem também outras inspirações menos óbvias, que vão desde o poeta, tarólogo, roteirista de quadrinhos e cineasta chileno Alejandro Jodorowsky, passando pelo citado Joe Coleman e chegando ao artista plástico carioca Lauro Roberto, egresso da cultura de fanzines dos anos 80s/90s, cujo traço demente transcendeu a simples influência e ganhou as capas do álbum e as cartas do tarô bestial que servem de encarte ao disco (e criam uma espécie de iconografia do caos para as doze faixas).
Já a escolha pelo tarô, o ateu convicto Márcio Júnior atribui tanto às peças de Jodorowski, quanto ao seu próprio interesse pelo que chama de camadas do entendimento (o que tenta explicar estabelecendo conexões nada místicas com as inúmeras possibilidades de leitura do inconsciente que as que as cartas oferecem).
E além de um amor arrogante e declarado pelo bizarro, pelo duvidoso, Márcio também não parece temer a polêmica, e é sem acanhamento que desdenha a produção do coletivo de design goiano Bicicleta Sem Freio (responsável pela arte de vários discos e cartazes da Monstro Discos) para ilustrar a condição marginal auto-imposta do Mechanics. Quando perguntado sobre o motivo da escolha de Lauro Roberto para a arte do disco, dispara sem hesitar: Por que eu não lido com maneirismos, não chamo o Bicicleta Sem Freio pra fazer a capa do meu disco. Por que o Lauro tem um senso estético afinado com a gente, e por que não é pra ficar bonito!”. E ainda usa o mesmo tom para torcer o nariz para a maioria das preferências consensuais e explicar que suas prioridades estão situadas fora daquilo que chama de zona de conforto, escarnecendo de certo padrão do bom gosto indie: “É fácil falar que o Pavement é legal, mas foi o Melvins quem escolheu estar no pior lugar de todos.”
E a interdisciplinaridade conceitual do Mechanics aproximou a banda também dos happenings ora escatológicos, ora autodestrutivos do Grupo Empreza (coletivo de artistas performáticos nascido na Faculdade de Artes Visuais da Universidade Federal de Goiás), criando no palco um duelo cênico com o tumulto ensurdecedor das guitarras e da letra esgoelada no microfone: sessões calculadas e violentas de tapas na cara, corpos amarrados com explosivos e cabelos engolidos (e vomitados de volta) formaram par com algumas das apresentações mais intensas do grupo em Goiânia, atingindo em cheio um público que, oscilando entre a admiração e a repulsa, nunca passa incólume por uma experiência como essa.
E é por essa postura de constante incômodo e provocação que a popularidade underground do Mechanics não vai além do que alcança o olhar desconfiado de seu patrono que, cioso e sobranceiro de sua pecha de maldito, não ambiciona que a compreensão das tais camadas de entendimento que o Mechanics propõe vá muito além de seu circunscrito séquito de admiradores, quase todos já especializados no consumo do contrário. E mesmo entre sua ávida audiência, Márcio não descarta nem desabona “os fãs que ainda não atravessaram a superfície e vão ao show só para bater cabeça”, contando sempre com a possibilidade de que o véu caótico dessas apresentações desperte neles também a curiosidade para romper a linha d’água e, a partir da barulheira, mergulhar de fato no nebuloso e complexo universo dos Mechanics.
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Saiu a edição número 20 da revista +SOMA, que traz na capa uma obra do artista português Vhil, e no recheio um papo que o Mateus Potumati bateu com J Mascis e seu Dinosaur Jr, uma entrevista que o Onesto concedeu ao Tiago Moraes e uma matéria minha sobre 12 Arcanos, o último disco dos Mechanics (além de várias outras coisas, é claro). O texto sobre os Mechanics eu reproduzi aí embaixo, mas todo o resto do conteúdo da revista você pode apreciar pegando uma cópia impressa por aí (em Goiânia, na Ambiente Skate Shop. Onde mais?), ou encomendando um download, em dois ou três movimentos, clicando bem aqui.
M E C H A N I C S
O que importa é como se atravessa o fogo
Márcio Júnior, mentor intelectual do grupo mais barulhento da capital brasileira do rock de garagem, é um sujeito boa-praça: engenheiro diplomado, inteligente, articulado e simpático. Mas, ao contrário do que faz supor o breve resumo de seu currículo como ser humano, não é exatamente um bom partido: a engenharia ficou na universidade, e seu único legado autoproclamado é o pensamento lógico. Sua inteligência, qualidade quase sempre admirada pelo status quo, serve mais à confusão que ao entendimento, assim como sua verborragia corrosiva e ensaiada (e nem por isso menos autêntica). A simpatia? Essa, sim, seria livre de interpretações marotas, não fosse certo cinismo displicente embaralhado na postura bem-humorada.
A preferência pela contramão, o fascínio pelo avesso e o gosto pela contradição estão na gênese do Mechanics, assim como a melodia, a harmonia e o ritmo estão no DNA da maioria do resto das bandas do mundo. O grupo é um dos decanos do rock goiano, orgulhoso de seu feito único de figurar em todas as edições do hoje tradicional Goiânia Noise Festival. E Márcio Júnior (além de vocalista, agitador cultural e executivo da mais conceituada etiqueta de rock independente do País, a Monstro Discos), conduziu sua cria principal através de uma década e meia com mão-de-ferro, assoberbado pela recusa autoimposta de fazer qualquer concessão além daquelas que ele mesmo se permite.
A sequela mais recente dessa intransigência toda fica evidente em 12 Arcanos (sétimo título de uma discografia que conta uma demo-tape, três álbuns, um single, um compacto em vinil e um disco de versões acústicas), o regurgitar artístico de uma época especialmente negra na biografia de um cara desde sempre interessado nas sombras.
“Sofrer é uma palavra-chave”, ele diz, antes de soltar uma gargalhada tão rumorosa quanto debochada, garantindo que a violenta mordacidade do disco é produto de uma época de muita amargura, cujo clímax foi o fim de um casamento. Mas ao contrário de qualquer intimismo antirromântico, em 12 Arcanos o desespero humano foi expandido para uma generalidade assustadora, e os elementos dessa alquimia da desesperança são o ódio, o desprezo e a violência, gratuitos ou não. Nada direcionado a alguém em específico, mas apontado para o mundo todo, inclusive contra si próprio: “O que importa é como se atravessa o fogo”.
Baseado em doze arquétipos, como numa espécie de tarô burlesco, 12 Arcanos explode no chicotear estridente das guitarras e no retumbar maníaco de baixo e bateria, soterrando a mensagem lúgubre dos vocais debaixo de uma massa sonora perturbadora. Mensagem essa que experimenta o português pela primeira vez (excetuando-se o cultuado punk festivo “Formigas comem porra”, hit da primeira demo-tape de 1995, relançado num single em 2003), com a intenção deliberada de oferecer ao receptor o sentido claro e instantâneo do negativismo escancarado que atravessa a obra: “O inferno é aqui!” (a exceção é a faixa bônus “I am Joe`s Fear Of Disease” – homenagem ao pintor e quadrinista norte-americano Joe Coleman, única do disco com letra em inglês).
Fã declarado de David Bowie (“Bowie é O cara!”) Márcio segue, ao seu modo, a doutrina mutante do camaleão, na medida em que se dedica ao descarte atencioso de padrões, fazendo apostas estéticas de alto risco sem, aparentemente, se importar com os efeitos do resultado:
“O meu negócio é fazer, se vai dar certo não é problema meu. Já teve época em que eu achava que ninguém gostava do Mechanics, e isso foi um ótimo motivo pra gente continuar.”
Mas a lírica virulenta de 12 Arcanos tem também outras inspirações menos óbvias, que vão desde o poeta, tarólogo, roteirista de quadrinhos e cineasta chileno Alejandro Jodorowsky, passando pelo citado Joe Coleman e chegando ao artista plástico carioca Lauro Roberto, egresso da cultura de fanzines dos anos 80s/90s, cujo traço demente transcendeu a simples influência e ganhou as capas do álbum e as cartas do tarô bestial que servem de encarte ao disco (e criam uma espécie de iconografia do caos para as doze faixas).
Já a escolha pelo tarô, o ateu convicto Márcio Júnior atribui tanto às peças de Jodorowski, quanto ao seu próprio interesse pelo que chama de camadas do entendimento (o que tenta explicar estabelecendo conexões nada místicas com as inúmeras possibilidades de leitura do inconsciente que as que as cartas oferecem).
E além de um amor arrogante e declarado pelo bizarro, pelo duvidoso, Márcio também não parece temer a polêmica, e é sem acanhamento que desdenha a produção do coletivo de design goiano Bicicleta Sem Freio (responsável pela arte de vários discos e cartazes da Monstro Discos) para ilustrar a condição marginal auto-imposta do Mechanics. Quando perguntado sobre o motivo da escolha de Lauro Roberto para a arte do disco, dispara sem hesitar: Por que eu não lido com maneirismos, não chamo o Bicicleta Sem Freio pra fazer a capa do meu disco. Por que o Lauro tem um senso estético afinado com a gente, e por que não é pra ficar bonito!”. E ainda usa o mesmo tom para torcer o nariz para a maioria das preferências consensuais e explicar que suas prioridades estão situadas fora daquilo que chama de zona de conforto, escarnecendo de certo padrão do bom gosto indie: “É fácil falar que o Pavement é legal, mas foi o Melvins quem escolheu estar no pior lugar de todos.”
E a interdisciplinaridade conceitual do Mechanics aproximou a banda também dos happenings ora escatológicos, ora autodestrutivos do Grupo Empreza (coletivo de artistas performáticos nascido na Faculdade de Artes Visuais da Universidade Federal de Goiás), criando no palco um duelo cênico com o tumulto ensurdecedor das guitarras e da letra esgoelada no microfone: sessões calculadas e violentas de tapas na cara, corpos amarrados com explosivos e cabelos engolidos (e vomitados de volta) formaram par com algumas das apresentações mais intensas do grupo em Goiânia, atingindo em cheio um público que, oscilando entre a admiração e a repulsa, nunca passa incólume por uma experiência como essa.
E é por essa postura de constante incômodo e provocação que a popularidade underground do Mechanics não vai além do que alcança o olhar desconfiado de seu patrono que, cioso e sobranceiro de sua pecha de maldito, não ambiciona que a compreensão das tais camadas de entendimento que o Mechanics propõe vá muito além de seu circunscrito séquito de admiradores, quase todos já especializados no consumo do contrário. E mesmo entre sua ávida audiência, Márcio não descarta nem desabona “os fãs que ainda não atravessaram a superfície e vão ao show só para bater cabeça”, contando sempre com a possibilidade de que o véu caótico dessas apresentações desperte neles também a curiosidade para romper a linha d’água e, a partir da barulheira, mergulhar de fato no nebuloso e complexo universo dos Mechanics.
terça-feira, novembro 16, 2010
Essa é pra Tocar no Noise
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Primeira apresentação de Futurível, no Auditório Ibirapuera.
Tipo um ensaio de luxo pro show do Noise, dia 21.
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Primeira apresentação de Futurível, no Auditório Ibirapuera.
Tipo um ensaio de luxo pro show do Noise, dia 21.
sexta-feira, novembro 12, 2010
Outra Canção Tristonha
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Thiago Pethit é um bom rapaz. Sensibilidade à flor da pele, voz pequena-porém-aveludada e um senso melódico elegante e econômico. Contendo a cadência suave num ritmo desacelerado e imiscuído de silêncios estratégicos, seu primeiro disco cheio, Berlim Texas, exala uma atmosfera intimista, de dobraduras melancólicas e compasso minimalista.
Suas letras, carregadas de uma singeleza premeditada, não cobiçam mais do que dizer o que dizem, numa desambição ilustrada pelo tom confessional que comenta desde a desilusão que sempre acompanha o fim (“duas pessoas em silêncio / sempre dão tanto o que falar”), passando pela saudade (“Por onde é que andarás / Só me diga e eu prometo / Esse rio descansará”), até assumir sua tristeza declarada (“Dessa vez eu vou tentar sorrir / Nem que seja só pra constatar que eu não consegui”). E quando arrisca seu poliglotismo o tom macambúzio é o mesmo, como “Birdhouse” (“Last night I've ended up with a lasting conclusion / There is no love that is worthwhile”), ou “Voix de Ville” (“Les mots sont beaux comme le boulet d’un Canon” - As palavras são belas como uma bola de canhão) comprovam e não me deixam mentir.
E mesmo que claramente inspirado no exotismo polifônico de Zach Condon, Berlim Texas não pode ser tratado como mera cópia, já que em meio ao deslumbre derivativo as 11 faixas deixam entrever um modus operandi potencialmente tão autoral quanto habilidoso, o que me dá a coragem de apostar um braço seu como o Norte do jovem compositor, daqui pra frente, se afastará cada vez mais ao leste de Beirut.
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Thiago Pethit é um bom rapaz. Sensibilidade à flor da pele, voz pequena-porém-aveludada e um senso melódico elegante e econômico. Contendo a cadência suave num ritmo desacelerado e imiscuído de silêncios estratégicos, seu primeiro disco cheio, Berlim Texas, exala uma atmosfera intimista, de dobraduras melancólicas e compasso minimalista.
Suas letras, carregadas de uma singeleza premeditada, não cobiçam mais do que dizer o que dizem, numa desambição ilustrada pelo tom confessional que comenta desde a desilusão que sempre acompanha o fim (“duas pessoas em silêncio / sempre dão tanto o que falar”), passando pela saudade (“Por onde é que andarás / Só me diga e eu prometo / Esse rio descansará”), até assumir sua tristeza declarada (“Dessa vez eu vou tentar sorrir / Nem que seja só pra constatar que eu não consegui”). E quando arrisca seu poliglotismo o tom macambúzio é o mesmo, como “Birdhouse” (“Last night I've ended up with a lasting conclusion / There is no love that is worthwhile”), ou “Voix de Ville” (“Les mots sont beaux comme le boulet d’un Canon” - As palavras são belas como uma bola de canhão) comprovam e não me deixam mentir.
E mesmo que claramente inspirado no exotismo polifônico de Zach Condon, Berlim Texas não pode ser tratado como mera cópia, já que em meio ao deslumbre derivativo as 11 faixas deixam entrever um modus operandi potencialmente tão autoral quanto habilidoso, o que me dá a coragem de apostar um braço seu como o Norte do jovem compositor, daqui pra frente, se afastará cada vez mais ao leste de Beirut.
Fora do Eixo... no Eixo
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"(...) as grandes conexões que reorientam a música brasileira."
Alex Antunes
"Fiquei sabendo do Fora do Eixo antes de você"
Gilberto Gil
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"(...) as grandes conexões que reorientam a música brasileira."
Alex Antunes
"Fiquei sabendo do Fora do Eixo antes de você"
Gilberto Gil
quinta-feira, novembro 11, 2010
Pelas barbas do profeta / Cada um que trace sua meta
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Parte de Nós, o primeiro disco do Diego de Moraes e o Sindicato, ganhou lançamento virtual via Compacto Rec, projeto do pessoal da Fora do Eixo. No semestre passado eu bati um papo longo sobre o álbum com o Diego, por ocasião de uma matéria pra revista +Soma, onde ele dá o serviço completo não só do disco, mas também de sua carreira, que só agora começa a experimentar, de fato, o mercadão:
Prestes a lançar seu primeiro disco, Parte de Nós,
Diego de Moraes ainda atropela as palavras para
dissertar sobre sua curta carreira, num discurso tão
urgente quanto articulado. A seu lado, numa das mesas
do bar recentemente adotado pela nova boemia cultural
de Goiânia, está Gabiras, percussionista d’O Sindicato –
sua banda de apoio, que pontua a verborragia frenética do
colega com fôlegos explicativos que escapam calmamente
entre bafejos de fumaça e goles de cerveja. (...)
Pra continuar lendo a matéria, você clica aqui, mas antes dê um clique com o botão direito aí embaixo ("Abrir em nova aba") e arraste a peça para vosso agá-dê.
Parte de Nós - Diego de Moraes e o Sindicato (download mp3 - 110.09 MB)
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Parte de Nós, o primeiro disco do Diego de Moraes e o Sindicato, ganhou lançamento virtual via Compacto Rec, projeto do pessoal da Fora do Eixo. No semestre passado eu bati um papo longo sobre o álbum com o Diego, por ocasião de uma matéria pra revista +Soma, onde ele dá o serviço completo não só do disco, mas também de sua carreira, que só agora começa a experimentar, de fato, o mercadão:
Prestes a lançar seu primeiro disco, Parte de Nós,
Diego de Moraes ainda atropela as palavras para
dissertar sobre sua curta carreira, num discurso tão
urgente quanto articulado. A seu lado, numa das mesas
do bar recentemente adotado pela nova boemia cultural
de Goiânia, está Gabiras, percussionista d’O Sindicato –
sua banda de apoio, que pontua a verborragia frenética do
colega com fôlegos explicativos que escapam calmamente
entre bafejos de fumaça e goles de cerveja. (...)
Pra continuar lendo a matéria, você clica aqui, mas antes dê um clique com o botão direito aí embaixo ("Abrir em nova aba") e arraste a peça para vosso agá-dê.
Parte de Nós - Diego de Moraes e o Sindicato (download mp3 - 110.09 MB)
quarta-feira, novembro 10, 2010
Remixando tudo
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"Cho, chuá, cada macaco no seu galho...
... cho, chuá, eu não me canso de falar."
Dia 21 está chegando...
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"Cho, chuá, cada macaco no seu galho...
... cho, chuá, eu não me canso de falar."
Dia 21 está chegando...
A Geografia do Cinema Americano
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Reproduzindo a ideia de um usuário do Reddit (que, num mapa, relacionou todas as unidades federativas dos Estados Unidos a um filme cuja história se passa nelas), o Almir de Freitas, do site da revista Bravo, também associou cada estado brasileiro a uma fita nacional. Abaixo, o tal mapa e a defesa de seu autor:
Aqui, tive de tomar algumas liberdades para contemplar todos os Estados. Abusei, por exemplo, dos documentários — uns bons mesmo (Cabra Marcado para Morrer, de Eduardo Coutinho), uns interessantes (Mensageiras da Luz, de Evaldo Mocarzel), outros altamente suspeitos. Aceito sugestões.
E peço as cidadãos dos Estados que não se ofendam com esta ou aquela escolha — num determinado momento, optei por fazer uma seleção que resultasse num bom time de diretores. No geral, até que deu. Além dos dois citados acima, estão presentes no mapa Hector Babenco, Fernando Meirelles, Jorge Furtado, Rogério Sganzerla, Felipe Hirsch, Luís Sérgio Person, Beto Brant, Glauber Rocha, Nelson Pereira dos Santos etc…
E acima a inspiração (creditada a subtonix) que, segundo o Almir, levantou polêmica pr'aqueles lados:
(...) gente da Pensilvânia, por exemplo, que não gostou de ser representada por Feitiço do Tempo. Já o povo de Ohio reclamou com a escolha de Gummo, e os bons cidadãos de Delaware compreensivelmente propuseram trocar Quanto Mais Idiota, Melhor por Clube da Luta. Já um cara desafiou o cartógrafo cinéfilo a defender num bar de Wyoming que Brokeback Mountain é o filme que melhor representa o Estado.
Já eu não saberia o que propor no lugar de 2 Filhos de Francisco (cada um tem o Coração Louco que merece).
Via Bravonline.
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Reproduzindo a ideia de um usuário do Reddit (que, num mapa, relacionou todas as unidades federativas dos Estados Unidos a um filme cuja história se passa nelas), o Almir de Freitas, do site da revista Bravo, também associou cada estado brasileiro a uma fita nacional. Abaixo, o tal mapa e a defesa de seu autor:
Aqui, tive de tomar algumas liberdades para contemplar todos os Estados. Abusei, por exemplo, dos documentários — uns bons mesmo (Cabra Marcado para Morrer, de Eduardo Coutinho), uns interessantes (Mensageiras da Luz, de Evaldo Mocarzel), outros altamente suspeitos. Aceito sugestões.
E peço as cidadãos dos Estados que não se ofendam com esta ou aquela escolha — num determinado momento, optei por fazer uma seleção que resultasse num bom time de diretores. No geral, até que deu. Além dos dois citados acima, estão presentes no mapa Hector Babenco, Fernando Meirelles, Jorge Furtado, Rogério Sganzerla, Felipe Hirsch, Luís Sérgio Person, Beto Brant, Glauber Rocha, Nelson Pereira dos Santos etc…
E acima a inspiração (creditada a subtonix) que, segundo o Almir, levantou polêmica pr'aqueles lados:
(...) gente da Pensilvânia, por exemplo, que não gostou de ser representada por Feitiço do Tempo. Já o povo de Ohio reclamou com a escolha de Gummo, e os bons cidadãos de Delaware compreensivelmente propuseram trocar Quanto Mais Idiota, Melhor por Clube da Luta. Já um cara desafiou o cartógrafo cinéfilo a defender num bar de Wyoming que Brokeback Mountain é o filme que melhor representa o Estado.
Já eu não saberia o que propor no lugar de 2 Filhos de Francisco (cada um tem o Coração Louco que merece).
Via Bravonline.
terça-feira, novembro 09, 2010
A Arqueologia do Etéreo
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No meu primeiro show da Fóssil, embarquei num alumbramento psicodélico que me encheu de expectativa.
Via site da revista +Soma:
Projeto “de casa” Lança Clipe da Banda Fóssil
Registrar uma banda tocando dentro de sua casa, montar um videoclipe com uma qualidade bacana e dar a oportunidade para as bandas independentes nacionais gravarem um clipe - isso é o que tem rolado no projeto "de casa". Encabeçado por Mancha Leonel, Samuel Esteves e Diego Denardi, o projeto acontece no meio de uma ruela na Vila Madalena, dentro da Casa do Mancha, um espaço que também abriga estúdio, promove festas semanais e alguns bazares e também serve de moradia para Mancha.
As gravações em clima "caseiro" têm feito sucesso e bandas como Bazar Pamplona, Gigante Animal, Holger e Apanhador Só já estiveram nas lentes e mesa de som do trio. Agora, quem lança o clipe da música "Trip Charme" é o grupo de rock instrumental, Fóssil. O clipe tratado na cor fúcsia apresenta planos simples em que as imagens ora estão paradas, ora desfocadas e ora em movimento.
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No meu primeiro show da Fóssil, embarquei num alumbramento psicodélico que me encheu de expectativa.
Mas no segundo e terceiros shows, alguns meses depois, não senti a mesma coisa, e fiquei me perguntando se o problema era comigo, ou com eles. Ainda não descobri a resposta, mas a célula melódica de "Trip Charme", do novo vídeo da banda, é um ótimo ponto de partida para voltar a pensar nisso. Não acha?
Via site da revista +Soma:
Projeto “de casa” Lança Clipe da Banda Fóssil
Registrar uma banda tocando dentro de sua casa, montar um videoclipe com uma qualidade bacana e dar a oportunidade para as bandas independentes nacionais gravarem um clipe - isso é o que tem rolado no projeto "de casa". Encabeçado por Mancha Leonel, Samuel Esteves e Diego Denardi, o projeto acontece no meio de uma ruela na Vila Madalena, dentro da Casa do Mancha, um espaço que também abriga estúdio, promove festas semanais e alguns bazares e também serve de moradia para Mancha.
As gravações em clima "caseiro" têm feito sucesso e bandas como Bazar Pamplona, Gigante Animal, Holger e Apanhador Só já estiveram nas lentes e mesa de som do trio. Agora, quem lança o clipe da música "Trip Charme" é o grupo de rock instrumental, Fóssil. O clipe tratado na cor fúcsia apresenta planos simples em que as imagens ora estão paradas, ora desfocadas e ora em movimento.
segunda-feira, novembro 08, 2010
Música por dinheiro
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A despeito de suas aparições erráticas o Goldfish Memories, uma das melhores formações do novo rock brasileiro, disponibilizou mais uma música inédita.
"The Yellow Eyes of the Owl" está esperando o vosso clique no site Goldfish Cent, sem nenhum custo para o internauta, mas que vai debitar um centavo de real por download na conta da Casa-Lar Maná, entidade filantrópica que cuida de crianças e adolescentes carentes em Mineiros, interior de Goiás. Até agora, com uma semana no ar, o site já despejou 12.158 cópias digitais da música em agá-dês espalhados pelo planeta.
Com um único EP lançado em 2007 e depois de um longo período de hibernação, o Goldfish retornou à velha forma com o mesmo preciosismo chapado, de guitarras abrasivas e cadência quebrada, encaixadas em vocais cujo flow impressiona. "The Yellow Eyes of the Owl" carrega em seu DNA o peso tenso do Black Sabbath, a atenção com as melodias do Corrosion of Conformity e a atmosfera stoned do Queens of the Stone Age, misturando referências numa assinatura cada vez mais autoral.
O projeto Goldfish Cent mantém o site no ar (e a música disponível) até o próximo dia 27, quando a conta será fechada e o valor relativo aos downloads entregue pelas empresas participantes à Juicebox Publicidade, agência de propriedade do guitarrista Danilo Xidan, responsável pelo repasse do dinheiro à instituição.
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A despeito de suas aparições erráticas o Goldfish Memories, uma das melhores formações do novo rock brasileiro, disponibilizou mais uma música inédita.
"The Yellow Eyes of the Owl" está esperando o vosso clique no site Goldfish Cent, sem nenhum custo para o internauta, mas que vai debitar um centavo de real por download na conta da Casa-Lar Maná, entidade filantrópica que cuida de crianças e adolescentes carentes em Mineiros, interior de Goiás. Até agora, com uma semana no ar, o site já despejou 12.158 cópias digitais da música em agá-dês espalhados pelo planeta.
Com um único EP lançado em 2007 e depois de um longo período de hibernação, o Goldfish retornou à velha forma com o mesmo preciosismo chapado, de guitarras abrasivas e cadência quebrada, encaixadas em vocais cujo flow impressiona. "The Yellow Eyes of the Owl" carrega em seu DNA o peso tenso do Black Sabbath, a atenção com as melodias do Corrosion of Conformity e a atmosfera stoned do Queens of the Stone Age, misturando referências numa assinatura cada vez mais autoral.
O projeto Goldfish Cent mantém o site no ar (e a música disponível) até o próximo dia 27, quando a conta será fechada e o valor relativo aos downloads entregue pelas empresas participantes à Juicebox Publicidade, agência de propriedade do guitarrista Danilo Xidan, responsável pelo repasse do dinheiro à instituição.
sexta-feira, novembro 05, 2010
Gilberto Gil no Noise. Quem vai?
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Eu vou.
21/11 (Domingo)
XVI GOIÂNIA NOISE FESTIVAL
Música no Campus – 50 ANOS UFG
Centro de Cultura e Eventos da Universidade Federal de Goiás
20h00 – FUTURÍVEL: Gilberto Gil * Macaco Bong
(o show do dia 17, Macaco Bong e Convidados, permanece inalterado.)
E você?
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Eu vou.
21/11 (Domingo)
XVI GOIÂNIA NOISE FESTIVAL
Música no Campus – 50 ANOS UFG
Centro de Cultura e Eventos da Universidade Federal de Goiás
20h00 – FUTURÍVEL: Gilberto Gil * Macaco Bong
(o show do dia 17, Macaco Bong e Convidados, permanece inalterado.)
E você?
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