. . Desde quando eu não sei, mas o Diego de Moraes assina uma coluna dominical no Diário da Manhã, e o texto abaixo foi publicado dia desses pelo jornal. A istória contada pelo "nosso" bardo punk revela uma aguda observação de caráter antropológico-humorístico acerca de três clichês da fauna roqueira presente em qualquer zoológico "alternativo" do Brasil contemporâneo. Siga a letra do Diego:
Diego de Moraes: I wanna be...
PRÓLOGO
A rainha do rock-brazuca, a mutante Rita Lee (tradução de Sampa, pro mano CaRetano ), tocará no próximo tocou, sábado, num palco goianiense – no mesmo dia que completará completou 21 anos em que Raul Seixas "vive EM sua obra". Diante desse fato convergente de dois mitos, eu ("Raul do Cerrado", segundo o bebum da esquina, e "Neotropicalista", segundo a revista Rolling Stone) decidi, daqui do meu pontinho de vista, escrever a “istória” (com i mesmo - vide Millôr Fernandes) a seguir:
CRÔNICA
Três personagens: um emo, um indie e um raulseixista.
1 - O emo é, segundo alguns, um dos modismos dominantes, na época do Febeapá cibernético-contemporâneo. O esnobismo emo se sustenta na pose (caras, bocas e franjas) de quem se sente o mais "muderno" do momento. Dizem que todo emo nega ser emo. Agora é From UK? Entre tantos, no fim, o emo parece ser o "mêmo" de sempre, com outra embalagem.
2 - O indie tupiniquim é, no geral, uma tribo social antissocial, típica dos filhos das classes abastadas, que negam tudo o que cheira a "popular". Assim, manifesta-se como uma variação do espírito aristocrático (autocrático), uma espécie inserida no que Euclides chamou de "civilização de copistas".
3 - Já o raulseixista simboliza um conservadorismo roqueiro idealizador do passado, um "saudosismo do não-vivido" hostil a toda novidade pop. Às vezes o raulseixismo é anti-Raulzito (assim como a coisa mais antidialética/marxista foi o stalinismo), por não ser uma "metamorfose ambulante" iconoclasta.
Em uma metrópole provinciana, como a nossa bela Goiânia, é muito comum encontrar todos esses tipos sociais neofascistas perambulando por aí, pelos bares da vida. Imagine um (des)encontro dos três-tigres-tristes...
O emo (fenômeno social "dado") passa balançando seu dadinho de pelúcia. O indie, com sua cara de bunda, escuta, no seu foninho/mundinho, qualquer coisa que a gente desconhece, pra se afastar o máximo possível da "realidade decadente". O raulseixista, com camisa do Pink Floyd, toma pingorante e pensa o quanto o passado (antes dele nascer) era melhor.
Os três caras se encaram. O emotivo se esquiva com o olhar. O indie-ota com seu olhar superior, por cima do óculos. O raul-chiita dá outro gole na catuaba-com-coca e arrota.
Logo, não há diálogo.
Onde Rita Lee entra na istória? Ora, o emo não quer saber dela, pois não é a última-nova-novidade bombando na net. O indie diz "prefiro Arnaldo", mas já começa a esquecer o Lóki que caiu, um pouco mais, nas graças do público, ultimamente. O raulseixista cospe frases prontas do tipo "Rita é uma vendida".
Cada um segue seu caminho-inho-inhozinho.
Enquanto a debochada Lee (en)canta "O que foi que aconteceu com a música popular brasileira?" e o genial Raul na atual "A verdade sobre a nostalgia" dizia "tudo quanto é velho eles botam pra eu ouvir", penso e digo: "nem toda novidade é o novo, meu povo!"
MORAL DA ISTÓRIA
Não tem moral nessa istória, mas só a busca do equilíbrio aristotélico (tão fora de moda nos círculos "pós-modernos")... nem dogma da nostalgia; nem apologia cega da novidade.
. . Nunca morri de amores pelo Cramps. Acho que nem uma paixãozinha de fim de semana rolou entre a gente. Mas do Damn Laser Vampires eu gosto. Pelo menos do show (assim como acontece com a Nação Zumbi, descobri dia desses que nunca escutei DLV em casa). Mas o fato é que o trio gaúcho prestou um tributo aos reis do psychobilly, e a história (originalmente publicada no Rock de Plástico) quem conta é o próprio Ron, vocalista dos Laser Vampires. Siga a letra e baixe a faixa:
Amor Verdadeiro Pra Caralho
“A mulher vestia púrpura e escarlate, adornada de ouro e jóias. Tinha na mão uma taça dourada, cheia de abominação e imundície de sua prostituição. E na sua fronte estava escrito: STAY SICK”
-- Apocalipse, 17: 4 (dos pergaminhos originais)
Damn Laser Vampires - "It Thing Hard On" (Cramps cover)
O destino de muita gente na Terra foi traçado naquele dia quente de 1972 numa estrada de Sacramento, quando a jovem colecionadora de vinis Kristy M. Wallace estendeu o polegar e parou o carro guiado por Erick Lee Purkhiser. Ou pelo menos é assim que gostamos de imaginar que foi.
Nascia a imagem mítica que até hoje povoa nossas mentes – a porta batendo, o motor arrancando e o veículo indo embora na poeira ao som de um velho clássico de Link Wray. Nascia a semente do lendário The Cramps.
Como se uma fenda dimensional se rasgasse revelando a visão de uma realidade bizarra, o surgimento da banda, em 1976 (line up: Lux Interior, Poison Ivy Rorschach, Bryan Gregory & Nick Knox) criou na história do rock um capítulo sem igual. O Cramps era um enigma vindo do espaço, torto, sujo e absurdamente ofensivo, e por cima de tudo transbordando uma sensualidade festiva carregada de humor. A banda era por excelência o “Plano Nove” imaginado por Ed Wood. Ninguém, antes ou depois, sintetizou tão bem e tão generosamente como o Cramps o universo da ficção científica trash, das matinês de terror, da sexploitation (algumas tags pra vocês: Russ Meyer, Jesús Franco, Tura Luna Pascual Yamaguchi). O termo “esdrúxulo” é frequentemente usado na eterna tentativa de definir o som e o conceito da banda, e a dimensão paralela em que ela existe. E, é claro, “esdrúxulo” não é suficiente.
Em tempos de Wikipedia e afins, não vai ser preciso dar uma biografia resumida do Cramps, já que vocês mesmos podem levantar qualquer informação que quiserem sem largar o mouse (não é só uma impressão sua, o ciberespaço ficou mesmo sem graça), por isso vamos pular essa parte. Em vez disso vou falar sobre o que nos trouxe até o texto que você está lendo, nossa relação “espiritual” com o Cramps e a versão dos Damn Laser Vampires para “It Thing Hard-On”.
A história curta:
Fomos convidados em 2009 a participar de uma coletânea de homenagem ao Cramps, recheada de boas bandas brasileiras; escolhemos “It Thing Hard-On”, enviamos a música e nunca mais tivemos notícia alguma. Fim.
Fim?
Clique na imagem para ampliar
Não.
Agora a história um pouco mais longa, o director’s cut: nosso amigo Joe Strume nos chamou recentemente a escrever algumas palavras sobre The Cramps para o Rock de Plástico, já que nosso amor pela banda é conhecido e nos une a outros admiradores numa confraria de gente torta da cabeça – o que muito nos orgulha. Curtimos a idéia e prometemos atender assim que tivéssemos tempo, e enquanto isso aguardávamos resposta dos organizadores da compilação. Bem, a resposta nunca veio, então propusemos ao Joe presentearmos os leitores do blog com a música pra download e, agora sim, nossa história ganhou um belo final.
“It Thing Hard-On” saiu de um dos discos menos celebrados do Cramps e um dos nossos favoritos (Big Beat From Badsville, 1997). Foi produzida em dezembro de 2009 pelo grande Alex Cichoski juntamente com a nossa versão de “Boom Shack-a-Lak”, que mais tarde ganharia um bem-sucedido clipe. Já havíamos gravado uma versão para “Human Fly” alguns anos atrás, quando o Cramps ainda estava na ativa. A faixa ficou disponível pra download durante a semana do Natal de 2007, e hoje deve estar por aí, na web. Tanto “Human Fly” quanto “It Thing Hard-On” estavam no setlist dos três shows em honra ao Cramps que fizemos em São Paulo, Porto Alegre e Belém do Pará (e que, apesar de terem sido um sucesso, não serão repetidos).
Desde que os Vampires surgiram, a associação que as pessoas fizeram ao Cramps (para o bem e para o mal) foi automática, embora a gente negue a comparação por mais lisonjeira que seja. As diferenças são muito claras, não só pelas gigantescas proporções que nos distanciam da banda, mas simplesmente porque nada pode ser comparado a The Cramps. Como temos dito desde sempre, as semelhanças são muito mais visuais e “orgânicas” (a presença da Francis na guitarra, a formação duas guitarras e bateria, etc). Mas posso garantir que entendemos e recebemos a menção sempre como um elogio.
Eles não eram santos – bem pelo contrário; souberam como poucos se apropriar de muito do repertório de seus ídolos a ponto de recriar canções como se fossem suas e ainda por cima convertê-las em clássicos da banda, caso de “Goo Goo Muck” (Ronnie Cook), “I Can Hardly Stand It” (Charlie Feathers), “Sunglasses After Dark” (que é uma canção do Cramps, mas cujo célebre riff foi desavergonhadamente chupado de “Ace Of Spades”, do mentor Link Wray). A pergunta que mata essa charada é: quantas bandas lhe ocorrem neste instante capazes de imprimir esse nível de originalidade ao que comumente se chamaria de “cover”? Com a morte inesperada de Lux Interior em fevereiro de 2009, e o subseqüente buraco que ela abriu nos nossos corações atrofiados, tivemos que abandonar o sonho de ver nossos ídolos ao vivo. E nem vamos descrever o impacto de tristeza que nos fez calar por uma semana, como se um abalo de repente partisse em dois alguma coisa adorada e até então intocável.
Mas hoje, observada de uma distância mais segura, a trajetória da banda se revela um caminho completo, impecável do começo ao fim, imune a qualquer tentativa de descrevê-la (o que inclui o meu falatório apaixonado) e imensamente influente. O legado infinito de imagens que fervilha na memória de um fã de Cramps é único. A garota pelada caindo da escada, a mulher-diabo espreitando atrás da moita, a patética e genial mosca humana, o “raio sexual hipnótico”, o jantar com Drácula, a criatura de couro negro, a inquietante dúvida sobre o que há dentro de uma menina (“tem coisas, baby, que eu não consigo engolir; minha mãe falou que as garotas são ocas”), o “meu pai pilota um UFO”, as garotas de biquíni com metralhadoras, o fim de semana em Marte, e por aí vai.
Havia muito mais do que um simples gesto na mão de Poison Ivy Rorschach naquela rodovia, quase quarenta anos atrás. O futuro estava ali, preparado, como uma mola comprimida prestes a pular. Estávamos todos ali dentro daquele gesto como num óvulo recém fecundado, todos nós que hoje temos o privilégio de conhecer e amar o Cramps, e que sabemos que essas coisas de amor incondicional não existem pra serem explicadas ou compreendidas.
The Cramps é um lugar onde se refugiar quando tudo fica entediante. É um carregador de energia quando as reservas estão no fim. E principalmente um lembrete do quanto é bom arrancar o cérebro do crânio, arremessá-lo, pingando, na parede, se desfazer de tudo que é pesado e incômodo – como a necessidade de fazer sentido – e assumir que não passamos de uma raça retardada e rastejante que devia, de uma vez por todas, aprender a se divertir.
. . Já escrevi aqui que no primeiro show do Holger em que eu estava presente, num desses Goiânias Noise da vida, a banda passou quase despercebida por mim (não sei se por culpa dela ou minha, o fato é que não me chamou a atenção). Mas depois, ouvindo o EP Green Valley, quase me arrependi de não ter gostado do show, se é que isso é possível.
Holger - "Let'em Shine Bellow"
Seguindo a linha do tempo, depois fui surpreendido pela vaibe mezzo kings of Leon mezzo Metronomy de "She Dances", e até hoje não consegui decidir se gostei ou não da faixa. Mas o vídeo de "Let'em Shine Bellow" aí em cima não me deixou nenhuma dúvida, e o roteiro ensolarado que acompanha o suíngue quase paraense das guitarras, fundido sob tintas psicodélicas e fotografia exuberante, dá o tom de internacionalismo indie que deixa tudo tão interessante.
. . Encerrando mais uma temporada da série “Vai Ou Não Vai?”, o baterista do Violins, Pierre Alcanfor, novamente desobrigou-se de suas funções.
Fred Valle
Da última vez que isso aconteceu, Beto Cupertino, em decisão partilhada pelos demais membros, não viu motivos para continuar e decretou o fim da banda, deixando uma porção de órfãos lamentadores chorando as pitangas em comunidades da internet e depositando todas as suas expectativas em um novo projeto engatado imediatamente pelos remanescentes (que convidaram o baterista Zé Junqueira – hoje no Pedra Letícia – para assumir banquinho e baquetas), mas abortado depois de alguns meses pelo renascimento do próprio Violins.
Mas dessa vez a coisa não assumiu ares tão dramáticos, e a maioria dos devotados cultores do quarteto sequer teve tempo de sentir a falta do agora ex-baterista: para o lugar do Pierre, o Violins comprou o passe de Fred Valle, que além do Vícios da Era já deixou sua assinatura rítmica, entre outros, no Macaco Velho e no The Colagens (sem contar as inúmeras gigs, onde acompanhou quase todos os nomes da “nossa” MPB oficial, tão derivativa e insípida quanto subdesenvolvida e pretensiosa).
Olhando daqui, arrisco um palpite de que com a troca o Violins saiu ganhando. Nenhuma dúvida quanto ao talento já comprovado do Pierre, que subscreveu junto com o grupo alguns dos discos mais importantes do rock goiano (e brasileiro). Mas o novo arco de influências e referências trazido pelo Fred Valle (que muito provavelmente é bem diverso do padrão do Violins) pode deixar a fórmula da banda ainda mais excêntrica e instigante, enxertando células de suíngue grooveiro em meio aos panoramas distorcidos criados pelo guitarrista Beto Cupertino.
. . Antes de rolar a barra e apreciar a "paisagem", just push play:
Public Enemy - "Don't Believe the Hype"
Photos: osgemeos® This wall titled, “Don’t Believe the Hype” is part of the exhibition “Viva la Revolucion: A dialogue with the urban landscape” organized by the Museum of Contemporary Art San Diego 2010!
. . O Abdala, além de chapa aqui do blog, é um inquieto fuçador de sons e DJ especializado em black beats e esquisitices em geral.
Abdala
Já foi residente da extinta 5ªTiva, festa que bombou a véspera da sexta feira no Martim Cererê durante um bom tempo, e até fez um Live PA numa das edições da extinta Kill the DJ, festa mensal outrora promovida pelo goiânia rock news. Mas hoje, ele veio pra te dar um toque precioso: “já ouviu o Heritage, da Hypnotic Brass Ensemble?” Siga a letra do rapaz:
Sun Ra foi um gênio de proezas distintas. Transformou a música, o jazz, o espaço e um número significante de cabeças mundo afora. Reza o discurso dos iniciados no assunto, que todos os feitos realizados por ele foram feitos com a mente livre de entorpecentes e o corpo afastado do sexo.
Hypnotic Brass Ensemble - "Water"
Phil Cohran foi trompetista da Sun Ra Arkestra no período de 1959 a 1961; Assim como grande parte dos malacos que fizeram parte daquela patota, o senhor Cohran desvirtuou, com todo o respeito, alguns dos princípios básicos do mestre. No que tange ao uso de drogas, incluindo o álcool, não me diz respeito, nem nunca me interessei pelo fato, mas no quesito sexo o resultado foi claro e conhecido de milhares.
Oito dos seus filhos (não sei também se esse fato se conta em maior quantidade) formaram o Hypnotic Brass Ensemble, e de 2004 pra cá a prole do homem já produziu 11 petardos cabreiros, além de participações em álbuns dos mais variados cavalheiros e divas.
Hypnotic Brass Ensemble no Jools Holland Show - "War" (2009)
Esse ano a banda de família (um na bateria e sete nos metais) colocou nas ruas o EP Heritage, com a reprodução hipnótica de clássicos do nigeriano mais conhecido e tocado do mundo: Fela Kuti, além de Outkast, Jay-Z, Madvillain (Projeto dos classudos Madlib e Doom) e Art of Noise.
Se no original, com exceção de "Water no Get Enemy", as pepitas eram marcadas por samplescom os beats modestos na marcação, na versão da família as músicas ganharam o acréscimo da bateria, enquanto os metais se dividem na função do baixo e dos solos hipnotizantes. Heritage não foge a regra dos trabalhos anteriores, mas chapa e garante longa reprodução nos ouvidos.
. . Seguindo pela programação ainda não divulgada do Vaca Amarela, o sábado de festival prioriza a turma do uniforme negro, que vai cultivar um torcicolo ao som do quarteto headbanger paulista Claustrofobia, além dos locais Mugo e Necropsy Room.
La Cartelera
Já no show do Sunroad, não sei se o anacronismo mofado do hard rock datado do grupo permite algo além de uma “patrulha-amiga” sobre um instrumental tão tedioso quanto orgulhoso de sua técnica.
Voltando à sexta feira, além dos já divulgados Lobão, Edy Star, Pata de Elefante e Umbando ( e de Terra Celta, Nitrominds e Velhas Virgens), a festa vai contar ainda com o ska latinizado da banda argentina La Cartelera e dos metais em brasa do pop-ska cheio de sotaque do quinteto mineiro Fusile.
A programação fechada e completa deve ser divulgada pela Fósforo Cultural – produtora do festival – ainda essa semana semana que vem.
. . O Vaca Amarela, festival marcado para acontecer no começo da segunda quinzena de setembro (17 e 18), já divulgou os nomes de Nitrominds, Velhas Virgens e Terra Celta em seu line-up. Mas um dos principais eventos do calendário rock da cidade ainda reserva algumas surpresas.
Edy Star
Tão controverso quanto contraditório, o Lobão fecha a noite de sexta, que também tem um horário reservado para o Edy Star, espécie de David Bowie terceiro mundista (parceiro de Raul Seixas e Sérgio Sampaio no mítico ASociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta Sessão das 10). Mas além da velha guarda, o novo rock brasileiro vem muito bem representado pelo Pata de Elefante, o trio mudo que é dono de um dos shows mais estimulantes da atualidade.
Dos locais, o destaque do primeiro dia de festa vai para o Umbando, uma das melhores formações da cidade (uma das poucas que consegue ignorar fronteiras estilísticas em nome de um poderoso universalismo).
Já no sábado a programação ganha contornos mais soturnos, mas isso é assunto para a volta...
. . Originalmente publicada no Mundo Tecno, a ideia deste post me comoveu os sentidos ao ponto de querer repercutir a campanha aqui no grnews. Por um Twitter livre da mediocridade publicitária eleitoreira:
Com as eleições chegando, os spams no Twitter estão piorando. Esses spams só fazem com que as pessoas antipatizem com candidados e com as empresas incompetentes que utilizam este recurso.
Por isso, a melhor forma de combatermos este tipo de coisa é denunciando no Twitter. Algumas pessoas não conhecem – outras até sabem, mas nunca utilizaram – o recurso de reportar como spam. É a forma mais simples de acabar com esses robôs que só servem para encher nossa paciência.
Para reportar, basta clicar no ícone de ferramentas e então em Report XXXXX for spam, como demosntrado na foto acima.
Pois é, eu também fiquei com frio só de ver esse teaser. Mas calculo que a poderosa exuberância climática do primeiro disco do Labirinto será capaz de muito mais que só gelar a sua espinha...
. . A Allegro Discos, selo goiano que já lançou, entre outros, um tributo pop ao Odair José (com Mundo Livre, Pato Fu, Mombojó, etc) e uma homenagem rock para os principais cantores “cafonas” da década de 70, além dos discos de Shakemakers, Arthur de Faria e Seu Conjunto e até do grupo português Clã, acaba de botar no ar o Myspace de outro projeto.
E os tributados da vez são Os Mutantes, que a reboque dessa volta esquisita e claudicante ganharam releituras castelhanas para alguns dos clássicos da psicodelia nacional, adicionados do devido sotaque hispânico. Vou confessar que ainda não me acostumei com as versões latinizadas de “Ave Lúcifer” (La Mananza Cromática), “Hey Boy” (Rosal), “Beijo Exagerado” (Martin Buscaglia) e “Qualquer Bobagem” (qualquer bobada?! – Manuel Onis), e nem sei se um dia vou me acostumar.
Mas, de qualquer modo, a curiosidade vale a meia-dúzia de cliques.
. . A música do Diego de Moraes, o bardo punk radiografado recentemente numa matéria minha para a revista +SOMA, se dividiu e atravessou o atlântico, figurando tanto na coletânea londrina da Mais Um Discos (ao lado de Otto, Graveola e o Lixo Polifônico, Eddie e Mini-Box Lunar) com a faixa “Amigo”, quanto na coleta da própria +SOMA (+SOMA Amplifica), engrossando o combio de Karina Burh, Tulipa Ruiz, Walverdes e A Banda de Joseph Tourton, entre outros, com a música “Animal Irracional”. Siga a letra:
A perky folk jolly that morphs into Tropicália-reggae-thrash frenzy, ‘Amigo’ is the perfect example of Diego & the Sindicate’s schizophrenic reggae-folk-rock. The version below was filmed at the Goiana Noise Festival in 2009 and features addedmoog-noodling (moogling?) from Astronauta Pinguim, the self-titled ‘moog man from Brasil’.
Autoria . Diego de Morais Banda . Diego de Morais, Anderson Maia, Eduardo Kolody, Gabril Cruz, Chelo e Rogério Pafa.
Diego e O Sindicato vem se destacando no cenário musical independente, com sua musicalidade marcada pelo hibridismo entre o rock e a música brasileira e por suas letras ácidas. A banda já participou de festivais importantes pelo Brasil, como Goiânia Noise, Jambolada, Varadouro, Calango e a Virada Cultural.
Sobre a música: É um rock que contou com a participação especial do tecladista Astronauta Pinguim. A letra fala da luta de um sujeito que conclui ser apenas um animal irracional.
. . O Caldo de Piaba, calouro na nova elite do rock instrumental brasileiro, disponibilizou mais uma música na web.
“Daimagem” é resultado de uma troca de experiências com a fotógrafa acreana Talita Oliveira, e será trilha também para a festa de abertura da exposição fotográfica A Imagem da Música. Pra baixar a peça, você só gasta três cliques, começando pelo hiperlink aí embaixo da foto.
Mesmo sem um disco cheio, o Caldo de Piaba elevou a estatura do Acre na nova geografia do independente nacional (há quem se lembre do Los Porongas, que conseguiu traduzir um show acima da média em um disco medíocre...), fez um dos melhores apresentações do Bananada 2010 e, obedecendo a meritocracia da nova ordem, ocupou seu lugar na base de uma seleta e emergente área VIP do novo instrumental underground brasileiro.