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quinta-feira, julho 29, 2010
quarta-feira, julho 28, 2010
terça-feira, julho 27, 2010
Rock pelo Niemeyer e a cultura como prioridade
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Por: Fabrício Nobre
Antes de mais nada queria dizer, em nome do grupo responsável pela mobilização #rockpeloniemeyer, que somos gratos mesmo pela participação de todos. Muito obrigado aos que chegaram antes de tudo começar e deram uma mão lá na montagem; aos que ficaram depois para desmontar; aos que divulgaram online, que discutiram nos fóruns virtuais e nos muitos papos que tivemos antes, durante e depois nos lugares onde o rock rola na cidade; aos que tocaram; aos que foram para tocar e não tocaram; aos que seguraram faixa; aos que subiram no palco e falaram; aos que levaram ofícios; aos que ligaram pedindo suporte para as secretarias; aos que foram lá curtir, participar, beber, gritar e etc. Foi excelente a participação, como da outra vez, e como tem sido crescente nos shows, seminários, festas e festivais em Goiânia Rock City.
Sinceramente consideramos que a manifestação teve um bom resultado prático, e talvez um melhor ainda subjetivo. Acompanhando a imprensa no final de semana e na manhã de hoje, percebe-se que algumas coisas de fato estão acontecendo. A jornalista Fabiana Pulcineli, da coluna Giro de O Popular, por exemplo, publicou nesta segunda-feira, 26 de julho de 2010:
“Licitação prevê reparos em todos os prédios do Niemeyer
Com abertura prevista para hoje, às 9 horas, a nova licitação para conclusão do Centro Cultural Oscar Niemeyer prevê obras em todos os prédios do complexo. Inaugurado em 2006 antes da conclusão e fechado desde 2008, o centro terá reparos tanto pelos serviços que não foram executados como de desgaste pelo abandono e a conseqüente falta de manutenção. Haverá correções de infiltrações, pinturas em todas as instalações e troca de pisos, entre outros reparos. O gasto mais alto, estimado em R$ 705,5 mil, será com o Palácio da Música, que chegou a ser aberto para eventos durante dois anos. O orçamento total é de R$ 2,14 milhões. O prédio da administração terá investimento de R$ 545 mil, o museu, R$ 230 mil e o Monumento aos Direitos Humanos, R$ 86,5 mil só em pintura. Haverá ainda serviços de manutenção do sistema de ar condicionado, em que foram identificados problemas, e instalação de elevador para uso de portadores de deficiência.
Mais três meses
Se não houver recursos contra a licitação, a obra do Niemeyer pode ser iniciada na primeira quinzena de agosto, dizem governistas. O edital prevê prazo de 90 dias para entrega.
Promessas
Os dois principais candidatos ao governo, Iris Rezende (PMDB) e Marconi Perillo (PSDB) prometem abrir o centro cultural imediatamente. Para cobrar em 2011, caso o governo não consiga reinaugurar este ano.”
Já ouvimos a mesma promessa. Não é exatamente o que pedimos, mas dá para ter certeza de que embaixo do tapete em que o assunto estava ele não está mais. E que se os próximos governantes tivessem a idéia de varrer para baixo de outro tapete qualquer vai ser impossível, uma vez que centenas de pessoas se mobilizaram pela ação e vão continuar cobrando até que tudo se resolva completamente. A imprensa escrita deu pelo menos 4 meias páginas nos principais jornais da cidade, as rádios fizeram entrevistas e pesquisaram, as emissoras de TV registraram toda a movimentação e o assunto foi tópico freqüente em todos os cantos da web.
A notícia não nos alivia, não resolve, mas dá para sentir que algo está se mexendo. E que esse governo, e qualquer outro que entrar, sabe que não poderá mais fazer qualquer ação utilizando recursos públicos na conta da cultura sem ter gente em cima, fiscalizando, cobrando e exigindo.
Não desistimos, e nem vamos, dos pedidos que encaminhamos ao governo de Goiás: abertura imediata do espaço (mesmo em fase de acabamento e reformas, realmente acreditamos na viabilidade disso) e nomeação de um gestor para o espaço (que pode ser feita, e deve mesmo como espaço fechado, uma vez que alguém tem que ser o interlocutor, e responder pelo espaço perante a sociedade). Vamos levantar essa bola em todas as manifestações e cobranças que forem feitas em outras ações públicas presenciais (como a planejada pelo Fórum Permanente de Cultura para o dia 10 de agosto), nos espaços virtuais, nas cobranças diretas via ofício.
A idéia agora é estar cada vez mais conectado com a discussão nacional, trazendo a cultura como prioridade dentro do debate político num ano eleitoral, muito alinhado com que diz o manifesto do PCult “O Partido da Cultura é em uma mobilização nacional, de abrangência ampla e irrestrita a todo o movimento cultural, que procura agrupar entidades, instâncias e foros de discussão e deliberação em torno de um debate que visa identificar candidatos, a concorrer às Eleições 2010, realmente comprometidos com as pautas estratégicas da cultura em nosso país.”
E cada mais ainda intensificar as realizações e produções culturais de todos os participantes da ação #rockpeloniemeyer, que é nisso que somos mesmo especialistas: produzir e realizar cultura, buscando literalmente nossos espaços.
Fabrício Nobre é produtor cultural, presidente da Associação Brasileiras de Festivais Independentes
* O #rockpeloniemeyer foi realizado por ABRAFIN, Ambiente Skate, Bicicleta Sem Freio, Brasil Central Music, Circuito Fora do Eixo, Coletivo Pequi, CUFA, Family Graff, Fósforo Cultural, Hocus Pocus, IGC, Monstro, Panaceia Filmes, República Estúdio, PCult, Sertão Feelmes e Studio K.
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Por: Fabrício Nobre
Antes de mais nada queria dizer, em nome do grupo responsável pela mobilização #rockpeloniemeyer, que somos gratos mesmo pela participação de todos. Muito obrigado aos que chegaram antes de tudo começar e deram uma mão lá na montagem; aos que ficaram depois para desmontar; aos que divulgaram online, que discutiram nos fóruns virtuais e nos muitos papos que tivemos antes, durante e depois nos lugares onde o rock rola na cidade; aos que tocaram; aos que foram para tocar e não tocaram; aos que seguraram faixa; aos que subiram no palco e falaram; aos que levaram ofícios; aos que ligaram pedindo suporte para as secretarias; aos que foram lá curtir, participar, beber, gritar e etc. Foi excelente a participação, como da outra vez, e como tem sido crescente nos shows, seminários, festas e festivais em Goiânia Rock City.
Sinceramente consideramos que a manifestação teve um bom resultado prático, e talvez um melhor ainda subjetivo. Acompanhando a imprensa no final de semana e na manhã de hoje, percebe-se que algumas coisas de fato estão acontecendo. A jornalista Fabiana Pulcineli, da coluna Giro de O Popular, por exemplo, publicou nesta segunda-feira, 26 de julho de 2010:
“Licitação prevê reparos em todos os prédios do Niemeyer
Com abertura prevista para hoje, às 9 horas, a nova licitação para conclusão do Centro Cultural Oscar Niemeyer prevê obras em todos os prédios do complexo. Inaugurado em 2006 antes da conclusão e fechado desde 2008, o centro terá reparos tanto pelos serviços que não foram executados como de desgaste pelo abandono e a conseqüente falta de manutenção. Haverá correções de infiltrações, pinturas em todas as instalações e troca de pisos, entre outros reparos. O gasto mais alto, estimado em R$ 705,5 mil, será com o Palácio da Música, que chegou a ser aberto para eventos durante dois anos. O orçamento total é de R$ 2,14 milhões. O prédio da administração terá investimento de R$ 545 mil, o museu, R$ 230 mil e o Monumento aos Direitos Humanos, R$ 86,5 mil só em pintura. Haverá ainda serviços de manutenção do sistema de ar condicionado, em que foram identificados problemas, e instalação de elevador para uso de portadores de deficiência.
Mais três meses
Se não houver recursos contra a licitação, a obra do Niemeyer pode ser iniciada na primeira quinzena de agosto, dizem governistas. O edital prevê prazo de 90 dias para entrega.
Promessas
Os dois principais candidatos ao governo, Iris Rezende (PMDB) e Marconi Perillo (PSDB) prometem abrir o centro cultural imediatamente. Para cobrar em 2011, caso o governo não consiga reinaugurar este ano.”
Já ouvimos a mesma promessa. Não é exatamente o que pedimos, mas dá para ter certeza de que embaixo do tapete em que o assunto estava ele não está mais. E que se os próximos governantes tivessem a idéia de varrer para baixo de outro tapete qualquer vai ser impossível, uma vez que centenas de pessoas se mobilizaram pela ação e vão continuar cobrando até que tudo se resolva completamente. A imprensa escrita deu pelo menos 4 meias páginas nos principais jornais da cidade, as rádios fizeram entrevistas e pesquisaram, as emissoras de TV registraram toda a movimentação e o assunto foi tópico freqüente em todos os cantos da web.
A notícia não nos alivia, não resolve, mas dá para sentir que algo está se mexendo. E que esse governo, e qualquer outro que entrar, sabe que não poderá mais fazer qualquer ação utilizando recursos públicos na conta da cultura sem ter gente em cima, fiscalizando, cobrando e exigindo.
Não desistimos, e nem vamos, dos pedidos que encaminhamos ao governo de Goiás: abertura imediata do espaço (mesmo em fase de acabamento e reformas, realmente acreditamos na viabilidade disso) e nomeação de um gestor para o espaço (que pode ser feita, e deve mesmo como espaço fechado, uma vez que alguém tem que ser o interlocutor, e responder pelo espaço perante a sociedade). Vamos levantar essa bola em todas as manifestações e cobranças que forem feitas em outras ações públicas presenciais (como a planejada pelo Fórum Permanente de Cultura para o dia 10 de agosto), nos espaços virtuais, nas cobranças diretas via ofício.
A idéia agora é estar cada vez mais conectado com a discussão nacional, trazendo a cultura como prioridade dentro do debate político num ano eleitoral, muito alinhado com que diz o manifesto do PCult “O Partido da Cultura é em uma mobilização nacional, de abrangência ampla e irrestrita a todo o movimento cultural, que procura agrupar entidades, instâncias e foros de discussão e deliberação em torno de um debate que visa identificar candidatos, a concorrer às Eleições 2010, realmente comprometidos com as pautas estratégicas da cultura em nosso país.”
E cada mais ainda intensificar as realizações e produções culturais de todos os participantes da ação #rockpeloniemeyer, que é nisso que somos mesmo especialistas: produzir e realizar cultura, buscando literalmente nossos espaços.
Fabrício Nobre é produtor cultural, presidente da Associação Brasileiras de Festivais Independentes
* O #rockpeloniemeyer foi realizado por ABRAFIN, Ambiente Skate, Bicicleta Sem Freio, Brasil Central Music, Circuito Fora do Eixo, Coletivo Pequi, CUFA, Family Graff, Fósforo Cultural, Hocus Pocus, IGC, Monstro, Panaceia Filmes, República Estúdio, PCult, Sertão Feelmes e Studio K.
Os vizinhos da dona Lurdes
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Um outro video para "Shift", música do fundamental Artista Igual Pedreiro, do Macaco Bong, apareceu na web dia dessas:
Mas a tosquice da versão oficial (lembra dela?), com o guitarrista Bruno Kayapy travestido de boneca e o baixista Ney Hugo de pastor nietzschiano, ainda é campeã.
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Um outro video para "Shift", música do fundamental Artista Igual Pedreiro, do Macaco Bong, apareceu na web dia dessas:
Mas a tosquice da versão oficial (lembra dela?), com o guitarrista Bruno Kayapy travestido de boneca e o baixista Ney Hugo de pastor nietzschiano, ainda é campeã.
sexta-feira, julho 23, 2010
Samba no pé tem cura
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Quem mora em Goiânia e se interessa por música ao ponto de prestar atenção ao redor provavelmente já ouviu a Grace Carvalho, seja nas tardes de sábado e domingo no Glória – onde costuma desfilar seu repertório de standards pinçados no primeiro escalão do samba –, seja à frente do Pedra 70 - banda que é uma espécie de fôlego atávico do pop psicodélico nacional dos anos 60 e 70, onde recria gemas, por exemplo, d’Os Mutantes, Roberto Carlos, Gal Costa e Novos Baianos.
Estabelecida como a principal intérprete de samba da cidade ao mesmo tempo em que acumulava elogios derramados às sempre intensas apresentações do Pedra 70, Grace ferveu seu potencial criativo em fogo brando durante quase 10 anos, enxergando-se como compositora ainda antes de assinar a autoria de qualquer canção.
Depois de uma temporada na Europa, onde se apresentou em clubinhos de Paris e Barcelona, voltou ao Brasil decidida a parir ela mesma o repertório de sua première. Como única exceção, pescou “Navegador”, canção dos irmãos Bruno Bonfá e Fabius Augustus (mais conhecidos como Brunaite e Smooth), dupla de criação de um dos grupos decanos do rock local, o Vícios da Era, e substituiu a delicadeza acústica e masculina da versão original por uma saborosa reedição trip hop, sinuosa, nublada e absolutamente feminina.
Como autora de primeira viagem, Grace se divide entre o suingue contemporâneo de “Samba Branco” (onde justifica: “Ladeiras eu não subi/ Não tive o mar pra olhar/ Mas tenho Cartola, Vinícius, Ari, Pixinguinha e Noel na vitrola...”), a herança de cacoetes djavanescos de “Verdade”, e a autocrítica interrogativa de “Do Glória” (Será que nessa terra tem carnaval?/ Será que nosso samba é original?), antes de fechar a lista com “Um Sambinha”, numa óbvia referência à sua relação íntima com a tradição, acompanhando os registros mais suaves de sua voz com o dedilhado polido do violão de João Garoto.
E se, no geral, o resultado das canções soa muito calculado, quase protocolar, a falta de atrevimento é compensada pelo cuidadoso acabamento instrumental, que fornece o encaixe exato para as ondulações de sua voz, numa lei da compensação que, noves fora, ainda garante um quociente bastante favorável.
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Quem mora em Goiânia e se interessa por música ao ponto de prestar atenção ao redor provavelmente já ouviu a Grace Carvalho, seja nas tardes de sábado e domingo no Glória – onde costuma desfilar seu repertório de standards pinçados no primeiro escalão do samba –, seja à frente do Pedra 70 - banda que é uma espécie de fôlego atávico do pop psicodélico nacional dos anos 60 e 70, onde recria gemas, por exemplo, d’Os Mutantes, Roberto Carlos, Gal Costa e Novos Baianos.
Estabelecida como a principal intérprete de samba da cidade ao mesmo tempo em que acumulava elogios derramados às sempre intensas apresentações do Pedra 70, Grace ferveu seu potencial criativo em fogo brando durante quase 10 anos, enxergando-se como compositora ainda antes de assinar a autoria de qualquer canção.
Depois de uma temporada na Europa, onde se apresentou em clubinhos de Paris e Barcelona, voltou ao Brasil decidida a parir ela mesma o repertório de sua première. Como única exceção, pescou “Navegador”, canção dos irmãos Bruno Bonfá e Fabius Augustus (mais conhecidos como Brunaite e Smooth), dupla de criação de um dos grupos decanos do rock local, o Vícios da Era, e substituiu a delicadeza acústica e masculina da versão original por uma saborosa reedição trip hop, sinuosa, nublada e absolutamente feminina.
Como autora de primeira viagem, Grace se divide entre o suingue contemporâneo de “Samba Branco” (onde justifica: “Ladeiras eu não subi/ Não tive o mar pra olhar/ Mas tenho Cartola, Vinícius, Ari, Pixinguinha e Noel na vitrola...”), a herança de cacoetes djavanescos de “Verdade”, e a autocrítica interrogativa de “Do Glória” (Será que nessa terra tem carnaval?/ Será que nosso samba é original?), antes de fechar a lista com “Um Sambinha”, numa óbvia referência à sua relação íntima com a tradição, acompanhando os registros mais suaves de sua voz com o dedilhado polido do violão de João Garoto.
E se, no geral, o resultado das canções soa muito calculado, quase protocolar, a falta de atrevimento é compensada pelo cuidadoso acabamento instrumental, que fornece o encaixe exato para as ondulações de sua voz, numa lei da compensação que, noves fora, ainda garante um quociente bastante favorável.
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quinta-feira, julho 22, 2010
Obrigado Por Fumar (III)
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Vou ali comprar cigarro, se eu não voltar em 20 anos, é porquê morri de cancer.
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Se ela dança/ Eu danço...
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quarta-feira, julho 21, 2010
art pop
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terça-feira, julho 20, 2010
Recuse, Resista.
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Nunca tive paciência para o electro-pop-chatinho do Lucy and the Popsonics, mas a versão dance-psicodélica da dupla para o clássico headbanger "Refuse/Resist", do Sepultura, ficou...
... fofinha!?
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Nunca tive paciência para o electro-pop-chatinho do Lucy and the Popsonics, mas a versão dance-psicodélica da dupla para o clássico headbanger "Refuse/Resist", do Sepultura, ficou...
... fofinha!?
Mentiras Sinceras me Interessam...
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Escapando à tradição, Karina Burh inaugura sua carreira-solo longe do regionalismo aberto que orientou sua trajetória à frente do extinto Comadre Fulozinha. Mas, aparentemente, o caso é menos de negação que de libertação estilística, e um breve perfume nordestino ainda se faz presente em alguns dos melhores momentos de Eu Menti Pra Você.
Suavizando o sotaque carregado por entre batidas incomuns, a cantora ladrilha uma via de mão dupla entre intenções vanguardistas e uma arrojada veia pop, ora jogando uma luz feminina e pós-moderna por sobre aquela cadência invertebrada da escola de Itamar Assumpção e Arrigo Barnabé (“Telephonen” e “Soldat”), ora experimentando o cruzamento de conceitos contemporâneos (“Ciranda do Incentivo” trata a polêmica das leis de incentivo à cultura sob o batidão iconoclasta do funk carioca), ora sinalizando certa inclinação latina (em “Solo de água Fervente”, o embalo sensual da salsa surpreende o tema numa síncope tão inesperada quanto saborosa), e ainda reivindica seu direito ao ócio, no reggae rasteiro “Plástico Bolha”, onde procrastina manhosa: “hoje eu não to a fim de corre-corre e confusão. Eu quero passar a tarde estourando plástico bolha.”
Em sintonia com sua geração, que aprendeu a "desrespeitar" o passado em nome de sua própria personalidade contemporânea e assumiu o pop como uma influência tão (ou mais) importante que o sagrado estábulo da MPB, Karina Burh se equilibra habilmente entre o antes e o depois, reproduzindo em Eu Menti Pra Você a virtude misturada de cada um dos dois.
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Escapando à tradição, Karina Burh inaugura sua carreira-solo longe do regionalismo aberto que orientou sua trajetória à frente do extinto Comadre Fulozinha. Mas, aparentemente, o caso é menos de negação que de libertação estilística, e um breve perfume nordestino ainda se faz presente em alguns dos melhores momentos de Eu Menti Pra Você.
Suavizando o sotaque carregado por entre batidas incomuns, a cantora ladrilha uma via de mão dupla entre intenções vanguardistas e uma arrojada veia pop, ora jogando uma luz feminina e pós-moderna por sobre aquela cadência invertebrada da escola de Itamar Assumpção e Arrigo Barnabé (“Telephonen” e “Soldat”), ora experimentando o cruzamento de conceitos contemporâneos (“Ciranda do Incentivo” trata a polêmica das leis de incentivo à cultura sob o batidão iconoclasta do funk carioca), ora sinalizando certa inclinação latina (em “Solo de água Fervente”, o embalo sensual da salsa surpreende o tema numa síncope tão inesperada quanto saborosa), e ainda reivindica seu direito ao ócio, no reggae rasteiro “Plástico Bolha”, onde procrastina manhosa: “hoje eu não to a fim de corre-corre e confusão. Eu quero passar a tarde estourando plástico bolha.”
Em sintonia com sua geração, que aprendeu a "desrespeitar" o passado em nome de sua própria personalidade contemporânea e assumiu o pop como uma influência tão (ou mais) importante que o sagrado estábulo da MPB, Karina Burh se equilibra habilmente entre o antes e o depois, reproduzindo em Eu Menti Pra Você a virtude misturada de cada um dos dois.
Over Again
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No último dia 27 de março, mais de 2 mil pessoas ocuparam ruas de Goiânia em nome do rock. Dia 24 de julho, a coisa vai se repetir:
Baixe o vídeo em alta resolução clicando aqui.
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No último dia 27 de março, mais de 2 mil pessoas ocuparam ruas de Goiânia em nome do rock. Dia 24 de julho, a coisa vai se repetir:
Baixe o vídeo em alta resolução clicando aqui.
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segunda-feira, julho 19, 2010
domingo, julho 18, 2010
Late Night Tales
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“I Didn’t See I Coming”...
... é a nova do Belle & Sebastian, que vem pro Planeta Terra (e que, otimista mode on, bem que poderia vir pro Goiânia Noise).
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“I Didn’t See I Coming”...
... é a nova do Belle & Sebastian, que vem pro Planeta Terra (e que, otimista mode on, bem que poderia vir pro Goiânia Noise).
sábado, julho 17, 2010
sexta-feira, julho 16, 2010
A Festa do Oscar (II)
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Capitaneado pelo Fabrício Nobre (Abrafin/Monstro Discos), e com adesão significativa de vários setores da sociedade civil, um segundo protesto organizado vai cobrar do governo do Estado respostas objetivas sobre o não cumprimento do acordo feito depois do Rock pelo Niemeyer I, acordo esse que garantia a reabertura do Centro Cultural Oscar Niemeyer em prazo determinado, e que foi vergonhosamente desrespeitado pelas autoridades (in)competentes. Siga a letra, leia o manifesto e, no dia combinado, aprecie a programação:
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Capitaneado pelo Fabrício Nobre (Abrafin/Monstro Discos), e com adesão significativa de vários setores da sociedade civil, um segundo protesto organizado vai cobrar do governo do Estado respostas objetivas sobre o não cumprimento do acordo feito depois do Rock pelo Niemeyer I, acordo esse que garantia a reabertura do Centro Cultural Oscar Niemeyer em prazo determinado, e que foi vergonhosamente desrespeitado pelas autoridades (in)competentes. Siga a letra, leia o manifesto e, no dia combinado, aprecie a programação:
Foto recente, tirada no CCON por
Fabrício Nobre, presidente da Abrafin
Chega de falsas promessas! Diferentemente de alguns aí que falam um monte e que não fazem nada, ou muito pouco do que se comprometeram, nós, que lutamos pela Cultura em Goiás, voltamos às ruas para dizer um basta ao descaso com nosso setor. É aí que entra o Rock Pelo Niemeyer 2! Você se lembra do dia 27 de março, né? Quando paramos Goiânia com um trio elétrico que saiu da Praça Cívica e chegou até o Centro Cultural Oscar Niemeyer (CCON), com mais de duas mil pessoas envolvidas. Movimentamos a cidade e trouxemos o espaço para o centro do debate público de Goiás.
Quando nos reunimos com o Governo do Estado, nos foi dado um prazo de 105 dias para entrega do local. Pisaram na bola conosco. Infelizmente... Mas nós não nos esquecemos do que foi acordado. Quando faltava um mês para o prazo expirar, encaminhamos ofícios para o Governo e agora, com prazo acabado, ainda não encaminharam nenhuma resposta.
No Rock Pelo Niemeyer 2, reforçamos novamente o que estamos pedindo:
- Abertura imediata da pauta para os espaços que estavam em funcionamento quando do fechamento do CCON, sendo eles: Palácio da Música Belkiss Spenziere , Sala Lygia Rassi, Museu de Arte Contemporânea, Esplanada Cultural Juscelino Kubitschek;
- Nomeação de um gestor responsável pelo Centro Cultural Oscar Niemeyer;
- Abertura imediata da licitação para finalização finalizar a obra do Centro Cultural Oscar Niemeyer.
Então, para brigar pela Cultura em Goiás é que lhe chamamos para que no dia 24/07, sábado, às 16 horas, na porta do CCON. Precisamos novamente de sua presença para mostrar a força da Cultura em Goiás, nossa força.
É na rua que nós vemos quem está realmente junto. Você está nessa?
ROCK PELO NIEMEYER 2
Em frente ao Centro Cultural Oscar Niemeyer – GO 020
A partir das 16h
Shows durante toda a manifestação!
Terrorista da Palavra
Antes do Fim
Radiocarbono
Barfly
Vida Seca
Dead from Above
TNY
Fígado Killer
MC Dyskreto + Ivo Mamona
Gloom
Cicuta
Black Drawing Chalks
Realização:
* Abrafin
* Bicicleta sem Freio
* Brasil Central Music
* Circuito Fora do Eixo
Coletivo Pequi
Cufa
Fósforo Cultural
ICG
Monstro
Panaceia Feelmes
PCult
Sertão Feelmes
A partir das 16h
Shows durante toda a manifestação!
Terrorista da Palavra
Antes do Fim
Radiocarbono
Barfly
Vida Seca
Dead from Above
TNY
Fígado Killer
MC Dyskreto + Ivo Mamona
Gloom
Cicuta
Black Drawing Chalks
Realização:
* Abrafin
* Bicicleta sem Freio
* Brasil Central Music
* Circuito Fora do Eixo
Coletivo Pequi
Cufa
Fósforo Cultural
ICG
Monstro
Panaceia Feelmes
PCult
Sertão Feelmes
quinta-feira, julho 15, 2010
Ferris Club
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Já imaginou o absurdo de Tyler Durden, à frente de seu Clube da Luta, Curtindo a Vida Adoidado na pele de Ferrys Bueller?
Poie é, teve gente que conseguiu:
Watch Ferris Club, a Trailer for the Ferris Bueller–Fight Club Theories
As the creator explains, this video was inspired by a post on /Film last year called "The Ferris Bueller Fight Club Theory," which "hypothesized that Cameron could have possibly imagined his whole Day Off, and that Ferris was actually his own Tyler Durden." Brain-bending
Vi no Vulture (via @amaurigonzo)
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Já imaginou o absurdo de Tyler Durden, à frente de seu Clube da Luta, Curtindo a Vida Adoidado na pele de Ferrys Bueller?
Poie é, teve gente que conseguiu:
Watch Ferris Club, a Trailer for the Ferris Bueller–Fight Club Theories
As the creator explains, this video was inspired by a post on /Film last year called "The Ferris Bueller Fight Club Theory," which "hypothesized that Cameron could have possibly imagined his whole Day Off, and that Ferris was actually his own Tyler Durden." Brain-bending
Vi no Vulture (via @amaurigonzo)
So, shake your head, sucker...
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O blog vizinho UMZ, do chapa Adriano Metal, vai fazer a alegria dos headbangers da região neste fim de semana.
A 1ª edição da Under Metal Fest reúne, em dois dias de agudos líricos e guturais apodrecidos, 14 bandas do gênero, entre chilenas, gaúchas, brasilienses e goianas, ali ao lado da Rodoviária/Araguaia Shopping, na Estação Goiânia, espaço onde foi também realizada a última Tattoo Rock Fest.
E aí, vai encarar?
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O blog vizinho UMZ, do chapa Adriano Metal, vai fazer a alegria dos headbangers da região neste fim de semana.
A 1ª edição da Under Metal Fest reúne, em dois dias de agudos líricos e guturais apodrecidos, 14 bandas do gênero, entre chilenas, gaúchas, brasilienses e goianas, ali ao lado da Rodoviária/Araguaia Shopping, na Estação Goiânia, espaço onde foi também realizada a última Tattoo Rock Fest.
E aí, vai encarar?
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quarta-feira, julho 14, 2010
Graças Adeus
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O Móveis Coloniais de Acaju gravou seu primeiro DVD, em shows nos dias 22 e 23 de janeiro, no auditório Ibirapuera, em São Paulo, e o clipe de "Adeus", que repousa aí embaixo esperando pelo vosso clique é só uma pequena amostra, recentemente divulgada no Youtube pela big band candanga.
Pra baixar o vídeo para o vosso agá-dê, você pode clicar aqui, ou fazer uma visita simpática ao website do MCA.
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O Móveis Coloniais de Acaju gravou seu primeiro DVD, em shows nos dias 22 e 23 de janeiro, no auditório Ibirapuera, em São Paulo, e o clipe de "Adeus", que repousa aí embaixo esperando pelo vosso clique é só uma pequena amostra, recentemente divulgada no Youtube pela big band candanga.
Pra baixar o vídeo para o vosso agá-dê, você pode clicar aqui, ou fazer uma visita simpática ao website do MCA.
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móveis coloniais de acaju; auditório ibirapuera
International Noise Conspiracy
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Pra quem teve Eagles of Death Metal no ano passado, a possível escalação do She Wants Revenge como grande atração internacional do Porão do Rock 2010 não chega a empolgar. Enquanto isso, o festival DoSol, de Natal – RN (a se confirmar um dos line-ups mais interessantes do circuito) tenta os passes de Dub Trio (USA) e Kings & Killers (Alemanha), para acompanhar os já anunciados The Tormentors (Arg) com Daddy-O-Grande (ex- Los Straitjackets – USA) e Marky Ramone (ex-você sabe o que). Além da gringalhada, o festival importa, de Goiânia, o Violins e o Mechanics.
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Pra quem teve Eagles of Death Metal no ano passado, a possível escalação do She Wants Revenge como grande atração internacional do Porão do Rock 2010 não chega a empolgar. Enquanto isso, o festival DoSol, de Natal – RN (a se confirmar um dos line-ups mais interessantes do circuito) tenta os passes de Dub Trio (USA) e Kings & Killers (Alemanha), para acompanhar os já anunciados The Tormentors (Arg) com Daddy-O-Grande (ex- Los Straitjackets – USA) e Marky Ramone (ex-você sabe o que). Além da gringalhada, o festival importa, de Goiânia, o Violins e o Mechanics.
Dinosaur Jr, no Goiânia Noise 2010?!
Por falar em Goiânia, numa olhada atenta no calendário de shows internacionais marcados para novembro no Brasil, dá pra especular um monte em cima da programação do Goiânia noise. O Dinosaur Jr tem show marcado em Recife, no festival Coquetel Molotov, e uma descida até o centro-oeste não seria assim tão impossível; já o Belle & Sebastian e o Queens Of The Stone Age, ambos cotados para o Planeta Terra, provavelmente também estão sendo sondados por produtores locais (vale lembrar que metade do Belle & Sebastian esteve em Goiânia em 2008, como banda de apoio do Vaselines, e que o Queens of the Stone Age é absurdamente caro). Antes disso tudo, porém, a múmia dark oitentista Gene Loves Jezebel (curioso caso de banda dividida judicialmente entre seus remanescentes em duas formações, uma americana e outra inglesa) se apresenta no Bolshoi Pub, dia 31 próximo.
Já pra quem comanda a grana grossa, o papo se eleva ao redor de nomes gigantescos como o do Rage Against The Machine, que ameaça se integrar à programação do Starts With You (ou simplesmente SWU), ao lado dos prometidos Incubus, Pixies, Dave Matthews Band, Regina Spektor, Kings of Leon e Chemical Brothers, entre outros.
Antes de reservar uns trocados e marcar a viagem, obviamente a boa é esperar as tabelas se definirem, mas assim, de antevéspera, estou inclinado a me endividar com SWU, apesar de Belle & Sebastian e QotSA reclamarem veementemente uma suposta prioridade, aqui no meu leilão interno.
Que o line-up do Goiânia Noise decida por nós.
Oops (IV)
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O mais engraçado é que o gringo bebum aí é a cara do Luiz Maldonalle, ex-guitarrista do InBleeding, atualmente no Versus AD.
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luiz maldonalle,
oops
segunda-feira, julho 12, 2010
Schuss in den Fuß
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Dias atrás, checando uma dica do Anderson Foca, produtor potiguar responsável pelo complexo DoSol (festival, selo, produtora e bar), fui ouvir o Kings and Killers, banda alemã que palheta um rock tão protocolar quanto irresistível.
No Myspace, confirmei a empolgação do meu contato natalense e, naturalmente, pulei para a segunda etapa do processo e fui atrás de um download. Depois de pesquisar sobre o trio germano na web, considerando a hipótese de pagar pelo download, me surpreendi ao não encontrar quase nada, nem mesmo alguns mp3 “ilegais”. Fui falar com o grupo no Facebook, ainda duvidando da minha incapacidade de achar o tal download. A resposta, lacônica, confessou que o álbum não está mesmo disponível em nenhum site, e sugeriu que eu encomendasse o disco.
Tá, até mandei um e-mail simpático pro pessoal, perguntando quantos dias leva, depois do pedido feito, pro disco físico chegar ao meu endereço também físico. Mas a questão não é nem essa: o que diabos pensa uma banda, em 2010, para não disponibilizar pro mundo, gratuitamente ou não, seu disco independente e carente de atenção?
Kings & Killers - "Men At Work"
De qualquer forma, pelo menos no Myspace e no Youtube o trio de chucrutes teve a "perspicácia" de deixar os vídeos de algumas de suas músicas, a título de modesta divulgação. E apesar da práxis anacrônica dos alemães, sua música potente e sensual merece a meia-dúzia de cliques e uma atenciosa audição.
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Dias atrás, checando uma dica do Anderson Foca, produtor potiguar responsável pelo complexo DoSol (festival, selo, produtora e bar), fui ouvir o Kings and Killers, banda alemã que palheta um rock tão protocolar quanto irresistível.
No Myspace, confirmei a empolgação do meu contato natalense e, naturalmente, pulei para a segunda etapa do processo e fui atrás de um download. Depois de pesquisar sobre o trio germano na web, considerando a hipótese de pagar pelo download, me surpreendi ao não encontrar quase nada, nem mesmo alguns mp3 “ilegais”. Fui falar com o grupo no Facebook, ainda duvidando da minha incapacidade de achar o tal download. A resposta, lacônica, confessou que o álbum não está mesmo disponível em nenhum site, e sugeriu que eu encomendasse o disco.
Tá, até mandei um e-mail simpático pro pessoal, perguntando quantos dias leva, depois do pedido feito, pro disco físico chegar ao meu endereço também físico. Mas a questão não é nem essa: o que diabos pensa uma banda, em 2010, para não disponibilizar pro mundo, gratuitamente ou não, seu disco independente e carente de atenção?
Kings & Killers - "Men At Work"
De qualquer forma, pelo menos no Myspace e no Youtube o trio de chucrutes teve a "perspicácia" de deixar os vídeos de algumas de suas músicas, a título de modesta divulgação. E apesar da práxis anacrônica dos alemães, sua música potente e sensual merece a meia-dúzia de cliques e uma atenciosa audição.
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sexta-feira, julho 09, 2010
quinta-feira, julho 08, 2010
In The Name Of...
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Que o The Name está no cast da Vigilante - braço indie da Deckdisc, não é novidade. A boa-nova, no caso, é que a estreia do grupo pelo selo é um compacto em vinil de "Can You Dance Boy?", lançado recentemente.
Além de "Can You Dance Boy?" (veja o vídeo clipe aqui), a bolachinha traz "Let The Things Go", no lado B.
"Can You Dance Boy?" - The Name
Quando conheci a The Name, no palco secundário do Goiânia Noise de 2007, a banda ainda não tinha investido pesado no batuque post-punk, sua assinatura atual, mas o goth-pop dançante (e sem a afetação pseudo-macambúzia de praxe no estilo) de então já deixava escapar que ali estava um grupo promissor.
Alguns EPs, singles e um vinilzinho depois, a aposta vai se confirmando.
News: Viu que a edição portuguesa da revista Playboy foi fechada pela matriz, depois de publicar um ensaio em homenagem ao Saramago e seu O Evangelho Segundo Jesus Cristo", onde o próprio jotacê aparece ao lado de beldades nuas, insinuando orgias em cenas de lesbianismo? Pois é, eu particularmente achei o ensaio uma graça (sem trocadilhos), mas parece que a cúpula do magazine softcore mais famoso do planeta, não. Quem confirmou a notícia foi o site d'O Globo. O ensaio polêmico (ou pelo menos parte dele) você vê clicando aqui.
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Que o The Name está no cast da Vigilante - braço indie da Deckdisc, não é novidade. A boa-nova, no caso, é que a estreia do grupo pelo selo é um compacto em vinil de "Can You Dance Boy?", lançado recentemente.
Além de "Can You Dance Boy?" (veja o vídeo clipe aqui), a bolachinha traz "Let The Things Go", no lado B.
"Can You Dance Boy?" - The Name
Quando conheci a The Name, no palco secundário do Goiânia Noise de 2007, a banda ainda não tinha investido pesado no batuque post-punk, sua assinatura atual, mas o goth-pop dançante (e sem a afetação pseudo-macambúzia de praxe no estilo) de então já deixava escapar que ali estava um grupo promissor.
Alguns EPs, singles e um vinilzinho depois, a aposta vai se confirmando.
News: Viu que a edição portuguesa da revista Playboy foi fechada pela matriz, depois de publicar um ensaio em homenagem ao Saramago e seu O Evangelho Segundo Jesus Cristo", onde o próprio jotacê aparece ao lado de beldades nuas, insinuando orgias em cenas de lesbianismo? Pois é, eu particularmente achei o ensaio uma graça (sem trocadilhos), mas parece que a cúpula do magazine softcore mais famoso do planeta, não. Quem confirmou a notícia foi o site d'O Globo. O ensaio polêmico (ou pelo menos parte dele) você vê clicando aqui.
quarta-feira, julho 07, 2010
Forgotten Boys
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No próximo dia 24, uma das melhores bandas da segunda geração do novo rock goiano vai voltar à ativa, pelo menos por cerca de uma hora inteira.
O Goldfish Memories nunca esteve na pauta dos principais cadernos de cultura dos maiores jornais do País, nunca emplacou vídeo clipe na programação notívaga da Mtv, não extrapolou as fronteiras nacionais e nem mesmo tem um disco gravado. Ainda assim, refém de credenciais tão indesejáveis, a despeito de estar hibernado desde o Goiânia Noise Festival de 2008 e de acumular apenas 6 músicas registradas no currículo, o Goldfish Memories tem, pelo menos segundo o meu pobre entendimento, um título de principalidade entre seus similares geracionais, conferido não de fora pra dentro, mas justamente ao contrário.
"Think A Little" - Goldfish Memories
A inteligência melódica das canções, a evidente preocupação com a “respiração” que cadencia e tensiona o frenetismo das guitarras, e a esperteza da cozinha que insinua certo suingue metálico por entre a batida dura e seca, além da dramaticidade calculada dos vocais, é o que diferencia o Goldfish de seus correlatos locais. O que, pelo jeito, quem observa de longe não conseguiu entender, e surfando de carona uma onda coletiva, gasta elogios derramados no endereço errado, desperdiçando louvores com genéricos superestimados (que até têm o seu valor, mas não passam de... genéricos).
D epois de um EP com 4 músicas, a banda só lançou mais duas faixas, a impetuosa “Think A Little” (que guarda conexões abstratas com o Queens Of The Stone Age) e “White Lady On Blood”. Todas elas, as 6 faixas, você puxa para o vosso agá-dê com dois ou três cliques, começando pelo link aí embaixo:
Goldfish Memories – EP 2008 + Bônus (27.3 MB)
O show dessa volta relâmpago, citado ali na cabeça do post, acontece lá no palco nobre do Rock & Gol, e se eu fosse você, iria lá conferir e estabelecer um comparativo mais atencioso que, espero, me cobrirá de razão.
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No próximo dia 24, uma das melhores bandas da segunda geração do novo rock goiano vai voltar à ativa, pelo menos por cerca de uma hora inteira.
O Goldfish Memories nunca esteve na pauta dos principais cadernos de cultura dos maiores jornais do País, nunca emplacou vídeo clipe na programação notívaga da Mtv, não extrapolou as fronteiras nacionais e nem mesmo tem um disco gravado. Ainda assim, refém de credenciais tão indesejáveis, a despeito de estar hibernado desde o Goiânia Noise Festival de 2008 e de acumular apenas 6 músicas registradas no currículo, o Goldfish Memories tem, pelo menos segundo o meu pobre entendimento, um título de principalidade entre seus similares geracionais, conferido não de fora pra dentro, mas justamente ao contrário.
"Think A Little" - Goldfish Memories
A inteligência melódica das canções, a evidente preocupação com a “respiração” que cadencia e tensiona o frenetismo das guitarras, e a esperteza da cozinha que insinua certo suingue metálico por entre a batida dura e seca, além da dramaticidade calculada dos vocais, é o que diferencia o Goldfish de seus correlatos locais. O que, pelo jeito, quem observa de longe não conseguiu entender, e surfando de carona uma onda coletiva, gasta elogios derramados no endereço errado, desperdiçando louvores com genéricos superestimados (que até têm o seu valor, mas não passam de... genéricos).
D epois de um EP com 4 músicas, a banda só lançou mais duas faixas, a impetuosa “Think A Little” (que guarda conexões abstratas com o Queens Of The Stone Age) e “White Lady On Blood”. Todas elas, as 6 faixas, você puxa para o vosso agá-dê com dois ou três cliques, começando pelo link aí embaixo:
Goldfish Memories – EP 2008 + Bônus (27.3 MB)
O show dessa volta relâmpago, citado ali na cabeça do post, acontece lá no palco nobre do Rock & Gol, e se eu fosse você, iria lá conferir e estabelecer um comparativo mais atencioso que, espero, me cobrirá de razão.
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terça-feira, julho 06, 2010
Quem tem Boca...
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Atriz pornô holandesa promete beeem mais que tirar a roupa, caso a Holanda saia campeã da Copa do Mundo
O compromisso é chamar as amigas e encher a boca para agradar aos mais de 7 mil de seguidores (e contando).
E agora, Larissa Riquelme?
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Atriz pornô holandesa promete beeem mais que tirar a roupa, caso a Holanda saia campeã da Copa do Mundo
O compromisso é chamar as amigas e encher a boca para agradar aos mais de 7 mil de seguidores (e contando).
E agora, Larissa Riquelme?
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O Evangelho Segundo Saramago
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A edição de julho da versão portuguesa da revista Playboy traz uma polêmica (e nudista) homenagem ao cultuado e recém-falecido escritor lusitano José Saramago, numa alusão fotográfica ao seu texto mais controverso, O Evangelho Segundo Jesus Cristo.
Pra quem, assim como professa o Diogo Mainardi, acha que o máximo de espiritualidade necessário para a vida contemporânea é sinal de celular e wireless, a "blasfêmia" lusa é tão justa e estimulante quanto divertida.
Agora, se a palavra "heresia" percorreu gelada a sua espinha, desista da internet (ou, mais prático, da igreja).
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A edição de julho da versão portuguesa da revista Playboy traz uma polêmica (e nudista) homenagem ao cultuado e recém-falecido escritor lusitano José Saramago, numa alusão fotográfica ao seu texto mais controverso, O Evangelho Segundo Jesus Cristo.
Pra quem, assim como professa o Diogo Mainardi, acha que o máximo de espiritualidade necessário para a vida contemporânea é sinal de celular e wireless, a "blasfêmia" lusa é tão justa e estimulante quanto divertida.
Agora, se a palavra "heresia" percorreu gelada a sua espinha, desista da internet (ou, mais prático, da igreja).
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segunda-feira, julho 05, 2010
When Dirty Projectors Meets Bjork...
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O Dirty Projectors – ao lado do TV On The Radio e, em menor escala, do Sleigh Bells – talvez seja a melhor coisa do novo rock (rock?) de Nova York. Subvertendo o pop por entre viagens instrumentais elaboradas, reveladas num suave emaranhado experimentalista, a estrela do último Goiânia Noise Festival, e que assinou um dos melhores discos lançados em 2009 (Bitte Orca), voltou à tona em parceria inspirada com a Bjork.
Mount Wittenberg Orca (parte de uma campanha da National Geographic Society para preservação de espécies marinhas e criação de áreas marítimas protegidas) é conseqüência de um encontro realizado ano passado, num concerto em NY, onde o duelo entre a cantora islandesa e as poderosas vocalistas do grupo novaiorquino aconteceu pela primeira vez. As sete faixas, comuns ao show e ao track list, foram compostas pelo mentor intelectual do DP, Dave Longstreth, e priorizam os jogos vocais, relegando uma função secundária ao instrumental minimalista, uma espécie de moldura discreta para a hierarquia das vozes, responsável pelos saborosos truques melódicos que dissertam sobre temas abstratos, como a simplicidade, o otimismo e a renúncia.
Com venda exclusiva pela web e renda revertida para a campanha da Nat Geo Society, Mount Wittenberg Orca não ultrapassa os 20 minutos de duração e tem preço sugerido a partir de $ 7,00. Mas se a causa marinha te comove a ponto de te fazer meter a mão no bolso, você pode escolher pagar $ 25,00, $ 50,00 ou $100,00. Lá no Top Spin.
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O Dirty Projectors – ao lado do TV On The Radio e, em menor escala, do Sleigh Bells – talvez seja a melhor coisa do novo rock (rock?) de Nova York. Subvertendo o pop por entre viagens instrumentais elaboradas, reveladas num suave emaranhado experimentalista, a estrela do último Goiânia Noise Festival, e que assinou um dos melhores discos lançados em 2009 (Bitte Orca), voltou à tona em parceria inspirada com a Bjork.
Mount Wittenberg Orca (parte de uma campanha da National Geographic Society para preservação de espécies marinhas e criação de áreas marítimas protegidas) é conseqüência de um encontro realizado ano passado, num concerto em NY, onde o duelo entre a cantora islandesa e as poderosas vocalistas do grupo novaiorquino aconteceu pela primeira vez. As sete faixas, comuns ao show e ao track list, foram compostas pelo mentor intelectual do DP, Dave Longstreth, e priorizam os jogos vocais, relegando uma função secundária ao instrumental minimalista, uma espécie de moldura discreta para a hierarquia das vozes, responsável pelos saborosos truques melódicos que dissertam sobre temas abstratos, como a simplicidade, o otimismo e a renúncia.
Com venda exclusiva pela web e renda revertida para a campanha da Nat Geo Society, Mount Wittenberg Orca não ultrapassa os 20 minutos de duração e tem preço sugerido a partir de $ 7,00. Mas se a causa marinha te comove a ponto de te fazer meter a mão no bolso, você pode escolher pagar $ 25,00, $ 50,00 ou $100,00. Lá no Top Spin.
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Preservando o Verde
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From reggae to hq's...
Alguém avisa pro Marley Filho que o galã novato aê vai ter que pedir a bença pro Capitão Presença, veterano da super-fumaça nos quadrinhos...
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From reggae to hq's...
Alguém avisa pro Marley Filho que o galã novato aê vai ter que pedir a bença pro Capitão Presença, veterano da super-fumaça nos quadrinhos...
Big Bang Big Boom
sexta-feira, julho 02, 2010
Fuem, fuem, fueemmm...
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Vai começar
A dança da laranja
Vai começar
A dança da laranja
Sem a ajuda das mãos, hein?!
E bate o pé,bate o pé, bate o pé
E bate a mão, bate a mão, bate a mão
Na dança da laranja
Ninguém pode parar, não
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Vai começar
A dança da laranja
Vai começar
A dança da laranja
Sem a ajuda das mãos, hein?!
E bate o pé,bate o pé, bate o pé
E bate a mão, bate a mão, bate a mão
Na dança da laranja
Ninguém pode parar, não
... e Holandaaaaa...
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O Jacaré Banguela, em parceria com o Chico Buarque (é, ele mesmo), orgulhosamente anuncia o maior espetáculo do último dia da semana de trabalho, decepado ao meio pela tabela maluca da Copa do Mundo, que insiste em não colocar os jogos do Brasil (na sexta feira) às 15:30, já que às 11 fica difícil convencer o chefe a antecipar o sábado.
Mais uma piada rápida do Twitteiro das Celebridades @victorleal1.
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O Jacaré Banguela, em parceria com o Chico Buarque (é, ele mesmo), orgulhosamente anuncia o maior espetáculo do último dia da semana de trabalho, decepado ao meio pela tabela maluca da Copa do Mundo, que insiste em não colocar os jogos do Brasil (na sexta feira) às 15:30, já que às 11 fica difícil convencer o chefe a antecipar o sábado.
“Obrigado Chico!”
Mais uma piada rápida do Twitteiro das Celebridades @victorleal1.
quinta-feira, julho 01, 2010
Festa do Oscar
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Era pra ter repercutido o texto sobre o embuste governamental da finalização das obras do Centro Cultural Oscar Niemeyer, assinado pelo Marcellus Araújo e publicado no Diário da Manhã, ainda ontem, mas vítima do capitalismo e de sua lei da maior oferta (que me obrigou a mudar de emprego assim, de sopetão), ainda estou meio atrapalhado com a transformação da rotina, e não tive o cuidado de blogar a notícia na hora certa. Mas mesmo tendo perdido o timing da novidade, o conteúdo da matéria ainda merece destaque. Siga a letra:
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Era pra ter repercutido o texto sobre o embuste governamental da finalização das obras do Centro Cultural Oscar Niemeyer, assinado pelo Marcellus Araújo e publicado no Diário da Manhã, ainda ontem, mas vítima do capitalismo e de sua lei da maior oferta (que me obrigou a mudar de emprego assim, de sopetão), ainda estou meio atrapalhado com a transformação da rotina, e não tive o cuidado de blogar a notícia na hora certa. Mas mesmo tendo perdido o timing da novidade, o conteúdo da matéria ainda merece destaque. Siga a letra:
Foto recente, tirada no CCON por
Fabrício Nobre, presidente da Abrafin
Em alternativa ao abandono
Mesmo antes de obras de finalização serem concluídas, produtores culturais apontam utilizações para o Centro Cultural Oscar Niemeyer. Agepel é contra realização de eventos antes da conclusão completa das obras no local
Mesmo antes de obras de finalização serem concluídas, produtores culturais apontam utilizações para o Centro Cultural Oscar Niemeyer. Agepel é contra realização de eventos antes da conclusão completa das obras no local
Marcellus Araújo
DA EDITORIA DO DMREVISTA
Entre promessas não cumpridas, embargos, superfaturamentos, transferência de responsabilidade e todos os outros itens que já se vem acompanhando da novela sobre o Centro Cultural Oscar Niemeyer (CCON), o tempo está agindo sem piedade, corroendo e destruindo a estrutura de uma obra que já absorveu mais de R$60 milhões dos cofres públicos. Sem que a reforma saia logo, a falta de manutenção ajuda a piorar a situação. Mesmo com o descaso, há quem garanta que se os portões forem abertos atualmente, o CCON ainda pode ser útil, e muito. Fabrício Nobre, sócio da Monstro Discos, a produtora responsável pelo Goiânia Noise Festival, um dos mais importantes no cenário da música independente, é uma das pessoas que mais trabalharam no CCON.
Fabrício esteve no complexo no ano passado para ver em que condições estava, tentar realizar o Goiânia Noise e Conferência Brasil Central Music. “O lugar estava mais sujo, mas exatamente igual às condições oferecidas no outros anos”, disse. Mas Fabrício entende que é possível abrir o CCON, pois “os prédios, em grande parte, estão funcionando e bem, parte elétrica em perfeito estado, geradores, parte hidráulica, ar-condicionado, banheiros, backstage, tudo. Pelo menos o Palácio da Música Belkiss Spenziere, a Sala Lygia Rassi, o Museu, a Esplanada Cultural, mesmo que com algum desgaste pelo não uso, e falta de cuidado, mas que não comprometem a realização de nenhum evento, e que podem ser arrumados com uma manutenção simples”, avalia o produtor cultural.
Lista vasta de utilidades
Outra produtora cultural que conhece o local é Cinthia Botelho. Ela ajudou a fazer a festa de inauguração do CCON, em 2006, e viu alguns eventos lá depois, mas ela conta que quando tentou levar um espetáculo para lá não podia mais, já estava interditado. A produtora acha que dá para funcionar, e que o espaço é maravilhoso, mas pondera a situação. “Tem que ter pessoal do som, luz, se não, fica muito caro pra gente. A mão de obra, técnico, bilheteiro, gente da limpeza, administrador, precisa disso tudo”, explica. Para Cinthia, na produção teatral e artística em geral, bancar esses itens, tão necessários, deixa a conta mais cara e, por vezes, inviável.
Segundo Fabrício, muita coisa já foi feita no CCON. “Além das edições do Goiânia Noise (em 2006, 2007 e 2008), realizamos em 2008 a primeira edição da Conferência Brasil Central Music, uma série de palestras, debates, feira de produtos culturais, workshops, rodadas de negócios e shows, com foco no potencial da música do Brasil Central.
Realizamos ainda shows com Móveis Coloniais de Acaju, Cachorro Grande, e ainda uma edição do Red Bull Music Academy.” Ele acredita que muito ainda pode ser feito com a estrutura na atual situação, desde projeção de vídeos, palestras, feiras, exposições. Fabrício sugere também a utilização da área externa do centro cultural. “Dá para fazer, shows pequenos, como os que realizamos no Goiânia Noise”, explica. Nobre destaca ainda outros eventos já realizados no local. “Já tivemos show com Sepultura, com plenas condições de atendimento técnico, artístico e principalmente conforto do público, Marcelo Camelo, tocando praticamente voz e violão e emocionando quatro mil pessoas”. O Centro Cultural pode atender artistas locais, nacionais, muitos que produzem shows de bandas de rock, mpb, sertanejas, ou companhias de teatro.”
A questão defendida pelo sócio da Monstro Discos depende, segundo ele, apenas de colocar a cultura com prioridade na gestão pública. “Tenho plena confiança de que o CCON possa ter suas portas abertas já. Basta vontade política. Basta enxergar a cultura como prioridade”, protesta. Ele conta que ainda não sabe se o Goiânia Noise será no Centro Cultural, dizem que não sabem onde será, mas que acontecerá de qualquer maneira. Recorrer à Agência Goiana de Cultura Pedro Ludovico Teixeira (Agepel) não adianta mais nada, de acordo com Fabrício. E não mesmo. Linda Monteiro garante que “a responsabilidade da obra é da Agetop, e ele só pode ser usado quando entregue totalmente concluído”. Oficialmente a Agepel só fará o gerenciamento quando o CCON estiver pronto. O envolvimento do órgão em ajudar na abertura imediata do espaço é nula. “Não pode liberar enquanto estiver em obras, não dá”, diz Linda Monteiro.
Devido à impossibilidade de fazer o Goiânia Noise de 2009 no CCON, a produtora Monstro recorreu a espaços menores, espalhando os shows por várias casas noturnas, inclusive o Martim Cererê. “O plano A, é realizar a décima sexta edição, bem como a Conferência Brasil Central Music e as mais diversas atividades do Mês da Música em Goiás, em novembro deste ano, no CCON, e contamos com o compromisso firmado pelo Governo do Estado de Goiás, em reabrir espaço até 25 de julho. Compromisso firmado pelo então secretário da Fazendo Jorcelino Braga numa audiência em seu gabinete na Sefaz, em 23 de março. Contamos com isso. Esta semana encaminhamos um ofício ao governador, presidentes da Agepel e Agetur, e atual secretário da Fazenda questionando o cumprimento deste compromisso”, enfatiza. Apesar das mudanças em 2009, Nobre diz que todo o combinado com patrocinadores, entidades parceiras, e com relação à expectativa do público, foi cumprido.
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